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Positivismo: Progresso Científico e Desenvolvimento Social

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Positivismo
 Augusto Comte 
 
EM QUE CONSISTE O POSITIVISMO? 
Diante dessa pergunta, é comum receber como resposta: é pensar de forma positiva. Ter auto estima. Ou ainda, ter disposição para alcançar aquilo que desejamos. Estas respostas não conferem com o significado de Positivismo!
Se você recordar o texto: positivismo norteou o crescimento da cidade de Vitória, descrito na Unidade I, vai encontrar uma definição importante!
O positivismo é uma “doutrina filosófica que prega o progresso científico como meio de desenvolvimento social”. 
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É denominado Positivismo o pensamento filosófico e político que defende o desenvolvimento da sociedade baseado na ciência. O termo surgiu com Augusto Comte no período industrial, usado para expressar a confiança no progresso capitalista. Comte acreditava ser possível observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a história da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente de melhoria e transformação.
A teoria positivista fundamenta-se na elaboração de leis gerais para formar a base de todas as ciências. A partir dessas leis, o homem será capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a realidade. O princípio da ciência positiva pode ser expresso na afirmativa: ver para prever. O conhecimento científico opera como instrumento de transformação da realidade e permite o domínio sobre a natureza.
As transformações geradas pela ciência impulsionam o progresso e o desenvolvimento, que, por sua vez, devem manter-se subordinados à ordem. Temos assim, o lema positivista aplicado à sociedade: Ordem e Progresso.
Em sua principal obra, Sistema de filosofia positiva, Comte apresenta a lei dos três estágios sobre a evolução histórica e cultural da humanidade. Essa lei defende que cada ramo de nossos conhecimentos passa por três estados históricos diferentes. Estado teológico ou fictício; estado metafísico ou abstrato; estado científico ou positivo. O primeiro estado apresenta a fase inicial da inteligência humana. O segundo consiste na fase de transição. O terceiro estado representa a evolução racional e definitiva da humanidade. 
Vejamos as características de cada estágio descritas por Comte.
No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza dos seres, buscando as causas primeiras e finais de todos os efeitos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. A explicação dos fenômenos é atribuída ao poder divino.
No estado metafísico, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades personificadas inerentes aos diversos seres do mundo e concebidas como capazes de engendrar por elas todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste então, em determinar para cada um uma entidade correspondente. A ignorância do homem sobre a realidade e a descrença numa força divina levam a crer em relações misteriosas entre as coisas e os fatos. O pensamento abstrato é substituído pela vontade pessoal.
Enfim, no estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e de similitude.
A explicação dos fatos, reduzida então a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência tende cada vez mais a diminuir. A humanidade busca respostas científicas para todas as coisas. Este estado ficou conhecido como Positivismo, por ter atingido o grau mais elevado do conhecimento, esclarecendo sobre todas as dúvidas da natureza e seus fatos.
No Discurso sobre o espírito positivo, Comte apresenta os fundamentos que distinguem o positivismo das demais filosofias.
Realidade. Pesquisa fatos concretos, acessíveis a nossa inteligência, sem a preocupação com mistérios inatingíveis relacionados às causas primeiras e últimas dos seres.
Utilidade. Representa os conhecimentos que buscam o aperfeiçoamento individual e coletivo do homem, rejeitando as especulações ociosas, vazias e estéreis.
Certeza. São conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do indivíduo e a comunhão em toda espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos.
Previsão. Estabelece conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambiguidades.
Organização. Caracteriza a tendência de organizar, construir metodicamente, sistematizar o conhecimento humano.
Relatividade. Baseia-se na aceitação dos conhecimentos científicos relativos. Permite a ampliação e aperfeiçoamento de novas pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido.
Para Augusto Comte deve haver uma classificação das ciências, considerando o maior ou menor grau de simplicidade e generalidade dos fenômenos a serem estudados. Os fenômenos mais simples são também os mais gerais. Por outro lado, os fenômenos mais complexos são também os mais específicos.
Com base nesse princípio, Comte estabeleceu uma ordem necessária para o estudo intelectual. A racionalidade positiva pode ser alcançada pela média geral dos homens, somente pela obediência dessa lógica estabelecida pela educação científica.
Partindo da análise dos fenômenos mais simples e gerais, seguidos da análise dos mais complexos e específicos, Comte classifica de forma hierárquica as ciências. Considera em ordem de importância, a matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia.
A sociologia representa a última disciplina em grau de relevância para ser estudada. Foi criada pelo próprio Comte para designar o estudo da psicologia, ética, direito, economia, entre outros. É dividida em estática social e dinâmica social. A estática social corresponde ao princípio de ordem e abrange os elementos permanentes da sociedade, como exemplo, a propriedade, a família, o governo, a religião e os costumes. A dinâmica social representa o conceito de progresso e estudaria as leis em mudança e o desenvolvimento progressivo da sociedade.
Para Comte, a dinâmica social está subordinada à estática, de forma que o progresso deve originar-se da ordem para aperfeiçoar a realidade social. O projeto de reforma e desenvolvimento social teria sua base no lema “amor por princípio, ordem por base e progresso por fim”.
Comte prioriza a reorganização intelectual, seguida pela reestruturação moral e, finalmente, a reforma política. Segundo ele, a Revolução Francesa destruiu valores importantes da sociedade tradicional europeia, sem que houvesse novos valores para a emergente sociedade burguesa. A filosofia positiva desempenha a tarefa de restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial.
Quando trata dos conflitos gerados entre capitalistas e proletários, Comte assume uma posição conservadora e defende a legitimidade da exploração industrial, admitindo com naturalidade a divisão da sociedade em classes. Considera a indispensável existência dos empreendedores no domínio do pensamento e do capital e também dos operários, como operadores dos meios de produção.
Comte defende a doutrinação positivista para os trabalhadores para afirmá-los na execução de tarefas práticas e mecânicas. Segundo ele, os operários devem ser inspirados para despertar o gosto pelo seu trabalho, admitindo que a felicidade real é compatível com todas as condições de trabalho, desde que sejam desempenhadas com honra e aceitas naturalmente.
A teoria de Augusto Comte inclui a criação de uma nova religião. A Religião da Humanidade. A deusa dessa religião tinha os traços de sua esposa, ClotildeVaux e entre os santos eleitos estavam Shakespeare, Galileu e Adam Smith. Elaborou também um Catecismo positivista para propagar os princípios religiosos, marcando suas concepções conservadoras sobre o desenvolvimento social.
 
A Igreja Positivista do Brasil, fundada no Rio de Janeiro, em 1881, foi o primeiro templo construído no mundo, para difundir a Religião da Humanidade.
 
 
 
Os positivistas brasileiros tiveram forte representação no movimento da Proclamação da República em 1889 e na Constituição de 1891. A aceitação do Positivismo no Brasil se reflete amplamente na política, de modo que o lema: ordem e progresso está impresso em nossa bandeira.

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