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APONTAMENTOS AULA 9, 10 e 11

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
APONTAMENTOS DE AULA
9 - 10
PROFª MARIA DE FÁTIMA ALVES SÃO PEDRO
UNIDADES MENEZES CÔRTES
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
Aula 9: O DIREITO NA ERA VARGAS: A DITADURA DO ESTADO NOVO
   Compreender o contexto social, político, econômico do período que serve de base para a produção jurídica da ditadura do Estado Novo;
   Entender a Constituição de 1937, a chamada "Polaca", como expressão da hipertrofia do Poder Executivo e base de sustentação do exercício autoritário de poder;
   Identificar na Carta de 1937 as normas fundamentadoras da baixa eficácia das liberdades fundamentais;
   Entender o processo de criação de uma legislação trabalhista que culmina na Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, considerada marco fundamental da história dos direitos sociais no Brasil;
   Identificar as linhas positivistas que influenciam na produção do Código Penal de 1940 e do Código de Processo Penal de 1941.
ACOMPANHE A LINHA DO TEMPO
1936 - Sérgio Buarque de Holanda publica seu 1º - Raízes do Brasil.
É oficializado o 1º concurso de fantasias, realizado no Municipal.
Cantoras do rádio, marchinha de Lamartine Babo, João de Barro e Alberto Ribeiro, gravada na Odeon por Aurora e Carmen Miranda:
É inaugura da Radio Nacional
1937- Uma nova constituição para o Brasil
É iniciada a construção da maior estação de trens do Brasil, a D. Pedro II, no Rio de Janeiro. 
No Rio é inaugurado o Museu Nacional de Belas Artes. 
Linda Batista é eleita a Rainha do Rádio e detém o título por onze anos.
Balance marchinha de João de Barro e Alberto Ribeiro, gravada na Odeon por Carmen Miranda: 
ESTADO NOVO – CONSTITUIÇÃO DE 37
A essência autoritária e centralista da Constituição de 1937 a colocava em sintonia com os modelos fascistizantes de organização político-institucional então em voga em diversas partes do mundo, rompendo com a tradição liberal dos textos constitucionais anteriormente vigentes no país. Sua principal característica era a enorme concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo. Do ponto de vista político-administrativo, seu conteúdo era fortemente centralizador, ficando a cargo do presidente da República a nomeação das autoridades estaduais, os interventores. Aos interventores, por seu turno, cabia nomear as autoridades municipais.
A RÁDIO NACIONAL (inaugurada - 12 de setembro de 1936, faz parte da história radiofônica brasileira).
O programa inaugural teve a participação da Orquestra do Teatro Municipal, sob a regência do maestro Henrique Spedini. 
Três meses depois da inauguração, a rádio incluiu trechos de rádio-teatro entre os números musicais e em 1945 estreou a primeira história-seriada do rádio brasileiro: Em Busca da Felicidade, romance do cubano Leandro Blanco adaptado por Gilberto Martins.
Pela Rádio Nacional passaram atores como Walter D`Ávila, Mário Lago, Oduvaldo Viana, Paulo Gracindo, Henriqueta Brieba e cantores como Cauby Peixoto, Ivon Curi, Nelson Gonçalves, Dolores Duran, Emilinha Borba e o grupo Os Cariocas.
A emissora também foi a primeira a ter redação exclusiva para noticiários. A Rádio Nacional mantinha uma equipe no Palácio do Catete para transmitir diretamente da sede do Governo da República o boletim Aconteceu no Catete. 
A emissora carioca foi o berço da época de ouro do rádio no Brasil e o principal veículo de comunicação nas décadas de 40 e 50
1938- 
O salário mínimo foi regulamentado em abril.
Morrem Lampião e Maria Bonita e 11 cangaceiros, emboscados, em Sergipe.
Graciliano Ramos publica Vidas Secas e Érico Veríssimo Olhai os lírios do campo.
Integralistas tentam matar Getúlio Vargas e tomar o poder
Pastorinhas - marchinha de Noel Rosa e João de Barro, gravada na RCA por Silvio Caldas.
1939 – 
Alemanha invade a Polônia e começa a II Guerra Mundial. O Brasil declara-se neutro. 
Para o cálculo do custo de vida, é definida por lei a cesta básica de alimentos suficiente para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas. 
É criado o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda. A partir daí só se pode falar bem do governo.
Jorra petróleo pela 1ª vez no Brasil no poço Lobato na Bahia. 
Torna-se obrigatória a exibição, em cada cinema, de um filme nacional por ano.
E realizada a 1º demonstração de TV no Rio de Janeiro.
Carmen Miranda e o Bando da Lua embarcam para uma promissora carreira nos EUA.
A jardineira, marchinha de Benedito Lacerda e Humberto Porto, gravada originalmente na RCA Victor por Orlando Silva:  
No Brasil surgem movimentos pró-democracia, impulsionados pela participação do Brasil na 2ª GM do lado dos aliados;
Contradição: Governo Brasileiro simpatizante do Fascista-Estado Novo de um lado e de outro Luta contra forças nazifacistas;
 O	 governo brasileiro era de ditadura e tinha tendências profacista e lutou na 2ª GM contra nazifacismo;
Surgem movimentos como:
Manifesto Mineiro: foi um documento assinado por intelectuais, políticos, funcionários públicos, o objetivo deles eram as eleições, exigiam a convocação de eleições e queriam o fim do Estado Novo, promovendo a democracia. O movimento foi reprimido pelo governo, foi o primeiro movimento pela democracia;
O governo começou a ser pressionado por todo Brasil, então, Getúlio Vargas marca eleições para o pós-Guerra.
ESTADO NOVO – 1937 - 1945
Começou a Ditadura fascista (os integralistas apoiavam e estavam no poder);
-          Já existia uma Constituição antes do golpe, mas se criou outra Constituição; 
Constituição de 1937 
-          A Constituição de 1937 foi fascista, quem escreveu foi Francisco Campos;
-          A Constituição de 1937 foi chamada de Polaca (foi baseada, foi à imagem da Constituição da Polônia, que era fascista também);
-          Ela dava plenos poderes ao Executivo;
-          Os estados seriam governados por interventores nomeados por Vargas, era uma Ditadura;
-          Vargas faz uma ressalva, proibiu qualquer partido ou agremiação no Brasil, a AIB é lançada na clandestinidade; 
> Atentado Integralista: 
-          A AIB foi lançada na clandestinidade, os integralistas se sentiram traídos e tentaram tomar o poder, queriam matar Vargas;
-          Fazem o Atentado Integralista (1938), o líder foi Plínio Salgado, o movimento fracassou e a maioria das pessoas foi morta ou presa;
-          Plínio foi exilado em Portugal;
-          A Ditadura começava de verdade;
-          O período ditatorial é marcado por uma notória intervenção do Estado em todos os campos, caracterizando um Estado de Tendências totalitárias;
-          Vargas criou:
 DASP (Departamento de Administração Serviço Público): faz a centralização administrativa, cria a burocracia;
DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda): foi o primeiro governo “marketeiro”, viu que marketing era bom para o governo, faz Propaganda para o Governo e estabelece a Censura. Cria a Voz do Brasil (Vargas fala do seu governo para fazer propagandas);
Economia- 1930-1945 
-          A partir de 1930 o nacionalismo de tendências industrializantes fez-se presente. Investimentos: parte do capital privado era oriundo do café paulista. Contudo, a industrialização brasileira foi dinamizada com capital do Estado, pois a iniciativa privada não tinha condições de investir na indústria de base;
-          Com a depressão pós-30 (queda da bolsa de 1929), EUA e Europa deixam de comprar café brasileiro. O Governo de Vargas comprava a produção e queimava-a no Porto de Santos. Há destruição de parte da plantação. O dinheiro que o cafeicultor recebe do Governo pelo café é  empregado na indústria;
-           Gradualmente o café foi sendo substituído pela indústria;
-          Tem-se o início das tendências urbanas;
-          O Brasil não tinha infraestrutura, o Estado é obrigado a investir na indústria de base;
-Tem ampliação do “leque” econômico do Brasil;
-          Vargas faz a “marcha para o Oeste” (ligação entre o litoral e interior). Tem a construção de Goiânia. 
Brasil na Segunda Guerra Mundial 
Eixo X Aliados;
Eixo (Itália, Alemanha, Japão), tinha tendências totalitaristas, nazifascistas e queriam dominar o mundo;
Aliados (Inglaterra, França, EUA, União Soviética) conta com mais de 52 países;
O Brasil de 1939 a 1943 fica neutro, pois tinha simpatizantes dos dois lados;
O Brasil tinha uma posição geoestratégica disputada pelos rivais. A Alemanha oferece dinheiro.
Os EUA oferecem financiamento para a construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional);
O Brasil declara, então, apoio aos aliados;
 No Rio Grande do Norte é feito uma base naval;
O Brasil oferece comida, roupa, enfim suprimentos para a Europa;
O Brasil é atacado pelos alemães (2 navios brasileiros são afundados). Muitos dizem que os EUA afundaram para obrigar o Brasil a entrar na Guerra.
A Consequência da 2ª Guerra Mundial no Brasil 
No Brasil surgem movimentos pró-democracia, impulsionados pela participação do Brasil na 2ª GM do lado dos aliados;
-          Contradição: Governo Brasileiro Fascista- Estado Novo de um lado e de outro Luta contra forças nazifascistas;
-          O governo brasileiro era de ditadura e tinha tendências pró-fascista e lutou na 2ª GM contra nazifascismo;
-          Surgem movimentos como:
·         Manifesto Mineiro: foi um documento assinado por intelectuais, políticos, funcionários públicos, o objetivo deles eram as eleições, exigiam a convocação de eleições e queriam o fim do Estado Novo, promovendo a democracia. O movimento foi reprimido pelo governo, foi o primeiro movimento pela democracia;
-          O governo começou a ser pressionado por todo Brasil, então, Getúlio Vargas marca eleições para o pós-Guerra;
-          A Guerra termina e ocorre uma manifestação em todo o Brasil, são 100 mil pessoas em São Paulo, tem ainda a volta dos pracinhas e todos pedem Eleições Já;
-          Os pracinhas tiveram a aproximação com os EUA, passam a adotar ideias democráticas;
-          Getúlio Vargas convoca finalmente as eleições;
-          O candidato de Vargas era Dutra. O exército era contra o Governo de Vargas, queria a saída dele;
-          Getúlio lança o “Queremismo” (Queremos Getúlio), era o movimento que pedia que Getúlio ficasse. Vargas pagou os manifestantes para que ocorresse esse movimento, eles eram sindicalistas e operários, que viam Getúlio como pai e defensor dos pobres. Esse movimento começa a crescer;
-          O Exército temendo que Vargas não saísse do poder se precipita e promove um Golpe Preventivo para garantir as eleições;
-          Promoveu-se um Golpe Preventivo para garantir democracia, dá-se um Golpe para ter democracia, é no mínimo contraditório;
-          Getúlio foi deposto e torna-se senador nas eleições de 1945 e continua a campanha pró-Dutra, apoia Dutra, que é eleito.
1940 - Código penal 
É criado o salário mínimo 
É fundada a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
É inaugurada a PUC do Rio de Janeiro. 
O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) fecha as portas do jornal O Estado de S. Paulo (até 1945) acusado de participar de uma conspiração contra o Estado Novo. 
No Rio, o chefe da polícia fecha e maior recinto de prostituição do mundo, o “Mangue”. 
inaugurado o Autódromo de Interlagos em São Paulo 
Cai, cai, Samba de Roberto Martins, gravado originalmente na Columbia por Joel e Gaúcho: 
1941 –
É inaugurada a Usina de Volta Redonda da CSN, Companhia Siderúrgica Nacional. 
Estreia na rádio Nacional (Rio) e na Record (São Paulo), o noticiário Repórter Esso.
Aurora, marchinha de Roberto Roberti e Mário Lago, gravada na Columbia por Joel & Gaúcho: 
1942- 
Os navios brasileiros Cabedelo, Buarque e Olinda, são torpedeados pelos alemães e força o Brasil ter uma participação mais efetiva na guerra.
No lugar do real (desde 1500) (réis no plural), é instituída nova moeda no Brasil, o cruzeiro.
O brasileiro começa a beber Coca-Cola fabricada aqui.
Torna-se obrigatório o cinejornal, acompanhando qualquer programação cinematográfica.
No Rio, sai pela primeira vez na quarta-feira de cinzas, o Bloco Chave de Ouro.  
Ai, Que saudades da Amélia, samba de Ataulfo Alves e Mário Lago, gravado na Odeon por Ataulfo Alves.
1943-
Nega do cabelo duro, samba de Rubens Soares e David Nasser, gravado na Columbia pelos Anjos do Inferno 
1945- 
Tropas brasileiras fazem 14.779 prisioneiros, incluindo toda a 148ª Divisão de Infantaria alemã, em Fornovo, Itália, durante a 2ª Guerra Mundial.
1950- 
homologada a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência.
REVENDO A HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
Com a proclamação da República, o trabalho desenvolvido por Batista Pereira foi interrompido, entretanto, o então Ministro da Justiça do governo provisório, Campos Sales, renovou-lhe o encargo de preparar o novo Código Penal, trabalho que foi terminado em pouco tempo e remetido à apreciação de uma comissão de juristas que foi presidida pelo próprio ministro. 
Em 11 de outubro do ano de 1890, foi o Código transformado no “Código Penal Brasileiro”, e por decreto datado em 6 de dezembro do mesmo ano, foi marcado o prazo de seis meses para a sua execução em todo o território nacional.
Aníbal Bruno (v.1, p.166) lembra que: 
O primeiro Código Penal da República foi menos feliz que o seu antecessor. A pressa com que foi concluído prejudicou-o em mais de um ponto, e nele a crítica pode assinalar, fundadamente, graves defeitos, embora muitas vezes com excesso de severidade. Não tardou a impor-se à ideia de sua reforma, e menos de três anos depois de sua entrada em vigor, já aparecia o primeiro projeto de Código para substituí-lo.
     	João Monteiro, por sua vez, alegou ter sido o pior Código de todos e como se não bastasse, Plínio Barreto também não lhe poupou críticas.
    	 As deficiências do referido código eram realmente notáveis e foi preciso desde logo alterá-lo por via de inúmeras leis, procurando-se suprir as falhas constantes no mesmo. 
Tamanhas foram as deficiências que o código de 1890 havia incriminado a greve pacífica em seu art. 206, mas tal reação provocou uma repulsa tão grande que foi necessário modificá-la de pronto, o que foi feito por via do Decreto Lei de 12-12-1890, ou seja, dois meses após o aparecimento do código. 
Entre os atos legislativos mais importantes que se sucederam, estão os Decretos Leis de 2.110, de 30-09-1909, e 4.780, de 27-12-1923, que dispunha acerca do peculato, moeda falsa e outras falsificações; o Decreto Lei 2.321, de 30-12-1910 que versou sobre loterias e rifas; a Lei 2.992, de 25-09-1915, chamada de Lei Mello Franco, com novas disposições para a repressão do lenocínio e atentados ao pudor, conforme as conclusões da Conferência de Paris, de 1902; a Lei 3.987, de 02-01-1920, e o Decreto Lei 14.354 de 15-09-1920, sobre falsificação e adulteração de gêneros alimentícios e medicinais; o Decreto 4.269, de 17-01-1921, sobre repressão ao anarquismo; o Decreto Lei 4.292 de 06-07-1921, sobre venda de entorpecentes; as leis de imprensa, de 1923 e 1934; bem como o Decreto 16.588 de 06-09-1924, que introduziu na nossa legislação a suspensão condicional da pena, e o Decreto 16.665 de 06-11-1924, que regulou o livramento condicional. 
Vale ressaltar que essas duas últimas medidas já eram reclamadas há muito pelas novas ideias que então vigoravam, contra o cumprimento das penas privativas da liberdade de curta duração, favorecendo a liberação do réu antes de finda a pena e estimulando seu bom comportamento carcerário. 
O Código de Menores que surgiu em 1927 trouxe também alterações significativas a muitas disposições penais relativas a menores existentes no Código Penal na época.
Apesar de todas as críticas vexatórias recebidas, o Código resistiu firmemente às ideias reformistase foi recebendo alterações e aditamentos, conforme demonstrado acima, que tinham por fim precípuo sanar os defeitos, completá-lo em alguns pontos e até ajustá-lo às novas condições. 
Na época, o Desembargador Vicente Piragibe foi quem compilou as leis esparsas que visavam a retificação ou complementação do Código, sistematizando-as em um corpo de dispositivos que passou a ser chamados de Consolidação das Leis Penais, obra de grande valor, pois facilitava imensamente a todos quantos tinham de indagar qual o direito penal vigente, sendo oficializada por meio do decreto de 14 de dezembro do ano de 1932.
     Como referido na Exposição de Motivos do Código Penal vigente, com o Código de 1890 nasceu a tendência de reformá-lo. 
Pois bem, em 1891 foi nomeada na Câmara dos Deputados uma comissão para efetuar a revisão do código, no qual presidiu João Vieira de Araújo que era professor da Faculdade de Direito do Recife, e em 1893 o mesmo apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de reforma, projeto este que embora revelasse um progresso em relação ao código vigente da época, também não deixou de apresentar falhas. 
Logo após, em análises feitas e pareceres opostos redigidos acerca do projeto, merecem citação o parecer feito por Batista Pereira em nome do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil e ainda do Prof. João Monteiro, em nome da Faculdade de Direito de São Paulo. 
Pouco tempo depois, em virtude dos pareceres opostos, João Vieira apresentou um substitutivo que foi aprovado pela Câmara, mas não teve seguimento no Senado.
Em 1910, o então Ministro Esmeraldino Bandeira alegava a extrema e urgente necessidade da substituição do código, tendo o congresso no ano seguinte, ou seja, em 7 de janeiro de 1911 autorizado o Poder Executivo a realizar um projeto de reforma, o que não resultou em nada. 
Em 1913, Galdino Siqueira apresenta ao governo um projeto de código, que nem sequer foi objeto de estudos por parte do Poder Legislativo. 
Em 1916 foi a vez do Instituto da Ordem dos Advogados na cidade do Rio de Janeiro, pleitear uma urgente reforma das Leis Penais vigentes à época.
     O desembargador Sá Pereira incumbiu-se da elaboração do novo projeto, por determinação expressa do Governo Arthur Bernardes, sendo publicado sua parte geral no Diário Oficial em 10 de novembro de 1927, e ainda, em 23 de dezembro de 1928 foi publicado o projeto completo com toda parte geral reformulada. 
É de se ressaltar que tal projeto foi intimamente influenciado pelo Projeto do Código Penal Suíço, da lavra de Stoos, bem como dos projetos sueco e italiano (projeto Rocco), e ainda pelo Código Penal da Argentina, o que se fazia perceptível em sua leitura, e por mais uma vez não prosperou, embora considerado uma obra digna do desenvolvimento da ciência jurídica na época.         
Em 1930, iniciou a Câmara dos Deputados o exame do referido projeto, quando sobreveio a revolução que levou Getúlio Vargas ao poder. 
O governo provisório determinou a revisão do projeto por uma subcomissão legislativa, de que fazia parte Sá Pereira, Evaristo de Morais e Mário Bulhões Pedreira, preparando-se assim um projeto revisto, que foi dado à luz em 1935. 
Por mais uma vez as críticas ferrenhas se fizeram presentes, principalmente aquelas exaradas na Conferência Brasileira de Criminologia que fora realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1936 que desgastaram em muito o referido Projeto, e por fim, o motivo maior do fracasso se deu em virtude do golpe de Estado ocorrido em 10 de novembro de 1937 que dissolveu o Congresso que por sua vez não aproveitou o projeto, sepultando-o de vez.
Dois outros Códigos completam o período republicano, sendo eles o Código Penal de 1940 e o Código Penal de 1969, abaixo analisados.
CÓDIGO PENAL DE 1940
Ao instaurar-se um novo regime no Brasil, intitulado de Estado Novo, o então Ministro Francisco Campos incumbiu o Prof. Alcântara Machado de elaborar um anteprojeto do Código Penal, que por sua vez desincumbiu-se logo e no dia 15 de Maio de 1938, apresentando um anteprojeto da Parte Geral, completando o trabalho em agosto do mesmo ano publicando destarte, o “Projeto de Código Criminal Brasileiro”, já constando a exposição de motivos.
A revisão do projeto foi composta por uma comissão de renomados juristas da época, dentre eles faz-se constar: Nelson Hungria, Roberto Lyra, Narcélio de Queiroz e Vieira Braga, tendo também colaborado o grande mestre Costa e Silva. 
Curiosamente, ao mencionar o nome de Costa e Silva como componente da referida revisão, o mesmo afirma que não participou da comissão por motivos de saúde, afirmando ainda que sua colaboração resumiu-se apenas para encaminhar sugestões à comissão constituída pelo Governo. Ao final, o certo é que o próprio Costa e Silva afirma que muitas de suas ideias foram consagradas pelo código, o que nos leva a crer que por meio desta afirmação o mesmo confessa ter participado da referida comissão. (A J. da Costa e Silva, Direito Penal, vol. 1, págs. 8 e 9, ed. da companhia Editora Nacional.)
Houve grandes divergências entre Alcântara Machado e a comissão revisora, tendo em vista que o projeto deste foi substancialmente modificado, embora sobre seu projeto desenvolveu-se o trabalho de onde se originou o novo Código, que por sua vez, foi sancionado em 7 de dezembro de 1940 e entrou em vigor em 1° de janeiro de 1942.
Embora o Código de 1940 tenha partido do Projeto Alcântara Machado, o mesmo teve em sua mira o Projeto Sá Pereira e ainda, projetos de Códigos originados da Europa cuja corrente chamada política criminal, acabou por filiar-se ao nosso estudo. 
Para Nélson Hungria (v.1, p.127) “o projeto Alcântara Machado está para o Código Penal, como o projeto Clóvis está para o Código Civil”. 
Basileu Garcia (v.1, p.127) por sua vez, afirma que “o Código não corresponde exatamente ao Projeto Alcântara Machado, pois muitas modificações viscerais foram realizadas pela comissão”. 
O Ministro Francisco Campos na Exposição de Motivos de n° 86, afirmou que “da revisão resultou um novo projeto”, seguindo destarte, a mesma linha de pensamento que Basileu Garcia. Sob o mesmo prisma, temos as palavras de Costa e Silva (v.1, p.8) sobre a mesma temática: 
O projeto Alcântara Machado foi, como se exprimiu o Ministro Francisco Campos, um grande passo para a reforma da nossa lei penal. Nada mais do que isso. Entre ele e o Código encontram-se numerosos pontos de semelhança: são aqueles em que ambos (às vezes com pouca felicidade) copiaram os seus modelos prediletos – o código italiano e o suíço. Mas traços inconfundíveis os distinguem. Há mais originalidade na obra da comissão do que na do professor paulista. A sua técnica é mais perfeita.
Doutrinadores da época, e hoje não é diferente, afirmam que o Código de 1940 se perfaz como sendo uma obra eclética, tendo em vista que concilia no seu texto as ideias dos neoclássicos com o positivismo, ficando salientado pela própria Exposição de Motivos.
Como qualquer outra obra de tamanha grandeza, o referido Código não poderia ser diferente dos demais e apresentou alguns defeitos que ficaram evidentes ao serem demonstrados ao longo dos seus trinta e sete anos de aplicação, mesmo assim é considerado como uma obra ímpar no meio da ciência penal do país, tanto é que se tornou uma obra recebedora de vários elogios referenciais da crítica estrangeira.
Embora tenha sido elaborado durante um regime ditatorial, o Código penal de 1940 incorpora fundamentalmente as bases de um direito punitivo democrático e liberal, sendo que seu único vestígio autoritário aparece na disciplina dos crimes contra a organização do trabalho, que, inspirada no direito italiano, estabelece sistema de excepcional rigor na repressão dos ilícitos penais relacionados com a greve, que se configura com a mera paralisação do trabalho com o concurso de pelo menos três empregados (art. 200, Parág. único, Código Penal).  
A legislação penal foi complementada com o surgimento da Lei das Contravenções Penais em1941, ainda em vigor e diversas outras leis penais extravagantes, tais como: o Código Penal Militar, de 1944 (substituído posteriormente pelo Código de 1969); Lei de Imprensa, de 1953 (substituída posteriormente pela Lei n° 5.250, de 1967 e que recentemente foi declarado pleno do STF a sua não recepção pela CF/88); Lei de economia popular (Lei n° 1.521, de 1951); Lei de segurança do Estado, de 1953 (revogada posteriormente pelo Decreto-Lei n° 898, de 1969). 
Têm-se ainda os dispositivos concernentes aos crimes falimentares (previstos no Dec.-Lei nº 7.661/45 atualmente substituído pela Lei 11.101/2005); os crimes contra a propriedade industrial (previstos no Código de Propriedade Industrial, DL n° 7.903, de 1945); os crimes de responsabilidade (Lei n° 1.907, de 1950, e DL n° 201, de 1967); os crimes eleitorais (previstos no Código Eleitoral, Lei n° 5.197, de 1967), os crimes florestais (previstos no Código Florestal, Lei n° 4.771, de 1965) e por fim, crimes de pesca, previsto no Decreto-Lei n° 221, de 1967.
Permanece, portanto, em vigor, o Código Penal de 1940, com algumas alterações que lhe foram introduzidas, dentre as quais as referentes à lei de n° 6.416 de 1977, que inseriu em seu bojo os estabelecimentos penais semiabertos e abertos, de que é espécie a prisão-albergue.
O Código Penal vigente é dividido pela parte geral, que cuida dos lineamentos de todo o sistema penal e a parte especial, que descreve as figuras típicas, ou crimes. 
A parte geral compreende-se de oito títulos, dando-se as penas e medidas de segurança. A parte especial por sua vez, possui onze títulos, cada qual se refere a um bem jurídico tutelado como a vida, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, os costumes, a família, dentre outros.
No dia 3 de outubro do ano de 1941, foi promulgado o Código de Processo Penal e na mesma data a Lei das Contravenções Penais, surgindo logo após o Código Militar, mais precisamente em 24 de janeiro de 1944.
É importante salientar que ao longo do tempo surgiram diversas obras de diversos juristas brasileiros, umas abrangendo apenas a parte geral, outras a parte especial e por fim algumas interpretam todo assunto proposto, o que nos leva a concluir que o referido Código contribuiu sistematicamente com o desenvolvimento na literatura penalista pátria.
O CÓDIGO PENAL DE 1969 – UM QUASE CÓDIGO DA DITADURA MILITAR
Com o restabelecimento da Democracia em 1945 e com o advento de uma nova Constituição em 1946, pensou-se logo em um novo Código Penal, sendo assim, o douto jurista Nelson Hungria que foi ministro do Supremo Tribunal Federal e revisor do anteprojeto que se transformou no Código Penal de 1940  destacou ao governo a incumbência de elaborar o anteprojeto de Código Penal, sendo este apresentado em 1963 e divulgado amplamente para que pudesse receber as mais diversas sugestões, dentre muitas, destaca-se as ofertadas pelos Conselhos da Ordem dos Advogados e ainda, aquelas obtidas pelo ciclo de conferências e debates realizados em São Paulo, sob os cuidados do Instituto Latino Americano de Criminologia, oportunidade em que o insigne penalista teve a oportunidade de ouvir as mais diversas críticas acerca do seu trabalho e ainda, pode rebater algumas acatando por fim, as mais condizentes.
No ano de 1964, o então Ministro Francisco Campos designou uma comissão revisora da qual se fizeram presentes os professores Aníbal Bruno, seu presidente, Heleno Cláudio e por fim o próprio autor do anteprojeto, cujo trabalho mesmo após as devidas revisões, não foi divulgado.
Submeteu-se o projeto novamente a outra revisão composta pelos professores Benjamin Moraes Filho, Heleno Cláudio Fragoso e Ivo D’Aquino, “levando-se em conta, inclusive, a necessidade de uniformizar os textos dos projetos de Código Penal e de Código Penal Militar”.(Exposição de Motivos, do Ministro Luiz Antônio da Gama e Silva (n° 2)).
Mesmo não havendo a pretensão de se elaborar um Código totalmente novo, haja vista que o Governo considerava o Código de 1940 como a melhor codificação feita até então, um inovador estatuto que foi convertido em lei por via do Decreto-lei n°1.004, de 21 de outubro de 1969, de pronto começou a ser bombardeado com inúmeras críticas, dentre muitas, cabe-nos citar a adoção da pena indeterminada, que foi considerada uma inovação absurdamente inviável e ainda, a redução prevista para dezesseis anos a idade mínima para a imputabilidade, sendo esta dependente de exame criminológico para verificar a devida capacidade de entendimento e autodeterminação do agente.
O Código original sofreu algumas alterações em 31 de dezembro de 1973, por meio da lei n° 6.016/73, atendendo-se a muitas das críticas formuladas, no entanto, foi derrogado sem nunca entrar em vigor. A referida Lei que tinha sua vigência determinada para o dia 1° de agosto de 1970 era adiada constantemente (adiamento que se deu por quase dez anos), sob as alegações de que seria mais viável que a mesma entrasse em vigor juntamente com o novo Código de Processo Penal, cujo projeto foi de autoria do Prof. Frederico Marques e chegou a tramitar pelo Congresso Nacional.
     Interessante frisar que entremeio tantas críticas desfavoráveis na época, o novo Código foi reverenciado por Pietro Nuvolone (1974, p.31/38) que afirmou: 
[...] este Código apresenta-se, no momento histórico atual, como uma tentativa de aplainar conceitualmente antíteses substanciais, de indicar, aos esquemas tradicionais, com instrumentos diversos, novos caminhos para resolver o problema da luta contra a criminalidade. 
Em síntese, vigoraram no Brasil as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas seguindo-se do Código Criminal do Império em 1830, o Código Penal Republicano de 1890 e a Consolidação das Leis Penais de 1932.
Atualmente vigora no Brasil o estatuto do Código Penal de 1940 (Dec. Lei n°2.848, de 7-12-40), que sofreu importantes alterações em 1977 (Lei 6.416, de 24-05-77), uma reformulação de sua Parte Geral em 1984 (Lei 7.209, de 11-07-84) e mais recentemente alterações em sua Parte Especial por meio da Lei 12.015/2009. 
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
Aula 10 : O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O PERÍODO DA EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA (DE 1946 A 1964)
	EMENTA
Compreender o contexto social, político, econômico e mental do período, que servem de base para a produção jurídica em um ambiente formalmente democrático; 
• Entender como o processo político internacional pressiona a assunção de um regime democrático, mesmo que capitaneado por personagens políticos ligados à tradição autoritária de exercício do poder estadonovista;
• Analisar a Carta de 1946 em seu modelo democrático-liberal, fundamentalmente no que se refere à organização do poder, ao critério democrático de escolha dos representantes do povo e aos direitos fundamentais estabelecidos na Carta;
• Sintetizar o intenso e tumultuado quadro sociopolítico brasileiro vivenciado no período entre 1946 e 1964.
Dutra efetiva em 1945 as eleições, para isso tinha que ter partidos, os quais foram excluídos na Ditadura de Getúlio Vargas;
-          Surge o Pluripartidarismo e tem a Anistia de presos políticos;
-          Luiz Carlos Prestes é libertado e cria o PCB e é eleito senador, assim como Getúlio e Jorge Amado;
-          Pluripartidarismo:
·         PCB (esquerda): Líder: Luiz Carlos Prestes;
·         UDN (direita): grandes latifundiários, empresários internacionais;
·         PSD (moderados de direita): moderados, pequenos proprietários, elite, são patrões, é de direita. Líder: Getúlio;
·         PTB (esquerda): proletários, funcionários. Líder: Getúlio. Vargas se elegeu por ele. 
-          PTB + PSD X UDN;
-          O PSD é o maior partido do Brasil, tem a elite e o maior potencial de crescimento, projeção na política nacional;
-          Convoca-se a Assembleia Nacional Constituinte e cria-se aí a Constituição de 1946.
Constituição de 1946: 
·Foi uma constituição promulgada;
·         Teve participação comunista (Prestes);
·         Teve ideias Liberais e Democráticas;
·         Teve equilíbrio dos 3 poderes;
·         Teve eleições para todos os cargos;
·         Foram mantido os avanços sociais (Defesa da Mulher, leis trabalhistas);
·         Foi proibido ao executivo cassar mandados e fechar partidos. 
Tem-se o início da Bipolarização do mundo no Pós-Guerra: URSS X EUA;
-          O Brasil é pressionado e ocorre o alinhamento com os EUA, é um espécie de entreguismo no nacionalismo. Tem a entrada das multinacionais no Brasil, como a Standard Oil (Esso); 
-          O Governo de Dutra teve uma política anticomunista; 
 A CONSTITUIÇÃO DE 1946
O mandato presidencial foi fixado em cinco anos.
Proibição da reeleição para cargos executivos. 
As atribuições do Congresso foram fortalecidas, principalmente as que diziam respeito à inspeção das ações do Executivo. Todas as medidas administrativas ou de política econômica do governo, mesmo as de curto prazo, deveriam receber a autorização do Congresso.
Foi restaurado o princípio federalista, estabelecendo-se a divisão de atribuições entre a União, os estados e os municípios. Esse controle congressual, no entanto, terminaria por ser evitado pelos presidentes da República que se sucederam, os quais tiveram ampla liberdade para criar órgãos de natureza técnica. Por sua vez, principalmente no segundo governo Vargas (1951-1954) e no governo Juscelino Kubitschek(1956-1961).
Ampliou a obrigatoriedade do voto feminino, antes restrita às mulheres que exercessem cargo público remunerado. 
Quanto à composição da Câmara dos Deputados, foi estabelecido um critério que beneficiou a representação dos estados de menor população em detrimento dos estados mais populosos. Essa medida, justificada pelo argumento da necessidade de se manter o equilíbrio federativo, terminou por fortalecer os grupos políticos mais conservadores, amplamente majoritários nos estados menores, em detrimento de agremiações que tinham maior representação em estados mais populosos, como os partidos à esquerda do espectro político.
Direitos sociais, também foram ampliados com a introdução dos seguintes preceitos: 
salário mínimo capaz de atender às necessidades do trabalhador e de sua famílias; 
participação obrigatória e direta do trabalhador nos lucros da empresa; 
proibição de trabalho noturno a menores de 18 anos; 
fixação das percentagens de empregados brasileiros nos serviços públicos dados em concessão e nos estabelecimentos de determinados ramos do comércio e da indústria; 
assistência aos desempregados; 
obrigatoriedade da instituição, pelo empregador, do seguro contra acidentes do trabalho; 
direito de greve; 
liberdade de associação patronal ou sindical; 
foram mantidos os direitos de salário do trabalho noturno superior ao do diurno e de repouso nos feriados civis e religiosos, inovações da Carta de 37.
Os direitos culturais, ampliaram-se os de 1934, com o acréscimo das seguintes estipulações: 
gratuidade do ensino oficial superior ao primário para os que provassem falta ou insuficiência de recursos; 
obrigatoriedade de manterem as empresas, em que trabalhassem mais de	100 pessoas, ensino primário para os servidores e respectivos filhos, obrigatoriedade de ministrarem as empresas em cooperação, aprendizagem aos seus trabalhadores menores; 
instituição de assistência educacional, em favor dos alunos necessitados, para lhes assegurar condições de eficiência escolar. 
A Constituição de 1946 vigorou, formalmente, até que sobreviesse a Constituição de 1967. Contudo, a partir do golpe que se autodenominou Revolução de 31 de março de 1964, sofreu múltiplas emendas e suspen­são da vigência de muitos de seus artigos. Isto aconteceu por força dos Atos Institucionais de 9 de abril de 1964 (posteriormente considerado como o de nº1) e 27 de outubro de 1965 (Ato Institucional n.º 2 ou AI-2). 
A rigor, o ciclo constitucional começado em 18 de setembro de 1946 encerrou-se a 1º de abril de 1964, com quase 18 anos de duração. Sob o império da Constituição de 1946 estiveram garantidos os Direitos Humanos.
Dutra faz um plano econômico: o SALTE ( Saúde, Alimentação, Transporte e Energia);          Durante o governo ele permite a entrada de capital estrangeiro;
Dutra se aproxima dos udenistas;-          
É chamado de entreguista;        
O plano foi um fracasso, não conseguiu alcançar as suas metas;
Dutra termina com um governo fraco, foi um governo liberal e democrático ( A constituição de 1946 foi promulgada);
Em 1950 há eleições para presidente: PTB : Getúlio Vargas;·  UDN: Eduardo Gomes- apoiado por Dutra.
Vargas vence com 48% dos votos;       
A UDN quis dar um golpe argumentando que Vargas não havia atingido 50% dos votos, não havia nenhuma lei que dizia a respeito, foi uma mobilização superficial. 
Segundo Governo de Getúlio Vargas- 1951-1954
Foi um governo nacionalista e populista;
-          Controla a economia, estimula  a produção interna, proíbe a entrada de capital estrangeiro, investe na poupança interna, nas indústrias, é um governo voltado para os sindicatos;
-          Lança o marco de seu governo “O Petróleo é nosso” que se tornou um movimento de massa;
-          Vargas começa a ser criticado pelos udenistas, multinacionais do EUA, empresários entreguistas e outros;
-          Movimentos operários reivindicam aumento do salário mínimo, mas Vargas está prensado e pressionado pelos dois lados, não pode dar aumento pois está pressionado pela oposição dos udenistas;
-          Em 1953 nasce a Petrobrás, que monopolizava o refino e a extração. Foi um grande feito de Vargas. A Esso e a Shell são prejudicadas, pois não podiam refinar o petróleo. As bacias atualmente são leiloadas;
-          No Estado Novo Vargas fez a CSN, no período democrático fez a Petrobrás, são os dois grandes feitos de Vargas;
-          Vargas estava pressionado pelos operários e pelos empresários;
-          João Goulart (Jango) era o ministro do trabalho, faz uma proposta oferecendo 100% de aumento do salário mínimo. Vargas demite o ministro. Jango sai como vítima, com prestígio. O aumento se concretiza em 1 de maio de 1954;
-          A imprensa passa a criticar o governo de Vargas, são críticas cada vez mais fortes;
Crítico que se destaca é Carlos Lacerda (udenista e conservador). As críticas passam a ser violentas. Carlos sofre atentado, o major que acompanhava ele morre, com as investigações chega-se a Gregório Fortunato (segurança de Vargas só poderia ter feito em nome de Vargas);
-          A aeronáutica e o exército pedem a renúncia incondicional de Vargas;
-          Em 24 de agosto de 1954 Getúlio Vargas escreve uma carta e comete suicídio; 
-          O suicídio de Vargas deve ser visto como ato político, seu corpo criou símbolo de luta contra a oposição;
-          Vargas deixa seu legado a João Goulart;
-          O vice de Vargas era Café Filho. Durante seu governo as forças udenistas se organizam e influenciam bastante na sua administração;
-          Ocorrem as Eleições em 1955;
-          O PSD e o PTB querem alcançar o poder;
-          O candidato para presidente é do PSD - Juscelino Kubitschek e o vice é do PTB - João Goulart;
-          JK recebe 36% dos votos;
-          Os udenistas tentam impedir a posse de JK;
-          Em 1956 ocorre outra vez um Golpe Preventivo dado pelo exército para permitir a posse de JK, quem dá o golpe é o general Henrique Lott.
Ascensão de JK
Na noite do dia 5 de agosto de 1954, o major-aviador Rubens Vaz foi assassinado em um atentado na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, cujo alvo era o jornalista Carlos Lacerda, conhecido opositor do Presidente Getúlio Vargas. Os indícios do envolvimento de membros da guarda pessoal de Vargas no crime intensificaram as pressões políticas e militares sobre o Presidente. Pressionadoa renunciar ou se afastar temporariamente do cargo, Vargas se suicidou no Palácio do Catete na manhã do dia 24 de agosto do mesmo ano. No mesmo dia, o vice-presidente da República, João Café Filho, assumiu o poder. As eleições do ano seguinte prometiam sacudir o país.
Com o apoio da maioria dos diretórios do Partido Social Democrata (PSD), Juscelino Kubitschek enfrentou a resistência ao seu nome e se impôs como candidato à Presidência da República em fevereiro de 1955. O suicídio do Presidente Getúlio Vargas no ano anterior agravara a crise institucional do país. Em 31 de março, quando deixou o governo de Minas Gerais para se lançar em campanha, JK foi vítima de um implacável complô dos adversários políticos e de setores da imprensa, que se empenhavam em apresentá-lo à opinião pública e aos militares como uma figura comprometida com os ideais do getulismo. 
A tensão aumentou quando o PSD aceitou João Goulart, afilhado político de Vargas e membro do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), como vice na chapa de Juscelino. Em maio, deputados da União Democrática Nacional (UDN) tentariam impugnar a candidatura de JK com acusações de corrupção. Insatisfeitos com a lista de bens apresentada pelo ex-governador de Minas Gerais, os parlamentares udenistas propuseram até a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que não foi adiante por ter sido considerada inconstitucional. Somente depois dessas batalhas, Juscelino e João Goulart conseguiram firmar suas candidaturas e derrotar seus adversários nas urnas.
Tentativa de golpe
Logo após a divulgação dos resultados que confirmavam a vitória de Juscelino Kubitschek e João Goulart no pleito de 3 de outubro, setores da UDN e seus aliados iniciaram uma batalha jurídica que visava a anular o sufrágio e impedir a posse dos candidatos eleitos. Eles alegavam a ilegitimidade dos votos dados pelos comunistas, à ocorrência de fraude eleitoral em Minas Gerais e a inexistência de maioria absoluta. Sem sucesso em suas argumentações, udenistas liderados por Carlos Lacerda pregavam abertamente a deflagração de um golpe militar. Somente a interferência do Marechal Lott e de setores legalistas do Exército garantiriam a posse de Juscelino e Jango no dia 31 de janeiro de 1956. Após anos de turbulência, o Brasil chegaria, enfim, à Era JK. 
Empossado em 31 de janeiro de 1956, Juscelino Kubitschek impôs seu estilo despojado e dinâmico durante os cinco anos em que esteve à frente da Presidência da República. Informal, mas nunca vulgar, podia ser visto em livrarias ou restaurantes do centro do Rio de Janeiro, então capital do país, sem nenhum segurança. Amante das serestas de Diamantina, sua cidade natal, fez de "Peixe Vivo", conhecida canção popular da época, uma espécie de hino com o qual era saudado em toda parte. Apesar da liturgia do cargo, mantinha antigos hábitos como o de tirar os sapatos em cerimônias, mesmo na frente dos fotógrafos, para aliviar a pressão sobre o dedo que machucara ainda na juventude. Seu sorriso aberto e sua natureza conciliadora fascinavam as mulheres e o ajudavam a lidar até com os adversários políticos. Dedicado ao trabalho, acordava às 6 horas da manhã, lia os jornais e frequentemente despachava ainda na banheira. A fama de sua rotina vertiginosa, que em Belo Horizonte lhe valera o apelido de "Prefeito Furacão", em pouco tempo se espalharia por todo o país. 
50 anos em 5 - Assim que assumiu a Presidência da República, Juscelino Kubitschek encerrou a censura à imprensa e pediu ao Congresso a abolição do estado de sítio. Com pleno respeito às instituições democráticas, Juscelino investiria na consolidação de um audacioso plano de metas que ficaria conhecido pelo slogan que embalara a sua campanha: 50 anos de progresso em 5 anos de governo. Interessado em acelerar o desenvolvimento do capitalismo no país, o Presidente sabia que precisava eliminar os pontos de estrangulamento da economia brasileira.
 
Jeans e óculos escuros
O novo Brasil, simbolizado pelo dinamismo do governo JK, assistiu a uma verdadeira revolução do comportamento juvenil. O rock and roll invadia as rádios, levava os jovens ao cinema e inspirava um novo estilo de vida. Rapazes e moças impunham sua contestação às antigas tradições em sua própria maneira de vestir. O jeans, os óculos escuros, o blusão de couro, o suéter vermelho e a lambreta ganhavam as ruas. Nas festas, o high-fi e a cuba libre eram bebidas obrigatórias. Alguns não dispensavam o lança-perfume. As novidades, porém, conviviam ainda com antigos padrões morais. As moças de família conquistaram o direito de fumar em público, mas se casavam virgens. O sonho de encontrar o príncipe encantado ainda fazia parte do universo feminino. Pelo menos até a chegada do feminismo nos anos 60.
A cultura em alta - Em 1958, um jovem baiano conquistaria o país com uma maneira muito peculiar de cantar e tocar violão. Seu nome era João Gilberto e a música, a bossa-nova. Apesar do estranhamento inicial, o gênero logo cairia nas graças da juventude e até mesmo do Presidente Juscelino Kubitschek, que seria conhecido, então, como o "Presidente bossa-nova". O otimismo da época era representado pelas letras que falavam de sol, mar, luz e amores românticos. Mas não era apenas a música que despertaria o interesse da juventude. Fazia-se revolução também no cinema, no teatro, na literatura e nas artes plásticas. Era necessário mudar o Brasil e o mundo, e os jovens começariam a se identificar com as ideologias de esquerda. Na década seguinte, muitos colocariam a teoria em prática ao lutar contra a ditadura militar instalada em 1964. 
A ELEIÇÃO E A RENÚNCIA DE JÂNIO QUADROS
Apoiado pela UDN nas eleições presidenciais de 1960, Jânio Quadros, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, foi eleito com 48% do total de votos, derrotando o Marechal Lott (32%) e Ademar de Barros (20%), com João Goulart reeleito para a Vice-Presidência. Com medidas administrativas e financeiras desastrosas, uma política externa distante do Ocidente e procurando granjear apoio dos progressistas – anunciando o reatamento de relações com a União Soviética, recusando-se a apoiar os Estados Unidos no bloqueio contra Cuba e condecorando Che Guevara –, Jânio Quadros conseguiu desagradar o centro e a direita.
Desprestigiado junto à opinião pública e combatido pelo Congresso, onde era minoria, e atacado violentamente por Carlos Lacerda, Jânio, responsabilizando o Congresso por todos os males que afligiam o País, renunciou à Presidência em 25 de agosto de 1961, encaminhando uma carta renúncia ao Congresso Nacional, dizendo-se pressionado por "forças ocultas terríveis”.
Quando da renúncia de Jânio Quadros, o Vice-Presidente João Goulart se encontrava em Pequim, chefiando missão oficial junto à China Comunista, tendo o Deputado Ranieri Mazzilli, Presidente da Câmara dos Deputados, assumido provisoriamente a chefia do Governo. Cinco dias depois, os três Ministros militares, General Odílio Denis, Almirante Sílvio Heck e o Brigadeiro Grüm Moss, tentaram impedir o retorno e a posse de Jango.
O Congresso Nacional reagiu, recusando-se a vetar a posse do Vice-Presidente, e apresentou uma proposta conciliatória, aprovando em 2 de setembro de 1961 um Ato Adicional à Constituição, que estabelecia o Parlamentarismo no Brasil, e pelo qual se determinava que o Poder Executivo fosse exercido por um Conselho de Ministros, cabendo ao Presidente nomear o Primeiro-Ministro, escolhendo este os demais Ministros.
Chegando a Brasília no dia 5 de setembro, Jango assumiu a Presidência no dia 7, com a difícil tarefa de governar um país em crise. Entre setembro de 1961 e janeiro de 1963, sucederam-se no poder três gabinetes parlamentaristas, chefiados, respectivamente, por Tancredo Neves, do PSD, Brochado da Rocha, do PSD, e Hermes Lima, do PSB. Em 6 de janeiro de 1963, foi realizado o plebiscito, determinado pelo Congresso, que anotou 9.457. 448 votos favoráveis ao presidencialismo e 2.073. 582 votos em favor do parlamentarismo.
OS CONFLITOS ENTRE JOÃO GOULART E OS MILITARESEntre janeiro e junho de 1963, com um fracasso. Acusado de estar a serviço do "comunismo internacional", Jango foi derrubado por um Ministério presidencialista formado por políticos moderados, o Governo tentou implantar as reformas de base contidas no Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado, Ministro do Planejamento, mas que resultou em movimento militar que eclodiu na noite de 31 de março de 1964.
O Comício da Central do Brasil;
"A Marcha da Família com Deus pela Liberdade" 
No dia 13 de março de 1964, foi realizado um grande comício em frente à estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em favor das reformas preconizadas por Jango, com a presença de tanques e soldados, que garantiam a realização da manifestação.
Em contrapartida, os conservadores reagiram, realizando em São Paulo a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que reuniu cerca de 300.000 pessoas.
A Revolta dos Marinheiros 
A seguir, no Rio, o cabo José Anselmo liderou o motim dos marinheiros, sendo estes impelidos a insubordinar-se contra as unidades da Marinha. Este motim, na realidade, precipitou a queda de Jango, com a quebra da hierarquia militar.
O Golpe de 31 de Março
Na noite de 31 de março, os Generais Luís Guedes e Mourão Filho (oficial este que criara o falso Plano Cohen em 1937) sublevaram a guarnição de Minas Gerais.
A rebelião, longamente preparada, expandiu-se rapidamente, conduzida pelo General Castelo Branco, Chefe do Estado-Maior do Exército, e com o apoio civil dos Governadores Magalhães Pinto, de Minas Gerais; Carlos Lacerda, da Guanabara; e Ademar de Barros, de São Paulo.
Com a recusa de Jango em oferecer resistência armada e o precário esquema militar do Governo, o movimento tornou-se vitorioso em todo o Brasil, em apenas quarenta e oito horas, culminando com o abandono e exílio do Presidente no Uruguai. Sucumbia a Quarta República e a democracia brasileira entrava num longo recesso.
O Governo Jango
De setembro de 61 a janeiro de 63 o Brasil viveu sob o sistema parlamentarista. Adotado como medida conciliatória frente à crise provocada pela renúncia de Jânio Quadros, esse sistema mostrou-se ineficiente naquele momento, mesmo porque, os principais líderes políticos e sindicais haviam sido formados dentro da concepção de uma estrutura centralizada, onde o presidente contava efetivamente com poder.
Enquanto a inflação caminhava, Jango perdia suas bases de sustentação política, tanto de setores moderados do PTB, seu próprio partido, como do PSD ( que se aproximava do conservadorismo da UDN), assim como da ala esquerda do PTB e das organizações sindicais.
A postura do Presidente da República frente o "Levante dos Marinheiros" do dia 25 pode ser considerada como a gota d´agua para a organização concreta da conspiração golpista, tendo como articuladores o Marechal Castelo Branco, o General Mourão Filho e o General Kruel, além dos governadores de Minas Gerais, Magalhães Pinto e do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda. Também os governadores de São Paulo e Rio Grande do Sul apoiaram o golpe.
No dia 30 de março as tropas do General Mourão Filho começam a se deslocar para o Rio de janeiro. É o início do movimento militar, já previsto pelos mais variados setores da sociedade. Jango enviou tropas do Rio de janeiro para conter os militares mineiros, porém, tanto o 1° como o 2° exército aderiram ao movimento.
O GOLPE DE 1964
Derrubado João Goulart, os militares vitoriosos constituíram o chamado Supremo Comando da Revolução, composto pelo General Costa e Silva, o Brigadeiro Francisco Correia de Melo e o Almirante Augusto Rademaker.
Vetado pelos ministros militares, odiado pelos conservadores, que o queriam ver longe do governo, com seu poder dilacerado pela emenda parlamentarista, e sem pulso suficiente para conter os radicais da esquerda, o presidente João Belchior Marques Goulart foi vítima de múltipla conspiração, desde sua posse, ocorrida em 7 de setembro de 1961.
 No princípio, eram movimentos ocultos, contidos em certa parte, pela atuação moderada do Gabinete formado pelo primeiro-ministro Tancredo de Almeida Neves. Mas, com a volta do presidencialismo, recolocando todos os poderes de governo nas mãos do presidente da República, e com o recrudescimento da ação das esquerdas, a conspiração se tornou aberta, num confronto entre as forças conservadoras e aquelas ditas revolucionárias, que disputavam o mesmo espaço. Escreve Francisco de Assis Silva, em seu livro "História do Brasil":
 "Todo mundo conspira: direita e esquerda; civis e militares; moderados e radicais; operários e camponeses. Os governadores Ademar de Barros (SP), Magalhães Pinto (MG) e Carlos Lacerda (GB) conspiravam com a ala militar antijanguista. O golpe estava em andamento. A direita congregava-se em organizações como o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), financiados pelos Estados Unidos, e outras tantas que se uniram para impedir as reformas sociais." 
 A instauração do regime militar
Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart. A falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio foi notável. Não se conseguiu articular os militares legalistas. Também fracassou uma greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio ao governo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu interinamente a presidência, conforme previsto na Constituição de 1946, e como já ocorrera em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. O poder real, no entanto, encontrava-se em mãos militares. No dia 2 de abril, foi organizado o autodenominado "Comando Supremo da Revolução", composto por três membros: o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha) e o general Artur da Costa e Silva, representante do Exército e homem-forte do triunvirato. Essa junta permaneceria no poder por duas semanas.
Nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda). Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, e a ocorrência de casos de tortura foi comum, especialmente no Nordeste. O líder comunista Gregório Bezerra, por exemplo, foi amarrado e arrastado pelas ruas de Recife.
O Golpe militar de 1964
Em 9 de abril, foi baixado o Ato Institucional n.º 1, de autoria de Francisco Campos, autor da Constituição ditatorial de 1937, e que dava poderes para cassar mandatos parlamentares, suspender direitos políticos, aposentar civis e militares e decretar o estado de sítio sem autorização do Congresso Nacional.
O O Ato Institucional N° 1 e a Ditadura 
Os primeiros meses do novo regime caracterizaram-se pela violência e prisões arbitrárias, demissões em massa de funcionários civis e militares, cassações de mandatos e abusos de autoridade. Em pouco mais de um ano, os militares, assessorados pelos tecnocratas, proclamaram-se tutelares absolutos do poder, adotando um modelo político-econômico fundamentado na ditadura política e no crescimento acelerado da economia. Foram realizados vultosos empréstimos no exterior e promoveu-se intervenção exacerbada do Estado na economia, pois a palavra de ordem era crescer celeremente. O período de apenas seis meses (09-04 a 09-10-64) estipulado pelo Ato Institucional n.º 1, que conferia poderes excepcionais ao Governo, foi extrapolado, o regime endureceu paulatinamente, fazendo com que o grupo militar-tecnocrático que se estabeleceu no Governo transformasse o que seria um período de transição num regime ditatorial duradouro e violento.
O período da Ditadura militar
Liberdade sem democracia – 1964-1968 – Humberto de Alencar Castelo Branco (apoiado pelos governadores: Carlos Lacerda – Ademar de Barros – Magalhães Pinto – ao assumir a presidência, disse que cumpriria as promessas realizadas pelos militares – limpeza e eleições em 1965.
Economia – política de redução de custos – arrochosalarial – ORTN (índice de atualização dos preços) – contratos e prestações atualizadas por ele – tornando possível a correção monetária – indexação a economia brasileira (Otávio Gouveia Bulhões e Roberto Campos).
Arrocho salarial – redução do salário no setor púbico – privado livre-negociação. Cabendo aos Tribunais do Trabalho (juizes nomeados pelo presidente) a resolução de conflitos. Os sindicatos enfraquecidos pelas prisões dos seus principais líderes.
QUEDA DA INFLAÇÃO – ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA – abriram caminho pra um grande surto de crescimento promovido à custa dos trabalhadores.
Eleições de 1965 ( presidente – prorrogado em julho de 1964 por emenda constitucional – estendendo-se até março de 1967)
Lacerda se colocou contra a política econômica – Os políticos ligados ao regime militar iam conhecendo sucessivas derrotas eleitorais (1965) São Paulo: Faria Lima – Negrão de Lima, Guanabara; Israel Pinheiro em Minas Gerais. 
AI2 – fortalecimento do executivo – recesso do Congresso Nacional, assembléias estaduais e câmaras de vereadores. Partidos políticos extintos – ARENA (aliança renovadora nacional) e MDB (movimento democrático brasileiro) – oposição 
Criação do Serviço Nacional de Informações (SNI) 
No dia 15 de abril de 1964, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, eleito Presidente pelo Congresso, assumiu o poder. O General Costa e Silva foi nomeado Ministro da Guerra. Dos 14 Ministros, cinco eram militares. Para a Casa Militar da Presidência foi designado o General Ernesto Geisel, enquanto o General Golbery do Couto e Silva ia para a chefia do recém-criado Serviço Nacional de Informações (SNI).
Atos Institucionais Nºs 2 e 3;
O Bipartidarismo (ARENA x MDB) 
O mandato do Presidente foi prorrogado por um ano e o país passou a ser governado por decretos-lei, sem a interveniência do Congresso Nacional. A Constituição começou a ser recheada por emendas diversas que, à medida que fortaleciam o Executivo, reduziam os poderes e a autonomia do Legislativo e do Judiciário. Em 27 de outubro de 1965, foi decretado o Ato Institucional n.º 2, que extinguia os partidos políticos e estabelecia eleições indiretas para Presidente da República
Em fevereiro de 1966, decretou-se o Ato Institucional N. 3, estabelecendo eleições indiretas, também, para Governador. Nesse meio tempo foi permitida a formação de dois novos partidos: a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), que apoiava o Governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), oposicionista; o primeiro amplamente majoritário no Congresso.
O AI3 – fevereiro de 1966 – estendia as eleições indiretas para governadores de estado e para prefeito de municípios considerados de “segurança nacional”, incluindo as capitais de estados – a liberdade era cada vez menor – jogo político eleitoral ganhava mais aspecto de farsa – O Congresso eleito em 1966 – parlamentares da oposição foram cassados e a casa foi fechada em outubro, só sendo reaberta, pelo AI4 de 1967, para aprovar uma nova Constituição.
O Fechamento do Congresso - A Constituição de 1967 
Em outubro de 1966, o Congresso Nacional foi fechado, só reabrindo para aprovar a Constituição de 1967 e eleger o candidato único Marechal Costa e Silva para a Presidência da República. A Constituição de 1967, originária de projeto elaborado pelo Governo, foi aprovada praticamente sem discussões, em janeiro de 1967, com regras determinadas pelo Ato Institucional n.º 4, de dezembro de 1966. Ao suspender a edição de Atos Institucionais, trazia em seu bojo grande parte do autoritarismo dos mesmos, mal chegando a ser posta em prática, rapidamente atropelada por novos Atos Institucionais. Iniciava-se, assim, a Quinta República.
A Presidência do Marechal Costa e Silva - A Frente Ampla 
Os primeiros meses do Governo Costa e Silva apresentaram uma fase de expansão na economia, comandada pelo Ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, que eliminou a contenção financeira verificada na administração Castelo Branco e trouxe grandes vantagens para a classe média. Entre 1967 e 1968, a oposição ao Governo intensificou-se, tendo o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, juntamente com Juscelino Kubitschek, João Goulart, este no exílio, e outros políticos de prestígio formado a Frente Ampla, lutando pela redemocratização do país, e que foi extinta por decreto, em 1968, do Presidente Costa e Silva. 
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
AULA 11: O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-2ª GUERRA MUNDIAL: A IMPLANTAÇÃO DO REGIME MILITAR-TECNOCRÁTICO - A BUSCA PELA INSTITUCIONALIZAÇÃO
	EMENTA
   Compreender o jogo de forças ideológicas conflitantes no âmbito das Forças Armadas, correlacionando essa disputa pela liderança do processo com os  momentos políticos diversos vivenciados durante a ditadura militar;
   Entender a Constituição de 1967 como tentativa de se restabelecer a ordem constitucional abalada pelos ilegítimos atos institucionais.
A Constituição de 1967 
A sexta Constituição brasileira foi outorgada em 24 de janeiro de 1967 e posta em vigor em 15 de março do mesmo ano. A forma federalista do Estado foi mantida, todavia com maior expansão da União. Na separação dos poderes foi dada maior ênfase ao Executivo que passou a ser eleito indiretamente por um colégio eleitoral, mantendo-se as linhas básicas dos demais poderes, Legislativo e Judiciário. Alterou-se a estrutura do processo legislativo, surgindo o regime da legislação delegada e dos decretos-leis. ... “A Constituição de 1967 sofreu diversas emendas, porém, diante de diversos atos institucionais e complementares, cogitou-se de uma unificação do seu texto. Até então haviam sido promulgados dezessete atos institucionais e setenta e três atos complementares. Em 17.10.1969 foi promulgada a Emenda N.º 1 à Constituição de 1967, combinando com o espírito dos atos institucionais elaborados. A Constituição de 1967 recebeu ao todo vinte e sete emendas, até que fosse promulgada a nova Constituição de 5-10-1988, que restaurou as liberdades públicas no País.” (Pinto Ferreira, Curso de D.Constitucional, Saraiva,9.ª ed.p.62). 
CONTEXTO: essa Constituição foi elaborada, na passagem do governo Castelo Branco para o Costa e Silva, contexto no qual predominava o autoritarismo e o arbítrio político. Documento autoritário, a Constituição de 1967 foi largamente emendada em 1969, absorvendo instrumentos ditatoriais com os do AI5 (Ato Institucional nº 5) de 1968
CARACTERÍSTICAS
Nome do país – República Federativa do Brasil;
Confirmava os Atos Institucionais e os Atos Complementares do governo militar ;
Nos dizeres de José Celso de Mello Filho, a Constituição republicana de 1967 foi formalmente discutida, votada, aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional que, convocado pelo Marechal Castelo Branco, no exercício da Presidência da Republica, se reuniu extraordinariamente para este fim. Contudo, o Congresso Nacional que deliberou sobre o referido projeto, de autoria do Ministro da Justiça, não mais se apresentava como órgão revestido de legitimidade política em razão das ofensas e arbitrariedade perpetradas pelo regime revolucionário militar. Ainda, é necessário estabelecer que ao Congresso Nacional não foi reconhecida a faculdade de substituir o projeto constitucional encaminhado pelo executivo por outro, de autoria dos próprios parlamentares. Deste modo, verdadeiramente, a promulgação deste texto constitucional pelo Congresso Nacional escondeu um verdadeiro ato de outorga constitucional . As principais características do texto constitucional são as seguintes:
Concentrou poderes na União e privilegiou o Poder Executivo em detrimento dos outros poderes.
Baseou toda a estrutura de Poder na Segurança Nacional
Reduziu a autonomia dos Municípios estabelecendo a nomeação dos Prefeitos de alguns municípios pelo Governador (art. 16 § 1º - Serão nomeados pelo Governador, com prévia aprovação: a) da Assembleia Legislativa, os Prefeitos das Capitais dos Estados e dos Municípios considerados estâncias hidrominerais em leiestadual; b) do Presidente da República, os Prefeitos dos Municípios declarados de interesse da segurança nacional, por lei de iniciativa do Poder Executivo.).
Houve a criação de uma ação de suspensão de direitos políticos e individuais (art. 151, Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23. 27 e 28(liberdade de pensamento, profissão e associação) do artigo anterior e dos direitos políticos, para atentar contra a ordem democrática ou praticar a corrupção, incorrerá na suspensão destes últimos direitos pelo prazo de dois a dez anos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-Geral da República, sem prejuízo da ação civil ou penal cabível, assegurada ao paciente a mais ampla, defesa.).
Ainda:
Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.
Obs: reflexo da conjuntura de “guerra fria” na qual sobressaiu a “teoria da segurança nacional” (combater os inimigos internos rotulados de subversivos – opositores de esquerda -. 
Comparada com a Constituição de 1946 a Constituição de 24 de janeiro de 1967, que entrou em vigor a 15 de março, apresenta graves retrocessos:
a) suprimiu a liberdade de publicação de livros e periódicos ao afirmar que não seriam tolerados os que fossem considerados (a juízo do governo) como de propaganda de subversão da ordem - art. 150 8º);
b) restringiu o direito de reunião facultando à policia o poder de designar o local para ela. 
c) estabeleceu o foro militar para os civis na mesma linha da emenda constitucional ditada pelo Ato institucional n.º 2, art. 122. 1º. 
d) criou a pena de suspensão dos direitos políticos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, para aquele que abusasse dos direitos políticos ou dos direitos de manifestação do pensamento, exercício de trabalho ou profissão, reunião e associação, para atentar contra a ordem democrática ou praticar a corrupção - art. 151. (Essa competência punitiva do Supremo era desconhecida pelo Direito Constitucional brasileiro);
e) manteve todas as punições, exclusões e marginalizações políticas decretadas sob a égide dos Atos Institucionais. (O reencontro do caminho democrático só começou com Anistia, alcançada cm 1 979. Isto porque foi justa utente a Anistia que acabou com os efeitos de todas essas medidas ditatoriais).
Castelo Branco - cada vez mais envolvido pela linha dura.
No início de 1967 – o marechal Artur da Costa e Silva – escolhido presidente.
1968 – Calabouço (restaurante popular estudantil ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro) – melhor qualidade da alimentação e preço mais baixo – A polícia foi chamada – morte do estudante secundarista Edson Luis de Lima Souto – Velório, enterro e missa foram acompanhados por milhares de estudantes, seguidos de tensão e novos choques com a polícia.
Multiplicaram-se as manifestações e passeatas organizadas por todas as universidades brasileiras.
A violência da polícia e do Exército contra a insatisfação fez com que setores da classe média e também da Igreja se solidarizassem com os estudantes, engrossando o número daqueles que, nas ruas protestavam contra o regime.
Passeata dos 100 mil – Rio de Janeiro, em junho de 1968.
Duas greves bastante agressivas, em Osasco e Contagem (SP e MG) – as reivindicações trabalhista misturavam-se com a oposição ao regime – repressão governamental violenta.
Movimentos culturais (o Brasil passava por grande agitação desde o início da década – acompanhando tendências mundiais – buscando um engajamento político – teatro (grupo Arena e Oficina) cinema (movimento cinema novo) afastando-se dos padrões norte-americano e discutindo problemas sociais e culturais essencialmente brasileiros (Glaube Rocha e Nelson Pereira dos Santos). Na música, as canções de protesto encontraram palco nos grandes festivais – nasceu a Tropicália – retomar os princípios antropofágicos do movimento modernista de 1922.
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 17/10/1969) 
Em 17/10/1969 a Constituição Brasileira sofreu profundas alterações em decorrência da emenda constitucional n. 1, outorgada pela junta militar que assumiu o Poder no período em que o Presidente Costa e Silva encontrava-se doente. Para considerável parte da doutrina, na verdade, a EC n. 1 de 19679 trata-se na verdade de nova Constituição, como expende o professor José Afonso da Silva,
Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil. 
As três principais alterações promovidas pela citada emenda constitucional foram:
Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado;
Ampliação do mandato presidencial para cinco anos;
Extinção das imunidades parlamentares.

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