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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS: UM ESTUDO DE CASO DO RU DA UFRN ANA PAULA DE BRITO NATAL – RN 2016 1 ANA PAULA DE BRITO IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS: UM ESTUDO DE CASO DO RU DA UFRN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Profª. Msc. Annamaria Barbosa do Nascimento Co-orientadora: Prof.ª Drª. Dinara Leslye Macedo e Silva Calazans NATAL-RN 2016 2 ANA PAULA DE BRITO IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS: UM ESTUDO DE CASO DO RU DA UFRN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________________ Orientador: Profª MsC. Annamaria Barbosa do Nascimento __________________________________________________________ Co-orientador: Profª Drª Dinara Leslye Macedo e Silva Calazans __________________________________________________________ Prof. Dr. Fabio Resende de Araújo Natal, 15 de dezembro de 2016. 3 AGRADECIMENTO Agradeço, primeiramente, a Deus, que tornou todo este meu sonho possível. Sempre esteve ao meu lado, me dando força e o suporte necessário para prosseguir. Desde o início do curso podia sentir que Ele sempre estava comigo, e a cada conquista minha, tinha certeza que era Ele quem me proporcionava a vitória. Dono de toda ciência, sabedoria e poder, razão de tudo que se ver e sente; a Ele seja feita todas as coisas. A minha irmã Josylene pelo incentivo e por ser um exemplo de vida pois no meio da adversidade encontrar forças para seguir, a minha família pelo amor e carinho, as minhas amigas; Karina marinho, Carla Nascimento, Dulce Maria, Nínive Alves, Juliana Raquel e Carla Targino por toda a força e fidelidade, compreensão e cumplicidade permanecendo sempre do meu lado e principalmente Lorena Vidal (Jaiana) enviada por Deus. Agradeço as professoras que se disponibilizaram a ajudar-me nessa reta final, pela dedicação e paciência para que tudo desse certo e Samara e Isadora pelo companheirismo. Agradeço aos funcionários do restaurante universitário e a nutricionista Alzeneide Fernandes que sempre dedicada ao seu trabalho e me ajudando nesse processo. Peço a Deus que abençoe todas essas pessoas e que as guie nas caminhadas da vida, para gloria de seu nome e razão de seu viver, pois antes do pó o vaso não existiria!!!. 4 “Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” Romanos 11:36 5 BRITO, Ana Paula de. Identificação dos critérios para avaliação de fornecedores de gêneros alimentícios: um estudo de caso do RU da UFRN, 2016. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016. RESUMO Os cuidados na produção de refeição devem contemplar não somente o processo produtivo dentro da Unidade de Alimentação e Nutrição (UANs), mas também desde a aquisição da matéria prima – e uma relação com o fornecedor para que possa se ter um relacionamento confiável –, através da identificação dos critérios de desempenho, o que torna uma fonte de informação sobre o cumprimento das expectativas e objetivos estratégico entre a unidade e o fornecedor, contribuindo para uma avaliação de seu desempenho. Esse estudo teve como objetivo identificar os critérios de avaliação de fornecedor de gêneros alimentícios no Restaurante Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por meio de pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa. A estratégia de pesquisa foi um estudo de caso, com método de coleta por meio de observação participante e análise documental. Foram observadas as etapas do processamento ocorridas na unidade de refeição desde a aquisição dos gêneros alimentícios à distribuição. Os resultados obtidos mostraram que os critérios de avaliação de fornecedor, foram identificado em duas categorias principais, com relação a entrega e a qualidade, sendo medido nas etapas de produção através de indicados identificados no processo produtivo. Foram utilizado três instrumentos para registro dos dados que possibilitaram a identificação desses critérios, sendo esses instrumentos o mapa de recebimento, o protocolo de carnes e o mapa de controle de refeição. Mostrando que o a identificação dos critérios para avaliação de desempenho de fornecedor tem responsabilidade na qualidade final do produto, pois tão importante quanto selecionar o fornecedor é o monitoramento de seu desempenho através dos critérios identificados. Palavras-chave: avaliação de fornecedor, serviço de alimentação, desempenho de fornecedor. 6 ABSTRACT Meal care should include not only the production process within the Food and Nutrition Unit (UANs), but also from the acquisition of the raw material - and a relationship with the supplier in order to have a reliable relationship - through Of the identification of the performance criteria, which makes it a source of information about the fulfillment of strategic expectations and objectives between the unit and the supplier, contributing to an evaluation of its performance. The objective of this study was to identify the criteria for evaluation of food suppliers in the Restaurant of the Federal University of Rio Grande do Norte, by means of exploratory research, with a qualitative approach. The research strategy was a case study, with method of collection through participant observation and documentary analysis. The processing stages occurred in the food unit from the acquisition of foodstuffs to the distribution were observed. The results showed that the supplier evaluation criteria were identified in two main categories, in terms of delivery and quality, being measured in the production stages through indicated ones identified in the production process. Three instruments were used to record the data that allowed the identification of these criteria, these instruments being the receiving map, the meat protocol and the meal control map. Showing that the identification of the criteria for supplier performance evaluation has responsibility for the final quality of the product, because as important as selecting the supplier is the monitoring of its performance through the identified criteria. Keywords: supplier evaluation, food services , supplier performance. 7 LISTADE ABREVIATURAS E SIGLAS CFN – Conselho Federal de Nutrição FÇ – Fator de correção UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte RU- Restaurante Universitário RDC – Resolução da Diretoria Colegiada 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1- Árvore decisória de processos de compras em UANs........................................16 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Critérios descrito na literatura para avaliação de fornecedores de gêneros alimentícios..............................................................................................................................21 Tabela 2: Etapas observadas na produção de refeição............................................................23 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13 2.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 13 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 13 3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 14 3.1 GESTÃO DE SUPRIMENTO EM UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (UANs) ..................................................................................................................................... 14 3.2 FORNECIMENTO DE MATÉRIA PRIMA ...................................................................... 17 3.3. PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE DESEMPENHO DE FORNECEDORES ............... 20 4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 22 4.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................ 22 4.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 22 5. RESULTADOS E DISCURSSÃO .................................................................................... 24 6. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 29 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30 11 1. INTRODUÇÃO As UANs (Unidade de Alimentação e Nutrição) cumprem um papel importante na medida em que afetam o estado nutricional e o bem-estar da população por meio da qualidade do alimento que produzem, devendo ter uma preocupação com relação à qualidade do alimento para consumo, assim como os fatores que podem interferir nesta qualidade, o que envolve equipamentos, armazenamento, e a escolha da matéria prima a ser fornecida (ALEVATO, 2009). Assim, os cuidados na produção de refeições devem, não somente no processo de produção dentro da unidade de refeição, mas também, desde a aquisição da matéria prima o que inclui a escolha do fornecedor confiável (REGO, 2010). As instituições públicas costumam utilizar o processo de licitação para seleção de seus fornecedores, instituída por lei as normas para licitações e contratos da administração pública (BRASIL, 1993). Devendo essa seleção ser feita de maneira a atender as especificações para a unidade. Tendo a seleção de fornecedor tem importância tanto quanto o monitoramento de seu desempenho, para verificação dos resultados que se espera, assim possibilitando a identificação de suas não conformidades para possíveis correções (VIENA, 2009) visto que a unidade de alimentação depende de fornecedores que tenham compromisso com suas atividades, não ocasionando transtornos durante a produção de refeições ou possíveis mudanças que levam tempo, custo e queda na qualidade do produto produzido. Assim o controle da cadeia de abastecimento é de suma importância para atender os objetivos estratégicos, pois a relação que o fornecedor tem contribui para o sucesso ou desastre do processo produtivo (FELIX; FRUCTOS, 2008). UANs como Restaurantes Universitários têm na gestão de suprimentos um grande aliado à qualidade do seu produto final. Deste modo uma adequada avaliação de desempenho é uma fonte de informação sobre o cumprimento das expectativas entre a unidade e o fornecedor. Atuando como meio de comunicação, permitindo ações de melhoria e desenvolvimento de ambas as partes (ZERBINI, 2006). Para estabelecimento dessa relação, é fundamental a ocorrência de avaliação identificando os critérios de desempenho de fornecedor, utilizado no contexto de gerenciamento da cadeia de suprimento (DEUS et al., 2011). A avaliação do desempenho do fornecedor é uma estratégia de suma importância assim quanto sua seleção, o monitoramento de seu desempenho para verificação 12 de sua atuação com relação ao que se espera do desenvolvimento dessa atividade, pois além da escolha do fornecedor o monitoramento do seu desempenho tem responsabilidade na qualidade final do produto, podendo assim, identificar as possíveis inconformidades e desenvolver de ações corretivas (VIENA. 2009). Diante do exposto e, considerando também que o Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) serve de referência para o estabelecimento de critérios de compras de alimentos para outros órgãos públicos, devido ao grande volume adquirido e reconhecimento externo da qualidade do seu produto final, o presente trabalho propõe-se identificar os critérios para avaliação de desempenho de fornecedores de gêneros alimentícios no RU. 13 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Analisar os critérios utilizados para avaliação de desempenho dos fornecedores de gêneros alimentícios nas etapas do processamento durante a produção das refeições. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar os critérios de desempenho de fornecedor de gêneros alimentícios na etapa do processo produtivo; Investigar como são medidos os critérios de avaliação de desempenho dos fornecedores; Verificar os instrumentos que são utilizados para registro dos critérios de desempenho do fornecedor. 14 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1 GESTÃO DE SUPRIMENTO EM UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (UANs) As Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) são caracterizadas por um conjunto de áreas, onde se realiza atividades de alimentação coletiva com objetivo de fornece refeições balanceadas nutricionalmente respeitando normas dietéticas e de higiene (ABREU; SPINELLI; PINTO 2009) assim como proporcionar satisfação aos clientes, com relação ao aspecto ambiental, físico, condições higiênico das instalações e manipuladores adequado (PROENÇA; MATOS, 1996). Segundo Conselho Federal de Nutricionista (CFN) unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é uma unidade gerencial do serviço de nutrição e dietética onde são desenvolvidas todas as atividades técnico- administrativas necessárias paraa produção de alimentos e refeições, até a sua distribuição para coletividades sadias e enfermas, além da atenção nutricional a pacientes na internação e em ambulatórios; (Resolução 380/05). As unidades podem ser estabelecidas sob diversas formas de gerenciamento como, auto-gestão onde a própria empresa possui e gerencia a UAN, produzindo as refeições de seus funcionários, por concessão caracterizada quando a empresa cede um espaço para outra empresa especializada produzir as refeições (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2009). O processo de administração de suprimento é dinâmico e complexo, envolvendo várias etapas e necessita que se tomem várias decisões. A logística e o setor administrativo de suprimentos não estão preocupados unicamente com o fluxo de compras e vendas, mas com a relação harmônica entre os integrantes desse processo, assim falhas na logística tem como consequências: inadequada reposição de matéria-prima, alterações no cardápio por falta de alimentos dentro outros (ORNELAS, 2007). Na produção, a finalidade do setor de suprimento é alimentar o fluxo, de forma a continua para não haver interrupções (ABREU; SPINELLI; PINTO 2009). Segundo Abreu; Spinelli; Pinto (2009), A administração de uma unidade de alimentação e nutrição deve ser encarregada a um profissional nutricionista, sendo funções atribuídas a esse profissional na UAN, funções de planejar, organizar, direcionar, supervisionar e avaliar os serviços de alimentação e nutrição, participando do planejamento e 15 implantação e execução de projetos de estrutura física, especificação de alimentos utensílio e equipamento, planejamento do cardápio de acordo com a necessidade da clientela, custo e valor nutritivo, coordenação e supervisão das atividades de pré-preparo, preparo, distribuição e transporte de refeição, assim como avaliação dos fornecedores, e todo processo de compra dos alimentos. Visto que nas unidades os alimentos passam por diversas etapas dentro do fluxo de produção como recebimento, armazenamento em temperaturas adequada para cada tipo de produto, pré-preparo, preparo, distribuição e descarte, passando por cada procedimento, apresentando rotinas e ações especificas que contribui negativo ou positivamente para o resultado final desse processo (AMARAL, 2008). Diante disso, a Unidade de Alimentação e Nutrição deve analisar quais os indicadores critérios de maior relevância para o analise do desempenho do fornecedor, pois essa avaliação permite a classificação destes. Sendo estas informações utilizadas para monitorar e apresentar aos fornecedores permitindo que a cada avaliação em que apresente resultados não satisfatórios, eles possam corrigir as falhas promovendo a melhoria de seus produtos e processos (MOURA, 2009). Segundo Graeml (2000), os indicadores de desempenho são informações que registram e retratam o comportamento de uma atividade, de uma função ou de toda uma organização. Sendo utilizados para medir o desempenho de inúmeras atividades produtivas (PONTES; SILVA; 2008). Esses indicadores devem ser voltados para a necessidade da unidade de alimentação de modo a obter a execução do cardápio do modo planejada e uma qualidade na refeição de forma a satisfazer os usuários e atender à exigência do restaurante. Assim toda unidade de alimentação e nutrição, deve ter um planejamento, onde é necessário um fluxograma para todo o procedimento, tenha um adequado planejamento, vindo a nortear o processo do produto dentro da unidade (CARNEIRO, 2015). Para as Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) a árvore decisória, serve para ajudar na tomada de decisão permitindo a racionalização dos métodos de trabalho, chegando até a fixação de padrões para execução dos processos o que num restaurante de grande porte se tona indicado (ABREU; SPINELLI; PINTO (2009), como exposto na Figura 1. 16 Figura 1: Árvore decisória de processos de compras em UANs Legenda: N=condições não favorável, S= condição favorável Fonte: (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2009). As etapas desse processo permitem o conhecimento do fluxo da produção, visto que tem uma melhor eficiência do trabalho, qualidade e rendimento da produção, possibilitando verificar os pontos de ajuste entre as áreas da produção, auxiliando na adoção Fornecedor Verificar Cardápio Verificar as condições do produto Identifica r os generos Reparar o produto Dirigir ao pré-preparo Descarte Identificar problema com o Produto Preparo Cocção Distribuir Recolher Utensílios Recolher Resto Higienizar Recolher amostra do produto Frutas e hortaliças Carnes, aves, pescados Cereais enlatados Dirigir ao armazenamento N N N N S S S S S Condições ok Falha do fornecedor Condições ok Condições ok Reparação ok ppreparo 17 de procedimentos e tomada de decisões mais eficazes e racionais, sendo indicado em restaurante de grande estrutura (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2009). Essas etapas conduzem as operações que devem acontecer na unidade, permitindo a racionalidade do processo de trabalho, sendo desempenhado dentro do processo de produção, tendo como vantagem uma base para melhorar a eficiência do trabalho, a quantidade e o rendimento da produção, onde mostra todas as etapas do processo produtivo do início ao fim do procedimento, desde o recebimento com o fornecedor, a distribuição final dessa matéria prima como produto (ABREU; SPINELLI; PINTO (2009). Permitindo a observação das condições de cada etapa para que o produto seja repassado à etapa seguinte. Devendo se tomar decisões quanto à condução dessas etapas de processamento, visto que o pré-preparo é a etapa pela qual os alimentos passam, antes do consumo, devendo se ter especificações para assegurar as condições adequadas da matéria prima (BOULOS; BUNHO, 1999). Se tornando indispensável a observação nessas etapas uma vez que serão distribuídas diretamente para o consumo. Assim toda Unidade de Alimentação e Nutrição, deve ter um planejamento, onde é necessário uma tomada de decisão para todo o procedimento, vindo a nortear o processo do produto dentro das etapas na unidade (CARNEIRO, 2015). Enxergando assim a necessidade de avaliar cada uma delas, para que o processamento da matéria prima recebida pelo fornecedor não venha a passar a outras etapas sem especificações de sua conformidade. 3.2 FORNECIMENTO DE MATÉRIA PRIMA O processo de administração de suprimento segundo Abreu; Spinelli; Pinto (2009) é dinâmico e complexo, onde a finalidade do setor de suprimento é alimentar o fluxo de forma a evitar-se interrupções, visto que a logística e administração de suprimentos tem relação além da venda e compras, assim erros na administração podem levar a reposição irregular da matéria prima, quantidade maiores de estoque sem alterações de consumo, falta de espaço para armazenamento e mudanças no cardápio por falta de matéria prima. O atraso pela falta de matéria aumenta os custos e interfere na capacidade de produção, sendo um dos objetivos do abastecimento a garantia do suprimento continuo necessário para produzir (FELIX; FRUCTUS, 2008) Para Feraboli (2012), a qualidade que terá o produto final dever ter início no começo da cadeia de fornecimento levando em consideração desde a matéria prima ao 18 produto final, se fazendo necessário, para que se possa melhorar a qualidade do produto final, o trabalho em conjunto com os fornecedores buscando uma parceriae melhoria continua, assim o fornecedor é de extrema importância, uma vez que podem determinar a quantidade e qualidade do produto. Talluri e Sarkis (2002) estabelecem o processo de compras e seleção de fornecedor, contratos de fornecimento e acompanhamento de desempenho do fornecedor, como um caminho crítico, atuando como ligação da organização ao fornecedor, visto que um relacionamento, principalmente baseado em preços não é concebido como sustentáveis por um longo tempo. O processo de compra requer um bom conhecimento, visto que se devem atender ao mesmo tempo a critérios técnicos, exigências operacionais e administrativas, assim como a limitação do custo, além da satisfação do habito alimentar dos comensais, considerando também a influência dos produtos na formação de novos hábitos alimentares (CONTRI; DEGIOVANNI; MATOS 2012). A função de compras dentro de uma organização tem um papel estratégico devido ao volume de recursos utilizado para esse processo. A previsão de compra está correlacionada com o planejamento do cardápio, o per capta dos alimentos, o número de refeições estimado que serão oferecidas, a frequência de utilização dos gêneros no período de previsão, a quantidade existente no estoque, assim como características da matéria prima (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2009). Sendo de grande responsabilidade na hora do planejamento dessa matéria prima, uma vez que evita a falta do produto assim como um aumento indesejável dos níveis de estoque. Segundo Vieira; Japur, (2012), o processamento de compra se inicia na emissão de pedidos, onde o setor de compra da instituição emite um pedido de empenho que se aprovado pelo departamento de finanças, é assim encaminhada ao fornecedor que vão ficar responsáveis pela entrega dos produtos segundo as descrições nas quantidades requeridas pelo pedido de empenho. Após esse processo de compra, o recebimento é a primeira etapa do controle higiênico-sanitário, onde se é realizado atividades de conferencia da quantidade e qualidade do produto, sendo registrado em instrumento próprio da unidade, devendo-se haver uma comparação da nota fiscal dos produtos e pedidos e verificando todas as informações desde condições de compra, preços e volume assim como condições físicas do produto e meio de transporte, a matéria prima que estiver com problemas, como data de validade vencida, ingredientes ou embalagens não aprovados, devem ser devolvidos ao fornecedor ou 19 devidamente identificados e armazenados separadamente dos demais produtos para devolução (VIEIRA; JAPUR, 2012). Assim esse processo detém importância maior visto ser a etapa onde se inicia a inspeção para entrada de gêneros dentro da unidade e a primeira etapa para avaliação do comprimento dos fornecedores quanto ao exigido na entrega. Quanto ao armazenamento e conservação os alimentos perecíveis devem ser mantidos em câmeras frias para alimentos perecíveis, com temperatura e umidade relativa com rigoroso controle, sendo indispensável a avaliação da capacidade funcional dos equipamentos para evita-se os problemas posteriores decorrente da falta de manutenção e longo período de armazenamento, os não perecíveis devem ser armazenados em local diferente dos destinados a matérias de limpeza e descartáveis (CONTRI; DEGIOVANNI; MATOS, 2012). Assim, o gerenciamento e acompanhamento em todas as etapas são de suma importância para que o processo produtivo se realize com sucesso, sendo mecanismo vital para que se possa ter controle e registro de todo procedimento dentro da unidade de alimentação. A tarefa de seleção de fornecedores não é uma atividade de fácil, entretanto é essencial o cuidados quanto ao fornecimento, procurando corrigir defeitos encontrados durante o processo produtivo ou relacionados a prazo de entregas (FERABOLI, 2012). Assim, para Viena (2009) torna-se cada vez mais relevante o processo de escolha do fornecedor adequado, atendendo assim as expectativas esperadas quanto às atividades desenvolvidas pelos fornecedores. Desta forma, os fornecedores contribuem em grande parte para o sucesso ou desastre do processo produtivo (FELIX; FRUCTUS; 2008). Tendo assim uma responsabilidade que é atribuída aos fornecedores para o cumprimento de forma satisfatória de suas obrigações, desta forma o gerenciamento de compras tem sido utilizados para a avaliação, como fatores tangíveis e não tangíveis, assim trazendo questões de quais métodos utilizar tanto na seleção quanto na avaliação do desempenho dos fornecedores já selecionados (VIANA, 2009). A avaliação do fornecedor pode melhorar o seu desempenho de forma significativa, ajudando a decisão de quando um determinado fornecedor deve ou não ser removido do processo licitatório, servindo de incentivo para melhoria de seu desempenho assim como auxilio na decisão para distribuição dos itens aos vários fornecedores. 20 3.3. PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE DESEMPENHO DE FORNECEDORES Para atender as exigências do mercado, as empresas precisam atender a relação com os fornecedores, estabelecendo um relacionamento de longo prazo, visando colaboração mútua e a busca por melhoria continua da qualidade dos produtos (CAVALCANTE, 2010). Para estabelecimento dessa relação com o fornecedor é fundamental a ocorrência de avaliação, em que deve ser estabelecidos critérios para esse processo. Os critérios de desempenho no ramo da alimentação coletiva são poucos sendo maiores abordados os critérios de seleção, como os ressaltados por Abreu; Spinelli; Pinto (2009), destacando capacidade de entrega, preço, facilidade de acesso, atendimento, garantia e qualidade do produto, localização, lote mínimo de compra, pontualidade na entrega, relacionamento com o fornecedor, idoneidade e flexibilidade comercial (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2009). Os critérios de avaliação de desempenho de fornecedor na literatura abordam diferentes empresas e prestações de serviços. Cavalcante; Marciel (2010) propõe como novos critérios para avaliação de fornecedores são estes: o preço; o critério qualidade, englobando qualidade da embalagem e reincidência de defeitos o critério entrega avaliando o prazo, pontualidade nos serviços, e o critério serviços levando em consideração o tempo de resposta a problemas, iniciativa, disponibilidade, acompanhamento e critérios que avalia diretamente o fornecedor como a localização, estrutura de distribuição, certificados de qualidade e garantia. Para Ching (2006) existem fatores para as empresas qualificarem e certificarem seus fornecedores, sugerindo para tal procedimento os critérios de avaliação de desempenho sendo esses a qualidade da matéria prima, o cumprimento do prazo de entrega, o cumprimento da quantidade de material solicitado, competitividade em termos de preços praticados no mercado e qualidade na prestação de serviços. Envolvendo assim vários critérios para essa avaliação, considerando vários fatores para um melhor desempenho. Segundo Vakurka et al (1996), os critérios podem ser analisados em categorias de produto ou situação, sendo viável a situação de trabalho e processo que se queira identificar. Segundo Viena, (2009), os critérios podem ser distribuir para avaliar um serviço segundo seus objetivos da organização, onde a categoria de entrega e qualidade podem ter seus critérios para analise dessa performance para o com seus fornecedores, ficando a critério das serviços a melhor forma para analisar o desempenho de seus fornecedores. Desta forma, percebe-se que critérios de desempenho de fornecedor são uma forma de melhorar o relacionamento e as estratégias e objetivos dos serviços. Para isso os 21 critérios de medição de desempenho dosfornecedores podem ser utilizados para melhorar esse desempenho (DEUS et al., 2011). Entretanto, na literatura critérios para avaliação de desempenho de fornecedores envolvendo alimentos, encontrem-se poucos trabalhos que abordem essa temática, dentre esses se destacam os estudos de Viena (2009) e Bonfim (2003) que demonstram critérios para a avaliação de fornecedores, como pode ser observado no Tabela 1. Tabela 1: critérios descrito na literatura para avaliação de fornecedores de gêneros alimentícios Autores Critério Viena (2009) Entrega Eficiência Qualidade Conformidade Compromisso Bonfim (2003) Qualidade Quantidade entregue Confiabilidade na data definida Pontualidade no horário de entrega Equipamento adequando No estudo realizado por Viena (2009), que buscou investigar as ferramentas e técnicas utilizadas para seleção e avaliação de fornecedores na indústria brasileira de alimentos, através de questionário eletrônico, os aspectos utilizados para a avaliação do desempenho de fornecedor dessas indústrias, mostraram uma que parte das empresas analisadas quanto a avaliação de critérios, baseou-se em duas categorias sendo estas: entrega e qualidade. O que serviram para avaliar a performance do fornecedor quanto aos critérios envolvidos no seu desempenho. Visto que para algumas empresas se torna uma forma mais fácil de identificar e avaliar os critérios de desempenho de seus fornecedores, devido determinados critérios se englobarem dentro dessa categoria. 22 4. METODOLOGIA 4.1 TIPO DE PESQUISA O presente estudo caracteriza-se como um estudo transversal, exploratório, com abordagem quantitativa. Estudos transversais são estudos em que a exposição ao fator ou causa, está presente ao efeito no mesmo momento ou intervalo de tempo analisado (HOCHMAN et al, 2005). Enquanto que os estudos exploratórios são realizados quando há pouco conhecimento sobre o assunto, permite um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa (MATTAR, 2014). O método utilizado na pesquisa foi estudo de caso, onde tem propósito de reunir informações detalhadas e sistemáticas sobre um assunto (PATTON, 2002). Envolvendo-se num estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2007). 4.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa foi desenvolvida no Restaurante da universidade do Rio Grande do Norte. A unidade tem forma de gerência por autogestão, fornecendo refeições para em média 3.000 alunos universitário por dia, o restaurante conta com 40 funcionários, 13 estagiárias e 5 nutricionistas na produção e 3 no almoxarifado, funcionando de segunda a sexta para o público em geral e fim de semana para residentes e bolsistas em atividade acadêmica. Atualmente o restaurante se encontra com 15 fornecedores, contratado por meio de sistema de pregão eletrônico com validade anual, as entregas dos gêneros são feitas de acordo com a necessidade semanal para todos os itens, devido a capacidade do almoxarifado ser pequena quanto ao armazenamento para todo o mês, assim como os camarás frias e de congelamento. Para o fornecimento de itens alimentícios, os fornecedores atendem mais de uma categoria de alimento sendo distribuído para os gêneros secos como amido, feijão, arroz, biscoito, açúcar dentre outros 6 fornecedores, para as frutas 1 fornecedor, para as verduras frutas e legumes com 5 fornecedores, para as carnes 2 fornecedores, para leite e derivados 2 fornecedores, para as polpas com 1 fornecedor e para a entrega de pães 1 fornecedor. 23 4.3 COLETA DE DADOS Para a obtenção dos dados utilizou-se duas fontes de evidência: observação participante, sendo processo onde se mantem a presença do observador numa situação com finalidade de realizar uma investigação para colher os dados sobre o contexto observado, tornando-se o observador parte da situação a observada (MINAYO, 2004). Quanto à análise documental, foi realizada uma consulta dos documentos utilizados no RU, para monitoramento das atividades desenvolvidas na unidade, dentre eles o como mapa de recebimento, protocolo de carnes, mapa de controle de refeição. Assim foram observadas as etapas do processamento ocorrida na unidade desde a aquisição de alimentos no processo de recebimento a cocção, para análise dos critérios utilizados para avaliação do fornecedor nas etapas do processamento, exemplificadas na Tabela 2. Tabela 2: Etapas observadas na produção de refeição Etapa Aspecto observado Coleta Relação com fornecedor Recebimento Aspectos organolépticos; temperatura; Aspecto do fornecedor; hora de entrega; conformidade dos gêneros; meio de transporte; fermenta utilizada para controle; Através de anotações em planilha de recebimento. Permite identificar critérios relacionados a entrega. Processamento de carnes Aspecto organolépticos, peso da quantidade total, aparas; sacos e peso liquido. Através de Protocolo de carnes. Permite identificar Critérios relacionados a qualidade. Processamento s de vegetais Quantidade total; rendimento das saladas; perda após processamento; aspectos de qualidade dos folhosos; tamanho das verduras. Mapa de recebimento Permite identificar Critérios relacionados a qualidade. Preparo Observou-se a qualidade dos alimentos pela qualidade do grão de rendimento da matéria prima Pesagem (mapa de controle de refeição). Permite identificar Critérios de desempenho da qualidade do fornecedor. Distribuição Foi observada a aceitação dos comensais Observação, peso do resto ingesta, sobra limpa através do mapa de controle de refeição. Permite identificar critérios de qualidade. 24 5. RESULTADOS E DISCURSSÃO Os resultados encontrados apontam que os critérios identificados na produção de alimentos no RU são divididos em duas categorias, sendo estas: “Critérios de Entrega” e “Critérios de qualidade”. Estas categorias mostraram-se como pontos primordiais para a avaliação dos fornecedores. A categoria Critérios de Entrega identificado na etapa de recebimento, engloba os seguintes pontos de avaliação: Pontualidade da entrega; Equipamento adequado para transporte de mercadorias, Cumprimento de entregas de gêneros e Compromisso do fornecedor. Quando esses critérios não são atendidos de modo satisfatório, como no caso do RU, acarreta inúmeros problemas, comprometendo o desempenho no serviço de produção, como atraso no preparo e distribuição das refeições e troca de cardápio emergencial. Contri; Degiovanni; Matos (2011) afirmam que o não cumprimento desses critérios gera grande preocupação devido à falta de matéria prima dentro das unidades de alimentação e nutrição. Além disso, a distância do fornecedor também é um fator agravante, uma que pode ocasionar atraso na entrega de mercadorias. O critério pontualidade é medido através do número de entregas dentro dos prazos combinados, sendo medido pela frequência de vezes que o fornecedor não atende a entrega de pedidos na data solicitada pela unidade. Percebe-se que os fornecedores do RU não atingem o esperado, no que se refere a esse critério, sendo este, considerado um dos critérios mais importantes, uma vez que apresenta consequências diretas no desenvolvimento do produto final. Dentre as principais consequências da falta de pontualidade observa-se a falta de matéria prima e os transtornos decorrentes da alteração do ritmo de trabalho, uma vez que o serviçoé forçado a adequar-se a ausência desses produtos. Em um estudo realizado por Spinelli; Belo em 2011, que objetivou avaliar a utilização de indicadores de qualidade em UANs e restaurantes comerciais, observou-se que a falta de pontualidade dos fornecedores acarreta a mudança no estoque, tornando necessário a realização de compras emergenciais o que muitas vezes leva à mudanças nas características do cardápio. Quanto à utilização de equipamentos adequados para o transporte de alimentos, no RU, nota-se que esse critério é cumprido, não sendo observadas não conformidades relacionadas ao uso de equipamentos inadequados no transporte das mercadorias recebidas. A RDC n°216, estabelece que o transporte de alimentos deve ser realizado em condições higiênico-sanitárias adequadas (BRASIL, 2014). Enquanto a Portaria 25 CVS/2013 que o transporte de alimentos deve ser feito com temperatura de compartimento de carga em conformidade com a matéria prima transportada (BRASIL, 2013). No RU, o instrumento utilizado para o registro desse critério é o Mapa de recebimento de mercadorias (ANEXO 1), que considera além da adequação do transporte, quesitos como pontualidade e prazos de entrega, uma vez que nele registra-se as datas e os horários em que é realizado o recebimento das mercadorias. No RU, identifica-se ainda o critério: Compromisso com entrega, que pode ser medido através do recebimento dos gêneros na unidade, de modo que o entregador atenda as especificações e a correção de problemas identificados no momento da entrega. Observou-se, que problemas relacionados ao compromisso com entrega são recorrentes no RU, principalmente no que se refere ao recebimento de gêneros não perecíveis além de frutas e verduras, que muitas vezes não são entregues dentro das conformidades esperadas. Resultados semelhantes foram encontrados por Souza; Bandeira; Janissek-muniz (2011) em seu estudo de caso, onde foi observado que a falta de compromisso dos fornecedores acarreta em grandes prejuízos à produção, uma vez que pode levar a interrupção ou cancelamento do serviço causando transtornos à instituição e seus gestores, gerando desperdícios de custo e tempo. O cumprimento de entregas é medido por meio da identificação das não conformidades, como falta de itens solicitados, envio de produtos defeituosos ou de marcas diferentes das padronizadas na compra, além disso, é observado também o envio de gramaturas divergentes. No RU, observa-se entre as maiores dificuldades sofridas em decorrência das deficiências do cumprimento de entregas, a utilização de marcas e gramaturas diferentes das solicitadas. A categoria: Critério de Qualidade, é medida durante a etapa de recebimento por meio da averiguação das temperaturas de produtos (identificando se estas estão dentro das especificações estabelecidas pela legislação); da qualidade sanitária observada e as características organolépticas do produto, assim como as especificações das embalagem segundo a legislação. Essas informações são registradas no mapa de recebimento (ANEXO 1). Percebe-se que no RU esta é a categoria que apresenta maior repercussão, uma vez que influencia diretamente na qualidade das refeições produzidas. Zerbini (2006), mostra em seu estudo, que o impacto na qualidade traz consequências negativas a instituição, visto que a qualidade é essencial para o sucesso dos serviços e dos produtos oferecidos. Viena e Alencar, (2010), investigaram oito empresas do setor de alimentos da região metropolitana do Recife, visando investigar na prática da indústria no que se refere a seleção e avaliação de fornecedores, identificado a qualidade como uma das principais 26 categorias de critério para desempenho do fornecedor, corroborando com os encontrados nesse estudo. Nesta categoria, observam-se também as etapas de preparo da matéria prima como critérios para identificação da qualidade do produto, sendo o rendimento considerado um fator determinante para a qualidade da mercadoria recebida. Belo (2011), afirma que a avaliação do rendimento é considerada um critério de avaliação da qualidade dentro das unidades de alimentação. Assim o rendimento possibilita a avaliação da qualidade de grãos, visto que são observados que determinadas marcas não tem um rendimento satisfatório na cocção, com maior número de ocorrência para o feijão visto que foi observado que muitas vezes o grão, ou o grão de arroz com baixo rendimento, refletindo diretamente na aceitação dos comensais e verificando a qualidade do produto para uma possível avaliação desse desempenho. Assim como o rendimento, o Fator de Correção (FC) se identifica como critério na qualidade, visto que FC alto traz prejuízo à unidade de alimentação, pois se refere à perdas em relação ao peso inicial, é medida pela remoção das parte não comestível do alimento (ORNELAS, 2007). Para este item, observou-se que o RU apresenta altos fatores de correção, o que representa baixa qualidade dos produtos adquiridos, bem como desperdício da matéria prima. Além disso, o RU a avaliação do fator de correção serviu para medir qualidade dos gêneros adquiridos, como mostra o estudo feito por Amaral, (2008) que o fator de correção serve para avaliar a qualidade dentro de Unidades de Alimentação e Nutrição. No processamento e manipulação foi identificado outro critério dentro da categoria de qualidade - o índice de desgelo sendo essencial para avaliação do desempenho do fornecedor de carnes. No RU, percebe-se que a maioria das carnes de frango apresentam altos índices de degelo, o que constitui uma fonte de prejuízo, visto que este resultado demonstra que o peso dos produtos adquiridos é inferior ao que foi solicitado. O estudo realizado por Garnida (2014), que falhas tecnológicas nos abatedouros no processo de pré-resfriamento das carcaças, que acarretam em absorção de água acima dos limites aceitáveis, determinada quando a quantidade de água resultante, expressa em percentagem do peso da carcaça com as partes comestíveis na embalagem, ultrapassando o valor limite de 6%, consistindo assim em práticas de fraude comercial quando esses produtos chegam ao alcance dos consumidores. Com relação a etapa de processamento da matéria o instrumento utilizado pelo RU para registro dessas medidas, que possibilitou a análise desses critérios, é o protocolo de carnes (ANEXO 2), nesse instrumento é registrada a quantidade total de saída da carne, o peso pós dessalgue de carnes para feijoada, rendimento da carne após o corte, o peso das 27 aparas, e peso dos sacos, sendo assim fermenta para se analisar a qualidade das carnes, registrando também possível ocorrência de carnes estragadas, sendo essa feramente utilizada para segurança e controle de entrada e saída do prato principal. Assim os resultados de estudo de caso com relação aos critérios identificados no Restaurante Universitário, podem ser comparados com outros estudos realizados na área de alimentação como o estudo de Viena, (2009), onde foram encontrados os mesmo critérios de avalição de fornecedor, pontualidade seguidas da qualidade dos alimentos, e compromisso com a entrega. Comparando também com os resultados encontrados por Bonfim (2003), que identificou critérios semelhantes aos encontrados nesse estudo, sendo estes: pontualidade, qualidade de entrega, quantidades, confiabilidade das entregas e equipamentos adequados. Ainda na etapa de processamento da matéria prima, os indicadores verificados como medida para desempenho do fornecedor para essa etapa, foi medida através das características dos gêneros recebidos, como sua conformidade como tamanho, pragas, doenças nos hortifrútis, sendo possível determinar as qualidadesdos gêneros adquiridos. Como visto no RU essa etapa e caracterizada por processo minucioso de lavagem e corte das partes dos alimentos que não são visíveis em etapas anteriores pela grande quantidade de recebimento de gêneros folhosos, sendo problemas visuais na restaurante os vegetais como insetos, lagartas, e qualidade desses vegetais. Assim, segundo Baião et al. (2010) é importante que cada unidade estabeleça tenha uma avaliação criteriosa aos alimentos utilizados. Na etapa de distribuição foi identificado que a qualidade é medida através da aceitação, pois determinados pratos são avaliados pelos comensais dos serviços de alimentação, contribuído para análise da qualidade de marcas divergentes do mesmo produto, em virtude de muitas vezes ocorrer a troca de marca dos produtos solicitados assim como a variação de qualidade do mesmo produto atribuído, chegam até os comensais, sendo assim um feedback da qualidade dessa matéria prima. Assim como os protocolos de carnes e mapa de controle de carnes o outro instrumento utilizado na unidade para registro na etapas de produção e distribuição é mapa de refeição (ANEXO 3) é um dos mais importantes instrumentos para controle, de toda a refeição onde se pode analisar, todo o registro de rendimento de matéria prima, o controle dessas operações é realizada a partir de mapas de previsão de gêneros, o que foi visto no estudo realizado por Bello; Spinelli, (2011), tornando eficiente o controle dos processos na unidade e assim registro das informações essenciais para gerenciamento da unidade. Sendo preenchido por estagiários e nutricionista durante a produção com o registro do peso do rendimento, quando é implantada uma nova receita no cardápio por novos estagiários. 28 Assim segundo os resultados encontrados nesse estudo, os critérios de avaliação do fornecedor de gêneros alimentícios dar pelas atividades de avaliação inicial do produto, devendo-se haver esse feedback entre a gestão da unidade através da identificação e utilização desses critérios para formação que se possa avaliar o desempenho dos fornecedores, aprimorando a melhora nos produtos remetendo diretamente na qualidade final. 29 6. CONCLUSÕES Com esse estudo concluiu-se que, durante as etapas do processo produtivo no RU da Universidade Federal do Rio Grande do Note, foram encontrados os seguintes critérios: pontualidade, equipamento adequado para o transporte de mercadorias, cumprimento de entrega dos gêneros alimentícios e compromisso do fornecedor, sendo identificados na etapa de recebimento, assim como para a etapa de processamento foi identificado o índice de degelo e FC (fator de correção), e no preparo e distribuição o critério rendimento, sendo importante para avaliar o fornecedor quanto aos aspectos relacionados a entrega e a qualidade no desempenho de suas funções. Além disso, os critérios são medidos através dos indicadores observados nas etapas de produção de refeição, como número de entregas dentro dos prazos combinados, pela frequência de vezes que o fornecedor atende a entrega de pedidos solicitados, pela correção de problemas identificados nos produtos, pela adequação de temperatura dos gêneros, qualidade sanitária observada, características organolépticas do produto, assim como as conformidades quanto ao tamanho e aceitação dos comensais entre outros. Esses indicadores são importantes para analisar o atendimento dos critérios identificados, dando subsídios para uma melhor avaliação do desempenho de seus fornecedores dentro da produção. Assim, para o registro dessas informações a unidade utiliza três instrumento, sendo relacionados a etapa de recebimento, como mapa de recebimento, auxiliando os registros identificados para avaliação dos critérios, ao processamento sendo utilizado o protocolo de carnes e mapa de controle de refeição que possibilita o registro das atividades realizadas no preparo e distribuição das preparações. A avalição dos fornecedores é fundamental para assegurar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela UAN, dessa forma quando os fornecedores não atingem o esperado para assegurar essa qualidade a unidade enfrenta problemas que dificultam a realização do processo produtivo de forma eficaz. A utilização dos registros obtidos na UAN foi fundamental para identificar os critérios para avaliação dos fornecedores, sendo assim, sugere-se que a exemplo do RU da UFRN outras unidades adotem o controle rígido dos registro, facilitando assim, avaliação dos fornecedores. 30 REFERÊNCIAS ABREU, E.S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. GESTÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: Um Modo de Fazer. 3º ed. São Paulo: Editora Metha; 2009. ABERC – Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas. Manual de práticas de elaboração e serviço de refeições para coletividades. 8º ed. São Paulo: ABERC, 2003. 120p. ALEVATO, H.; ARAÚJO, E. M. G de. Gestão, organização e condições de trabalho. V Congresso Nacional de Excelência em Gestão, Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade. Niterói- RJ, Brasil, julho, 2009. ISSN 1984-9354. AMARAL, Luciane Busato do. REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NA PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES HOSPITALARES. 2008. 48 f. 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Odor característico, observar as informações presentes no rótulo Resfriada até 4ºC CARNES CONGELADAS (AVES/PEIXES) Embalagem íntegra, sem sinais de rachaduras na superfície, sem acúmulos de líquidos no interior da embalagem ou cristais de gelo na superfície do produto Congelada igual ou inferior a - 18ºC FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS FRUTAS Íntegros sem danos físicos ou mecânicos, livres de corpos estranhos, insetos e larvas, observar padrão de tamanho. Refrigerados até 10ºC FOLHOSOS Separados em sacos transparentes, sem manchas. VERDURAS Íntegros, livres de fungos e manchas, observar padrão de tamanho. OVOS Íntegros, limpos, observar padrão de tamanho. MERCEARIA SECA Embalagens integras, livres de pragas, observar informações do rótulo. 26ºC LATICÍNIOS Observar a cor, aspecto, odor, consistência, características da embalagens, integridade do produto, data de validade. Até 8ºC ASPECTOS DO ENTREGADOR: UNIFORME COMPLETO ( ) HIGIENE ( ) CALÇADOS ( ) CONDIÇÕES DE TRANSPORTE: CARRO ISOTÉRMICO ( ) REFRIGERADO ( ) ABERTO ( ) BAÚ ( ) OBS.:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 36 Anexo 2: protocolo de carnes PROTOCOLO DE LIBERAÇÃO DE CARNES Anexo 3: Mapa de recebimento DIA DA LIBERAÇÃO:_____/_____/_____ REFEIÇÃO:____________________________________________ DATA:_____/_____/_____ PRODUTO:__________________________________ PREPARAÇÃO:_________________________________ PB PL APARAS SACOS PORÇÕES ASSINATURAS PB:___________________ PB:___________________ PL:___________________ PL:___________________ LIBERAÇÃO P/COCÇÃO:________________ OBS:________________________________________________ PESO PÓS-DESSALGA: ___________________ DIA DA LIBERAÇÃO:_____/_____/_____ REFEIÇÃO:____________________________________________ DATA:_____/_____/_____ PRODUTO:__________________________________ PREPARAÇÃO:_________________________________ PB PL APARAS SACOS PORÇÕES ASSINATURAS PB:___________________ PB:___________________ PL:___________________ PL:___________________ LIBERAÇÃO P/COCÇÃO:________________ OBS:________________________________________________ PESO PÓS-DESSALGA:____________________ DIA DA LIBERAÇÃO:_____/_____/_____ REFEIÇÃO:____________________________________________ DATA:_____/_____/_____ PRODUTO:__________________________________ PREPARAÇÃO:_________________________________ PB PL APARAS SACOS PORÇÕES ASSINATURAS PB:___________________ PB:___________________ PL:___________________ PL:___________________ LIBERAÇÃO P/COCÇÃO:________________ OBS:________________________________________________ PESO PÓS-DESSALGA:____________________ 37 DIA DA LIBERAÇÃO:_____/_____/_____ REFEIÇÃO:____________________________________________ DATA:_____/_____/_____ PRODUTO:__________________________________ PREPARAÇÃO:_________________________________ PB PL APARAS SACOS PORÇÕES ASSINATURAS PB:___________________ PB:___________________ PL:___________________ PL:___________________ LIBERAÇÃO P/COCÇÃO:________________ OBS:________________________________________________ PESO PÓS-DESSALGA:____________________ 38 MAPA DE CONTROLE DA REFEIÇÃO SERVIDA – CENTRAL TIPO: ___________ PREVISÃO: ________DATA: ____/____/___ DIA: _____________________ PREPARAÇÃO QUANTIDADE PRODUZIDA (ENVIADA) SOBRA LIMPA RESTO Nº CUBAS KG PORÇÃO Nº CUBAS Nº CUBAS PREVISÃO_____________ LINHA VEGETARIANA QUANTIDADE PRODUZIDA (ENVIADA) SOBRA LIMPA RESTO 39 OBSERVAÇÕES E OCORRÊNCIAS: __________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ PESO DO LIXO (Vasilhame com tampa: 5Kg: _____________________ __________________________________ ESTAGIÁRIO/NUTRICIONISTA PREPARAÇÃO Nº CUBAS KG PORÇÃO Nº CUBAS Nº CUBAS SAE = (CIRCULAR_____ VIG. TERCEIRIZADOS_______FUNC. RU_____) EVENTUAL = _______ TVU______ SUP. INFRA _______ VIGILANTE ______ BOLSA ALIMENTAÇÃO (bolsitas + residentes + auxílio+ convênio______ + pulantes______) = ________ KITS DESJEJUM_________ AT. ESPECIAL = (DCE_______ CA’S_______ MOTORISTA _______ FUNC. RESIDÊNCIA______TICKETS_____ INTERCÂMBIO_____) = _____ PAGOS => _________ TOTAL => _________ 1. 40 MAPA DE CONTROLE DA REFEIÇÃO SERVIDA – CENTRAL CONTROLE DE TEMPERATURA Controle de Temperatura (Ligar os Balcões 10 minutos antes de receber as preparações) – 3 Medições ( 11:20 – 12:05 – 13:20) / (17:10 – 18:00 – 18 50) H o r á r i o d a s c o l e t a s - - - Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Linha 6 PREPARAÇÕES H o r á r i o d a s c o l e t a s - - - Linha Vegetariana H o r á r i o d a s c o l e t a s - - - PASS-THROUGH FRIO PASS-THROUGH QUENTE PREPARAÇÕES PREPARAÇÕES 41
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