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Dicionário Virtual Ambiente e Saúde

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Dicionário Virtual Ambiente e Saúde
Aluna: Amanda da Silva Barbosa
Matrícula: 20162142012 Nutrição Noturno
Sumário
Semana 2 – “agrotóxicos e os impactos socioambientais e à saúde”________________________________________________________ 3
Semana 3 – “Iniquidades sociais e seu impacto na saúde” ________________5
Semana 4 – “Desigualdade social e seu impacto na saúde” _______________7
Semana 5 – “Saneamento básico e seu impacto na saúde” _______________9
Agrotóxicos e os impactos socioambientais e à saúde
 Os agrotóxicos foram criados durante a primeira guerra mundial e utilizados de forma mais efetiva durante a segunda guerra, como uma arma química. Somente em 1939 foi descoberto sua propriedade inseticida por Paul Muller. Devido a fome que se alastrava na Europa, os agrotóxicos foram usados para promover a agricultura e como mecanismos milagrosos contra o combate à fome, chegando ao Brasil em meados dos anos 60, ficando conhecido como revolução verde. Apesar de aumentar a capacidade de oferta de alimentos no Brasil e no mundo, é importante ressaltar que os agrotóxicos são responsáveis por diversos impactos socioambientais e à saúde como: intoxicação humana, desemprego, migração campo-cidade e a não atendimento às demandas de segurança e soberania alimentar dos países além de trazer danos ao solo, a água e até mesmo para o ar
 Primeiramente, é importante ressaltar que no campo os agrotóxicos são chamados ora de “veneno” ora de “remédio” e remete a uma desconfiança histórica a respeito ao papel de tais produtos químicos na vida dos trabalhadores rurais ou de seus consumidores e até mesmo da saúde do meio ambiente a sua volta. Tal descrição já denuncia a capacidade de destruição do uso dos agrotóxicos na vida vegetal e animal, porém é mascarado em um cenário positivo como “defensivo agrícola”.
 Ao utilizar agrotóxicos o solo fica fragilizado e diminui sua fertilidade devido sua grande capacidade de reter contaminantes. Além disso, pode ocasionar a mortes de micorrizas, diminuir a diversidade do solo, aumentar acidez entre outros malefícios. No ar, esse produto químico pode ficar suspenso ocasionando a intoxicação de pessoas ou de qualquer ser vivo que respire o ar contaminado. 
 A contaminação nas águas por agrotóxico, segundo o IBGE, só perde para a contaminação de esgoto. Além disso, pode ocasionar a morte de diversas plantas e animais, desestabilizando todo o sistema aquático. Além de que, ao consumir algum animal ou alimento contaminado, o homem pode ter diversos problemas como problemas no sistema nervoso, intoxicação, lesões nos rins, entre outros 
 Ademais, o uso de agrotóxicos gera desemprego, pois estimula uma maior concentração de terra e de renda além de empregar mão de obra escrava e alimentar a grilagem de terras.
 Logo conclui-se que, apesar do uso dos agrotóxicos ter sido iniciado para aumentar a oferta de produtos agrícolas ele possui diversos malefícios à saúde e ao meio ambiente. Dessa forma, deve haver um descarte adequado dos resíduos e uma política pública voltada para a diminuição do uso desse agente químico 
Referências bibliográficas: 
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Contaminação ambiental por agrotóxicos"; Brasil Escola.
ARAUJO, Isabelle Maria Mendes de; OLIVEIRA, Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa. AGRONEGÓCIO E AGROTÓXICOS: IMPACTOS À SAÚDE DOS TRABALHADORES AGRÍCOLAS NO NORDESTE BRASILEIRO. Trab. educ. saúde,  Rio de Janeiro ,  v. 15, n. 1, p. 117-129,  Apr.  2017
CANUTO, Antônio. Agronegócio: a modernização conservadora que gera exclusão pela produtividade. Revista Nera, São Paulo, ano 7, n. 5, p.17-23, ago.-dez., 2004. 
 
PERES, Frederico; MOREIRA, Josino Costa; DUBOIS, Gaetan Serge. AGROTÓXICOS, SAÚDE E AMBIENTE: uma introdução ao tema. FIOCRUZ.
 
 
 
Iniquidades sociais e seu impacto na saúde
 Os problemas encontrados na saúde são diretamente afetados pelos determinantes sociais, entre eles, fatores sociais e econômicos. Tais problemas são marcados pelo alto índice de iniquidades sociais presentes no Brasil, principalmente, no território periférico urbano. Localidade onde encontram-se a maior parte da população pobre presente no Brasil e, consequentemente, pessoas que estão mais expostas a vulnerabilidade social. 
 As iniquidades sociais estão diretamente relacionadas ao aumento do índice de vulnerabilidade social. Isso implica na exclusão ou ao difícil acesso de parte da população aos serviços públicos e essenciais a saúde. O Brasil enfrenta um problema duplo: é um país que possui uma grave iniquidade na distribuição de renda e, ao mesmo tempo, possui grande parte de sua população vivendo em condições de pobreza. 
 Estudos comprovam que grupos que possuem renda média e que vivem em países com maior iniquidade social possuem saúde mais precária que grupos de renda inferior, mas que vivem em países com maior equidade e que após o crescimento em um determinado nível econômico, a melhoria das condições de saúde de sua população estão entrelaçadas com a maneira que a riqueza se distribui e não com a sua riqueza total. Isso demonstra que a desigualdade na distribuição de renda não dificulta o acesso a saúde somente a população mais pobre como também a sociedade como um todo. 
 Além do difícil acesso a bens materiais, a parte mais pobre da população também enfrenta menor oportunidade de participação politica além de escassas politicas de coesão social. Em outras palavras, possuem menos investimento de capital humano por parte do governo, o que é essencial para o aumento da saúde individual e coletiva. Dessa forma, as chances de lutarem pela sua saúde e de sua comunidade ficam bastante diminuída.
 É importante ressaltar que para formular politicas mais eficientes para combater as iniquidades sociais é fundamental conhecer seus determinantes. Isso precisa incluir tanto estratégias econômicas como medidas que favoreçam o aumento de redes de apoio e o conhecimento dos problemas locais e globais a fim de aumentar sua influencia política para os tornar ativos na construção das decisões a certa do seu âmbito social.
Referências Bibliográficas:
 Fiorati RC, Arcêncio RA, Souza LB. As iniquidades sociais e o acesso à saúde: desafios para a sociedade, desafios para a enfermagem Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2016;24:e2683. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0945.2687.
 USS, Paulo M.; PELLEGRINI FILHO, Alberto. Iniqüidades em saúde no Brasil, nossa mais grave doença: comentários sobre o documento de referência e os trabalhos da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 22, n. 9, p. 2005-2008,  set.  2006 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006000900033&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 30 out.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0102-311X2006000900033.
Pellegrini Filho A. Os determinantes das iniquidades em saúde e as intervenções para combatê-las [Internet]. Rio de Janeiro: Portal DSS Brasil; 2011 Set 06. Disponível em: http://cmdss2011.org/site/?p=3546&preview=true
BUSS, P.M. PELLEGRINI FILHO A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Rev. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro 17(1): 77-93, 2007
MACHADO. C.V. et al. Políticas de saúde no Brasil em tempos contraditórios: caminhos e tropeços na construção de um sistema universal. Cad. Saúde Pública 2017; 33 Sup 2:e00129616
Desigualdade Social e seu impacto na saúde
 O Brasil possui a maior parte da população pobre da América Latina e ao mesmo tempo possui um potencial grande para erradicar a pobreza. Isso é possível pois possui um cenário favorável para políticas redistributivas devido ao seu PIB per capita ser relativamente alto e possuir um alto grau de desigualdade de renda. Mas como essa desigualdade pode afetar a saúde?
 A desigualdade na saúde pode se definir na diferença no acesso aos recursos e aos fatores que influenciam na saúde. Tais fatores podem mudar de acordo com o contexto social ou por meio de políticas públicas.Entretanto, é importante ressaltar a diferença entre equidade em saúde e no uso dos serviços de saúde. O primeiro analisa as diferentes chances de partes distintas da população adquirirem morbidade ou mortalidade, enquanto o segundo analisa as diferentes condições ao acesso aos serviços.
 Em 1988, quando se implementou a constituição brasileira, a questão de equidade na saúde foi adotada como o acesso universal da cobertura e atendimento a saúde, com o objetivo de fornecer igual acesso e atendimento a indivíduos com as mesmas necessidades. Porém, para sustentar esse sistema é necessário de um grande investimento financeiro, o que não é feito de forma adequada, levando os indivíduos de maior aporte financeiro a buscar serviços provados como forma de garantir seu acesso quando necessário. 
 Ainda nesse sentido, a falta de investimento financeiro na área da saúde faz com que o sistema único de saúde (SUS) que deveria atender toda a população, principalmente a porção mais pobre, seja falha deixando muitas famílias descobertas. Apesar de que com a implementação do SUS ter reduzido drasticamente a mortalidade por doenças transmissíveis, o Brasil ainda enfrente problemas na saúde relacionada a pobreza a baixa condição de vida relacionado a falta de saneamento, água tratada e até mesmo a exposição de riscos ambientais. Além disso, a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, como o tabagismo e a obesidade, também tem sido mais assídua entre a população mais pobre, representado cerca de 72% dos óbitos. 
 Dessa forma, pode-se concluir que a presença de desigualdade social e de renda no país afeta diretamente a distribuição de recursos para área de saúde. Isso afeta diretamente o serviço único de saúde, que emprega equidade no acesso aos serviços, porém por falta de recursos, acaba também gerando desigualdade. 
Referências: 
NERI, Marcelo; SOARES, Wagner. Desigualdade social e saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 18, supl. p. S77-S87,    2002 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000700009&lng=en&nrm=iso>. access on  09  Nov.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0102-311X2002000700009.
SIQUEIRA, Natália. Desigualdade Social em Saúde no Brasil. UFJF, Minas Gerais , 2011. .   Available from <https://www.ufjf.br/virtu/files/2011/09/DESIGUALDADE-SOCIAL-EM-SA%c3%9aDE-NO-BRASIL.pdf>. access on  09  Nov.  2020
ESPECIALISTAS debatem os impactos da desigualdade social na saúde dos brasileitos. OPAS, Brasil. Disponível em:<https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=2568:especialistas-debatem-os-impactos-das-desigualdades-sociais-na-saude-dos-brasileiros&Itemid=463>. Acesso em: 9 de Nov, 2020.
TRAJETÓRIA DA POLÍTICA AMBIENTAL FEDERAL NO BRASIL – pag. 13 a 44 do Livro Governança ambiental no Brasil: instituições, atores e políticas públicas. Org.Adriana Maria Magalhães de Moura . – Brasília : Ipea, 2016. 352 p. : il., gráfs. Color
ALMEIDA, J. R.; SILVA, C. E.; SILVA, C. V. V.; AGUIAR, L. A.; GARCIA, V. S.; SOUZA, C. P.; LENZ, E. R. S.; LINS, G. A.; ALMEIDA, S. M. A.. Multifatorialidade em saúde ambiental. Environmental Scientiae, v.1, n.2, p.26-47, 2019. DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2674-6492.2019.002.0002
Saneamento básico e seu impacto na saúde
É inegável que saúde pública e saneamento básico estão fortemente relacionados. Em países de baixa e média renda, um fator de grande preocupação para saúde esta relacionada com a baixa cobertura ou a falta de saneamento, visto que o aumento de doenças infecciosas está relacionado justamente a falta deste fator. 
 É importante ressaltar ainda que condições como moradia, agua e saneamento estão ligadas aos determinantes sociais. O processo de urbanização não sustentável influencia no déficit desse serviço básico visto que propicia o aumento de moradia em locais sem infraestrutura adequada. 
 No Brasil, foi criada em 2007, e regulamentada em 2010, a Lei Nacional de Saneamento Básico (no 11.445), que garante a universalização, a integralidade, a promoção da saúde e o controle social, que inclui o acesso ao abastecimento de água, esgoto sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais. Porém, apesar do aumento de investimento na área nos últimos anos, a população mais carente de regiões periféricas e periferia da cidade, pequenos municípios e de áreas rurais ainda sofrem com o déficit ao acesso aos serviços básicos. A baixa cobertura ou a falta dela gera graves problemas na saúde e alto gastos ao governo para o combate de enfermidades devido as condições sanitárias inadequadas, como a dengue e a diarreia. 
 Além dos riscos à saúde da população há também a responsabilidade ambiental. A falta de uma rede de coleta de esgoto implica em uma eliminação inadequada desses resíduos, que ocasionalmente, é descartado a céu aberto contaminam o solo, lençóis freáticos, rios, lagoas e até mesmo reservatórios de água. Dessa forma, transforma a água inadequada ao consumo, tanto para humanos quanto para os animais, e ainda gera um gasto extremamente caro para o tratamento. Tudo isso diminui o investimento para a melhoria gerando um ciclo sem fim. 
Dessa forma, é possível concluir que o saneamento básico é um fato de extrema importância para a saúde. Além disso, o acesso a água e ao esgoto sanitário é direito de casa cidadão e infelizmente, apesar que exista lei para atender a essa necessidade, ainda não é universal. Sendo assim, torna-se irrevogável a atuação de politicas públicas que visem expandir estes serviços e a fiscalização em cada municípios, principalmente nas localidades mais precárias a fim de proporcionar condições dignas para todos os brasileiros.
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Referências: 
Saneamento e saúde: saneamento: entre os direitos humanos, a justiça ambiental e a promoção da saúde / Priscila Neves Silva...[et al.]. – Rio de Janeiro: Fiocruz, 2018.
SANEAMENTO, saúde e meio ambiente. Trata Brasil, 2019. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/blog/2019/10/30/saneamento-saude-e-meio-ambiente/>. Acesso em: 10 de nov, 2020.
MASSA, Kaio Henrique Correa; CHIAVEGATTO FILHO, Alexandre Dias Porto. Saneamento básico e saúde autoavaliada nas capitais brasileiras: uma análise multinível. Rev. bras. epidemiol.,  Rio de Janeiro ,  v. 23,  e200050,    2020 .   Available from<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2020000100444&lng=en&nrm=iso>. Access on  10  Nov.  2020.  Epub June 05, 2020.  https://doi.org/10.1590/1980-549720200050.
DOS SANTOS, Fernanda Flores Silva; DALTRO FILHO, José; MACHADO, Celestina Tojal; VASCONCELOS, Jailde Fontes; FEITOSA, Flávia Regina Sobral. O desenvolvimento do saneamento básico no Brasil e as consequências para a saúde pública. Portal saneamento básico, 2020. Disponível em: <saneamentobasico.com.br/desenvolvimento-saneamento-basico-br/>. Acesso em: 10 de Nov, 2020.
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