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Cap 82 – Gravidez e Lactação
Maturação e Fertilização do Óvulo
O oócito primário, no ovário, divide-se e expele um primeiro corpo polar, contendo 23 cromossomos, deixando o oócito secundário, que vai para a cavidade abdominal. As terminações fimbriadas têm as superfícies internas dos seus tentáculos revestidas de epitélio ciliado, ativado pelo estrogênio ovariano, batendo na direção do óstio (abertura). 
Os sptz são transportados até as ampolas das trompas, com auxílio de contrações do útero e trompas (prostaglandinas no líquido seminal e ocitocina), onde ocorre a fertilização. 
Ele penetra nas camadas de células granulosas (coroa radiata) e na zona pelúcida. O oócito divide-se formando óvulo maduro (com pronúcleo feminino, c/ crom. X) e um segundo corpo polar, expelido. O pronucleo masculino vem da inchação da cabeça do sptz. Os cromossomos se alinham e o sexo é determinado pelo cromossomo X ou Y do sptz. 
Transporte do óvulo fertilizado na trompa
3 a 5 dias para chegar ao útero. O transporte é feito por corrente fraca de líquido na trompa (secreção epitelial), epitélio ciliado e fracas contrações. O “retorno” do óvulo é impedido pela superfície criptóide rugosa da trompa e pela contração do istmo por 3 após a ovulação. A progesterona promove mais receptores na trompa e ativa-os, relaxando o túbulo (óvulo entra no útero). O transporte lento permite as divisões celulares que formam o blastocisto. 
Implantação do blastocisto no útero
“Livre” no útero por 1 a 3 dias, obtendo sua nutrição das secreções endometriais uterinas (leite uterino). As células trofoblásticas sob a superfície secretam enzimas proteolíticas, digerindo e liquefazendo as células endometriais. O líquido e os nutrientes liberados são transportados ativamente para o blastocisto. Após isso, as células trofoblásticas e adjascentes (do blastocisto e do endométrio) proliferam, formando a placenta e as membranas da gravidez. 
Nutrição inicial do embrião
A progesterona converte as células do estroma endometrial em células inchadas de glicogênio, ptns, lipídios e minerais. Após a implantação elas incham mais (células decíduas – massa decídua). Nutrem de 1 a 8 semanas, já que a placenta começa 1 semana depois da implantão. 
Função da Placenta
Cordões trofoblasticos dos blastocistos ligam-se ao útero, emitindo projeções (vilosidades placentárias), carregam sangue fetal. Em torno, crescem sinusóides sanguíneos de sangue materno. 
Sangue fetal: 2 artérias umbilicais ( capilares das vilosidades ( 1 veia umbilical
Sangue materno: artérias uterinas ( sinusóides maternos ( circundam vilosidades ( veias uterinas
Nos primeiros meses a membrana é espessa (↓permeabilidade) e a área superficial é pequena, pelo pequeno desenvolvimento da placenta = condutância total por difusão é mínima. Com o tempo, há grande aumento desta: 
Difusão simples de O2 – para o feto
Conduzido por gradiente de pressão (20mmHg = 50-30). A PO2 pode ser baixa (30) por 3 motivos: hemoglobina fetal carreira até 50% mais O2 que a materna; a [hemoglobina] > na mãe; efeito duplo de Bohr (↑CO2 no sangue fetal, perde mto, fica alcalino. Sangue materno recebe CO2, mais ácido ( força saída de O2 e ↑captação de O2)
Difusão de CO2 – para a mãe
PCO2 fetal é 2 a 3 mmHg > sangue materno, mas é suficiente pela alta solubilidade pela membrana placentária.
Difusão de nutrientes – para o feto
Células trofoblasticas que revestem as vilosidades proporcionam difusão facilitada de glicose. Mesmo assim, ela ainda tem menor [] que a mãe, pelo alto uso. Ác. graxos se difundem facilmente, mas lentamente. Corpos cetônicos, K+, Na+ e Cl- passam com relativa facilidade. 
Excreção de resíduos – para a mãe
Produtos nitrogenados não-proteicos (uréia, ac. úrico, creatinina) se difundem. Uréia fetal se difunde facilmente, já a creatinina é mais difícil (maior [fetal]). 
Fatores Hormonais na Gravidez
Gonadotropina Coriônica Humana
Secretado pelas células trofoblasticas sinciciais para os líquidos maternos. É uma glicoptn que evita a involução do corpo lúteo no final do ciclo menstrual, estimulando-o a crescer e produzir mais h. sexuais. Isso impede a descamação e faz o endométrio crescer, tornando as células deciduais, verdadeiras. Depois de 12 semanas a placenta começa a secretar hormônios suficientemente. O corpo lúteo involui e a gonadotropina fica em nível baixo constante. 
Estimula cel. intersticiais do testículo do feto masculino ( testosterona ( órgãos sexuais e descida pro saco escrotal. 
Estrogênios
São secretados pelas células trofoblasticas sinciciais da placenta. Formados a partir de compostos esteróides androgênicos (desidroepiandrosterona e 16-hidroxi-desidroepiandrosterona) formados nas glds adrenais da mãe e do feto (zona fetal). Tem função proliferativa nos órgãos reprodutores e anexos (↑útero, mamas, ductos das mamas e genitália externa), relaxam ligamentos pélvicos e a sínfise pubiana, facilitando a passagem do feto pelo canal do parto. 
Progesterona
Secretada em ↑qtds pela placenta e moderada pelo corpo lúteo. Desenvolve células decíduas, ↓contratilidade do útero, ↑secreção das trompas e útero (desenvolvimento do concepto) e ajuda estrogênio a preparar mamas para lactação. 
Somatomamotropina Coriônica Humana
Funções incertas – metabólico com implicâncias nutricionais (desenvolvimento de mamas e lactação, ações fracas semelhantes ao GH, ↓sensibilidade à insulina da mãe, ↑glicose para o feto, e ↑ácidos graxos livres). 
Outros fatores hormonais
Hipófise – ↑corticotropina, tireotropina e prolactina; ↓FSH e LH
córtex adrenal - ↑glicocorticóides (mobilizar aa para síntese de tecidos); ↑aldosterona – hipertensão
tireóide - ↑tiroxina (efeito tireotropico da gonadotropina corionica e da tireotropina coriônica humanas)
paratireóides - ↑ absorção de cálcio, mantendo [normal no LEC], já que feto remove-o. Maior na lactação.
relaxina – secretada pelo corpo lúteo do ovário e placenta – estimulada pela gonadotropina coriônica – causa relaxamento da sínfise pubiana (efeito fraco e pode ser ausente). Papel desempenhado pelos estrogênios. 
Resposta do Corpo Materno à Gravidez
Aumento de tamanhos dos vários órgãos – útero, mamas, vagina e intróito
Ganho de peso – engorda 11 kg (feto, líquido amniótico, placenta, membranas fetais, útero, mamas, líquido extra no sangue e no LEC, acúmulo de gordura). ↑vontade de comer (↓nutrientes pelo feto e hormônios).
Metabolismo – tiroxina, adrenocorticais, h. sexuais e carregar carga extra ( ↑T.M ( calor excessivo. 
Nutrição – feto cresce mais no último trimestre. A mãe não absorve nutrientes necessários, mas o corpo já armazenou (placenta e depósitos normais). Se os elementos não tiverem disponíveis (cálcio, fosfato, ferro e vitaminas), há deficiência nutricional. Vitamina D (absorção de cálcio) e Vitamina K (evitar hemorragia feto). 
Mudanças no sistema circulatório materno
Fluxo: através da placenta, ↑metabolismo, ↑débito cardíaco (↓ultimas 8 semanas).
Volume: ↑na ultima metade, devido aldosterona e estrogênio (retenção de líquidos), medula óssea mais ativa (↑ hemácias) = 2litros extra. ¼ desse sangue é perdido no parto (fator de segurança para a mãe).
Respiração: ↑ventilação-minuto (↑O2 usado; ↑CO2 produzido; progesterona – aumenta sensibilidade do centro respiratório ao CO2) e ↑frequência respiratória para mantê-la (útero “comprime” diafragma). 
Urinário: ↑urina (maior ingestão de líquidos, maior qtd produtos excretórios, ↑reabsorção tubular por hormônios esteróides, ↑filtração glomerular)
Líquido amniótico: no qual o feto flutua dentro do útero. Água e eletrólitos constantemente repostos, formado e absorvido pelas membranas amnióticas. 
Pré-eclâmpia e eclampsia
Parto
Fatores hormonais
Estrogênio (↑contratilidade pelo ↑número de junções comunicantes entre as células do músculo liso uterino) continua a aumentar a partir do 7º mês, enquanto a progesterona mantém-se constante ou diminui (inibe a contratilidade uterina). 
Ocitocina causa contrações uterinas. Há aumento de receptoresna musculatura e aumento de secreção pela neuro-hipófise. 
Hormônios fetais: ocitocina, cortisol (estimulante uterino), prostaglandinas (↑intensidade das contrações)
Fatores mecânicos
Distensão da musculatura uterina: ↑contratilidade. (especialmente a intermitente - movimentos fetais)
Distensão e irritação do colo uterino
Início do trabalho de parto – feedback positivo
Na gravidez ocorrem contrações rítmicas fracas e lentas (contrações de Braxton Hicks), que com o tempo se tornam mais fortes e no final mudam subitamente, começando a distender o colo uterino, forçando o bebê pelo canal do parto. Essa distensão pela cabeça do feto provoca um reflexo (↑contratilidade do corpo uterino), empurrando o bebê para frente, distendendo mais o colo, desencadeando o feedback positivo. Deve-se à força da contração ultrapassar um valor crítico e cada contração leva a contrações subseqüentes mais fortes. Além disso, a distensão cervical ↑secreção

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