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ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA E QUALIDADE Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professor Me. Paulo Pardo GrAduAção Unicesumar Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Coordenação de Sistemas Fabrício ricardo Lazilha Coordenação de Polos reginaldo Carneiro Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais renato dutra Coordenação de Graduação Kátia Coelho Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados Evandro Bolsoni Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge Gerência de Marketing Harrisson Brait Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da rosa Moura Supervisão de Materiais Nádila de Almeida Toledo Design Instrucional rossana Costa Giani Fernando Henrique Mendes Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração daniel Fuverki Hey, Humberto Garcia da Silva, Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho, Nara Emi Tanaka Yamashita, reginaldo Yoshida, robson Yuiti Saito e Thayla daiany Guimarães Cripaldi Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini Maria Fernanda Canova Vasconcelos Nayara Valenciano, rhaysa ricci Correa Susana Inácio CENTro uNIVErSITÁrIo dE MArINGÁ. Núcleo de Educação a distância: C397 Administração Empreendedora e Qualidade. Anderson Katsumi Miyatake. Paulo Pardo. Maringá - Pr, 2014. 211 p. “Graduação - Ead”. 1. Empreendedorismo. 2. Inovações. 3. Franchising. 4. Ead. I. Título. Cdd - 22 ed. 658.421 CIP - NBr 12899 - AACr/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CrB-8 - 6828 Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. diante disso, o Centro universitário Cesumar al- meja ser reconhecida como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. de que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. o Centro universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro universitário Cesumar lhe possi- bilita. ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Mestre em Administração; área de concentração Empreendedorismo, Inovação e Mercado pela universidade Estadual de Maringá – uEM. Pesquisador em Empreendedorismo. A U TO RE S Professor Me. Paulo Pardo Mestre em Administração; área de concentração em Gestão e Sustentabilidade pela universidade Estadual de Londrina – uEL. Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina Administração Empreendedora e Qualidade. Nós o preparamos com empenho e carinho para que você adquira conhecimentos sobre o Empreendedorismo nas diversas formas e aplicações. Sou o professor Anderson Katsumi Miyatake, graduado e mestre em Administração, pro- fessor e pesquisador em Empreendedorismo. No mestrado estudei a área em que tenho muita paixão e interesse. Sou o Professor Paulo Pardo, professor e pesquisador na área de organizações e Sus- tentabilidade, temas que estão totalmente alinhados ao Empreendedorismo, afinal, ao pensar em organizações, devemos pensar em como elas terão condições de se autos- sustentar nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Juntos, poderemos construir o conhecimento necessário para sua formação empreendedora. o objetivo, ao escrever esse livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreen- dedor, até porque, estando no campo das Ciências Sociais Aplicadas, não existe uma certeza matemática que permita emitir receitas de sucesso. o que pretendemos aqui é discutir o tema de maneira a possibilitar análises, reflexões e sínteses, contribuindo para a formação empreendedora. Não sabemos se é possível ensinar empreendedorismo, mas sabemos que é possível aprender empreendedorismo, por isso nosso papel nesse processo de formação é fornecer subsídios para essa aprendizagem. Para tanto, será necessário, também, muito empenho de sua parte para a realização desse intenso tra- balho. No decorrer de suas leituras, procure fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois, com certeza, não será possível esgotá-lo em apenas um livro. Nosso livro é composto de cinco unidadesque procuraram apresentar alguns dos prin- cipais aspectos do Empreendedorismo. Na unidade I, apresentaremos o Empreendedo- rismo. Como toda apresentação, vamos abordar algumas definições. Além disso, vamos apresentar de forma breve a história e alguns campos de estudo que são pesquisados por inúmeras pessoas no Brasil e no mundo. Continuando na unidade, vamos conhecer os tipos de empreendedorismo existentes e algumas particularidades de cada tipo. Em seguida, estudaremos o papel social e econômico do Empreendedorismo e apresenta- remos informações sobre esse recente e intrigante campo de estudo. É importante destacar o papel das assessorias, incubadoras, empresas juniores e acele- radoras, entidades que incentivam práticas empreendedoras. Na unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen- dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Ao longo da unidade, serão apresenta- dos características e perfis empreendedores. desde já, ressaltamos que um empreende- dor não possui todas as características numeradas pelas pessoas. É diante desse senso comum que surgiram diversos mitos sobre o empreendedorismo e o empreendedor, que também é outro assunto desta unidade. destacaremos ainda, a necessidade do empreendedor buscar novos conhecimentos para aumentar as possibilidades de obter ApresentAção ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA E QUALIDADE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 8 - 9 sucesso nos negócios. outro aspecto abordado na unidade são as oportunidades em- preendedoras. Compreenderemos o que é uma oportunidade e quais as principais fon- tes utilizadas pelos empreendedores. destacaremos que uma oportunidade é uma ideia colocada em prática por meio do estudo do processo empreendedor, ou seja, o momen- to desde a ideia até que a oportunidade seja implementada e dê resultados positivos. Na unidade III, trataremos do Plano de Negócios (PN). Essa importante ferramenta de apoio ao empreendedor é importante para analisar de forma mais consistente sobre as próximas ações da empresa. Por isso é importante que você conheça algumas defini- ções, a importância do PN, os principais interessados em ver um bom Plano. É necessário tomar cuidado durante a elaboração, por isso são ressaltadas algumas informações rele- vantes para quem está fazendo um Plano de Negócios. Tomando os devidos cuidados, evitam-se os denominados sete pecados capitais durante a elaboração do PN. Por fim, vamos apresentar e estudar um modelo de estrutura do Plano de Negócios e começare- mos a estudar o Sumário Executivo, a Análise Estratégica e a Análise de Mercado. Na unidade IV, continuamos a estudar o Plano de Negócios. Nesta unidade vamos com- preender as etapas para elaborar o Plano de Marketing, o Plano de Produção/opera- ções/Serviços, o Plano de recursos Humanos, além do Plano Financeiro e dos Anexos. Nessa parte são expostos documentos ou mesmo anotações complementares. Vamos estudar sinteticamente os procedimentos para iniciar negócios, bem como os formatos jurídicos permitidos no Brasil, além de formas de financiamento dos negócios. As mar- cas e patentes representam o último assunto estudado nessa unidade. Na unidade V, o objetivo é apresentar o tema qualidade, importante aspecto para os negócios. os empreendedores precisam conhecer a relevância da qualidade. Por isso, vamos compreender os significados do termo, o histórico que envolve a qualidade. de posse dessas informações, poderemos conhecer ferramentas para obter qualidade nas práticas de negócio, bem como indicadores de desempenho. outro importante aspecto estudado nessa unidade são as certificações de qualidade, aspecto valorizado nos ne- gócios. E, por último, apresentaremos alguns estudos de casos envolvendo práticas de empreendedorismo, relacionados à qualidade. dessa forma, buscamos passar pelos principais aspectos que compõem o empreen- dedorismo, oferecendo uma visão abrangente quanto ao todo e específica quanto às especificidades de cada situação. Isso tudo com o intuito de fornecer informações que funcionem como suporte na formação empreendedora de nossos alunos. Esperamos, assim, possibilitar a transformação das ideias geradas durante a vida acadê- mica, pessoal e profissional em oportunidades de sucesso e realização, como verdadei- ros empreendedores que vamos nos tornando a cada dia. Bom estudo a todos(as)! SUMáRIO 8 - 9 uNIdAdE I INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 15 Introdução 15 Definindo empreendedorismo e empreendedor 18 Campos de estudo do empreendedorismo 20 Breve Histórico do empreendedorismo 23 tipos de empreendedorismo 25 Franquia como Forma de empreendedorismo 30 o papel social e econômico do empreendedorismo 32 Informações recentes sobre empreendedorismo no Brasil 36 Considerações Finais uNIdAdE II O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 43 Introdução 44 Características e perfil do empreendedor 50 Diferenciando empreendedor de Gestor 51 Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo 54 A Formação do empreendedor 55 oportunidade empreendedora 57 Fontes de oportunidades SUMáRIO 61 o processo empreendedor 65 Casos de estratégia e prática de empreendedorismo 79 Considerações Finais uNIdAdE III DIREITO ADMINISTRATIVO 85 Introdução 85 Definindo plano de negócios 87 Importância do plano de negócios 91 principais Interessados na elaboração do plano de negócios 93 Informações Importantes para elaboração do plano de negócios 94 sete pecados Capitais Durante a elaboração e Apresentação do plano de negócios 95 Modelos de estrutura do plano de negócios 104 Iniciando a elaboração do plano de negócios 112 Considerações Finais uNIdAdE IV PLANO DE NEGÓCIOS 119 Introdução 120 plano de Marketing 121 praça 123 preço 124 produto 126 promoção 129 plano operacional 132 plano de recursos Humanos 134 plano Financeiro 139 principais Demonstrativos Utilizados no plano de negócios 145 Anexos 146 orientações para Iniciar os negócios 148 Considerações Finais uNIdAdE V EMPREENDEDORISMO – A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE 155 Introdução 155 Breve Histórico da Qualidade 161 Abordagem da Qualidade para os empreendedores 169 A Gestão pela Qualidade total – Métodos específicos de Gestão SUMáRIO 171 pDCA 174 o seis sigma 177 priorização de riscos 178 5s 180 As 7 principais Ferramentas da Qualidade 183 Indicadores de Desempenho 187 Certificação da Qualidade 200 Considerações Finais 203 Conclusão 207 Referências U N ID A D E I Prof. Me. Anderson Katsumi Miyatake IntroDUção Ao eMpreenDeDorIsMo Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar e contextualizar o empreendedorismo. ■ Compreender os tipos de empreendedorismo. ■ Estabelecer a importância socioeconômica do empreendedorismo. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ definições de empreendedorismo ■ Campos de estudo do empreendedorismo ■ Breve histórico do empreendedorismo ■ Tipos de empreendedorismo ■ o papel social e econômico do empreendedorismo ■ Informações recentes sobre empreendedorismo no Brasil 14 - 15 INTRODUÇÃO Seja bem-vindo(a) à primeira unidade. Nesta parte iremos conhecer de forma geral o que é esse fascinante mundo do Empreendedorismo. Vários pontos serão estudados ao longo desta unidade. Primeiro, vamos conhecer algumas defini- ções, a história e os campos de estudo do empreendedorismo. Isso é essencial para que possamos compreender o contexto que envolve este campo de estudo. Poderemos perceber que o Empreendedorismo é muito mais abrangente do que costumeiramente ouvimosfalar. Ao estudarmos os tipos existentes de empre- endedorismo, ficará evidente que não há um perfil ideal de empreendedor, mas diferentes maneiras de empreender. Outro assunto nesta unidade é o papel social e econômico do empreendedo- rismo, pois a transformação de ideias em oportunidades promove o movimento da economia, envolvendo pessoas, recursos e a sociedade. Por isso a associação com o social e o econômico e a relevância dos empreendedores para uma região. E como o empreendedorismo está em evidência, vamos apresentar informações e tendências do empreendedorismo no nosso país. Vamos ter a possibilidade de conhecer alguns dados estatísticos elaborados por institutos de pesquisas, novas formas de negócios e também sobre mortalidade de empresas. DEfININDO EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR Quem esperava uma definição não vai conseguir encontrar, pois não existe consenso a respeito desse termo. Várias são as definições exis- tentes sobre empreendedorismo, no entanto, retrataremos algumas delas. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal da palavra francesa entrepreuneur, empreendedor significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. De acordo com Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele ©shutterstock Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 14 - 15 INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 16 - 17I que assume riscos e começa algo novo”. Ou seja, com isso podemos inferir que o termo está ligado diretamente a alguém que realiza coisas diferentes, interme- diando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos neste processo. Um conceito clássico foi criado por Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39) ao definir o empreendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, esse conceito não é mais utilizado nos dias atuais. Outros conceitos já utilizados podem ser vistos no quadro 1. orIGInA-se Do FrAnCês – sIGnIFICA AQUele QUe está entre oU estAr entre Idade Média Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em massa. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital. 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aque- les que obtinham lucros com atividades administrativas. 1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 david McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por eco- nomistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983 Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. ©shutterstock definindo Empreendedorismo e Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 16 - 17 orIGInA-se Do FrAnCês – sIGnIFICA AQUele QUe está entre oU estAr entre 1985 robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspon- dentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Quadro 1: Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor Fonte: Hisrich e Peters (2004, p. 27) Como é possível notar, nesse quadro, a abordagem foi sendo mudada ao longo dos anos. No início era atribuído o fator risco. Posteriormente, abordou-se sobre as características do empreendedor como inovador, que tem iniciativa. Alguns anos depois se admitiu o fato de ser visto sob diferentes pontos e, mais à frente, que o empreendedor também é aquele que atua dentro das organizações. Até então, o foco do termo era somente para aqueles que constituíam novos negócios. Alguns conceitos mais utilizados nos dias atuais possuem abordagem mais voltada para os tipos de possibilidades de novas oportunidades. Podemos notar isso em Lacombe e Heilborn (2008, p. 128), que afirmam: “pessoa que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. Baron e Shane (2010, p. 6), com base em um artigo clássico de Shane e Venkataraman (2000), consideram: Empreendedorismo, como uma área de negócios, busca entender como surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-primas, formas de orga- nizar as tecnologias); como são descobertas ou criadas por indivíduos específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desen- volver coisas novas. Este conceito, apresentado pelos autores, envolve diferentes formas de empreender como produtos, serviços, mercados, processos de produção ou maté- rias-primas, formas de organizar a tecnologia. Além disso, considera que indivíduos específicos percebem essas oportunidades e utilizam meios para transfor- mar a ideia que tiveram de criar algo novo em uma oportunidade de negócio. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 18 - 19I Se iniciarmos a discussão sobre o conceito e todas as particularidades a definir, não conseguiremos chegar a um consenso. Isso ocorre porque o empreendedo- rismo estuda fenômenos sociais, ou seja, constantemente se modifica, por isso uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos os elementos. Vamos partir do pressuposto que o empreendedorismo só é possível por meio de oportunidades, como consideram Baron e Shane (2010). Isso porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca em prática uma novidade. CAMPOS DE ESTUDO DO EMPREENDEDORISMO O campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevân- cia para a economia (BRUYAT; JULIEN, 2000). Alguns dos campos de estudos podem ser: Jovens - de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais jovens. Isso representa um motivo para aprofundar os estudos; Mulheres - é notável o aumento da participação tanto em cargos adminis- trativos como gerenciais. A Marisa Mayer, do Yahoo, é um exemplo. No Brasil, temos o exemplo da Isabel Pesce, que escreveu recentemente dois livros: A Menina Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de read et al. (2011, pp. 17-18) é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade. Ideia = alguma coisa + você oportunidade = ideia + ação Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros Viabilidade = oportunidade + comprometimento dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivídu- os. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas pessoas para tornar algo viável. Campos de Estudo do Empreendedorismo Re pr od uç ão p roib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 18 - 19 do Vale e Procuram-se Super Heróis que valem a pena serem lidos. Mortalidade de empresas – esses estudos são importantes para verificar o sucesso dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo recente do Sebrae mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negó- cios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida. Empreendedorismo social – nem todos os negócios são empresas e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendimento de neces- sidades sociais, por isso utilizar o termo organizações é adequado, pois podem envolver clubes, entidades e até mesmo empresas. Cultura – os estudos de cultura podem ser feitos comparando países por meio de escolha de critérios específicos como criatividade, ou mesmo dentro do mesmo país, explorando os aspectos regionais, como o estudo da pamonha como forma de negócio, ou seja, um produto da cultura sendo estudado como forma de oportunidade. Assim, é possível ter noção que este campo de estudo é bastante abrangente e com diversas particularidades, pois estuda fenômenos sociais. Quem tiver curiosidade para conhecer outros campos de estudo, leia o material do professor Filion, em Saiba Mais. Para os cursos ligados à gestão, estudar empreendedo- rismo é uma forma de compreender como está a dinâmica do mercado, como no caso de mortalidade de empresas. Outro motivo importante de estudar esta O empreendedorismo como tema de estudos superiores Louis Jacques Filion Palestra proferida no Seminário “A universidade Formando Empreendedo- res” Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C) de Montreal em que trata das possibilidades de estudo no campo do empreendedorismo. Fonte: <https://96bed530-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/ingoher- mannsite/disciplinas/empreendedorismo/LouisJFilion.pdf>. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 20 - 21I disciplina é que podemos compreender a importância dela não só para quem está empreendendo, mas para a sociedade como um todo. BREVE HISTÓRICO DO EMPREENDEDORISMO De acordo com Dornelas (2005), o primeiro exemplo de definição de empreen- dedorismo pode ser creditado a Marco Polo, quando tentou estabelecer uma rota comercial no Oriente. Como empreendedor, ele assinava um contrato com um homem dono de um capital (capitalista) para vender as mercadorias. Na Idade Média, o termo era utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção, uma vez que assumia grandes riscos e apenas gerenciava o projeto, gerindo os recursos disponíveis geralmente provenientes do governo do país. No século XVII, o termo ficou ainda mais associado à questão de correr riscos, uma vez que o empreendedor era aquele que fazia negócios com preços pré-fixados com o governo, ficando, assim, responsável pelos lucros ou prejuízos resultados do processo. Somente no século XVIII é que se conseguiu dissociar o empreendedor (aquele que assume riscos) do capitalista (aquele que financia os experimentos necessários para se dar à industrialização) (DORNELAS, 2005). Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioe- conômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais e a competição capitalista ainda mais acirrada forçaram a adequação e redução das estruturas. Consequentemente, provocou-se um aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, um aumento na oferta de serviços e terceirizações. É por isso que se vive um período em que a economia é marcada pela existência de inúmeras pequenas e médias empresas. Isso implica em um aumento do poten- cial empreendedor. Para Dornelas (2005), o momento atual pode ser chamado de “a era do empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão renovando con- ceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e gerando riqueza para a sociedade. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o Breve Histórico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 20 - 21 empreendedorismo passa a se destacar e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem se afirmando nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de tra- balhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da década de 1990 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da partici- pação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2%, nessa categoria de trabalho. No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse período não havia condições políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). O Sebrae foi criado para dar suporte ao pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A Softex foi criada com o intuito de levar as empre- sas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários. As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi então que a sociedade brasi- leira começou a se despertar para a realização de planos de negócios (até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreende- dorismo e para programas públicos de incentivo. Para Dornelas (2005), o Brasil passou a ter um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos. Conforme o autor, apresen- tamos um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que permitiram esse avanço no país: ■ 1990 – Criação de programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreende- doras em softwares. O ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups). INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 22 - 23I ■ 1999 a 2002 - O Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores, e destinando recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao empreendedorismo. ■ Programas do Sebrae como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o ensino do empreendedorismo. ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para dis- seminação do empreendedorismo local. ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho. Até a metade da década de 2000,verificava-se no Brasil, o empreendedorismo por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de tra- balho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal com pouco planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e con- tribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa notícia é que atualmente, o empreendedorismo está ocorrendo por oportunidade. Ou seja, os negócios no país estão acontecendo porque os empreendedores estão se preparando para abrir os negócios. Entretanto, como historicamente as orga- nizações brasileiras começaram, na maioria, por necessidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreendedo- res abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informalidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa classificação de empreendedo- rismo por necessidade e oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Acesse o material do Saiba mais e entenda mais esse estudo. Tipos de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 22 - 23 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO O empreendedor não pode ser caracterizado como um tipo único, por isso não é possível rotulá-lo como um modelo ideal. Sabe-se que por ser um fenô- meno social, o empreendedorismo também é passível de mudanças conforme o contexto social. Segundo Dornelas (2007), os empreendedores podem ser clas- sificados quanto aos seguintes tipos: ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria são imigrantes ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho. Otimistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habili- dade de negociação e venda. ■ Empreendedor que aprende (inesperado) - é uma pessoa que, quando menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente demora a tomar a deci- são de empreender e a se acostumar com ela. ■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixo- nada por empreender, assim não consegue estar à frente de seu negócio até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é de identificar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação. ■ Empreendedor corporativo – são geralmente grandes executivos, assu- mem riscos e possuem grande habilidade de comunicação e negociação, O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL RELATÓRIO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR - GEM 2012 Informações nacionais sobre o empreendedorismo no Brasil. disponível em: <http://www.ibqp.org.br/upload/tiny_mce/download/Em- preendedorismo%20no%20Brasil%202012.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2013. Também é possível obter informações internacionais dos outros países par- ticipantes desta pesquisa internacional acessando o site: <http://www.gem.org>. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 24 - 25I já que quase sempre não possuem 100% de autonomia para a ação. ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio porque não tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso normalmente trabalha na informalidade e de maneira pouco plane- jada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e normalmente aprendem cedo a ter responsabilidades e como o negócio funciona. Atualmente a família tem se preocupado com a prepa- ração do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão. ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa buscando minimizar os riscos do negócio por meio do planejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-re- quisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria. Hisrish e Peters (2004) ainda apresentam o tipo: ■ Intraempreendedor – que é o empreendedorismo dentro de uma estrutura organizacional. São indivíduos em uma organização que acham que algo pode ser feito de modo diferente e melhor. Cabe às organizações criarem uma estrutura e um clima organizacional que explorem essas potencia- lidades. Todos os colaboradores podem fazer a diferença. Entretanto, é necessário, por parte da organização, proporcionar condições para que isso ocorra. Uma organização com indivíduos intraempreendores estimula a cooperação, proporciona liberdade e autonomia para estimular a cria- tividade. A 3M incentiva que os colaboradores invistam 15% do horário de trabalho na dedicação a projetos pessoais, pois permitem que novos produtos sejam criados. Com isso, a empresa possui mais de 55 mil pro- dutos, uma parte dos produtos criada por essa prática. ©shutterstock Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 24 - 25 Degen (2009) também considera que as franquias representam outra forma de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já possui uma marca conhecida no mercado. Devido à importância que esse tipo de franquia tem tido no cenário nacional, vamos des- tinar uma parte em especial para tratar o assunto. fRANQUIA COMO fORMA DE EMPREENDEDORISMO O sistema de franquia tem sido uma importante alter- nativa ao empreendedorismo. Conforme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que significa: fran – concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filiação a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de serviços. Ou ainda, caracteriza-se como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negócios a outras empresas ou indiví- duos (franqueados), em troca de um direito de entrada INTRAEMPREENDEDORISMO os dois links de vídeos permitem aprofundar os conhecimentos sobre o as- sunto. recomendamos que assista. o que é o intraempreendedorismo? <http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI>. Acesso em: 21 jul. 2013. Cultura empreendedora e o intraempreendedorismo <http://www.youtube.com/watch? v=nTxGEvXN9oE> INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 26 - 27I e do recebimento de royalties. Para os autores, uma franquia, em geral, pode ser: ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito/a obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca. ■ De negócios - o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publi- cidade e outras formas de assistência técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias estabelece obrigaçõestanto por parte do franqueado como do franqueador, con- forme descrito no quadro 2. oBrIGAções Do FrAnQUeADor oBrIGAções Do FrAnQUeADo • Testar o potencial de sucesso do ne- gócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentável a imagem da marca. • Apresentar um negócio baseado em um know-how distintivo com uma vanta- gem competitiva diante da concorrência. • Transmitir o know-how aos franqueados por meio de manuais e programas de formação. • Administrar o negócio no dia a dia, selecionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, desenvolver ações de comunicação e publicidade. • Realizar o investimento necessário. • Fazer os pagamentos acordados. • Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e garantir a uni- formidade do serviço. Quadro 2: Obrigações do franqueado e do franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 76) Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvanta- gens para o franqueador. As principais delas estão apresentadas no quadro 3. Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 26 - 27 VAntAGens DesVAntAGens rapidez de expansão Perda parcial do controle sobre os atos dos franqueados. Redução de custo: centralização das compras e de distribuição. Potencial de criação de concorrente. Maior participação no mercado dado o crescimento da rede. Insuficiência nos serviços de abas- tecimento e consultoria, dada uma expansão acelerada. Maior cobertura geográfica com o atendimento a clientes e mercados antes não explorados. Seleção inadequada dos franqueados. Possibilidade de encontrar franque- ados estimulados para maximizar as vendas e reduzir os custos, para aumen- tar o lucro. Potencial menor de lucro, em com- paração com o crescimento interno por meio de filiais. Gerar rendimento dos royalties e das taxas de franquia sem investir em novas instalações. Potenciais atritos com os franque- ados, em particular quando violam termos do contrato. Acesso a ideias e sugestões. Quadro 3: Principais vantagens e desvantagens para o franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 79) O franqueado precisa ficar atento quando decidir investir nas franquias, pois investir em um produto/serviço já conhecido tem vantagens e desvantagens, conforme o quadro 4. VAntAGens DesVAntAGens Maior probabilidade de sucesso: adota um produto/serviço conhecido e testado no mercado e com uma rede e marca bem-sucedida. Controle sobre as operações: audito- rias frequentes e controle das vendas e do cumprimento de procedimentos e normas. Apoio contínuo do franqueador: experiência de gestão, treino e consul- toria. Autonomia e criatividade limitadas: implementar modelo existente. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 28 - 29I VAntAGens DesVAntAGens Potencial de maiores lucros: se bene- ficia de economias de escala e de marca reconhecida. restrições no encerramento da ativi- dade e na cessão/venda da proprie- dade. Proteção da concorrência de outros franqueados da mesma rede: direitos territoriais exclusivos. Custo do franchising pode ser mais elevado do que em um negócio inde- pendente. Permite aprender com as experiências de outros franqueados. fraco desempenho de outros fran- queados pode ter efeitos na reputa- ção de toda a rede. Quadro 4: Principais vantagens e desvantagens para o franqueado Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 80) Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos: ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar e criar ambiente de trabalho agradável. ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que dife- rencia o empreendedor independente do franqueado. Assim, as franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, uma vez que propicia uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franqueador. Para o empreendedor franqueado possibilita maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. Vale fazer destaque, para aqueles que pretendem ser franqueados, pois apesar de um modelo pronto, é necessário tam- bém estar preparado. Alguns aspectos principais que precisam ser considerados: ■ Estrutura física – é necessário pensar na infraestrutura. Uma loja em uma rua no centro da cidade é diferente de uma loja em shopping cen- ter, assim como um quiosque no mesmo shopping é também diferente. Franquia como Forma de Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 28 - 29 Cada um exige um espaço diferenciado e uma estrutura capaz de supor- tar as necessidades da empresa. ■ Recursos financeiros – assim como uma estrutura adequada, é preciso pensar no investimento necessário. Existem franquias com investimento entre 5 mil até a casa dos milhões. Por isso é preciso pensar na disponi- bilidade financeira para investir em uma franquia. ■ Recursos humanos – pode ser desde uma pessoa até mais de 20 pessoas. Além dos custos envolvidos, é necessário pensar nas habilidades técni- cas para o trabalho e também no perfil de pessoas. Uma casa de lanches que funciona no shopping é diferente de um bar que funciona todos os dias no período noturno até o amanhecer. ■ Autoanálise pessoal – é preciso pensar também se você tem perfil para abrir uma franquia. Se você não gosta de seguir padrões, é um problema que vai enfrentar, pois não terá tanta liberdade para fazer o que quiser. Outro aspecto é pensar em algo que seja de acordo com o seu jeito de ser. Se você é uma pessoa extrovertida e gosta de esportes, apostar em lojas de materiais esportivos seria compatível, porém se você apostar em venda em fast food, precisará ser mais enérgico e criterioso para que os alimen- tos mantenham a qualidade e produzidos de forma rápida. ■ Avaliação de mercado – importante conhecer se o mercado está em expan- são. Isso é importante para não apostar em um segmento que tende a decair nos próximos anos. Por exemplo, o Brasil tem sido considerado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, como o terceiro maior mercado consumidor. ■ Tempo de retorno do investimento: outro aspecto a ser levado em con- sideração. Tem franquias que consideram a existência de retorno com 6 meses e outros com 36 meses. Importante também destacar que são pro- jeções de retorno, por isso pode não ocorrer o retorno conforme o prazo informado pela franquia. ■ Conhecimentos gerenciais: ter habilidades técnicas, como conhecer o fluxo de caixa, o planejamento de mercado é bastante importante. O fato do negócio estar formatado, não quer dizer que o empreendedor não pre- cisa se preparar. ■ Manuais de procedimentos: se refere ao conjunto de padrões a serem INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 30 - 31I adotados pelos franqueados desdea preparação de alimentos como o layout e cores das lojas e o atendimento dos clientes. ■ Pessoas de referências: é importante conhecer e conversar com franque- ados para saber como é o funcionamento no dia a dia da organização. Alguém que lida diariamente com o negócio pode passar as experiências de como gerenciar uma franquia, tanto os pontos positivos como negativos. ■ Suporte e assessoria: o auxílio pode vir por treinamento gerencial, ajuda na escolha do ponto, treinamento para fazer o gerenciamento financeiro, entre outros. É necessário saber o tipo de suporte que o franqueador oferece. ■ Dedicação ao negócio: como qualquer outro negócio, é necessário se dedi- car, supervisionar as atividades e manter contato com os colaboradores. Deixar as atividades para os outros não é indicado. ■ Circular de Oferta de Franquia (COF): é o documento a ser entregue aos candidatos a franqueados para que possam analisar as informações da franquia antes de formalizarem contrato. É importante conhecer tam- bém a Lei das Franquias para saber melhor essa particular forma de ter um negócio. Para quem pensa em ser empreendedor, acesse o site da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que contém a relação das franquias associadas e também informações gerais para quem pretende ser um franqueado. O PAPEL SOCIAL E ECONôMICO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvimento local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O crescimento econô- mico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada localidade. Assim, podem ser considerados como referências de crescimento eco- nômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo ©shutterstock o Papel Social e Econômico do Empreendedorismo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 30 - 31 da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é mais amplo, pois envolve além do crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há ganhos quantitativos e qualitativos como a qualidade de vida de uma popula- ção, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da criação de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999): ■ Contribui para o crescimento econômico. ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os recursos produtivos. ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento gerando novas tecnologias, produtos e serviços. Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do empreendedorismo mostram grandes pos- sibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA; BARBOSA, 2009). Para isso, a gestão dos negócios precisa se pautar sob uma conduta ética que se preocupa com seu entorno, for- mando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com todos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma cor- rente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedorismo. ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. ©shutterstock INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 32 - 33I Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o empreendedorismo por oportuni- dade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura do negócio reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível gerar trabalho e renda e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida. INfORMAÇõES RECENTES SOBRE EMPREENDEDORISMO NO BRASIL Conforme o professor Dornelas (2005), vivemos na era do empreendedorismo. Hoje existem possibilidades que estão mais acessíveis a nós. De acordo com Degen (2009), o empreendedorismo pode ser considerado como uma carreira ao empreendermos no setor de agronegócio construção, consultoria, franquias, hospitalidade, manufatura, serviços, terceirização, serviços profissionais, varejo, comércio eletrônico, vendas, adquirindo negócio. Podemos acrescentar que isso se dá tanto naquele indivíduo que empreende, como também aquele que NÚMERO DE EMPREENDEDORES DO PAÍS CRESCE MAIS DE 40% NOS ÚLTIMOS ANOS Mariana Gross reportagem mostrando o crescimento do empreendedorismo no país. <http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/03/numero-de-empreen- dedores-do-pais-cresce-mais-de-40-nos-ultimos-anos.html> ©shutterstock Informações recentes sobre Empreendedorismo no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 32 - 33 intraempreende. De acordo com o site do Governo Brasileiro (2013), que apresenta dados do IBGE, Dieese e Sebrae, o país possui 5,7 milhões de Micro e Pequenos Negócios (MPE), representando a maioria dos negócios no Brasil. Quando saímos de casa, em todos os locais ao redor vemos pequenos negócios. Conforme essas informa- ções, esses negócios representam 20% do PIB ou o valor de 700 bilhões de reais, além do mais, representam 99% das empresas e geram 60% do total dos empre- gos. Como é possível notar, é necessário estar atento aos pequenos negócios que, mesmo com dificuldades e falta de preparo adequado, representam a maioria das empresas, superando inúmeros obstáculos. A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa é uma forma de proporcionar uma atenção a esses negócios que são tão importantes para o crescimento econômico e social do país. O sis- tema de Micro Empreendedor Individual (MEI) e do Supersimples demonstra que o olhar dos políticos para os pequenos negócios está mais valorizado, entre- tanto, é necessário dar mais apoio a esses empreendedores. A situação para o empreendedorismo no Brasil, hoje, é mais favorável, pois não vivemos mais no tempo em que a inflação alcançava patamares altíssimos em curto período de tempo. Além disso, temos a atuação de organizações, como o Sebrae, que estão atendendo com mais efetividade os pequenos negócios em diversas regiões. Hoje, temos cursos que incentivam iniciativas empreendedoras e também capacitam empreendedores. Além dos cursos do próprio Sebrae, temos cursos e iniciativas em escolas e instituições de ensino superior. A Endeavor é um exemplo de organização que apoia empreendedores, contando com a par- ticipação de indivíduos que já conseguiram sucesso nos respectivos negócios. Atualmente, o próprio Poder Público disponibiliza algumas iniciativas empre- endedoras como acontece no estado de São Paulo, empresas privadas como a Shell e até empreendedores como Isabel Pesce estão realizando cursos de empreendedorismo. A situação ainda está longe de ser ideal, mas o acesso ao crédito, hoje, é mais fácil e existem dife- rentes modalidades e valores à disposição. De acordo com estudo recente do Sebrae, o índice de morta- lidade de negócios até dois anos de vida está caindo. Na década de 1990,cerca de metade dos negócios fechavam antes de completar INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 34 - 35I dois anos. Na atualidade, o número caiu para apenas 25% das organizações. Isso indica que os novos negócios estão sobrevivendo a difícil etapa de superar a fase crítica de entrada no mercado. Hoje temos as incubadoras como formas de assessoria nos negócios. As incu- badoras estão expandindo para todas as regiões brasileiras. A atuação se dá em diversos tipos de organizações, desde empresas prestadoras de serviços, comer- ciais e tecnológicas até aquelas voltadas para aspectos sociais como é o caso da Unitrabalho e da ITCP. Podem oferecer assessoria interna, ou seja, disponibilizar espaço físico para os empreendedores, ou também incubação externa, quando o empreendimento possui espaço próprio e a incubadora faz visitas periódicas. Além das incubadoras, temos as aceleradoras, que desempenham papel de incubadoras, mas com assessoria mais pontual e tempo de incubação menor. Enquanto numa incubadora o tempo pode durar dois anos ou até mais, na acele- radora o período é entre três e oito meses. Outra característica é que geralmente as aceleradoras possuem fins lucrativos e possuem recursos para ajudar o empre- endedor a implementar a ideia, ao contrário das incubadoras que podem cobrar taxas pela utilização do espaço físico. Uma peculiaridade das aceleradoras é atuar geralmente com negócios de base tecnológica, pois as empresas que estão ligadas pertencem a esse segmento. De acordo com Spina (2013), se o negócio precisa de mais tempo para crescer e não necessita de investimentos, a incuba- dora poder ser uma opção mais viável. Caso contrário, uma aceleradora é mais recomendada. Ainda destaca que pode haver uma combinação das duas, ou seja, começar pela incubadora e depois partir para aceleradora ou vice-versa, entre- tanto, é necessário fazer uma análise se o perfil da incubadora e da aceleradora está alinhado com a estratégia do negócio. Nos dias de hoje, temos a atuação de consultorias juniores que são forma- das a partir dos cursos de graduação, nas áreas de administração, secretariado, engenharia, entre outras. São orientados por professores das áreas e os alunos têm a possibilidade de aplicarem o que aprenderam nas empresas que realizam consultorias. Para a obtenção de recursos para os negócios, temos a presença dos denomi- nados anjos, geralmente empreendedores que apostam em novas ideias fornecendo Informações recentes sobre Empreendedorismo no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 34 - 35 recursos em troca de participação no negócio. A organização Anjos do Brasil é um exemplo de apoio às práticas empreendedoras. Além disso, existem as coo- perativas de crédito como o Sicoob e o Sicredi. Os bancos públicos e privados ainda continuam como grandes fornecedores de recursos para os negócios. Recentemente tem crescida a participação de recursos via crowdfunding que são projetos disponibilizados em sites específicos e cujas pessoas ajudam os empreen- dedores a financiarem as ideias. Dessa forma, cada um pode escolher um projeto que lhe agrade e contribuir com diferentes valores. Além da tradicional forma de negócio via empresas, temos as associações e cooperativas. Além das cooperativas de crédito, citadas anteriormente, temos grupos de produção agroindustrial como a Coamo e a Cocamar, entre outros espalhados pelo nosso país, indicando que apostar no cooperativismo pode tra- zer bons resultados para os empreendedores. O destaque feito anteriormente sobre as franquias foi justamente para ilustrar a importância das franquias que representaram no período 2011-2012 mais de 100 bilhões de faturamento nas mais de 2000 redes. Mas como toda boa oportu- nidade de negócio para apostar, é preciso pensar bem, antes de ter uma franquia. Para finalizar nossa unidade, convidamos você a refletir sobre o que estudamos até agora assistindo aos vídeos a seguir e consultando os materiais disponibili- zados a você que selecionamos com carinho. INCUBADORA OU ACELERADORA? Cássio Spina Compreenda melhor a diferença entre incubadora e aceleradora. <http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Felipe-Matos/noticia/2013/06/ incubadora-ou-aceleradora.html> INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 36 - 37I CONSIDERAÇõES fINAIS Chegamos ao momento de terminar a unidade I. Como passou rápido, né? Para concluir esse estudo, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na uni- dade I. Começamos discutindo a definição conceitual do empreendedorismo, e apesar das diferentes definições dos autores abordados, pudemos perceber um núcleo comum que identifica no empreendedor as habilidades de iniciativa, de organização de mecanismo sociais e econômicos, a fim de transformar recursos e situações, e a aceitação em correr os riscos próprios do negócio. Também estudamos os campos de estudo do empreendedorismo. Apresentamos apenas alguns, como mulheres, jovens e mortalidade de empre- sas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas. É possível notar que essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apre- sentação da importância de estudar e compreender o empreendedorismo. Paralelo à elaboração do conceito, visualizamos a história do movimento empreendedor desde sua concepção na pessoa de Marco Polo na busca por novos mercados. Nesse contexto, também foi possível conhecer um pouco do empreen- dedorismo no Brasil, bem como das ações de maiores destaque nesse processo. Em seguida, apresentamos as diferentes formas de empreender. Com isso, EMPRENDEDORISMO disponibilizamos para vocês três sites que possuem excelente conteúdo para quem quer se atualizar sobre o mundo do empreendedorismo. Pequenas Empresas Grandes Negócios – notícias e reportagens sobre o mundo dos negócios - <http://revistapegn.globo.com/> HSM – vídeos, reportagens e notícias sobre negócios e empreendedorismo - <http://www.hsm.com.br> Exame PME - vídeos, reportagens e notícias sobre negócios - <http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme> Instituto Endeavor – vídeos e reportagens sobre empreendedorismo - <http://www.endeavor.org.br> Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 36 - 37 notamos que existem diferentes formas de empreender e uma das dificuldades de conseguir definir um conceito. Fizemos um destaque para a franquia como forma de empreender, devido à importância que esse tipo de negócio tem no nosso país. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a impor- tância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negó- cios. Enfatizamos algumas informações relevantes sobre o empreendedorismo, principalmente no Brasil, em que é possível considerar a importância social e econômica desse campo de estudo. Espero que, com as discussões propostas nesta unidade, tenhamos colabo- rado com o seu conhecimento introdutório sobre o empreendedorismo. Até a próxima unidade! 1. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal, a palavra fran- cesa entrepreneur significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. A partir das demais definições apresentadas, elabore com suas pala- vras uma definição para o empreendedorismo. 2. As franquias têm se apresentadocomo uma importante forma de empreendedorismo, uma vez que significam uma redução nos ris- cos assumidos por parte daquele que resolve empreender o negócio. relacione os principais motivos pelos quais os riscos do empreende- dor podem ser diminuídos quando o novo negócio for uma franquia. 3. Vários autores apontam o empreendedorismo como movimento propulsor do desenvolvimento de uma nação. Elabore uma análise relacionando as principais contribuições do empreendedorismo quanto aos aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento. MATERIAL COMPLEMENTAR Material Complementar O empreendedor – empreender como opção de carreira ronald Jean degen editora: Prentice Hall, 2009 sinopse: O livro é dividido em quatro partes: empreender, planejar seu negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. Nos 20 capítulos, o autor aborda de forma didática informações fundamentais para quem quer conhecer o empreendedorismo. Analisa de uma forma ampla para explicar o empreendedorismo como opção de carreira, as oportunidades de negócio, o reconhecimento, avaliação e dinâmica dos negócios, a elaboração do plano de negócios, bem como maneiras de organizar e administrar o negócio, além de capítulos direcionados à explicação do empreendedorismo como campo de pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo. Vídeo Inspirador para quem pensa em empreender <http://www.josedornelas.com.br/artigos/video-inspirador-para-quem-pensa-em-empreender/>. O que é empreender na prática para você? <http://www.josedornelas.com.br/artigos/empreendedorismo-na-pratica-em-araxa/>. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO I U N ID A D E II Prof. Me. Anderson Katsumi Miyatake Prof. Me. Paulo Pardo o eMpreenDeDor e A oportUnIDADe Objetivos de Aprendizagem ■ Identificar as principais características que compõem perfis empreendedores. ■ Conhecer os mitos sobre o empreendedorismo. ■ discutir a formação do empreendedor. ■ Conhecer organizações que promovem o empreendedorismo. ■ Compreender oportunidade empreendedora. ■ Identificar fontes de oportunidades empreendedoras. ■ Conhecer o Processo empreendedor. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Características e perfil empreendedor ■ diferenciando empreendedor de gestor ■ Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo ■ A necessidade de formação do empreendedor ■ oportunidade empreendedora ■ Fontes de oportunidades empreendedoras ■ o processo empreendedor ■ Estudos de casos – práticas de empreendedorismo 42 - 43 INTRODUÇÃO Dando início à segunda unidade, vamos destacar dois aspectos muito impor- tantes no empreendedorismo: o empreendedor e também a oportunidade. Por meio dessa abordagem, conseguiremos compreender os motivos do empreen- dedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita mágica para ser um empreendedor de sucesso. O estudo sobre o empreendedor é importante porque poderemos compreen- der as principais características que compõem o perfil empreendedor. Notaremos que existem diversas características listadas. Com isso, dá-se a sensação que o empreendedor é como um herói que possui super poder. Ou seja, são cria- dos alguns mitos para o empreendedor e também para o empreendedorismo. Por meio desta unidade, vamos desvendar um por um, para compreendermos que não existe um modelo ideal no qual todos precisam ser assim. Assim como destacamos nos tipos de empreendedores, na unidade anterior, o perfil do empre- endedor é bastante variável. O segundo aspecto importante é compreender o que é uma oportunidade. É por meio de uma oportunidade que o empreendedorismo acontece. Por isso a relevância em entender o conceito. Vamos estudar as fontes de oportunida- des, ou seja, os aspectos que estimulam os empreendedores a terem novas ideias. Com base nisso, poderemos verificar o processo empreendedor, ou seja, as eta- pas pelas quais uma ideia passa até que seja transformada em oportunidade e dê resultados positivos ao empreendedor. Por fim, apresentaremos alguns estudos de casos de sucesso. Dessa forma, poderemos compreender na prática como uma ideia foi transformada em opor- tunidade e o contexto do ambiente no período de empreender. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 42 - 43 O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 44 - 45II CARACTERÍSTICAS E PERfIL DO EMPREENDEDOR Pode ser denominado um empreendedor aquele que tem a capacidade de gerar uma boa ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo os recursos necessários para sua implementação. Para tanto, é importante ao empre- endedor possuir uma boa rede de contatos/relacionamento (networking), de maneira a formar boas parcerias e/ou redes a fim de viabilizar sua ideia. Por isso, um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir pre- ocupando-se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor que precisa das demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado. Segundo Dolabela (1999, p. 44), “o empreendedor é alguém capaz de desen- volver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreen- dedor é a capacidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da busca de recursos para transformá-las em negócios de sucesso. Por isso, é pre- ciso muita energia, perseverança e uma dose de paixão para vencer os obstáculos e continuar em frente. Sabemos que os empreendedores possuem características de comportamento e habilidades comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas características como pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante destacar que não existe um modelo pronto, de maneira que todo empreende- dor tenha que, obrigatoriamente, ter todas as características classificadas como empreendedoras. Quando nos referimos às Ciências Sociais Aplicadas, que é o grupo perten- cente aos estudos sobre gestão e empreendedorismo, precisamos compreender que o contexto social não permite uma receita ou modelo pronto. Por isso, pre- cisamos reconhecer que essas características costumam ser identificadas em pessoas com perfil empreendedor, mas não implica em que todos os empreen- dedores precisem possuir todas elas. Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que “fatores psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, Características e Perfil do Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 44 - 45 são características dos empreendedores.” De acordo com os autores, uma pes- quisa realizada por Begley e Boyd identificou cinco dimensões psicológicas dos empreendedores: ■ Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo social para se superar, que algumas vezes é reforçado por fatores culturais. ■ Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida. ■ Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm risco ou correm riscos extravagantes.■ Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os empre- endedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez, e por isso enfrentam mais ambiguidades. ■ Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas em menos tempo e, se necessário, enfrentar as objeções alheias. Ainda para os autores, é percebida nos empreendedores uma competência espe- cial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou experiência para competir com eficácia quando o negócio for iniciado. Está pre- parado para empreender? Se quiser saber o seu perfil de empreendedor, faça o teste indicado a seguir. TESTE SEU PERfIL EMPREENDEDOR Sebrae Teste do Sebrae que pode ser indicado para orientar empreendedor. <http://www.sebrae.com.br/customizado/atendimento/teste-aqui-seu -perfil-empreendedor> O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 46 - 47II Encontramos entre os pesquisadores em empreendedorismo uma série de características atribuídas ao empreendedor. Vamos apresentar dois tipos de trabalhos. O primeiro é de Dornelas (2005), que lista 16 características ao empreendedor: ■ Visionários: possuem visão de futuro sobre seu negócio e sua vida, e habi- lidade para implementar sonhos. ■ Sabem tomar decisões: não se sentem inseguros, tomam decisões mais acertadas e implementam rapidamente suas ações. ■ Indivíduos que fazem a diferença: conseguem transformar uma ideia abstrata em negócio concreto, e ainda sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. ■ Exploram ao máximo as oportunidades: curiosos e atentos às informa- ções e ao mercado, identificando janelas estratégicas de equilíbrio entre uma necessidade e uma oferta de bens e serviços. Sabem que as chances melhoram quando se detém conhecimento. ■ Determinados e dinâmicos: implementam suas ações com total com- prometimento, superando os obstáculos encontrados. Costumam ser dinâmicos e mantêm um pouco de inconformidade com a vida. ■ Dedicados: comprometidos com o negócio e encontram energia para continuar mesmo quando encontram problemas. ■ Otimistas e apaixonados pelo que fazem: a paixão pelo que fazem é o combustível que os mantém animados, determinados e os melhores ven- dedores dos seus produtos e serviços, pois os conhecem melhor do que ninguém. ■ Independentes e constroem o próprio destino: gostam de estar à frente das mudanças e de serem donos do próprio destino, por isso gostam de criar algo novo e de traçar os próprios caminhos. ■ Ficam ricos: esse não é o objetivo essencial, pois o dinheiro é consequ- ência do sucesso que fazem. ■ Líderes e formadores de equipes: normalmente possuem um bom senso de liderança e conseguem formar e conduzir bem equipes, pois sabem ©shutterstock Características e Perfil do Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 46 - 47 valorizar, estimular e recompensar seus colaboradores. Sabem que o sucesso depende da formação de uma boa equipe, por isso conseguem recrutar as melhores cabeças para assessorá-los. ■ Bem relacionados (networking): sabem construir uma rede de contatos no ambiente externo da organização, junto a clientes, fornecedores, enti- dades de classe e outros possíveis parceiros. ■ Organizados: sabem alocar racionalmente seus recursos, buscando o melhor desempenho do negócio. ■ Planejam, planejam e planejam: os empreendedores de sucesso costu- mam planejar suas ações sempre, desde os primeiros rascunhos do plano de negócios, que trataremos nas unidades III e IV. ■ Conhecimento: reconhecem que domínio sobre o ramo do negócio depende do conhecimento que detém sobre ele, por isso buscam infor- mações por meio de experiências vividas, em publicações especializadas, em cursos. ■ Assumem riscos calculados: o empreendedor sabe avaliar os riscos do seu negócio, assumindo-os e gerenciando -os, avaliando suas reais chances de sucesso. ■ Criam valor para a sociedade: utilizam o capital inte- lectual para criar valor à sociedade por meio de geração de empregos, da contribuição para o crescimento econô- mico local e para a qualidade de vida da população. O segundo trabalho que também trata das características empreendedoras é de Ferreira et al. (2010). Os autores retratam dez aspectos ao empreendedor: ■ Necessidade de ser independente e realizar: necessidade de ser o pró- prio patrão e atingir os objetivos planejados. ■ Correm riscos moderados: aceitam correr riscos (financeiros, emocio- nais ou sociais) não demasiadamente altos e nem desnecessários. ■ Autoconfiança: acreditam em si próprios e na capacidade para atingir os objetivos que se propõem. ■ Assumem responsabilidades: aceitam assumir os riscos do sucesso e do O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 48 - 49II insucesso dos seus negócios, não atribuindo culpas aos outros e apren- dendo com os erros. ■ Capacidade de trabalho e energia: apresentam grande energia, vigor e persistência para o trabalho. ■ Competências em relações humanas: normalmente os empreendedo- res são indivíduos sociáveis e capazes de desenvolver relacionamentos mesmo com desconhecidos. ■ Criatividade e inovação: em geral, os empreendedores são criativos e ino- vadores. Desenvolvem novas abordagens, produtos e processos. ■ Dedicação ao negócio: possuem paixão pelo negócio e trabalham arduamente. ■ Persistência apesar do fracasso: mesmo no insucesso os empreendedo- res demonstram um bom nível de otimismo. ■ Inteligência na execução: habilidade de tornar a ideia em negócio concreto. Como é possível notar nos dois trabalhos, existe uma série de características dadas ao empreendedor, entretanto, é importante ressaltar que para um empre- endedor ter sucesso não precisa ter todas. Se verificarmos as pessoas que são bem sucedidas, elas possuem perfis e maneiras completamente diferentes. Esses empreendedores possuem alguns aspectos em comum. Dornelas (2005) diz que algumas características estão implícitas a qualquer definição de empreendedor: ■ Ter iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. ■ Transformar o ambiente, utilizando recursos disponíveis de forma criativa. ■ Aceitar correr riscos calculados. Observando a definição de Hisrich e Peters (2004, p. 26), que empreendedor é um “indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo”, pode-se perceber a clara ligação do conceito com duas características essenciais: ■ A postura de correr riscos, realizando planejamentos a partir de uma visão de futuro, a fim de que as oportunidades possam ser aproveitadas e os riscos possam ser calculados. Características e Perfil do Empreendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 48 - 49 ■ Iniciativa e criatividade para desenvolver um novo negócio. Se buscarmos em outras pesquisas, encontraremos uma série de característi- cas, como: modelo que o influencia, autoconfiança, necessidade de realização, aprende com insucessos, intuição, sonhador realista, conhece o ramo de atua- ção, orientação para realização, inovador, autônomo, possui iniciativa, otimismo, perseverança, fixador de metas, comprometido, líder, possui rede de relacio- namentos, influencia pessoas, criatividade. Apesar de algumas diferenças nas características empreendedoras apontadas pelos autores, de maneira geral, veri- ficamos grande semelhança de conceitos,
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