Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
síndrome da fibromialgia pode ser definida como uma doença reumática, não inflamatória, de etiologia desconhecida, que se manifesta no sistema músculo-esquelético podendo apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas. É tida como síndrome porque para se diagnosticar a doença, faz-se necessário a observação do médico e dos sintomas relatados pelo paciente. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. Caracteriza-se por dor crônica generalizada, distúrbios do sono, fadiga, depressão, alterações de humor e dificuldade de concentração. A localização mais comum da dor é na coluna vertebral, nas cinturas escapular e pélvica e na parede anterior do tórax. De acordo o Colégio Americano de Reumatologia essa doença manifesta-se de forma prioritária nas mulheres. E como diagnosticar? Em geral, os pacientes têm dificuldade para localizar a dor, muitas vezes apontando sítios peri-articulares, sem especificar se a origem é muscular, óssea ou articular. O caráter da dor é bastante variável, podendo ser queimação, pontada, peso, “tipo cansaço” ou como uma contusão. É comum a referência de agravamento pelo frio, umidade, mudança climática, tensão emocional ou por esforço físico. Segundo Bates & Hanson (1998), para que um diagnóstico de SMF seja confirmado, o paciente precisa queixar-se de dor “generalizada” musculoesqueléticas em quatro quadrantes do corpo – acima e abaixo da cintura e nos dois lados do corpo por mais de três meses. O médico precisa excluir a possibilidade de possível lesão traumática, doença reumática estrutural, artropatia endócrina ou teste de laboratório anormal. Balsamo & Simão (2005) também explicam que a SFM não pode ser detectada por exames laboratoriais ou radiológicos. Por essa razão, seu diagnóstico depende principalmente das queixas ou sensações que o indivíduo relata. Durante os últimos 10 anos, entretanto, SFM tem sido mais bem definida por meio de estudos que estabeleceram regras para seu diagnóstico. O que são Tender Points? Os Tender Points são sítios anatômicos específicos dolorosos à apalpação. De acordo com os critérios atuais, devem ser pesquisados os seguintes pares de pontos: 1. Subocciptal – na inserção do músculo subocciptal; 2. Cervical baixo – atrás do terço inferior do esternocleidomastoideo, no ligamento inter-transverso C5-C6; 3. Trapézio – ponto médio do bordo superior, numa parte firme do músculo; 4. Supra-espinhoso – acima da escápula, próximo à borda medial, na origem do músculo supra-espinhoso; 5. Segunda junção costo-condral – lateral à junção, na origem do músculo grande peitoral; 6. Epicôndilo lateral – 2 a 5 cm de distância do epicôndilo lateral; 7. Glúteo médio – na parte média do quadrante súpero-externo na porção anterior do músculo glúteo médio; 8. Trocantérico – posterior à proeminência do grande trocanter; 9. Joelho – no coxim gorduroso, pouco acima da linha média do joelho. Quais as formas de tratamento? Por vezes, o nível da dor é tão intenso, que interfere no trabalho, nas atividades de vida diária e na qualidade de vida dos pacientes. Encontrar alternativas efetivas de tratamento que minimizem o impacto da fibromialgia sobre a qualidade de vida dos pacientes é fundamental para o sistema de saúde. O tratamento para a síndrome da fibromialgia (SFM) exige cuidados multidisciplinares, no entanto, tem-se mostrado eficazes para o controle da doença: Uso de analgésicos e anti inflamatórios associados a antidepressivos tricíclicos; EXERCÍCIOS FÍSICOS; Acompanhamento psicológico e emocional; Massagens e acupuntura. Exercícios Físicos e Fibromialgia Adamas & Julius (2005) explicam que durante a solicitação de trabalho físico, pode-se perceber que os portadores da doença têm músculos fracos e que fadigam com facilidade, sendo indicados exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e flexibilidade associados a exercícios aeróbios, ambos iniciando gradativamente e, se possível, numa intensidade que não gere ou gere dor suportável, onde a intensidade do exercício é aumentada progressivamente com o passar da adaptação fisiológica ao treinamento, respeitando o limiar de dor da pessoa. A maioria dos pesquisadores sobre exercícios e a SFM apontam os exercícios aeróbicos de baixa intensidade como os mais adequados para o tratamento da mesma. Suponha que a explicação para esta ênfase no treino aeróbico seja porque esse tipo de trabalho é capaz de provocar mudançar neuroendócrinas que agem diretamente na melhoria do humor (serotonina, endorfina e norepinefrina). Resultados favoráveis também são observados em piscina pré-aquecida (31 e 32ºC), pois percebe-se que na água, o efeito da flutuação alivia a carga nas articulações, a sensação de dor é diminuída e os movimentos são facilitados. Sugestão oferecida sobre o programa de treinamento, levando em consideração alguns aspectos do posicionamento Oficial do American College of Sports and Medice (2002) sobre o treinamento de força, para adultos saudáveis. Foram feitas, porém, algumas adaptações para a população com fibromialgia: - Freqüência das sessões de musculação: duas a três vezes por semana para alunos iniciantes e de quatro a cinco vezes por semana para alunos avançados. - Intensidade: evitar cargas excessivas. Iniciar com um trabalho muscular em torno de 40 a 60% da carga máxima (1RM), ou seja, um treinamento de resistência muscular localizada. - Volume: evitar grande número de repetições e séries extensas. Usar entre 12 a 15 repetições, com duas a três séries por repetições. O número de exercícios deve ser reduzido e devem ser usados exercícios, principalmente para os grandes grupos musculares no princípio. A quantidade de exercício deverá aumentar a resposta fisiológica de cada aluno. - Seqüência de exercícios: colocar primeiro os grupos musculares maiores e depois os menores e priorizar os exercícios multiarticulares e depois os mono-articulares. - Velocidade de contração moderada: 1-2 segundos na fase concêntrica e 1-2 segundos na fase excêntricas (lembre-se: não enfatize a fase excêntrica). - Intervalos: usar intervalos de descanso maiores (60 a 120 segundos). - Tipos de exercícios contra-indicados: exercícios com componentes excêntricos elevados e exercícios com pré-estiramento. - Progressão: aumentar o peso, gradativamente, entre 2 a 10% quando o aluno conseguir executar uma ou duas repetições a mais do que fora proposto inicialmente. - Respiração: usar a respiração de forma natural ou passiva eletiva (expira na fase concêntrica e inspira na fase excêntrica). - Material: elástico ou garrote (reduz o efeito da fase excêntrica), pesos livres, máquina de musculação isométrica. Obs.: A literatura não esconde a hipótese de, na maioria dos casos, ocorrer um aumento dos sintomas da doença como, por exemplo, a dor e a fadiga muscular, após o início de um programa de atividade física. No entanto, este desconforto diminui de acordo o portador da SFM dá continuidade ao treinamento. Por isto, faz-se necessário que o profissional responsável pelo portador o oriente de forma adequada em relação às cargas de treino e também o motive na convicção de que o desconforto irá desaparecer ao longo do tempo. Referências bibliográficas: ADAMAS, N. & SIM, JULIUS.. “Rehabilitation Approaches In Fibromyalgia. Disability and Rehabilitation”, June 2005, 27(12): 711-723. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Progression model in resistence training for healthy adults. Stand position. Med Sci Sports Exerc, 34(2): 364-80,2002 BALSAMO, S.; SIMÃO, R.. “Treinamento de Força Para: Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes Tipo 2, Artrite Reumatóide e Envelhecimento”. São Paulo: Phorte, 2005. BATES, A; HANSON, N.. “Exercícios Aquáticos Terapêuticos”. São Paulo: Ed. Manole, 1998. CECCATO. F; PERRONE, I. O exercício e a fibromialgia. Disponível em: http://www.unifesp.br/grupos/fibromialgia/pdf/Fibromialgia.e.Exercicios.diagnisticos.doc. Acesso em: 16 de Janeiro de 2012 às 21:00h. Dr. DRAUZIO VARELA – Fibromialgia – Disponívelem: http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/fibromialgia/ FIBROMIALGIA - Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina / Autoria: Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/052.pdf#search=%22Fibromialgia%22 TEIXEIRA, L. Atividade física adaptada e saúde: da teoria à prática. São Paulo, 2008. Ed. Phorte. - See more at: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/blogs-ef/entry/fibromialgia#sthash.2QXjr3cu.dpuf
Compartilhar