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EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO EXTENSIVO FINAL DE SEMANA – OAB 2012.2 Disciplina DIREITO CIVIL Aula 07 EMENTA DA AULA 1. Direito das coisas 2. Posse 3. Classificação da Posse 4. Ações ou Interdito possessórios 5. Propriedade GUIA DE ESTUDO 1. DIREITO DAS COISAS • O Direito das coisas trata da relação jurídica existente entre uma pessoa e uma coisa, abrangendo a posse, os direitos reais do artigo 1225 e legislação especial que regula direitos autorais, marcas e patentes. • As coisas corpóreas estão disciplinadas no CC, enquanto que as incorpóreas estão na lei especial. 2. POSSE �Características: • Tipicidade: decorre de previsão legal. Só existem os direitos previstos em lei. Não se podem criar novos como no direito das obrigações, onde se podem criar os mais variados tipos de contratos; • Taxatividade: rol do 1225 é fechado, taxativo – não admite interpretação extensiva, apenas restritiva; • Oponibilidade “erga omnes”: a sociedade tem um dever geral de abstenção; • Poder de sequela: direito de perseguir a coisa, esteja ela com quer que a detenha injustamente. EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus • Direito de preferência: o titular de um direito real recebe antes do titular do direito obrigacional, salvo exceções da lei. Ex. Lei de falências e recuperação judicial que manda pagar a verba trabalhista até 150 Salários Mínimos, antes dos demais créditos. • Aderência: o direito real adere à coisa e não à pessoa. �Posse (art. 1196/1224, CC) • Todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário. • Sobre o conceito de posse há duas teorias: a) Subjetiva (Savigny); b) Objetiva (Jhering). • Para savigny, para ser possuidor a pessoa precisa de 2 requisitos: “corpus” e “animus”, ou seja, tinha que provar a apreensão física da coisa, o contato físico com a coisa. • Para Jhering, para ser possuidor basta se comportar como dono, o comportamento de dono. Porque para os olhos dos outros, quem se comporta como dono é do dono da coisa. É a exteriorização da propriedade. • Nem todos que se comportam como dono poderão usucapir o bem. É o caso do fâmulo (o detentor), o caseiro. • O Código Civil adotou a teoria objetiva de Jhering (exteriorização da propriedade), excetuando a figura do fâmulo ou detentor, que jamais exercerá a posse em nome próprio (art. 1198, CC). • Se o caseiro for acionado em uma ação possessória, deverá apresentar judicialmente nomeação à autoria. 3. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE ����Posse de boa-fé e má-fé • Fala-se de boa-fé quando a pessoa não sabe da irregularidade que impede a posse dela. • Fala-se em má-fé quando a pessoa sabe da irregularidade que impede a posse dela. • Assim, boa-fé e má-fé estão relacionadas ao conhecimento ou não da irregularidade que impede o exercício da posse. • Quem tem justo título presume-se de boa-fé. Justo título é qualquer documento hábil que demonstre a aquisição da posse. EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus • Em suma, o Código Civil menciona que quem tem justo título presume-se de boa-fé (art. 1201, CC). Entende-se por justo título qualquer documento hábil para comprovar a posse. Ex. Contrato, testamento, sentença, formal de partilha, etc. �Posse justa e injusta • A posse injusta é: a) Violenta: mediante ameaça física ou moral; b) Clandestina: sem o conhecimento do legítimo titular; c) Precariedade: mediante quebra ou abuso da confiança. Ex. não devolução do imóvel locado no prazo estipulado. • A posse injusta poderá durar ou não mais de um ano e um dia, gerando medidas judiciais diferentes para cada caso. • Ação de força nova: ocorre quando a posse injusta dura menos de ano e dia e a ação possessória cabível seguirá o rito especial do CPC (art. 920 e ss do CPC), com direito a liminar. • Ação de força velha: ocorre quando a posse injusta dura mais de ano e dia e a ação possessória cabível seguirá o rito ordinário, sem liminar, mas com tutela antecipada. �Posse Divisa ou Indivisa • Na divisa é possível dividir a posse de cada um, enquanto que na indivisa a posse é conjunta. • Condôminos de coisa comum têm a posse indivisa sobre a coisa. Condôminos sobre a coisa particular é divisa. Ex. condomínio de apartamentos. Os apartamentos são posse divisa, mas as áreas comuns: salão de festas, piscina, corredores, elevadores, etc, são posse indivisa. 4. AÇÕES OU INTERDITOS POSSESSÓRIOS • No caso de esbulho ou perda da posse, a ação será de reintegração de posse. • No caso de turbação ou perturbação, a ação será de manutenção da posse. • Se estiver prestes ou na iminência de ser esbulhado, ou turbado, a ação será de interdito proibitório. • Estas ações adotam o princípio da fungibilidade, autorizando a modificação da causa de pedir e pedido nos mesmos autos do processo. A posse pode ser adquirida pela EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus própria pessoa, por seu representante ou por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 5. PROPRIEDADE (art. 1228/1276, CC) • O Código Civil divide a aquisição da propriedade em bem móvel e imóvel. �Usucapião: • Que é a posse mansa pacífica e ininterrupta e sem oposição ou reclamação por um determinado lapso de tempo, podendo ser: a) Extraordinário – art. 1238, CC – que exige 15 anos, independentemente de justo título e boa-fé. Esse prazo poderá ser reduzido para 10 anos se demonstrados: Moradia ou Obras/serviços produtivos; b) Ordinário – art. 1242, CC – que exige 10 anos, com justo título e boa-fé. Esse prazo poderá ser reduzido para 5 anos (art. 1242, par. Único); c) Especial rural - art. 1239, CC – a lei exige 5 anos de área rural não superior a 50 hectares, desde que demonstre moradia ou produtividade pelo trabalho; d) Especial urbano – art. 1240, CC – a lei exige 5 anos de área urbana de até 250 metros quadrados, demonstrando apenas moradia, própria ou da família. e) Usucapião do cônjuge abandonado – art. 1240-A – autoriza cônjuge ou companheiro a usucapir imóvel urbano de até 250 m², cuja propriedade divida com aquele que abandonou o lar. A lei exige: Meação de quem está pedindo (tem que ser meeiro), 2 anos de separação. • O usucapião ordinário ou extraordinário pode ser exercido diversas vezes, mas a usucapião especial urbano, rural ou da meação. Assim, temos que a lei proíbe usucapião especial de possuidor proprietário de outro imóvel, seja ele urbano ou rural. No extraordinário e no ordinário não há limitação. ����Registro do título transfere a propriedade • O modo legítimo de aquisição da propriedade é o registro do imóvel no cartório de registro de imóveis. • Alternativas: a) Adjudicação compulsória se o contrato for escrito (particular ou público) e tiver cláusula de irretratabilidade (não arrependimento), e registro do contrato no cartório de registro de imóveis. Se o proprietário do imóvel se recusar, a sentença do juiz é título translativo do domínio. O imóvel será transmitido pela sentença, que será registrada no cartório de registro de imóveis; b) Usucapião de bem EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus móvel: Extraordinário – art. 1261, CC, que exige 5 anos. Ordinário – art. 1260, CC, que exige 3 anos,com justo título e boa-fé.
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