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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

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Sistemas de Informação em Saúde
Eduardo Mota 
Dea Mara Carvalho
INTRODUÇÃO 
A informação é essencial à tomada de decisões. O conhecimento sobre a situação de saúde requer informações sobre o perfil de morbidade e mortalidade, os principais fatores de risco e seus determinantes, as características demográficas e informações sobre os serviços, como a disponibilidade de recursos humanos, de infra-estrutura e financeiros. Esse conhecimento se aplica ao planejamento, à organização e à avaliação de ações e serviços. Além disso, na atenção à saúde, as informações são imprescindíveis ao atendimento individual e à abordagem de problemas coletivos, utilizando-se o conhecimento que gera desde a assistência direta nas unidades de saúde até o estabelecimento de políticas específicas e a formulação de planos e programas, os sistemas de informação contribuem com os meios para construção do conhecimento em saúde.
Em epidemiologia, as informações relevantes para o conhecimento da situação de saúde devem estar integradas e articuladas em um conjunto que defina a abrangência e a magnitude dos danos e agravos. Este deve conter ainda os elementos para explicação e entendimento dos processos causais, com o elenco de fatores sensíveis às intervenções, possibilitando o acompanhamento e a avaliação dos resultados e do impacto das medidas implementadas. As atividades de vigilância epidemiológica no monitoramento permanente da situação de saúde necessitam de informações que permitam surpreender o mais precocemente possível as mudanças nos padrões de morbidade e mortalidade e indicar as medidas de controle pertinentes. A permanente atualização das informações, a sua qualidade e a disponibilidade oportuna são fatores importantes para a decisão e a ação correspondente. Convém observar, entretanto, que o trabalho com informações e uma atividade meio que subsidia todo o conjunto de processo de gestão e de atenção à saúde.
 Além do suporte a gestão dos serviços, as informações orientam a implantação dos modelos de atenção, de promoção da saúde e das ações de prevenção e controle. O conhecimento sobre a situação de saúde permite estabelecer prioridades e alocar recursos de forma direcionada para a modificação positiva das condições de saúde da população. A crescente participação das administrações municipais na gestão em saúde, conseqüente ao processo de descentralização, a redefinição dos papeis gestores nos níveis estadual e federal e a reorganização do sistema de saúde para atender as demandas por ações e serviços tem apresentado novos desafios à área de informação. Dessa forma, a descentralização das ações e serviços deve incluir a responsabilidade compartilhada dos níveis de governo com as informações em saúde, o que não significa simplesmente transpor sistemas sob gestão federal ou estadual para o nível local de gestão (Branco, 1996). Em nível local, as administrações, que até então apenas alimentavam os sistemas de informação, passam a assumir responsabilidades de organização e gestão desses sistemas, que devem estar integrados aos sistemas estaduais e nacionais de informação. Além disso, as informações só podem contribuir para o desenvolvimento dos modelos de atenção à saúde se forem amplamente difundidas entre todos os profissionais e disponibilizadas a população. A crescente participação social em conselhos de saúde tem ampliado a demanda por informações que subsidiem a formulação de planos com o estabelecimento de prioridades e possibilitem o acompanhamento dos serviços e a utilização dos recursos. Os sistemas de informação em saúde utilizam largamente os recursos do processamento eletrônico de dados, aplicando de forma intensiva equipamentos e meios computadorizados (informática) e redes de comunicação eletrônica (telemática). A tecnologia de computação e de telecomunicações tem permitido obter, organizar e processar um conjunto cada vez maior de dados. Isto facilita o funcionamento e aumenta a eficiência dos sistemas de informação. Porém, representa um desafio especial para os profissionais que necessitam conhecer e fazer o melhor uso dos recursos tecnológicos e racionalizar a obtenção de dados que sejam efetivamente analisados e produzam o conhecimento necessário e oportuno. Para isto e necessário aplicar os recursos tecnológicos adequados às necessidades dos sistemas locais de informação, considerando sempre que esses recursos são ferramentas do trabalho com informações. Isto e particularmente importante quando se consideram os rápidos avanços no campo das tecnologias de informação. A aplicação no setor saúde de novas tecnologias bm equipamento e programas de informática tem ampliado as possibilidades de coletar, consolidar e transferir dados. Aí se incluem a utilização dos recursos da Internet, os cartões magnéticos de identificação de clientela, a informatização dos prontuários clínicos, os sistemas de agendamento eletrônico e sua aplicação as centrais informatizadas de marcação de consultas e internações (Carvalho, 1998). Convém assinalar, porém, que qualquer sistema de informação depende da coleta primaria de dados, o que significa assegurar que o conjunto relevante de instrumentos (fichas de notificação e investigação de agravos, declarações de nascimentos e de óbitos, boletins de atendimento etc.) seja adequadamente preenchido, os dados seguramente registrados e armazenados e que se cumpra em tempo o fluxo de dados até o processamento, a consolidação, análise e difusão.
 ELEMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
Um sistema de informação em saúde pode ser entendido como um conjunto de componentes (estruturas administrativas e unidades de produção) que atuam integrada e articuladamente e que tem como propósito obter e selecionar dados e transformá-los em informação, com mecanismos e práticas próprios para a coleta, registro, processamento, análise e transmissão da informação (Moraes, 1994). Como parte do sistema de saúde os sistemas de informação integram suas estruturas organizacionais e contribuem para o cumprimento das finalidades institucionais e técnico-operacionais de todas as suas unidades em um determinado nível de gestão (municipal, estadual e federal).
 Os diversos conceitos de dado têm em comum a expressão de um valor quantitativo ainda não trabalhado. O dado tende a ser unidimensional. Dados podem ser a simples enumeração de eventos ou de suas características quantitativas ou, ainda, a representação numérica das propriedades dos eventos, que necessitam ser consolidados e analisados, conferindo-lhes interpretação coerente. Uma vez submetidos aos métodos de agregação e cálculos de erro ou desvio, são vistos como dados estatísticos (White, 1981). Podem ser obtidos prospectiva ou retrospectivamente de maneira regular e padronizada ou não, porém sem uma finalidade explicita, e são em geral apresentados em forma tabular, como freqüências brutas ou relativas. Uma relação de casos de óbitos registrados mensalmente, em uma maternidade, ou o peso ao nascer dos recém-nascidos, são exemplos de dados em saúde que necessitam ser consolidados de acordo com critérios preestabelecidos e submetidos à análise estatística descritiva ou inferencial, para que revelem padrões, tendências e diferenças ou contrastes que sugiram uma apreciação interpretativa.
 Entende-se por informação uma descrição de uma situação real associada a um referencial explicativo sistemático (Moraes, 1994). Para a informação em saúde esta definição inclui, portanto, a representação da realidade de acordo com as referências dos campos de saber em saúde, sejam as da clínica, da epidemiologia, das áreas básicas ou aplicadas, operacionais ou profissionais em saúde e de campos diversos que se pretendam articular para a descrição, explicação ou entendimento de situações e problemas. A utilização de dados para compor um módulo de informação requer que se estabeleça uma finalidade ou que se formule uma conjectura ou hipótese a ser verificada ou testada. Como exemplos, a proporção de óbitos porcausas relacionadas à gestação e ao parto pode indicar a qualidade da assistência prestada em unidades hospitalares, ser comparada com a qualidade da atenção pré-natal ou servir de base para a organização da oferta de serviços para gestantes de alto risco de complicações do parto. A proporção de recém-nascidos com peso inferior a 2.500 g pode revelar a magnitude da ocorrência de gestantes em risco nutricional e contribuir para a programação de serviços de atenção à saúde para a redução da mortalidade infantil e a avaliação de seu impacto.
 A informação necessária nem sempre resulta da quantificação de fatos e eventos. Informações de natureza qualitativa que incluem relatos diversos sobre os eventos e condições relacionadas, opiniões e expressões de percepções são igualmente importantes para compor o quadro de conhecimentos. A informação em saúde é tipicamente variada. O conhecimento e o entendimento de situações e problemas de saúde que podem ser gerados requerem que se articulem, combinem ou se comparem dados típicos da saúde e de todos os outros campos de interesse. É possível aplicar à informação a mesma abrangência do assim chamado conceito ampliado de saúde, para incluir tudo que diz respeito às condições gerais de vida e de trabalho (Moraes 1998). Além disso, métodos e técnicas diversos são utilizados para consolidação e análise de dados, o que inclui necessariamente as referências da estatística e suas aplicações.
 Nem todos os dados de saúde se convertem em informação (OPS/OMS, 1998). Em serviços de saúde produzem-se grandes quantidades de dados que não integram sistemas de informação. Esses dados não se transformam em informações que tenham potencial de uso, muitas vezes pela ausência de mecanismos para processá-los e assegurar sua disponibilidade em formato e momento adequados. Por outro lado, os problemas com a qualidade dos dados podem impedir que sejam utilizados para gerar informações úteis. A cobertura dos processos de coleta e registro é importante para conferir o significado que se pretende nas interpretações e análises. Além disso, na análise e interpretação de dados em saúde, devem ser sempre consideradas as seguintes questões: se a obtenção dos dados foi feita no tempo oportuno, qual a sua fidedignidade, qual o grau de precisão das medidas, a possibilidade de erros de registro e os obstáculos ao armazenamento e a transmissão.
 Um sistema de informação em saúde deve conter os requisites técnicos e profissionais necessários ao desempenho das suas funções básicas. Estas se relacionam ao planejamento, a coordenação e a supervisão dos seus mecanismos que incluem: seleção, identificação, coleta, aquisição, registro, transcrição, classificação, armazenamento, processamento, recuperação, análise, apresentação e difusão de dados e geração de informações. A estruturação dos sistemas de informação para atender as demandas da organização da atenção à saúde deve contemplar: a captação e a disponibilidade de dados e informações nos serviços, o tratamento intensivo da informação, a multidisciplinaridade, a implantação de modelos de atenção à saúde centrados na promoção da qualidade de vida e a tomada de decisões oportunas (OPS/ OMS, 1998). Ao se planejar e implantar um sistema de informação deve-se estabelecer com clareza os elementos essenciais da infra-estrutura de informação, a saber: seus objetivos e propósitos para todos os níveis organizacionais, as necessidades de informação por serviço e por função em cada nível da organização, os requerimentos do sistema quanto à estrutura gerencial e física para o desempenho eficaz das suas atribuições específicas, os processos de monitoramento e avaliação da qualidade dos dados, as necessidades de processamento e análise, os mecanismos de coleta e de difusão e os instrumentos tecnológicos que proporcionam os meios para registrar, processar e comunicar dados e informação, e apoiar a sua plena utilização. As necessidades em recursos humanos para realizar essas operações, sua capacitação e atualização constantes devem ser estabelecidas em cada momento da organização do sistema de informação.
 Uma sistematização das tarefas básicas de um sistema de informação em saúde se refere a "exposições criativas de relações críticas" de e entre suas distintas classes de propósitos, a saber: estado de saúde, utilização, custos, recursos e resultados (White, 1981). Dessa forma, na integração do sistema de informação ao sistema de saúde, visa-se criar as condições para promover a eqüidade, a cobertura universal das ações e o atendimento das demandas. As informações possibilitam, ainda, a promoção da qualidade técnica e científica dos serviços, da eficiência e otimização da relação custo - eficácia e, em instância final, a melhoria das condições de saúde. A natureza, qualidade e utilização do conjunto de dados requeridos em saúde caracterizam o sistema de informação e estabelecem seu dimensionamento e operações. Inicialmente, dois aspectos de interesse devem ser considerados: o grau de formalidade e a qualidade rotineira das operações. Embora os sistemas de informação em saúde estejam dedicados às atividades formais e rotineiras, pode ser necessário dar resposta a situações não rotineiras e captar e transmitir informações geradas informalmente. A tecnologia de transmissão eletrônica de dados e informação, como a Internet, pode apoiar a difusão de elementos informais e não rotineiros que sejam úteis à tomada de decisões (OPS/OMS, 1998). Por outro lado, os dados e informações rotineiras devem ser incorporados às operações de um sistema formal <de informações para que seja possível sistematizar e padronizar sua aplicação. 
 Há sempre uma gama variada de fontes de dados que se pode utilizar nos sistemas de informação para o suporte da atenção a saúde. Isto inclui desde os prontuários de pacientes até os dados de natureza administrativa, dos registros de laboratório e exames até os questionários de inquéritos e observações diretas de fatos e eventos. Certamente, uma fonte única que integre todos os dados relevantes dos usuários do sistema de saúde ou da população da área de abrangência de um serviço facilita as operações do sistema de informação. Além disso, propicia a informação necessária à formulação de políticas de saúde e de planos voltados ao atendimento de necessidades.
 Entretanto, os sistemas de informação em saúde têm orientação diversa quanto às fontes de dados. Quando essas fontes são orientadas aos prestadores ou aos procedimentos do elenco de serviços prestados, os dados são agregados por unidades prestadoras de serviços ou por tipo de ato profissional (consultas, cirurgias, visitas etc.). Neste caso, a informação de interesse se volta para aspectos administrativos relacionados com a disponibilidade de recursos, os custos e o controle financeiro (OPS/OMS, 1998), ou ao acompanhamento da produção e da produtividade, aplicado às tarefas de supervisão dos níveis centrais de gestão do sistema de saúde. O nível de agregação desses dados impõe limites a sua aplicação ao conhecimento da situação local de saúde porque, em geral, não é possível fazer referencia à base populacional ou à clientela dos serviços. Quando as fontes de dados são orientadas aos usuários do sistema de saúde, as informações são agregadas por identificação do indivíduo, inclusive sobre os serviços que utiliza. Dessa forma se podem gerar informações mais apropriadas a sua aplicação no cuidado individual e na atenção a saúde coletiva. Porém, esses sistemas necessitam da máxima colaboração dos profissionais que atendem a clientela para o registro adequado de dados e, devido a grande quantidade de dados que produzem, exigem a definição do que deve ser processado e analisado. Ainda mais, e necessário adaptar os instrumentos de coleta as rotinas e práticas da atenção à saúde.
 Outro aspecto de interesse diz respeito à cobertura e representatividade populacional dos dados de um sistemade informação em saúde. O registro de dados de clientela restrita, dos dados de uma parte da rede de unidades de saúde, o sub-registro de ações e de notificações, as dificuldades de acesso e o perfil de oferta de serviços são elementos a considerar na avaliação dessa representatividade, quando se deseja expressar o quadro epidemiológico de um grupo populacional.
 As informações com que mais comumente se trabalha podem ser classificadas de acordo com a sua aplicação, com os diversos tipos de ações e serviços, e com as praticas de atenção à saúde e gestão:
As de caráter clínico que se relacionam com a atenção individual e compõem o conjunto de informações sobre morbidade e mortalidade, acesso e demanda por serviços (atendimentos hospitalares e ambulatoriais, registros de exames, óbitos, seguro social, acidentes de trânsito e de trabalho). 
A informação epidemiológica que revela os perfis e tendências nas condições de saúde e se aplica às atividades de vigilância (morbidade e mortalidade, características e qualidade dos serviços de interesse em saúde, fatores de risco à saúde, população animal e vetores). 
As que definem as condições gerais de vida e características populacionais (informações demográficas, condições socioeconômicas - educação, habitação, emprego e renda -, fatores culturais de interesse, meio ambiente - qualidade da água, destino de dejetos e lixo, poluição ambiental). 
As de natureza administrativa relacionadas com os recursos humanos, com a infra-estrutura física, com os recursos financeiros, tecnológicos e de processos de trabalho, incluindo, ainda, documentação relevante que registra atos legais, normas, rotinas e relatos diversos.
 A aplicação dos dados a construção de indicadores gera informações úteis que sintetizam um problema ou situação em saúde. Isto possibilita que se estabeleçam comparações válidas entre populações de áreas diferentes ou entre períodos de tempo para uma mesma população. Os indicadores de saúde são largamente aplicados no diagnóstico de situações e no acompanhamento e avaliação de intervenções, constituindo-se em instrumental para o trabalho em epidemiologia e na gestão de serviços e sistemas de saúde. Os sistemas de informação devem propiciar a construção e cálculo dos indicadores de interesse em saúde, sejam estes relativas às condições de vida (numero de pessoas alfabetizadas por 1.000 habitantes, renda media familiar per capita ), sejam os que revelam as condições de saúde e demanda por serviços (mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos, número de consultas por 1.000 habitantes por ano). Devem ser observadas as características básicas dos indicadores relativas à disponibilidade de dados, simplicidade de cálculo, poder discriminatório de grupos populacionais e de situações de saúde, entre outras.
 Um sistema de informação em saúde deve ser constituído, tanto quanto possível, em base populacional, para que os dados tenham representatividade e possibilitem a construção de indicadores que se refiram à população de interesse. As informações sobre as condições de saúde de grupos populacionais de área definida revelam situações que nem sempre se definem com a mesma clareza e precisão quando se restringem às pessoas que são atendidas, ou que tem acesso às ações e serviços. Por outro lado, o registro cronológico preciso permite o estudo de series temporais e a análise de tendências. Os dados sobre os problemas de saúde, os serviços utilizados por problema e os procedimentos correspondentes devem estar integrados ao conjunto de informações de que se necessita. Desenvolvem-se rapidamente os sistemas de informação geográfica para aplicação em epidemiologia. Esses sistemas são definidos como um conjunto de instrumentos integrados em um sistema informatizado capaz de coletar, consolidar, analisar e visualizar informação referenciada geograficamente (OPS, 1996).
 Como suporte essencial a organização e gestão dos serviços de saúde, o sistema de informação deve oferecer subsídios para as funções de gestão relacionadas ao cuidado ao paciente, a administração de unidades de saúde e a gestão do sistema como um todo (Lippeveld, 1997), ao que se deve acrescentar o conhecimento da situação de saúde em bases populacionais e geográficas definidas, para a atenção a saúde coletiva.
SISTEMAS NACIONAIS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
 Dispõe-se de um conjunto diverso de sistemas de informação de interesse para a saúde, gerenciados por órgãos do governo federal, com bancos nacionais de dados de acesso facilitado por diversos aplicativos e meios computadorizados. Entre estes se destacam os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os que tratam das informações em vigilância epidemiológica e da assistência ambulatorial e hospitalar no âmbito do Sistema Único de saúde (SUS).
 O IBGE, criado em 1938, realiza os censos nacionais de população e produz, entre outros, dados demográficos de fundamental importância para o trabalho em epidemiologia. A partir da década de 70, esta instituição iniciou a produção de dados em saúde para complementar e manter atualizados os dados censitários, realizando inquéritos nacionais, denominados Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), e responsabilizando-se pela produção de estatísticas vitais com a coleta nacional padronizada sobre nascimentos, óbitos e casamentos no nível municipal. Iniciou, também, o levantamento periódico conhecido como Assistência Médico-Sanitária (AMS), onde constam informações sobre o número, o tipo, a produção e a utilização de serviços de saúde. Destacam-se, ainda, a produção do Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF) em 1974-1975, que possibilitou o conhecimento da situação alimentar e nutricional no país e o acompanhamento do perfil econômico-financeiro, informações sobre os setores de produção econômica e de emprego e renda (Baldijao, 1992). Assinale-se que os sistemas de informação do IBGE e do Ministério da saúde não são complementares, e em algumas situações utilizam definições diferentes sobre serviços, apesar do esforço que tem sido feito para ampliar a compatibilidade dos dados. Além disso, as informações sobre serviços de saúde não no SUS só podem ser obtidas através da AMS/IBGE (Almeida, 1996).
O SUS conta com sistemas de informação sobre mortalidade (SIM), de nascidos vivos (SINASC), de agravos de notificação compulsória (SINAN), da produção de serviços e atendimentos ambulatoriais (SIA) e das internações hospitalares (SIH), entre outros, no âmbito do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde dos estados e municípios. Esses sistemas se constituem em uma valiosa fonte de informações para estudos e pesquisas e são imprescindíveis à gestão do SUS, para a administração de serviços assistenciais, para as atividades de vigilância epidemiológica e sanitária e para o acesso de toda a população as informações em saúde.
Os sistemas de informação são mantidos em cumprimento a dispositivos legais que regulamentam o SUS. A Lei Federal nº 8.080 de 1990 estabelece o papel das informações em saúde e a constituição dos sistemas de informação quando trata, no Capítulo II - DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS, Artigo 7, inciso VII: sobre a "utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática". No Capítulo IV - Da competência e das Atribuições, na Seção I, Artigo 15, inciso IV, esta Lei estabelece ainda: a "organização e coordenação do sistema de informação em saúde" (BRASIL, 1990). Quando editou a Norma Operacional Básica SUS 01/96 (Brasil, 1996), o Ministério da saúde definiu como responsabilidade das administrações estaduais e municipais a operação dos sistemas de informação hospitalares e ambulatoriais e a alimentação dos bancos de dados de interesse nacional para os estados e municípios habilitados.
O desenvolvimento dos sistemas de informação em saúde de abrangência nacional segue, em anos recentes, o que estabelecem os princípios constitucionais do SUS relativas à descentralização,ao atendimento integral, ao acesso universal e a participação da comunidade (Brasil, 1994). Com a consolidação da municipalização das ações e serviços de saúde, esses sistemas nacionais de informação vêm se adaptando ao estabelecimento de sistemas locais de saúde e permitindo o conhecimento e o acompanhamento da situação de saúde no nível mais periférico do sistema de saúde, referenciada a microrregiões homogêneas e áreas definidas, além de integrarem-se a sistemas locais de informação. A alimentação dos bancos de dados de interesse nacional é feita por todos os municípios e estados, e a consolidação e análise ascendentes entre o nível local e o nível nacional são realizadas para atender as necessidades de cada nível de gestão.
Dos sistemas nacionais de informações em saúde coordenados por órgãos do Ministério da saúde, o SIM, SINASC e SINAN estão sob a gestão do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), da Fundação Nacional de saúde, e o SIA e SIH, da Secretaria de Assistência à saúde. O Departamento de Informática do SUS (DATASUS) da Secretaria Executiva responde pelo desenvolvimento e realiza o suporte gerencial dos sistemas. O DATASUS disponibiliza em tempo integral, para os gestores em saúde e instituições do setor, todos os sistemas de informação, utilizando o Bulletin Board System (BBS), sistema de comunicação exclusiva para a transmissão de dados e documentação pertinentes. Através de comunicação telefônica dedicada a BBS, e uma vez obtido o cadastramento junto aquele órgão, e possível conhecer e copiar aplicativos informatizados para a consolidação e análise de dados.
 Em 1997, o DATASUS disponibilizou, para toda a rede do SUS, gestores em saúde e instituições interessadas, o TABWIN (Brasil, 1998), aplicativo que precede a leitura dos bancos de dados, realiza a tabulação e contem recursos para cálculos básicos, construção de indicadores, representação gráfica e geográfica com a disposição dos dados em mapas por município, estado e região.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE-SIM
 Estabelecido pelo Ministério da saúde em 1975, utiliza um instrumento padronizado de coleta de dados - a Declaração de Óbito (DO). Com série de dados informatizados disponíveis desde 1976, constitui-se em elemento essencial para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Brasil, 1998), contendo informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, condições do óbito, inclusive sobre a assistência prestada ao paciente, causas básica e associada.
A sua descentralização, em curso, exigiu o desenvolvimento de uma rotina informatizada de apoio à seleção da causa de óbito, realizada em conjunto com o Centro Brasileiro de Classificação de Doenças, vinculado a Universidade de são Paulo. Este software, denominado "Seletor de Causa Básica" (SCB), automatiza a aplicação de regras de classificação e encontra-se em fase final de testes e aprimoramento, embora versões preliminares venham sendo utilizadas por diversas secretarias estaduais e municipais de saúde há alguns anos. Aguarda-se a sua aplicação por todas as instancias gestoras do SUS para a codificação correta de causa de óbito pela Classificação Internacional de Doenças (CID) (OMS, 1994), melhorando-se a qualidade da informação e tornando-a mais oportuna. Embora existam variações entre estados, o Ministério da Saúde recomenda a busca e o recolhimento ativos da primeira via de DO pelas secretarias estaduais e municipais, para assegurar o registro oportuno de todos os óbitos, devendo as outras duas vias ser entregues aos familiares para encaminha-mento a Cartório de Registro Civil. Esse registro e obrigatório, inclusive para óbitos fetais, tal como consta da Lei nº 6.015/73, alterada pela Lei nº 6.216/75, sem o que não deverá ocorrer nenhum sepultamento. A codificação, critica e processamento dos dados da DO devem ser realizados nos órgãos de informações das secretarias de saúde, gerando informações o mais oportunamente possível nos níveis locais e regionais de gestão. Uma vez informatizados e processados, os dados são enviados para o Ministério da saúde, que os consolida e difunde em meios diversos, inclusive via Internet e em disco compacto (CD-ROM).
As criticas a esses dados podem detectar "erros de preenchimento, seleção de causa básica, codificação ou digitação de dados". Porém, alguns fatores ainda comprometem a qualidade dos dados da DO. Entre esses, destacam-se: o preenchimento inadequado de alguns campos, o que alcança 36,3% para o "grau de instrução", em estudo realizado com as declarações de 1995; a subnotificação com proporção estimada da ordem de 48,1%, na região Norte, no mesmo ano, e o expressivo percentual de óbitos por "Sintomas e Sinais Mal definidos" que revela as limitações dos serviços de saúde quanto ao estabelecimento da causa de óbito e a ocorrência de óbitos sem assistência medica (Carvalho, 1997). Esses fatores e o retardo no processamento e consolidação do banco de dados dificultam a execução das atividades de vigilância epidemiológica, sobretudo do acompanhamento em tempo da situação de saúde. Registre-se, entretanto, que a melhoria na qualidade dos dados e o uso crescente das informações sobre o perfil de mortalidade nas atividades de vigilância epidemiológica tem modificado progressivamente o potencial de aplicação dessas informações, antes utilizadas para o trabalho com "estatísticas vitais".
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS - SINASC
O SINASC foi implantado em 1990, e estrutura-se de forma semelhante ao SIM, isto é, com um instrumento padronizado de coleta de dados para todo o país, a declaração de nascido vivo (DN). Seu preenchimento é feito nos hospitais e instituições de saúde que realizam partos e nos Cartórios de Registro Civil, para os partos domiciliares. Assim como para a declaração de óbito, os formulários da DN são distribuídos nacionalmente pelo Ministério da saúde. A DN deve ser preenchida para cada nascido vivo.
 O fluxo da DN segue as mesmas orientações recomendadas para a declaração de óbito, devendo os órgãos de vigilância epidemiológica promover a busca ativa dos dados sobre nascidos vivos. 
A recomendação de envolvimento dos familiares do recém-nascido que obtém uma das vias do formulário, para levá-la a unidade de saúde na primeira consulta de acompanhamento da criança, e uma particularidade importante. As informações contidas na DN são essenciais para a atenção integral à saúde da criança e possibilitam a adoção de medidas que assegurem o pleno desenvolvimento e crescimento infantil. Um recém-nascido de baixo peso, por exemplo, deve receber cuidados diferenciados na unidade de saúde relativos a prevenção de riscos nutricionais.
 As secretarias de saúde providenciam a alimentação do banco de dados do SINASC com os dados da DN e realizam as criticas e o processamento informatizado. A validação de algumas informações e feita pelo cruzamento de variáveis, como, por exemplo, do peso do recém-nascido com a duração da gestação ou da idade da mãe com paridade. O hospital onde se realizou o parto deve receber uma via do formulário da DN. Com isto a unidade de saúde poderá conhecer todo o perfil de nascimentos e avaliar os serviços de atenção ao parto que oferece. As secretarias de saúde encaminham os dados ao Ministério da saúde, que os consolida nacionalmente.
Os dados desse sistema de informação para o período 1994 a 1996 foram disponibilizados em 1998 pelo DATASUS via Internet. Avalia-se que o instrumento declaração de nascidos vivos tenha sido implantado nacionalmente, embora nem todas as secretarias municipais de saúde operem o sistema informatizado de entrada de dados e processamento. Há, ainda, retardo na alimentação do banco nacional de dados e falhas no preenchimento dos campos da DN. Isto dificulta a utilização desses dados para analises, estudos e pesquisas. E importante que o SINASC se consolide como um dos principais sistemas de informação para o suporte a gestão do SUS, para a aplicação da epidemiologia em serviços e para a difusão ampla dosseus dados para a população. Como fonte de dados para aspectos importantes do conhecimento sobre a situação de saúde, o SINASC contribui para obter informações sobre natalidade, morbidade e mortalidade infantil e materna e sobre as características da atenção ao parto e ao recém-nascido, essenciais para a vigilância à saúde e para avaliação e organização de serviços. O desenvolvimento de sistemas locais de saúde, com a municipalização, deverá impulsionar sua implantação e uso intensivo.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN
A obrigatoriedade da notificação de doenças consta da Lei nº 6.259/75, que instituiu o Sistema Nacional de vigilância epidemiológica, regulamentada pelo Decreto nº 78.231/76, e se refere a um conjunto de agravos de notificação compulsória. Recentemente, o Ministério da saúde promoveu uma atualização da lista de doenças notificáveis com a edição da Portaria nº 4.052/98. Os estados e municípios podem estabelecer a obrigatoriedade da notificação de outros problemas de saúde além daqueles que constam da listagem nacional. Os dados da notificação e investigação de casos dessas doenças alimentam o SINAN. O seu processo de desenvolvimento teve inicio em 1992 e vem substituindo com vantagens os demais instrumentos utilizados pelo Sistema de Notificação Compulsória de Doenças, que ainda hoje apresentam limitações para uma atuação eficaz e integrada em vigilância epidemiológica (Carvalho, 1997). Adaptado a descentralização de ações e serviços de saúde, o SINAN permite a coleta de dados e o trabalho com informações desde a unidade de saúde.
Conta com dois instrumentos padronizados de coleta, emitidos pelas secretarias estaduais e municipais de saúde: a Ficha Individual de Notificação, preenchida para cada paciente quando há suspeita da ocorrência de um problema de saúde de notificação obrigatória, e encaminhada pela unidade de saúde aos órgãos responsáveis pela vigilância epidemiológica de nível local, regional ou estadual; a Ficha Individual de investigação contem os elementos necessários ao conhecimento da situação epidemiológica relacionada com o caso notificado. Tratando-se de doenças transmissíveis com potencial epidêmico, a ficha de investigação possibilita a obtenção de dados para o estabelecimento de fontes de infecção e mecanismos de transmissão da doença pela aplicação dos métodos da epidemiologia em serviços. Entretanto, estados e municípios estabelecem rotinas diferenciadas. Contudo, e imprescindível que as unidades e a gestão local consolidem os dados gerados em suas áreas de abrangência. Os dados do SINAN proporcionam o cálculo de incidência e prevalência de doenças, sua letalidade, o acompanhamento das tendências temporais e a identificação de áreas de risco, essenciais para completar o conhecimento sobre as condições de saúde da população.
 É necessário considerar a sensibilidade do processo de notificação de casos e o registro sistemático e oportuno no sistema de informação, para avaliar a representatividade dos seus dados. No caso do SINAN, isso depende essencialmente da organização e cobertura das atividades de vigilância epidemiológica. O desenvolvimento dessas atividades a partir das unidades de saúde, que não se restringem à notificação, mas integram o sistema de vigilância epidemiológica, participando do conjunto de ações, e, além disso, o envolvimento de todos os profissionais de saúde na identificação e registro de casos oferecem maior consistência e qualidade aos dados do SINAN. Certamente, a alimentação do banco nacional de dados do SINAN possibilita informações sobre os perfis de morbidade de problemas prioritários em saúde, os estudos comparativos de áreas e situações e a avaliação geral da qualidade dos dados. O Ministério da saúde precede a revisão e a critica dos dados e os divulga regularmente no Informe epidemiológico do SUS. Nos âmbitos estadual e municipal de gestão, editam-se informes epidemiológicos com os dados do SINAN e de outros sistemas de informação.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES - SIH
O registro sistemático, de âmbito nacional, dos dados das internações hospitalares para fins administrativos e do pagamento da prestação de serviços aos hospitais contratados foi estabelecido em 1976, quando o então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) do Ministério da Previdência e Assistência Social estabeleceu o Sistema Nacional de Controle de Pagamentos e Contas Hospitalares. Nesse período implantou-se a Guia de Internação Hospitalar como instrumento de coleta de dados, constituindo-se em Autorização de Internação Hospitalar (AIH) em 1983 (Baldijao, 1992). Como um sistema de informação, sua cobertura foi ampliada para o conjunto de hospitais de ensino entre 1986 e 1987, porém permaneceu dedicado à apuração de contas hospitalares, com fins administrativos, de controle de custos e auditoria (Carvalho, 1997). Esse sistema de informação apresenta sua conformação atual desde o inicio dos anos 90, quando o Ministério da saúde assumiu as atribuições de gestão do sistema de assistência medica da previdência social, recebendo a denominação Sistema de Informações Hospitalares. Desde então contem informações de todas as unidades hospitalares da rede publica própria - estadual, municipal e federal ç e da rede contratada e conveniada, antes pelo Ministério da saúde e após o inicio da fase mais recente da descentralização, a partir de 1993, também pelas secretarias estaduais e municipais de saúde.
De um sistema totalmente centralizado a época da assistência médica previdenciária, o SIH foi progressivamente descentralizado, tendo sido implantado, a partir de 1994, o processamento pelas secretarias estaduais de saúde e, posteriormente, pelas secretarias municipais em gestão plena do sistema, o que permite que seus dados sejam consolidados e analisados em qualquer nível de gestão. O formulário de Autorização de Internação Hospitalar (AIH), antes impresso e distribuído nacionalmente pelo Ministério da saúde, passou, em 1998, a ser emitido pelos estados, a partir de serie numérica única definida anualmente em portaria ministerial.
 Os aplicativos desenvolvidos pelo DATASUS, para a gerencia do sistema e processamento, permitem, também, a tabulação e consolidação dos dados, incluindo-se o Programa de gestão Financeira (PGF), o Sistema de Gerenciamento da AIH (SGAIH) e tabuladores, como o TAB-DOS e sua versão para o acesso direto aos dados via Internet (TABNET).
A utilização dos dados do SIH para o trabalho em epidemiologia vem crescendo em importância nos serviços de saúde. A disponibilidade de dados sobre as Internações com características de pessoa, tempo, lugar da Internação e procedência do paciente, características dos serviços, procedimentos realizados, valores pagos, ocorrência de óbito e o código CID (OPS, 1994) referente às causas de Internação contribui para o conhecimento sobre a situação de saúde, o acompanhamento de tendências e a avaliação dos resultados de ações e serviços. O SIH dispõe de banco de dados de cadastro de todas as unidades credenciadas prestadoras de serviços. Esse cadastro é atualizado sempre que uma unidade é credenciada ou descredenciada ou pela modificação de qualquer dos seus atributos, seja da sua identificação ou das suas características, como, por exemplo, o numero de leitos existentes e contratados por especialidade. Novos formulários para o recadastramento nacional de unidades hospitalares, com definições aperfeiçoadas das suas características, foram implantados em 1998. Estas atualizações nos instrumentos de coleta de dados acompanham os desenvolvimentos tecnológicos e da organização das instituições de saúde.
 A AIH é autorizada pelo órgão emissor definido pelo gestor do SUS a partir do exame do laudo e pedido de Internação. Os dados da internação são digitados pela unidade hospitalar apos a alta do paciente, e o seu conjunto mensal e encaminhado à secretaria de saúde, que precede a critica e eventualmente a glosa por irregularidades no preenchimento. As criticas tem critériosautomatizados nos programas de processamento eletrônico e evitam erros e falhas de preenchimento da AIH.
 Os dados do SIH representam cobertura variável do total de Internações entre regiões, estados e entre áreas dos municípios, a depender do grau de utilizarão e acesso da população aos serviços da rede publica própria, contratada e conveniada no SUS. Há limitações nesse sistema, como, por exemplo, a ausência de criticas informatizadas que evitem a Internação por procedimentos hospitalares não com o código CID registrado. Além disso, a tabela de procedimentos que aguarda a conclusão de revisão iniciada em 1998 não contempla uma definição precisa de todos os quadros nosológicos de interesse para o conhecimento do perfil de morbidade hospitalar.
 Por outro lado, como o SIH e fundamental-mente utilizado para apuração de contas e pagamentos aos prestadores, há distorções relativas à limitação de recursos federais do SUS, que resultam em sub-registro das Internações. O reconhecimento de que esse sistema de informação constitui-se em uma importante fonte de dados para o conhecimento da situação de saúde, além do que proporciona para a gestão de serviços, certamente modificara progressivamente essa característica. O DATASUS disponibiliza mensalmente os dados do SIH via Internet tão logo se encerram as tarefas de processamento e repasse de recursos, o que representa um elemento importante para o acompanhamento oportuno das características das Internações. Edita-se periodicamente o banco de dados do SIH em disco compacto. Entretanto, a consolidação dos dados com a incorporação de possíveis alterações no numero de Internações só ocorre pelo menos quatro meses apos a divulgação, em virtude do período de validade da AIH.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS - SIA
O Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) foi implantado nacionalmente em 1991, seguindo a mesma lógica do SIH relativa a apuração de custos e pagamento a prestadores de serviços, em substituição aos sistemas utilizados pela previdência social para o controle da produção ambulatorial (Carvalho, 1997). Diferentemente do SIH, a unidade de registro de informações e o procedimento ambulatorial realizado, desagregado em atos profissionais (consultas, exames laboratoriais, atividades e ações etc.) e, portanto, não há dados sobre diagnostico ou o motivo do atendimento. Isso impede a aplicação dos seus dados diretamente no levantamento de perfis de morbidade populacional, exceto pelo que se pode inferir da utilização de serviços dessa natureza em relação à situação de saúde de uma área geográfica definida. Todos os dados são relacionados às unidades de saúde cadastradas nos municípios que realizam atendimentos ambulatoriais. Há algumas informações adicionais como para a faixa etária de indivíduos vacinados, para atendimentos de emergência, especialidades profissionais e para as ações de programas especiais (combate à tuberculose e doença de Hansen). Esse sistema de informação foi implantado com o processamento descentralizado para os estados e, mais recentemente, para os municípios, o que, por seu turno, permite as secretarias de saúde o conhecimento e o acompanhamento dos serviços produzidos e a análise das informações correspondentes.
 A tabela de procedimentos ambulatoriais, utilizada para a codificação dos atos profissionais, sofreu uma revisão completa, concluída em 1998, e sua nova configuração esta sendo implantada (Portaria SAS/MS nº 35/1999), permanecendo, porém, o registro de dados por procedimento. Isto e particularmente importante porque, no estudo de series históricas dos atendimentos ambulatoriais, e necessário trabalhar com a correspondência entre procedimentos que tiveram suas definições modificadas. Com a habilitação de municípios à gestão da atenção básica de acordo com a NOB 01/96 (Brasil, 1996), o SIA passou a contar, em 1998, com um conjunto melhor definido de procedimentos incluídos no elenco do Piso de Atenção Básica, o que permite aperfeiçoar as tarefas de acompanhamento e avaliação das ações e serviços dedicados à prevenção de riscos e agravos e a promoção da saúde.
 Rotinas especiais de registro de dados estão sendo desenvolvidas para o aperfeiçoamento do SIA. Em 1997, implantou-se o subsistema de informações para autorizações de procedimentos de alta complexidade (APAC), iniciando-se com o grupo de procedimentos relacionados com a assistência ao paciente portador de doença renal crônica, seguindo-se um subsistema especifico para os procedimentos de diagnostico e tratamento em oncologia. Nesses casos a unidade de registro e o paciente, e todos os dados, inclusive do seu acompanhamento médico-assistencial, são registrados sob numeração única.
 O SIA dispõe, também, de um modulo de cadastramento de unidades ambulatoriais (clínicas, consultórios, postos e centres de saúde, ambulatórios de unidades hospitalares, unidades de apoio diagnostico etc.) contratadas, conveniadas e da rede publica própria dos estados e municípios e informações sobre profissionais por especial idade. Tanto quanto o cadastro de unidades hospitalares, sua atualização e feita mensal-mente pelos gestores do sistema de saúde, utilizando-se a Ficha de Cadastro Ambulatorial (FCA). 
Os registros são disponibilizados com os dados dos atendimentos ambulatoriais, via Internet ou em disco compacto, pelo DATASUS, com serie histórica desse sistema que data de julho de 1994. Os aplicativos para a tabulação de dados do SIH também podem ser utilizados para os dados do SIA, com os mesmos recursos computadorizados para consolidação e representação gráfica. Também para o SIA, se faz necessário considerar a cobertura do sistema de informação em um determinado local, para aplicação dos seus dados no conhecimento do perfil de morbidade populacional. Considere-se ainda que o registro de dados por município de atendimento não revela as características do acesso, procedência e fluxo de usuários dos serviços de saúde. Quando sua utilização se restringe aos fins administrativos-gerenciais, há sub-registro de informações na dependência delimitações de recursos financeiros para pagamento aos prestadores de serviços. Entretanto, a formação do banco de dados mensal com todos os atendimentos ambulatoriais pode ser feita, diferenciando-se a produção apresentada da produção paga.
OUTROS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
 Há, ainda, sistemas de informação que são dedicados a aspectos específicos do sistema de saúde, como para alguns programas especiais, e cuja cobertura populacional varia por área ou região, na dependência do desenvolvimento desses programas. O Sistema de Informações do Programa de Agentes Comunitários de saúde (SIPACS), cuja implantação foi iniciada em 1993, trata dos dados gerados pelas praticas dos agentes comunitários de saúde e de profissionais instrutores e supervisores (Aquino, 1997). Obtém e disponibiliza, entre outras, informações relativas aos indicadores das condições socioeconômicas das famílias acompanhadas, indicadores de morbidade referida, mortalidade infantil e de mulheres em idade fértil e de cobertura e resultados das ações do PACS (visitas domiciliares, desenvolvimento de ações preventivas, utilização de serviços básicos de saúde etc.). Tem como principais atributos a agregação das informações e sua disponibilidade no nível local, a agilidade na produção e a busca ativa de informações em bases populacionais nas áreas cobertas pelo programa.
 Com vistas à ampliação do SIPACS e em razão da implantação e da cobertura crescente do Programa de saúde da Família, o Ministério da saúde criou, em 1998, o Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB), que passou a contar com o banco de dados do SIPACS consolidado até aquele ano. Esse sistema de informação está voltado ao suporte operacional e gerencial de coleta, processamento, análise de dados e sua aplicação às atividades dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família. Inclui instrumentos que tratam do cadastramento de famílias acompanhadas, da atençãoà saúde e a condições mórbidas prioritárias como hipertensão, diabetes, tuberculose e hanseníase, e do acompanhamento de gestantes e crianças, permitindo a produção de relatórios gerenciais, e para o conhecimento e acompanhamento da situação local de saúde (Brasil, 1998). O SIAB apresenta cobertura populacional expressiva nas áreas onde atuam os programas, obtém dados do trabalho habitual dos profissionais que os integram e possibilita a utilização da informação por serviços e comunidades locais.
 Alguns outros sistemas de informação sob coordenação do Ministério da saúde são dedicados a programas específicos. O Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) contém um subsistema de avaliação do PNI e fornece informações sobre a cobertura vacinal (em ações de rotina e em campanhas), taxa de abandono e controle do envio de boletins de imunização, e um subsistema de estoque e distribuição de imunobiológicos para fins gerenciais. 
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), relacionado ao programa de recuperação de crianças desnutridas e gestantes sob risco nutricional, mantém, nos municípios onde foi implantado, um conjunto de informações sobre os atendimentos e o acompanhamento do desenvolvimento pondo-estatural de crianças de 6 a 23 meses de idade, que deve ser consolidado pelas secretarias estaduais de saúde.
 Inclui-se ainda nesse conjunto o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), vinculado a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) do Ministério da saúde. Constituído em 1980, passou a divulgar anualmente, a partir de 1985, os dados registrados pela rede de Centros de Controle de Intoxicações das secretarias de saúde. Esse sistema de informações oferece dados relativos aos agentes tóxicos e causa determinante, dados dos pacientes atendidos por intoxicações e mortalidade específica.
 Há outros tipos de sistemas de informação, como os que são dedicados ao gerenciamento de unidades. Esses sistemas têm experimentado investimentos crescentes, propiciando suporte administrativo e a alimentação de bancos de dados. Algumas administrações municipais e redes de prestadores de serviços de saúde têm implantado esses sistemas como instrumentos auxiliares de gestão. Embora seus dados não sejam consolidados para expressar a situação local de saúde, uma base informatizada da produção de serviços por unidade torna-se fonte de informação de interesse. O DATASUS/MS disponibiliza dois desses sistemas: o Sistema de Gerenciamento de Unidade Ambulatorial Básica (SIGAB) e o Sistema de Informatização Hospitalar (HOSPUB). O primeiro recebe dados de produção de serviços clínicos, odontológicos, de cadastramento, entre outros, e emite relatórios gerenciais, com salda de dados para o preenchimento do Boletim de Produção ambulatorial do SIA, e alimentação do banco de dados do SI-PNI. Este sistema possui um formato modular e permite ainda a implantação de meios de leitura ótica. 0 segundo foi criado em 1995, para oferecer as unidades hospitalares um sistema integrado de informações sobre pacientes e processos técnico-administrativos. Permite a criação e manutenção de cadastro de usuários da unidade com histórico clínico completo, rotinas de gerenciamento de ocupação de leitos, de serviços ambulatoriais, com módulos de arquivo medico, emergência, Internação e alta, laboratório, centro cirúrgico e outros. Esse sistema de gerenciamento possibilita, também, a alimentação do banco de dados do SIH, do subsistema de autorização de procedimentos de alta complexidade (APAC-SIA) e apuração de custos.
 Informações de interesse na área de saúde e trabalho podem ser obtidas de bancos de dados de instituições diversas, como os do Ministério do Trabalho, que inclui a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, com informações relacionadas aos riscos ocupacionais por atividade econômica, e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, e os do Ministério da Previdência e Assistência Social, como o Sistema Único de Benefícios, que contem registros sobre acidentes de trabalho utilizando a ficha de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). Algumas instituições disponibilizam dados de interesse em saúde e, dessa forma, contribuem como importantes fontes de informações. Entre essas, destacam-se: o Sistema de Informações e Dados sobre AIDS, cuja entidade disseminadora e a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, (ABIA); o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, divulga estudos e pesquisas em áreas da política social onde se incluem temas em saúde, educação, emprego, remuneração e qualificação do trabalhador, e a produção técnica da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), vinculada a Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de são Paulo, que realiza, entre outros estudos, a Pesquisa de Emprego e Desemprego para grandes regiões metropolitanas e a Pesquisa de Condições de Vida para a região metropolitana e municípios com mais de 80.000 habitantes do Estado de são Paulo.
INFORMAÇÃO EM SAÚDE
 O tema sistema de informação em saúde deve suscitar uma reflexão sobre a informação no contexto dos serviços e sua organização no Brasil. Identifica-se que há "um acumulo de dados com baixo percentual de utilização para apoio gerencial" (Moraes, 1992), ao que se poderia acrescer que há limitações relativas a sua qualidade e ao potencial para interpretações de natureza epidemiológica. Em contraste, identifica-se ainda uma certa carência de informações sobre os aspectos econômicos e sociais dos padrões de morbidade e mortalidade e dos riscos a saúde que subsidiem iniciativas para a promoção da qualidade de vida. Porém, Convém destacar, também, que as informações existentes oferecem indicações para o estabelecimento de situações prioritárias para as ações de saúde. Nesse caso, e necessário estabelecer em que situações as informações suficientes para a decisão estão disponíveis e em que medida qualquer limitação, entre as que são comumente apontadas, representa obstáculo à aplicação da informação a formulação de planos e a avaliação de resultados. O exame dessas questões e a formulação de propostas que superem os entraves à produção e aplicação de informações necessárias e suficientes aos processos de gestão e controle social suscitam a identificação da informação em saúde como "campo temático" especifico, em que saúde e Informação tem seu ponto de interseção "no processo de organização da vida quotidiana" (Moraes, 1998).
 Dessa forma, não se deve desconsiderar o contexto sociopolitico em que se desenvolve esse campo. For um lado, se identifica a aplicação cada vez mais intensa da informação aos processos de gestão, porém há distorções na percepção de que trabalhar com informações significa incorporar tecnologia em equipamentos, o que, nesse caso, obedece a lógica e as pressões de mercado e de produção em informática. Ao confundir-se informação com informatização, os meios tecnológicos superam em importância o conteúdo, sua qualidade e significados e, sobretudo, sua destinação social.
 Aspectos relacionados à política de informações, analisados na perspectiva da historia dos sistemas de informações, devem ser conhecidos. Para Moraes & Santos, "a preocupação por organizar e sistematizar as informações produzidas no âmbito do Estado insere-se num contexto histórico, caracterizado por um tríplice movimento de centralização, burocratização e racionalização em torno da esfera estatal". As autoras assinalam ainda que "ao analisar as origens de cada uma das bases de informações que vem sendo montadas ou desmontadas, ao longo da historia dos sistemas de informações, percebem-se claramente os diferentes enfoques e interesses que pretendem instrumentalizar em cada momento específico". (Moraes, 1998). Até recentemente os sistemas de informação de interesse publico nacional eram criados e implantados por instituições diversas do nível federalde gestão do sistema de saúde que não se articulavam, e que seguiam lógicas diferentes quanto aos modelos de organização de serviços e de atenção à saúde, sem que se atentasse para a necessidade de promover sua integração.
 Dessa forma, a compatibilidade entre os diversos sistemas de informação em saúde não é completa. Isto exige a aplicação de procedimentos metodológicos de maior complexidade e grau de dificuldade quando se deseja realizar algum estudo especial para o conhecimento da situação de saúde, como, por exemplo, para avaliar as relações entre a demanda por serviços, o perfil de morbidade assistida e os dados de mortalidade. Têm sido adotadas iniciativas para compatibilizar os dados dos sistemas de informação, uniformizando-se conceitos e definições, a exemplo do que ocorre com o SIM, o SINASC e o SINAN.
 Portanto, mais recentemente, as instituições gestoras em saúde e os órgãos responsáveis pela coordenação dos sistemas de informação nos três níveis de governo têm envidado esforços para redirecionar o desenvolvimento desses sistemas para o suporte a gestão do SUS e o conhecimento da situação epidemiológica, integrando informações que orientem as ações e serviços para o atendimento de necessidades em saúde.
 O desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos sistemas de informação devem contemplar a disponibilidade cada vez mais ampliada de informações e possibilitar o conhecimento sobre a situação de saúde para a tomada de decisões em cada nível do sistema de saúde, além de servir de instrumento que facilite e promova a participação social. Sob esse ultimo aspecto, interagem os campos da informação e da comunicação social, considerando-se que a relação produtiva entre atores presentes ao processo decisório realiza-se com a informação necessária sobre a situação de saúde e o seu significado político (Mota, 1995). É necessário considerar, ainda, as questões éticas relativas à preservação da privacidade. Informações sobre os indivíduos que tiveram dados pessoais registrados nos sistemas de informação devem ser preservadas por mecanismos de segurança específicos.
 Para que os sistemas de informação em saúde sejam instrumentos de gestão para a promoção da qualidade de vida e se tomem meios para o exercício da cidadania e necessário que estejam inseridos em uma política de informações. Há contribuições nesse sentido, como a que elaborou a Associação Brasileira de pós-graduação em saúde Coletiva (ABRASCO), em 1994. Neste trabalho recomendam-se, entre outras iniciativas, a compatibilização dos dados com a integração dos diversos sistemas de informações; a descentralização com o suporte ao desenvolvimento de sistemas locais de informações em saúde e a disseminação das informações; e a formulação de uma política de recursos humanos para esta área (Ministério da saúde, 1994). Uma política de informações deve compor o conjunto das políticas sociais, tendo como principio que a informação, que resulta das práticas em saúde e que revelam suas condições, é um bem publico.

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