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RELAÇÃO ENTRE FORDISMO E AS INDUSTRIAS ATUAIS

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FACULDADE GUANAMBI
1° SEMESTRE 
RELAÇÃO ENTRE O FORDISMO E OS DIAS ATUAIS NAS INDUSTRIAS, COMO REFERENCIA O DOCUMENTARIO CARNE E OSSO (2011)
O sistema de produção nas indústrias foi criado por Taylor, que desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial, que foi denominada de taylorismo. Esse sistema visava a redução dos custos de produção, e a maximização da produção e do lucro. 
Com a criação do gerenciamento, esse sistema funcionava de modo hierárquico onde os trabalhadores deveriam exercer uma única função especifica sob o monitoramento de um supervisor que cronometrava o tempo gasto para realizar o serviço, de tal que cumprissem suas tarefas no menor tempo possível, e aqueles que se sobressaiam ganhavam prêmios por isso. 
Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de divisão do trabalho, sendo responsabilidade única do gerente o conhecimento do processo produtivo, algo que os trabalhadores não faziam a mínima ideia do que estavam produzindo.
Posteriormente, em 1914, Henry Ford criou um sistema de organização da empresa, que foi chamado de fordismo, cujo objetivo era igual ao taylorismo, a racionalização da produção, que resultava em produtos mais baratos e o consumo em massa.
Sua principal característica era a produção em massa, baseado na linha de montagem automobilística, e como estava dando prosseguimento à teoria de Taylor, os operários exerciam uma única função em um determinado local de forma repetitiva, enquanto o automóvel se deslocava através de uma esteira, que ritmava o processo de produção (mais rápido ou mais lento).
Com esse novo sistema, Henry introduziu uma jornada de trabalho de oito horas por dia, e cada operário ganhava cinco dólares como recompensa, sendo sua mão de obra composta na sua maioria por imigrantes, que para seu sistema de produção funcionar teria que ter uma fabricação em massa, mas também consumidores em massa, e a venda da força de trabalho para os empresários possibilitou o acesso a todas as pessoas à comprarem os automóveis.
Atualmente, algumas fabricas adotam os mesmos sistemas de produção de Taylor e Ford, chegando a mesma precariedade de antigamente. No documentário assistido em sala de aula (Carne e Osso, 2011) foi retratado a rotina dos trabalhadores no frigorifico na região sul e centro oeste. A organização da empresa seguia o modelo fordismo, com uma esteira automática, jornada de trabalho de 8 horas por dia, cada funcionário exercia apenas uma função, com movimentos repetitivos até o final do expediente, chegando a fazer horas extras que não eram pagas, trabalhavam sob o monitoramento de supervisores, e sob pressão, carteira assinada e ganhavam apenas R$500,00.
Analisando a estrutura do prédio, o frigorifico apresentava péssimas condições para a demanda que queriam alcançar, pois o local de trabalho tinha suporte para abatedor de 70 a 100 cabeças no máximo, e estavam sendo executados cerca de 400 cabeças, o que delimitava o espaço entre os funcionários aumentando o risco de acidentarem com movimentos rápidos com objetos cortantes. 
Quem trabalhava na esteira, passava horas em pé realizando o mesmo movimento, sem ter a liberdade de ao menos ir ao banheiro, e quando era liberado, o tempo era curtíssimo, o que acabava acumulando cansaço físico e mental, por aguentar as pressões do dia a dia. Gastavam em média de 6 segundos para desossar uma coxa de frango, para uma meta de 1800 carcaças por dia. Quando a demanda era alta, os trabalhadores tinham que dobrar seus movimentos, pois aceleravam o ritmo da esteira e era preciso abater a meta exigida pelo gerente.
Assim como antigamente, onde não haviam preocupações com a segurança e saúde do trabalhador, a realidade nesses frigoríficos também são os mesmos, pois os trabalhadores não recebiam assistência adequada de médicos, sem os exames temporários, o que causava lesões graves, e por consequência disso os mesmos eram demitidos sem um laudo pericial. As pessoas que se submetem a estes tipos de serviços, geralmente é porque tem uma família para sustentar, estudos para pagar, e aqueles que são demitidos com lesões dificilmente conseguem um emprego em outro local, devido aos problemas adquiridos dos movimentos repetitivos.
Hoje, há sindicatos que representam a classe trabalhadora, sendo muitas ainda não funcional, porque não exercem a real função que é defender os direitos dos trabalhadores. No sistema de Taylor e Ford, eles rejeitavam os sindicatos, o que gerava vários movimentos grevistas. Com o surgimento do ministério do trabalho ficou mais fácil correr atrás desses direitos, junto com a previdência social, que dá suporte aos trabalhadores que estão incapacitados, e por esse fato de uma grande massa de pessoas serem demitidas sem justa causa dos trabalhos acabou dobrando o número de pessoas que procuram o INSS. 
As empresas atuais recebem cerca de 2% a 3% para custear com o INSS para caso de doenças acidentárias, mas o que ocorre é que os donos das empresas não acreditavam nas dores dos funcionários, que consequentemente geravam mais doentes do que pagavam o seguro a estes, e pelo medo de ser demitido, muitos omitiam suas dores para continuar no trabalho, o que acabava agravando seu estado de saúde e ficando incapacitada para o resto da vida de realizar qualquer trabalho.
Relacionando esse documentário com o pensamento de Karl Marx, essa divisão do trabalho é característica da sociedade moderna, o que gerou a divisão das classes sociais (burguesia e proletariado) entre os trabalhadores e os empresários. E sendo tratados como peças que compunham uma máquina, os proprietários de mercadorias compravam as forças de trabalho destes trabalhadores, resultando na mais valia, que é quando trabalham mais do que ganham, e a acumulação de capital, que são as horas extras não pagas, que é o que ocorre em uma parcela das industrias não só brasileiras.

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