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Prática 1: Separação e identificação dos cátions do grupo IIIA 1.1 – Introdução O grupo III tem como agente precipitante de grupo o Sulfeto de Hidrogênio (na forma de gás sulfídrico ou em solução aquosa saturada), na presença de amônia e cloreto de amônio ou solução de sulfato de amônio. Os metais do grupo III (Ferro, Alumínio, Cromo, Níquel, Cobalto, Manganês e Zinco) não se precipitam com os agentes precipitantes dos grupos I e II. Mas todos precipitam pelo gás sulfídrico, em soluções alcalinas. No entanto, apesar de todo o grupo III se precipitar com o íon sulfeto (proveniente do gás sulfídrico), Ferro, Alumínio e Cromo também são precipitados como Hidróxidos pela solução alcalina, enquanto os outros metais permanecem em solução e podem ser precipitados como sulfetos. Dessa forma, é comum subdividir o grupo III em IIIA (Ferro, Alumínio e Cromo) e IIIB (Níquel, Cobalto, Manganês e Zinco). Tabela 1: Cátions do grupo IIIA Cátions Forma Precipitada Kps Cor Fe3+ Fe(OH)3 4,0.10 -38 Vermelha/marrom Al3+ Al(OH)3 1,3.10 -33 Branca Cr3+ Cr(OH)3 6,3.10 -31 Verde 1.2 – Objetivo Identificar e separar os cátions que compõe o grupo IIIA, através de uma marcha analítica pré-estipulada ao grupo. 1.3 – Resultados e discussão Meio de precipitação: Usa-se uma solução de tampão amoniacal, mantendo controlada a concentração de íons OH1- e evitando que os íons do grupo IIIB precipitem como hidróxidos, ou que em uma amostra desconhecida hidróxidos provenientes dos grupos seguintes precipitem, como mostram as reações a seguir: NH3 + H2O ⇌ NH4 + + OH- NH4 + + H2O ⇌ NH3 + H3O + Precipitado IIIA: Ao criar o tampão amoniacal, ocorre a precipitação dos cátions do grupo IIIA, na forma de hidróxidos bastante insolúveis. Fe3+ + 3NH3 + 3H2O → Fe(OH)3(s) + NH4 + (precipitado marrom-castanho) Al3+ + 3NH3 + 3H2O → Al(OH)3(s) + NH4 + (precipitado branco) Cr3+ + 3NH3 + 3H2O → Cr(OH)3(s) + NH4 + (precipitado verde) Processo 1: Com a adição de NaOH ao precipitado, promove-se a solubilização dos hidróxidos de alumínio e de cromo. Isso acontece pois o caráter desses hidróxidos é fraco, então, na presença de bases mais fortes, se comportam de forma anfótera e são solubilizados. A adição de H2O2 é importante pois é responsável pela oxidação do cromo, de Cr 3+ a Cr6+, na forma de cromato (CrO4 2-). O Ferro continua precipitado na forma de hidróxido por ser uma base mais forte e não se comportar de forma anfótera na presença de NaOH. Al(OH)3 + NaOH ⇌NaAlO2 + 2H2O (1) Cr(OH)3 + NaOH ⇌ NaCrO2 + 2H2O (2) 2NaCrO2 + 3H2O2 + 2NaOH ⇌ 2Na2CrO4 + 4H2O (3) A reação (1) mostra a reação do hidróxido de alumínio com o hidróxido de sódio, formando aluminato de sódio, solúvel e incolor em soluções aquosas. A reação (2) mostra o produto formando pela adição de hidróxido de sódio ao hidróxido de cromo (III), o cromito de sódio, resultando em uma solução verde. Com adição de H2O2, elucidada pela reação 3, ocorre a oxidação do Cromo, tornando a solução amarela. Precipitado 1: No precipitado encontra-se, portanto, hidróxido de ferro (III). Solução 1: Na solução 1 consta aluminato de sódio e cromato de sódio. Processo 2: Com adição de NH4Cl em excesso, promove-se a precipitação do alumínio, novamente na forma de hidróxido, como mostra a reação a seguir: NaAlO2 + NH4Cl + H2O → Al(OH)3(S) + NH3 + NaCl (precipitado branco) O cromo presente em solução permanece na mesma. Precipitado 2: Tem-se, portanto, no precipitado 2, o hidróxido de alumínio. Solução 2: Tem-se, com coloração amarela, uma solução contendo cromo. A coloração já é um fator de confirmação da presença do cátion. Processo 3: Ao adicionar ácido nítrico ao precipitado 1, ocorre a dissolução do mesmo, indicando presença de ferro, cujo hidróxido é bastante solúvel em ácidos. Dessa forma, pode ser feita a reação específica para caracterização do ferro por adição de tiocianato de amônio, como é representado a seguir: Fe3+ + 3NH4SCN → Fe(SCN)3 + [Fe(SCN)] 2+ + outros complexos (solução vermelho sangue) Após a realização desse teste, é obtida uma solução vermelho sangue, confirmando a presença de ferro na amostra. Processo 4: Ao adicionar HCl ao precipitado de hidróxido de alumínio, ocorre a solubilização do mesmo por meio de um cloreto solúvel em água, como mostra a reação a seguir: Al(OH)3 + 3HCl ⇌ AlCl3 + 3H2O Após a solubilização, pode-se fazer a reação de identificação do alumínio, por meio da adição do reagente específico Aluminon em meio básico. Imagem 1: Reagente Aluminon Obtém-se uma laca vermelha após a adição de aluminon, confirmando a presença de alumínio. 1.4 – Conclusão A marcha analítica deve ser seguida com muita cautela, tentando diminuir os riscos com interferências. No entanto, ao ser seguida de forma correta, é um procedimento muito eficaz para separação e identificação de soluções. 1.5 – Bibliografia Vogel, A. – Química Analítica Qualitativa – Mestre Jou, 1979 Wismer, R.K – Qualitative Analysis with Ionic Equilibrium – Macmillan Publishing Company, 1991. Prática 2: Identificação e separação da amostra desconhecida 2.1 – Objetivo Por um processo de marcha analítica, identificar e separar os cátions presentes em uma amostra desconhecida. 2.2 – Resultados e discussão Agente precipitante do grupo I: Para o teste da presença dos cátions do grupo I, adicionou-se em um tubo de ensaio contendo a amostra, ácido clorídrico (HCl) diluído. Caso ocorresse precipitação, estaria confirmada a presença de algum cátion do grupo I, porém, não houve alteração na amostra. Não há, portanto, presença de íons Ag+, Pb2+ e Hg2 2+ na amostra. Agente precipitante do grupo IIA: Para o teste da presença dos cátions do grupo IIA, adicionou-se 10 gotas de Tiocetamida (TAA). O tubo de ensaio foi posto em banho maria. Caso houvesse presença de cátions do grupo IIA, ocorreria a precipitação de algum sólido em aquecimento. Ocorreu precipitação de um sólido preto, tornando possível a presença de cátions Hg2+, Cu2+ ou Bi3+. Hg2+ + S2- → HgS(S) (precipitado preto) 2Bi3+ + 3S2- → Bi2S3 (precipitado marrom) Cu2+ + S2- → CuS (precipitado preto) Marcha analítica grupo IIA: Processo 1: Com adição de ácido nítrico ao precipitado, ocorreu a dissolução completa do precipitado. Essa dissolução descarta a possibilidade da presença de íon mercúrico na amostra, cujo sulfeto só seria solubilizado com a adição de água régia. Solução 1: Tem-se na solução, supostamente, íons Cu2+ e/ou Bi3+. Processo 2: Ao adicionar NH4OH na amostra, não ocorre nenhum tipo de precipitação, descartando a presença de bismuto na amostra. Solução 2: A única hipótese, portanto, é a presença de cobre na amostra. É feita então uma reação de caracterização específica, por meio da adição de ferrocianeto de potássio e ácido acético, conforme é mostrado na reação a seguir: 2Cu2+ + [Fe(CN)6] 4- → Cu2[Fe(CN)6] (precipitado vermelho) Após a reação de identificação, houve a precipitação de um sólido avermelhado, confirmando a presença de cobre na amostra. Intermediário entre o grupo IIA e IIIA: Transferiu-se o conteúdo do tubo de ensaio para um béquer, para a eliminação de sulfeto por aquecimento. O conteúdo foi aquecido até próximo à secura, onde seu vapor parou de emitir um cheiro parecido como o de ovo podre (que é o indicativo da presença de enxofre). Agente precipitante do grupo IIIA: Adicionou-se água destilada no béquer quase a secura, e transferiu-se o conteúdo para um tubo de ensaio. Nesse tubo, foi adicionado NH4Cl(S) e algumas gotas de NH4OH. Essa adição cria um tampão amoniacal favorável a precipitação dos cátions do grupoIIIA na forma de hidróxidos. Nesse caso, ocorreu a precipitação de um sólido acastanhado, indicando a possível presença de cátions Fe3+, Al3+ ou Cr3+. Fe3+ + 3NH3 + 3H2O → Fe(OH)3(s) + NH4 + (precipitado marrom-castanho) Al3+ + 3NH3 + 3H2O → Al(OH)3(s) + NH4 + (precipitado branco) Cr3+ + 3NH3 + 3H2O → Cr(OH)3(s) + NH4 + (precipitado verde) Observação: o sobrenadante foi separado para posterior análise do grupo IIIB. Marcha analítica grupo IIIA: Processo 1 Com a adição de NaOH ao precipitado, promove-se a solubilização dos hidróxidos de alumínio e de cromo. Isso acontece pois o caráter desses hidróxidos é fraco, então, na presença de bases mais fortes, se comportam de forma anfótera e são solubilizados. A adição de H2O2 é importante pois é responsável pela oxidação do cromo, de Cr3+ a Cr6+, na forma de cromato (CrO4 2-). O Ferro continua precipitado na forma de hidróxido por ser uma base mais forte e não se comportar de forma anfótera na presença de NaOH. Al(OH)3 + NaOH ⇌NaAlO2 + 2H2O (1) Cr(OH)3 + NaOH ⇌ NaCrO2 + 2H2O (2) 2NaCrO2 + 3H2O2 + 2NaOH ⇌ 2Na2CrO4 + 4H2O (3) A reação (1) mostra a reação do hidróxido de alumínio com o hidróxido de sódio, formando aluminato de sódio, solúvel e incolor em soluções aquosas. A reação (2) mostra o produto formando pela adição de hidróxido de sódio ao hidróxido de cromo (III), o cromito de sódio, resultando em uma solução verde, que não ocorreu na amostra. Com adição de H2O2, elucidada pela reação 3, ocorre a oxidação do Cromo, tornando a solução amarela, também não ocorrido na amostra. Desta forma, descarta-se a presença de cromo na amostra, pois não há qualquer indicativo do mesmo, a mudança de cor da solução já seria uma reação de confirmação. Solução 1: Possivelmente, na solução 1, há alumínio. Precipitado 1: Continua precipitado, possivelmente o ferro. Processo 2: Ao adicionar NH4Cl, não houve qualquer tipo de precipitação. Essa ausência de precipitação indica a nulidade (ou presença em caráter indetectável) de alumínio. Processo 3: Ao adicionar ácido nítrico ao precipitado 1, ocorre a dissolução do mesmo, indicando a possível presença de ferro, cujo hidróxido é bastante solúvel em ácidos. Dessa forma, pode ser feita a reação específica para caracterização do ferro por adição de tiocianato de amônio, como é representado a seguir: Fe3+ + 3NH4SCN → Fe(SCN)3 + [Fe(SCN)] 2+ + outros complexos (solução vermelho sangue) Após a realização desse teste, é obtida uma solução vermelho sangue, confirmando a presença de ferro na amostra. 2.3 – Conclusão Seguindo a marcha analítica estipulada, conclui-se que a amostra C é formada pelos cátions Cu 2+ e Fe3+. 2.4 – Bibliografia Vogel, A. – Química Analítica Qualitativa – Mestre Jou, 1979
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