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ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA E QUALIDADE

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ADMINISTRAÇÃO 
EMPREENDEDORA 
E QUALIDADE
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Professor Me. Paulo Pardo
GrAduAção
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Coordenação de Sistemas
Fabrício ricardo Lazilha
Coordenação de Polos
reginaldo Carneiro
Coordenação de Pós-Graduação, Extensão 
e Produção de Materiais
renato dutra
Coordenação de Graduação
Kátia Coelho
Coordenação Administrativa/Serviços 
Compartilhados
Evandro Bolsoni
Gerência de Inteligência de Mercado/Digital
Bruno Jorge
Gerência de Marketing
Harrisson Brait
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nalva Aparecida da rosa Moura
Supervisão de Materiais
Nádila de Almeida Toledo 
Design Instrucional
rossana Costa Giani 
Fernando Henrique Mendes
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
daniel Fuverki Hey, Humberto Garcia da Silva, 
Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho, 
Nara Emi Tanaka Yamashita, reginaldo 
Yoshida, robson Yuiti Saito e Thayla daiany 
Guimarães Cripaldi
Revisão Textual
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini
Maria Fernanda Canova Vasconcelos
Nayara Valenciano, rhaysa ricci Correa
Susana Inácio
 CENTro uNIVErSITÁrIo dE MArINGÁ. Núcleo de Educação a 
distância:
C397 
 Administração Empreendedora e Qualidade. Anderson Katsumi 
Miyatake. Paulo Pardo. 
 Maringá - Pr, 2014. 
 211 p.
“Graduação - Ead”.
 
 1. Empreendedorismo. 2. Inovações. 3. Franchising. 4. Ead. I. 
Título.
Cdd - 22 ed. 658.421
CIP - NBr 12899 - AACr/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CrB-8 - 6828
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro universitário Cesumar – 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
diante disso, o Centro universitário Cesumar al-
meja ser reconhecida como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. de que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
o Centro universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro universitário Cesumar lhe possi-
bilita. ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Mestre em Administração; área de concentração Empreendedorismo, 
Inovação e Mercado pela universidade Estadual de Maringá – uEM. 
Pesquisador em Empreendedorismo.
A
U
TO
RE
S
Professor Me. Paulo Pardo
Mestre em Administração; área de concentração em Gestão e Sustentabilidade 
pela universidade Estadual de Londrina – uEL.
Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará 
parte da disciplina Administração Empreendedora e Qualidade. Nós o preparamos com 
empenho e carinho para que você adquira conhecimentos sobre o Empreendedorismo 
nas diversas formas e aplicações.
Sou o professor Anderson Katsumi Miyatake, graduado e mestre em Administração, pro-
fessor e pesquisador em Empreendedorismo. No mestrado estudei a área em que tenho 
muita paixão e interesse.
Sou o Professor Paulo Pardo, professor e pesquisador na área de organizações e Sus-
tentabilidade, temas que estão totalmente alinhados ao Empreendedorismo, afinal, ao 
pensar em organizações, devemos pensar em como elas terão condições de se autos-
sustentar nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Juntos, poderemos construir 
o conhecimento necessário para sua formação empreendedora.
o objetivo, ao escrever esse livro, não foi apresentar um modelo pronto de empreen-
dedor, até porque, estando no campo das Ciências Sociais Aplicadas, não existe uma 
certeza matemática que permita emitir receitas de sucesso. o que pretendemos aqui é 
discutir o tema de maneira a possibilitar análises, reflexões e sínteses, contribuindo para 
a formação empreendedora. Não sabemos se é possível ensinar empreendedorismo, 
mas sabemos que é possível aprender empreendedorismo, por isso nosso papel nesse 
processo de formação é fornecer subsídios para essa aprendizagem. Para tanto, será 
necessário, também, muito empenho de sua parte para a realização desse intenso tra-
balho. No decorrer de suas leituras, procure fazer anotações, responder às atividades de 
autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas 
sobre os assuntos tratados, pois, com certeza, não será possível esgotá-lo em apenas 
um livro.
Nosso livro é composto de cinco unidadesque procuraram apresentar alguns dos prin-
cipais aspectos do Empreendedorismo. Na unidade I, apresentaremos o Empreendedo-
rismo. Como toda apresentação, vamos abordar algumas definições. Além disso, vamos 
apresentar de forma breve a história e alguns campos de estudo que são pesquisados 
por inúmeras pessoas no Brasil e no mundo. Continuando na unidade, vamos conhecer 
os tipos de empreendedorismo existentes e algumas particularidades de cada tipo. Em 
seguida, estudaremos o papel social e econômico do Empreendedorismo e apresenta-
remos informações sobre esse recente e intrigante campo de estudo.
É importante destacar o papel das assessorias, incubadoras, empresas juniores e acele-
radoras, entidades que incentivam práticas empreendedoras.
Na unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen-
dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Ao longo da unidade, serão apresenta-
dos características e perfis empreendedores. desde já, ressaltamos que um empreende-
dor não possui todas as características numeradas pelas pessoas. É diante desse senso 
comum que surgiram diversos mitos sobre o empreendedorismo e o empreendedor, 
que também é outro assunto desta unidade. destacaremos ainda, a necessidade do 
empreendedor buscar novos conhecimentos para aumentar as possibilidades de obter 
ApresentAção
ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORA E 
QUALIDADE 
 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8 - 9 
sucesso nos negócios. outro aspecto abordado na unidade são as oportunidades em-
preendedoras. Compreenderemos o que é uma oportunidade e quais as principais fon-
tes utilizadas pelos empreendedores. destacaremos que uma oportunidade é uma ideia 
colocada em prática por meio do estudo do processo empreendedor, ou seja, o momen-
to desde a ideia até que a oportunidade seja implementada e dê resultados positivos.
Na unidade III, trataremos do Plano de Negócios (PN). Essa importante ferramenta de 
apoio ao empreendedor é importante para analisar de forma mais consistente sobre as 
próximas ações da empresa. Por isso é importante que você conheça algumas defini-
ções, a importância do PN, os principais interessados em ver um bom Plano. É necessário 
tomar cuidado durante a elaboração, por isso são ressaltadas algumas informações rele-
vantes para quem está fazendo um Plano de Negócios. Tomando os devidos cuidados, 
evitam-se os denominados sete pecados capitais durante a elaboração do PN. Por fim, 
vamos apresentar e estudar um modelo de estrutura do Plano de Negócios e começare-
mos a estudar o Sumário Executivo, a Análise Estratégica e a Análise de Mercado.
Na unidade IV, continuamos a estudar o Plano de Negócios. Nesta unidade vamos com-
preender as etapas para elaborar o Plano de Marketing, o Plano de Produção/opera-
ções/Serviços, o Plano de recursos Humanos, além do Plano Financeiro e dos Anexos. 
Nessa parte são expostos documentos ou mesmo anotações complementares. Vamos 
estudar sinteticamente os procedimentos para iniciar negócios, bem como os formatos 
jurídicos permitidos no Brasil, além de formas de financiamento dos negócios. As mar-
cas e patentes representam o último assunto estudado nessa unidade.
Na unidade V, o objetivo é apresentar o tema qualidade, importante aspecto para os 
negócios. os empreendedores precisam conhecer a relevância da qualidade. Por isso, 
vamos compreender os significados do termo, o histórico que envolve a qualidade. de 
posse dessas informações, poderemos conhecer ferramentas para obter qualidade nas 
práticas de negócio, bem como indicadores de desempenho. outro importante aspecto 
estudado nessa unidade são as certificações de qualidade, aspecto valorizado nos ne-
gócios. E, por último, apresentaremos alguns estudos de casos envolvendo práticas de 
empreendedorismo, relacionados à qualidade.
dessa forma, buscamos passar pelos principais aspectos que compõem o empreen-
dedorismo, oferecendo uma visão abrangente quanto ao todo e específica quanto às 
especificidades de cada situação. Isso tudo com o intuito de fornecer informações que 
funcionem como suporte na formação empreendedora de nossos alunos.
Esperamos, assim, possibilitar a transformação das ideias geradas durante a vida acadê-
mica, pessoal e profissional em oportunidades de sucesso e realização, como verdadei-
ros empreendedores que vamos nos tornando a cada dia.
Bom estudo a todos(as)!
SUMáRIO
8 - 9
uNIdAdE I
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
15 Introdução
15 Definindo empreendedorismo e empreendedor 
18 Campos de estudo do empreendedorismo 
20 Breve Histórico do empreendedorismo 
23 tipos de empreendedorismo 
25 Franquia como Forma de empreendedorismo 
30 o papel social e econômico do empreendedorismo 
32 Informações recentes sobre empreendedorismo no Brasil 
36 Considerações Finais 
uNIdAdE II
O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE
43 Introdução
44 Características e perfil do empreendedor 
50 Diferenciando empreendedor de Gestor 
51 Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo 
54 A Formação do empreendedor 
55 oportunidade empreendedora 
57 Fontes de oportunidades 
SUMáRIO
61 o processo empreendedor 
65 Casos de estratégia e prática de empreendedorismo 
79 Considerações Finais 
uNIdAdE III
DIREITO ADMINISTRATIVO
85 Introdução
85 Definindo plano de negócios 
87 Importância do plano de negócios 
91 principais Interessados na elaboração do plano de negócios 
93 Informações Importantes para elaboração do plano de negócios 
94 sete pecados Capitais Durante a elaboração e Apresentação do plano de 
 negócios
95 Modelos de estrutura do plano de negócios 
104 Iniciando a elaboração do plano de negócios 
112 Considerações Finais 
uNIdAdE IV
PLANO DE NEGÓCIOS
119 Introdução
120 plano de Marketing 
121 praça 
123 preço 
124 produto 
126 promoção 
129 plano operacional 
132 plano de recursos Humanos 
134 plano Financeiro 
139 principais Demonstrativos Utilizados no plano de negócios 
145 Anexos 
146 orientações para Iniciar os negócios 
148 Considerações Finais 
uNIdAdE V
EMPREENDEDORISMO – A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESTRATÉGICA 
DA QUALIDADE
155 Introdução
155 Breve Histórico da Qualidade 
161 Abordagem da Qualidade para os empreendedores 
169 A Gestão pela Qualidade total – Métodos específicos de Gestão 
SUMáRIO
171 pDCA 
174 o seis sigma 
177 priorização de riscos 
178 5s 
180 As 7 principais Ferramentas da Qualidade 
183 Indicadores de Desempenho 
187 Certificação da Qualidade 
200 Considerações Finais 
 
203 Conclusão
207 Referências
U
N
ID
A
D
E I
Prof. Me. Anderson Katsumi Miyatake
IntroDUção Ao 
eMpreenDeDorIsMo
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar e contextualizar o empreendedorismo.
 ■ Compreender os tipos de empreendedorismo.
 ■ Estabelecer a importância socioeconômica do empreendedorismo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ definições de empreendedorismo
 ■ Campos de estudo do empreendedorismo
 ■ Breve histórico do empreendedorismo
 ■ Tipos de empreendedorismo
 ■ o papel social e econômico do empreendedorismo
 ■ Informações recentes sobre empreendedorismo no Brasil
14 - 15
INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo(a) à primeira unidade. Nesta parte iremos conhecer de forma 
geral o que é esse fascinante mundo do Empreendedorismo. Vários pontos serão 
estudados ao longo desta unidade. Primeiro, vamos conhecer algumas defini-
ções, a história e os campos de estudo do empreendedorismo. Isso é essencial 
para que possamos compreender o contexto que envolve este campo de estudo. 
Poderemos perceber que o Empreendedorismo é muito mais abrangente do que 
costumeiramente ouvimosfalar. Ao estudarmos os tipos existentes de empre-
endedorismo, ficará evidente que não há um perfil ideal de empreendedor, mas 
diferentes maneiras de empreender. 
Outro assunto nesta unidade é o papel social e econômico do empreendedo-
rismo, pois a transformação de ideias em oportunidades promove o movimento 
da economia, envolvendo pessoas, recursos e a sociedade. Por isso a associação 
com o social e o econômico e a relevância dos empreendedores para uma região. 
E como o empreendedorismo está em evidência, vamos apresentar informações 
e tendências do empreendedorismo no nosso país. Vamos ter a possibilidade de 
conhecer alguns dados estatísticos elaborados por institutos de pesquisas, novas 
formas de negócios e também sobre mortalidade de empresas.
DEfININDO EMPREENDEDORISMO E 
EMPREENDEDOR
Quem esperava uma definição não vai conseguir encontrar, pois não 
existe consenso a respeito desse termo. Várias são as definições exis-
tentes sobre empreendedorismo, no entanto, retrataremos algumas 
delas. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal da palavra 
francesa entrepreuneur, empreendedor significa “aquele que está entre” 
ou “intermediário”. De acordo com Dornelas (2005, p. 29), “a palavra 
empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele ©shutterstock
Introdução
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INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
16 - 17I
que assume riscos e começa algo novo”. Ou seja, com isso podemos inferir que 
o termo está ligado diretamente a alguém que realiza coisas diferentes, interme-
diando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos neste processo. 
Um conceito clássico foi criado por Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, 
p. 39) ao definir o empreendedor como “aquele que destrói a ordem econômica 
existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas 
formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, 
esse conceito não é mais utilizado nos dias atuais. Outros conceitos já utilizados 
podem ser vistos no quadro 1.
orIGInA-se Do FrAnCês – sIGnIFICA AQUele QUe está entre oU estAr entre
Idade 
Média
Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em 
massa.
Século 
XVII
Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato 
de valor fixo com o governo.
1725 richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que 
fornece o capital.
1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do 
capital.
1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aque-
les que obtinham lucros com atividades administrativas.
1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve 
tecnologia que ainda não foi testada.
1961 david McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre 
riscos moderados.
1964 Peter drucker – o empreendedor maximiza oportunidades.
1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns 
mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 
1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por eco-
nomistas, psicólogos, negociantes e políticos. 
1983 Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que 
atua dentro de uma organização já estabelecida.
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definindo Empreendedorismo e Empreendedor
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orIGInA-se Do FrAnCês – sIGnIFICA AQUele QUe está entre oU estAr entre
1985 robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo 
diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, 
assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspon-
dentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação 
econômica e pessoal.
Quadro 1: Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor
Fonte: Hisrich e Peters (2004, p. 27)
Como é possível notar, nesse quadro, a abordagem foi sendo mudada ao longo 
dos anos. No início era atribuído o fator risco. Posteriormente, abordou-se sobre 
as características do empreendedor como inovador, que tem iniciativa. Alguns 
anos depois se admitiu o fato de ser visto sob diferentes pontos e, mais à frente, 
que o empreendedor também é aquele que atua dentro das organizações. Até 
então, o foco do termo era somente para aqueles que constituíam novos negócios.
Alguns conceitos mais utilizados nos dias atuais possuem abordagem mais 
voltada para os tipos de possibilidades de novas oportunidades. Podemos notar 
isso em Lacombe e Heilborn (2008, p. 128), que afirmam: “pessoa que percebe 
oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos 
e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. Baron e Shane (2010, p. 6), 
com base em um artigo clássico de Shane e Venkataraman (2000), consideram:
Empreendedorismo, como uma área de negócios, busca entender como 
surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, 
mercados, processos de produção ou matérias-primas, formas de orga-
nizar as tecnologias); como são descobertas ou criadas por indivíduos 
específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desen-
volver coisas novas.
Este conceito, apresentado pelos autores, envolve 
diferentes formas de empreender como produtos, 
serviços, mercados, processos de produção ou maté-
rias-primas, formas de organizar a tecnologia. Além 
disso, considera que indivíduos específicos percebem 
essas oportunidades e utilizam meios para transfor-
mar a ideia que tiveram de criar algo novo em uma 
oportunidade de negócio.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18 - 19I
Se iniciarmos a discussão sobre o conceito e todas as particularidades a definir, 
não conseguiremos chegar a um consenso. Isso ocorre porque o empreendedo-
rismo estuda fenômenos sociais, ou seja, constantemente se modifica, por isso 
uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos os elementos. 
Vamos partir do pressuposto que o empreendedorismo só é possível por meio de 
oportunidades, como consideram Baron e Shane (2010). Isso porque é mediante 
uma oportunidade que o empreendedor coloca em prática uma novidade. 
CAMPOS DE ESTUDO DO EMPREENDEDORISMO
O campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevân-
cia para a economia (BRUYAT; JULIEN, 2000). Alguns dos campos de estudos 
podem ser:
Jovens - de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior 
número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais 
jovens. Isso representa um motivo para aprofundar os estudos;
Mulheres - é notável o aumento da participação tanto em cargos adminis-
trativos como gerenciais. A Marisa Mayer, do Yahoo, é um exemplo. No Brasil, 
temos o exemplo da Isabel Pesce, que escreveu recentemente dois livros: A Menina 
Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de read et al. (2011, pp. 17-18) 
é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade.
Ideia = alguma coisa + você
oportunidade = ideia + ação
Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros
Viabilidade = oportunidade + comprometimento
dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivídu-
os. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento 
dessas pessoas para tornar algo viável.
Campos de Estudo do Empreendedorismo
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18 - 19
do Vale e Procuram-se Super Heróis que valem a pena serem lidos.
Mortalidade de empresas – esses estudos são importantes para verificar o 
sucesso dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo recente 
do Sebrae mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até os 
dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negó-
cios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida.
Empreendedorismo social – nem todos os negócios são empresas e visam 
ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendimento de neces-
sidades sociais, por isso utilizar o termo organizações é adequado, pois podem 
envolver clubes, entidades e até mesmo empresas.
Cultura – os estudos de cultura podem ser feitos comparando países por 
meio de escolha de critérios específicos como criatividade, ou mesmo dentro 
do mesmo país, explorando os aspectos regionais, como o estudo da pamonha 
como forma de negócio, ou seja, um produto da cultura sendo estudado como 
forma de oportunidade.
Assim, é possível ter noção que este campo de estudo é bastante abrangente 
e com diversas particularidades, pois estuda fenômenos sociais. Quem tiver 
curiosidade para conhecer outros campos de estudo, leia o material do professor 
Filion, em Saiba Mais. Para os cursos ligados à gestão, estudar empreendedo-
rismo é uma forma de compreender como está a dinâmica do mercado, como 
no caso de mortalidade de empresas. Outro motivo importante de estudar esta 
O empreendedorismo como tema de estudos superiores
Louis Jacques Filion
Palestra proferida no Seminário “A universidade Formando Empreendedo-
res” Escola de Altos Estudos Comerciais (H.E.C) de Montreal em que trata das 
possibilidades de estudo no campo do empreendedorismo.
Fonte: <https://96bed530-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/ingoher-
mannsite/disciplinas/empreendedorismo/LouisJFilion.pdf>.
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
Reprodução proibida. A
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disciplina é que podemos compreender a importância dela não só para quem 
está empreendendo, mas para a sociedade como um todo.
BREVE HISTÓRICO DO EMPREENDEDORISMO
De acordo com Dornelas (2005), o primeiro exemplo de definição de empreen-
dedorismo pode ser creditado a Marco Polo, quando tentou estabelecer uma rota 
comercial no Oriente. Como empreendedor, ele assinava um contrato com um 
homem dono de um capital (capitalista) para vender as mercadorias. Na Idade 
Média, o termo era utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos 
de produção, uma vez que assumia grandes riscos e apenas gerenciava o projeto, 
gerindo os recursos disponíveis geralmente provenientes do governo do país. 
No século XVII, o termo ficou ainda mais associado à questão de correr 
riscos, uma vez que o empreendedor era aquele que fazia negócios com preços 
pré-fixados com o governo, ficando, assim, responsável pelos lucros ou prejuízos 
resultados do processo. Somente no século XVIII é que se conseguiu dissociar o 
empreendedor (aquele que assume riscos) do capitalista (aquele que financia os 
experimentos necessários para se dar à industrialização) (DORNELAS, 2005).
Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioe-
conômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais 
e a competição capitalista ainda mais acirrada forçaram a adequação e redução 
das estruturas. Consequentemente, provocou-se um aumento do desemprego 
e, ao mesmo tempo, um aumento na oferta de serviços e terceirizações. É por 
isso que se vive um período em que a economia é marcada pela existência de 
inúmeras pequenas e médias empresas. Isso implica em um aumento do poten-
cial empreendedor.
Para Dornelas (2005), o momento atual pode ser chamado de “a era do 
empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão renovando con-
ceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e gerando riqueza 
para a sociedade. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o 
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empreendedorismo passa a se destacar e a ser tão necessário. Conforme Filion 
(2012), a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem se 
afirmando nas últimas duas décadas, e esse fenômeno vem se dando, no Brasil e 
no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de tra-
balhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais marcante da 
década de 1990 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 
1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da partici-
pação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2%, 
nessa categoria de trabalho.
No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 
1990, quando foram criadas entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de 
Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para 
Exportação de Softwares). Antes desse período não havia condições políticas e 
econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). O Sebrae foi criado 
para dar suporte ao pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, 
bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais 
dos negócios já iniciados. A Softex foi criada com o intuito de levar as empre-
sas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão 
e tecnologia a esses empresários.
As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da 
Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do 
empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi então que a sociedade brasi-
leira começou a se despertar para a realização de planos de negócios (até então 
não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreende-
dorismo e para programas públicos de incentivo. Para Dornelas (2005), o Brasil 
passou a ter um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo 
o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos. Conforme o autor, apresen-
tamos um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que permitiram 
esse avanço no país: 
 ■ 1990 – Criação de programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas 
de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreende-
doras em softwares. O ensino da disciplina em universidades e a geração 
de novas empresas de softwares (start-ups).
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 ■ 1999 a 2002 - O Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal, 
dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores, e destinando recursos 
financeiros e operações de créditos para estímulo ao empreendedorismo.
 ■ Programas do Sebrae como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem 
Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor.
 ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o ensino do 
empreendedorismo.
 ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto com do 
país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para dis-
seminação do empreendedorismo local.
 ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC 
(Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de 
Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubadoras, com 
mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho.
Até a metade da década de 2000,verificava-se no Brasil, o empreendedorismo 
por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de tra-
balho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal com pouco 
planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e con-
tribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa 
notícia é que atualmente, o empreendedorismo está ocorrendo por oportunidade. 
Ou seja, os negócios no país estão acontecendo porque os empreendedores estão 
se preparando para abrir os negócios. Entretanto, como historicamente as orga-
nizações brasileiras começaram, na maioria, por necessidade, ainda percebemos 
os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreendedo-
res abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções 
de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informalidade e sem preparo, 
as chances do negócio fechar são maiores. Essa classificação de empreendedo-
rismo por necessidade e oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship 
Monitor (GEM). Acesse o material do Saiba mais e entenda mais esse estudo.
Tipos de Empreendedorismo
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TIPOS DE EMPREENDEDORISMO
O empreendedor não pode ser caracterizado como um tipo único, por isso 
não é possível rotulá-lo como um modelo ideal. Sabe-se que por ser um fenô-
meno social, o empreendedorismo também é passível de mudanças conforme o 
contexto social. Segundo Dornelas (2007), os empreendedores podem ser clas-
sificados quanto aos seguintes tipos:
 ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria são imigrantes 
ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho. 
Otimistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habili-
dade de negociação e venda.
 ■ Empreendedor que aprende (inesperado) - é uma pessoa que, quando 
menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida 
e resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente demora a tomar a deci-
são de empreender e a se acostumar com ela.
 ■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixo-
nada por empreender, assim não consegue estar à frente de seu negócio 
até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado 
em novos negócios. Sua maior habilidade é de identificar oportunidades 
e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação.
 ■ Empreendedor corporativo – são geralmente grandes executivos, assu-
mem riscos e possuem grande habilidade de comunicação e negociação, 
O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
RELATÓRIO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR - GEM 2012
Informações nacionais sobre o empreendedorismo no Brasil.
disponível em: <http://www.ibqp.org.br/upload/tiny_mce/download/Em-
preendedorismo%20no%20Brasil%202012.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2013.
Também é possível obter informações internacionais dos outros países par-
ticipantes desta pesquisa internacional acessando o site:
 <http://www.gem.org>.
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já que quase sempre não possuem 100% de autonomia para a ação.
 ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um 
mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com 
a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere 
compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano.
 ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio porque não 
tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra 
opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso 
à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por 
isso normalmente trabalha na informalidade e de maneira pouco plane-
jada, o que favorece o não sucesso do empreendimento.
 ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da 
família e normalmente aprendem cedo a ter responsabilidades e como o 
negócio funciona. Atualmente a família tem se preocupado com a prepa-
ração do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão.
 ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz 
a lição de casa buscando minimizar os riscos do negócio por meio do 
planejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-re-
quisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser 
normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria.
Hisrish e Peters (2004) ainda apresentam o tipo:
 ■ Intraempreendedor – que é o empreendedorismo dentro de uma estrutura 
organizacional. São indivíduos em uma organização que acham que algo 
pode ser feito de modo diferente e melhor. Cabe às organizações criarem 
uma estrutura e um clima organizacional que explorem essas potencia-
lidades. Todos os colaboradores podem fazer a diferença. Entretanto, é 
necessário, por parte da organização, proporcionar condições para que 
isso ocorra. Uma organização com indivíduos intraempreendores estimula 
a cooperação, proporciona liberdade e autonomia para estimular a cria-
tividade. A 3M incentiva que os colaboradores invistam 15% do horário 
de trabalho na dedicação a projetos pessoais, pois permitem que novos 
produtos sejam criados. Com isso, a empresa possui mais de 55 mil pro-
dutos, uma parte dos produtos criada por essa prática.
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Franquia como Forma de Empreendedorismo
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Degen (2009) também considera que as franquias representam outra forma 
de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento 
de um franqueador que já possui uma marca conhecida no mercado. Devido à 
importância que esse tipo de franquia tem tido no cenário nacional, vamos des-
tinar uma parte em especial para tratar o assunto.
fRANQUIA COMO fORMA DE EMPREENDEDORISMO
O sistema de franquia tem sido uma importante alter-
nativa ao empreendedorismo. Conforme Ferreira et al. 
(2010), franchising é uma palavra de origem francesa 
que significa: fran – concessão de um privilégio ou de 
uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à 
filiação a uma empresa líder mediante um contrato de 
prestação de serviços. Ou ainda, caracteriza-se como 
um modo de organização em que uma empresa que já 
tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado 
(franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua 
forma de fazer negócios a outras empresas ou indiví-
duos (franqueados), em troca de um direito de entrada 
INTRAEMPREENDEDORISMO
os dois links de vídeos permitem aprofundar os conhecimentos sobre o as-
sunto. recomendamos que assista. 
o que é o intraempreendedorismo? 
 <http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI>. Acesso em: 21 jul. 2013.
Cultura empreendedora e o intraempreendedorismo
<http://www.youtube.com/watch? v=nTxGEvXN9oE>
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e do recebimento de royalties. Para os autores, uma franquia, em geral, pode ser:
 ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito/a 
obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca.
 ■ De negócios - o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para 
fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publi-
cidade e outras formas de assistência técnica e de marketing.
Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias 
estabelece obrigaçõestanto por parte do franqueado como do franqueador, con-
forme descrito no quadro 2.
oBrIGAções Do FrAnQUeADor oBrIGAções Do FrAnQUeADo
• Testar o potencial de sucesso do ne-
gócio durante um período, de modo a 
mostrar que pode ser rentável a imagem 
da marca.
• Apresentar um negócio baseado em 
um know-how distintivo com uma vanta-
gem competitiva diante da concorrência.
• Transmitir o know-how aos franqueados 
por meio de manuais e programas de 
formação.
• Administrar o negócio no dia a dia, 
selecionar a equipe de colaboradores, 
tomar decisões, desenvolver ações de 
comunicação e publicidade.
• Realizar o investimento necessário.
• Fazer os pagamentos acordados.
• Cumprir as regras da rede sobre a 
forma de operação e garantir a uni-
formidade do serviço.
Quadro 2: Obrigações do franqueado e do franqueador
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 76)
Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvanta-
gens para o franqueador. As principais delas estão apresentadas no quadro 3.
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VAntAGens DesVAntAGens
rapidez de expansão Perda parcial do controle sobre os 
atos dos franqueados.
Redução de custo: centralização das 
compras e de distribuição. 
Potencial de criação de concorrente. 
Maior participação no mercado dado 
o crescimento da rede. 
Insuficiência nos serviços de abas-
tecimento e consultoria, dada uma 
expansão acelerada. 
Maior cobertura geográfica com o 
atendimento a clientes e mercados 
antes não explorados.
Seleção inadequada dos franqueados. 
Possibilidade de encontrar franque-
ados estimulados para maximizar as 
vendas e reduzir os custos, para aumen-
tar o lucro.
Potencial menor de lucro, em com-
paração com o crescimento interno 
por meio de filiais. 
Gerar rendimento dos royalties e das 
taxas de franquia sem investir em novas 
instalações. 
Potenciais atritos com os franque-
ados, em particular quando violam 
termos do contrato. 
Acesso a ideias e sugestões. 
Quadro 3: Principais vantagens e desvantagens para o franqueador
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 79)
O franqueado precisa ficar atento quando decidir investir nas franquias, pois 
investir em um produto/serviço já conhecido tem vantagens e desvantagens, 
conforme o quadro 4.
VAntAGens DesVAntAGens
Maior probabilidade de sucesso: 
adota um produto/serviço conhecido e 
testado no mercado e com uma rede e 
marca bem-sucedida. 
Controle sobre as operações: audito-
rias frequentes e controle das vendas 
e do cumprimento de procedimentos 
e normas. 
Apoio contínuo do franqueador: 
experiência de gestão, treino e consul-
toria. 
Autonomia e criatividade limitadas: 
implementar modelo existente. 
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VAntAGens DesVAntAGens
Potencial de maiores lucros: se bene-
ficia de economias de escala e de marca 
reconhecida. 
restrições no encerramento da ativi-
dade e na cessão/venda da proprie-
dade. 
Proteção da concorrência de outros 
franqueados da mesma rede: direitos 
territoriais exclusivos. 
Custo do franchising pode ser mais 
elevado do que em um negócio inde-
pendente.
Permite aprender com as experiências 
de outros franqueados. 
fraco desempenho de outros fran-
queados pode ter efeitos na reputa-
ção de toda a rede. 
Quadro 4: Principais vantagens e desvantagens para o franqueado
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010, p. 80)
Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes 
aspectos:
 ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa 
ser menor do que em um negócio independente. 
 ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona 
sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou 
fracasso do franqueado. 
 ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar e 
criar ambiente de trabalho agradável. 
 ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que dife-
rencia o empreendedor independente do franqueado.
Assim, as franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação 
do negócio, uma vez que propicia uma grande rede de atuação, sem implicar 
na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franqueador. 
Para o empreendedor franqueado possibilita maior segurança e conhecimento 
acerca do negócio que se propõe a iniciar. Vale fazer destaque, para aqueles que 
pretendem ser franqueados, pois apesar de um modelo pronto, é necessário tam-
bém estar preparado. Alguns aspectos principais que precisam ser considerados:
 ■ Estrutura física – é necessário pensar na infraestrutura. Uma loja em 
uma rua no centro da cidade é diferente de uma loja em shopping cen-
ter, assim como um quiosque no mesmo shopping é também diferente. 
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Cada um exige um espaço diferenciado e uma estrutura capaz de supor-
tar as necessidades da empresa.
 ■ Recursos financeiros – assim como uma estrutura adequada, é preciso 
pensar no investimento necessário. Existem franquias com investimento 
entre 5 mil até a casa dos milhões. Por isso é preciso pensar na disponi-
bilidade financeira para investir em uma franquia.
 ■ Recursos humanos – pode ser desde uma pessoa até mais de 20 pessoas. 
Além dos custos envolvidos, é necessário pensar nas habilidades técni-
cas para o trabalho e também no perfil de pessoas. Uma casa de lanches 
que funciona no shopping é diferente de um bar que funciona todos os 
dias no período noturno até o amanhecer.
 ■ Autoanálise pessoal – é preciso pensar também se você tem perfil para 
abrir uma franquia. Se você não gosta de seguir padrões, é um problema 
que vai enfrentar, pois não terá tanta liberdade para fazer o que quiser. 
Outro aspecto é pensar em algo que seja de acordo com o seu jeito de ser. 
Se você é uma pessoa extrovertida e gosta de esportes, apostar em lojas de 
materiais esportivos seria compatível, porém se você apostar em venda 
em fast food, precisará ser mais enérgico e criterioso para que os alimen-
tos mantenham a qualidade e produzidos de forma rápida.
 ■ Avaliação de mercado – importante conhecer se o mercado está em expan-
são. Isso é importante para não apostar em um segmento que tende a 
decair nos próximos anos. Por exemplo, o Brasil tem sido considerado, 
de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos, como o terceiro maior mercado consumidor.
 ■ Tempo de retorno do investimento: outro aspecto a ser levado em con-
sideração. Tem franquias que consideram a existência de retorno com 6 
meses e outros com 36 meses. Importante também destacar que são pro-
jeções de retorno, por isso pode não ocorrer o retorno conforme o prazo 
informado pela franquia.
 ■ Conhecimentos gerenciais: ter habilidades técnicas, como conhecer o 
fluxo de caixa, o planejamento de mercado é bastante importante. O fato 
do negócio estar formatado, não quer dizer que o empreendedor não pre-
cisa se preparar.
 ■ Manuais de procedimentos: se refere ao conjunto de padrões a serem 
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adotados pelos franqueados desdea preparação de alimentos como o 
layout e cores das lojas e o atendimento dos clientes.
 ■ Pessoas de referências: é importante conhecer e conversar com franque-
ados para saber como é o funcionamento no dia a dia da organização. 
Alguém que lida diariamente com o negócio pode passar as experiências de 
como gerenciar uma franquia, tanto os pontos positivos como negativos.
 ■ Suporte e assessoria: o auxílio pode vir por treinamento gerencial, ajuda na 
escolha do ponto, treinamento para fazer o gerenciamento financeiro, entre 
outros. É necessário saber o tipo de suporte que o franqueador oferece. 
 ■ Dedicação ao negócio: como qualquer outro negócio, é necessário se dedi-
car, supervisionar as atividades e manter contato com os colaboradores. 
Deixar as atividades para os outros não é indicado.
 ■ Circular de Oferta de Franquia (COF): é o documento a ser entregue aos 
candidatos a franqueados para que possam analisar as informações da 
franquia antes de formalizarem contrato. É importante conhecer tam-
bém a Lei das Franquias para saber melhor essa particular forma de ter 
um negócio.
Para quem pensa em ser empreendedor, acesse o site da Associação Brasileira 
de Franchising (ABF), que contém a relação das franquias associadas e também 
informações gerais para quem pretende ser um franqueado.
O PAPEL SOCIAL E ECONôMICO DO 
EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do 
desenvolvimento local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os 
conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O crescimento econô-
mico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada 
localidade. Assim, podem ser considerados como referências de crescimento eco-
nômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo 
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o Papel Social e Econômico do Empreendedorismo
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da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é 
mais amplo, pois envolve além do crescimento econômico, os aspectos sociais 
e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há 
ganhos quantitativos e qualitativos como a qualidade de vida de uma popula-
ção, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, 
são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da criação 
de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999):
 ■ Contribui para o crescimento econômico.
 ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os recursos 
produtivos.
 ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento gerando novas 
tecnologias, produtos e serviços.
Também é importante destacar que os estudos sobre a 
evolução do empreendedorismo mostram grandes pos-
sibilidades de se transformarem na mola propulsora 
da integração do desenvolvimento regional e mundial, 
como possível solução para os problemas econômicos, 
políticos e sociais (BARBOSA; BARBOSA, 2009). Para 
isso, a gestão dos negócios precisa se pautar sob uma 
conduta ética que se preocupa com seu entorno, for-
mando redes e parcerias em prol das sociedades em 
que atuam as organizações criadas. Preocupando-se 
com todos os grupos que se relacionam e têm interesse 
no negócio em andamento (stakeholders).
Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma cor-
rente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento 
local, pois tem as seguintes características:
 ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio 
do empreendedorismo.
 ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local cujo 
lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local.
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INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é 
preciso estimular o empreendedorismo por oportuni-
dade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura 
do negócio reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade 
de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível gerar trabalho e renda e 
atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida.
INfORMAÇõES RECENTES SOBRE 
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Conforme o professor Dornelas (2005), vivemos na era do empreendedorismo. 
Hoje existem possibilidades que estão mais acessíveis a nós. De acordo com 
Degen (2009), o empreendedorismo pode ser considerado como uma carreira 
ao empreendermos no setor de agronegócio construção, consultoria, franquias, 
hospitalidade, manufatura, serviços, terceirização, serviços profissionais, varejo, 
comércio eletrônico, vendas, adquirindo negócio. Podemos acrescentar que 
isso se dá tanto naquele indivíduo que empreende, como também aquele que 
NÚMERO DE EMPREENDEDORES DO PAÍS CRESCE MAIS DE 40% NOS 
ÚLTIMOS ANOS
Mariana Gross
reportagem mostrando o crescimento do empreendedorismo no país.
<http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/03/numero-de-empreen-
dedores-do-pais-cresce-mais-de-40-nos-ultimos-anos.html>
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intraempreende.
De acordo com o site do Governo Brasileiro (2013), que apresenta dados do 
IBGE, Dieese e Sebrae, o país possui 5,7 milhões de Micro e Pequenos Negócios 
(MPE), representando a maioria dos negócios no Brasil. Quando saímos de casa, 
em todos os locais ao redor vemos pequenos negócios. Conforme essas informa-
ções, esses negócios representam 20% do PIB ou o valor de 700 bilhões de reais, 
além do mais, representam 99% das empresas e geram 60% do total dos empre-
gos. Como é possível notar, é necessário estar atento aos pequenos negócios que, 
mesmo com dificuldades e falta de preparo adequado, representam a maioria das 
empresas, superando inúmeros obstáculos. A criação da Secretaria da Micro e 
Pequena Empresa é uma forma de proporcionar uma atenção a esses negócios 
que são tão importantes para o crescimento econômico e social do país. O sis-
tema de Micro Empreendedor Individual (MEI) e do Supersimples demonstra 
que o olhar dos políticos para os pequenos negócios está mais valorizado, entre-
tanto, é necessário dar mais apoio a esses empreendedores.
A situação para o empreendedorismo no Brasil, hoje, é mais favorável, pois 
não vivemos mais no tempo em que a inflação alcançava patamares altíssimos 
em curto período de tempo. Além disso, temos a atuação de organizações, como 
o Sebrae, que estão atendendo com mais efetividade os pequenos negócios em 
diversas regiões. Hoje, temos cursos que incentivam iniciativas empreendedoras 
e também capacitam empreendedores. Além dos cursos do próprio Sebrae, temos 
cursos e iniciativas em escolas e instituições de ensino superior. A Endeavor é 
um exemplo de organização que apoia empreendedores, contando com a par-
ticipação de indivíduos que já conseguiram sucesso nos respectivos negócios. 
Atualmente, o próprio Poder Público disponibiliza algumas iniciativas empre-
endedoras como acontece no estado de São Paulo, empresas privadas como a 
Shell e até empreendedores como Isabel Pesce estão realizando 
cursos de empreendedorismo. A situação ainda está longe de ser 
ideal, mas o acesso ao crédito, hoje, é mais fácil e existem dife-
rentes modalidades e valores à disposição.
De acordo com estudo recente do Sebrae, o índice de morta-
lidade de negócios até dois anos de vida está caindo. Na década de 
1990,cerca de metade dos negócios fechavam antes de completar 
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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dois anos. Na atualidade, o número caiu para apenas 25% das organizações. Isso 
indica que os novos negócios estão sobrevivendo a difícil etapa de superar a fase 
crítica de entrada no mercado.
Hoje temos as incubadoras como formas de assessoria nos negócios. As incu-
badoras estão expandindo para todas as regiões brasileiras. A atuação se dá em 
diversos tipos de organizações, desde empresas prestadoras de serviços, comer-
ciais e tecnológicas até aquelas voltadas para aspectos sociais como é o caso da 
Unitrabalho e da ITCP. Podem oferecer assessoria interna, ou seja, disponibilizar 
espaço físico para os empreendedores, ou também incubação externa, quando 
o empreendimento possui espaço próprio e a incubadora faz visitas periódicas.
Além das incubadoras, temos as aceleradoras, que desempenham papel de 
incubadoras, mas com assessoria mais pontual e tempo de incubação menor. 
Enquanto numa incubadora o tempo pode durar dois anos ou até mais, na acele-
radora o período é entre três e oito meses. Outra característica é que geralmente 
as aceleradoras possuem fins lucrativos e possuem recursos para ajudar o empre-
endedor a implementar a ideia, ao contrário das incubadoras que podem cobrar 
taxas pela utilização do espaço físico. Uma peculiaridade das aceleradoras é 
atuar geralmente com negócios de base tecnológica, pois as empresas que estão 
ligadas pertencem a esse segmento. De acordo com Spina (2013), se o negócio 
precisa de mais tempo para crescer e não necessita de investimentos, a incuba-
dora poder ser uma opção mais viável. Caso contrário, uma aceleradora é mais 
recomendada. Ainda destaca que pode haver uma combinação das duas, ou seja, 
começar pela incubadora e depois partir para aceleradora ou vice-versa, entre-
tanto, é necessário fazer uma análise se o perfil da incubadora e da aceleradora 
está alinhado com a estratégia do negócio.
Nos dias de hoje, temos a atuação de consultorias juniores que são forma-
das a partir dos cursos de graduação, nas áreas de administração, secretariado, 
engenharia, entre outras. São orientados por professores das áreas e os alunos 
têm a possibilidade de aplicarem o que aprenderam nas empresas que realizam 
consultorias. 
Para a obtenção de recursos para os negócios, temos a presença dos denomi-
nados anjos, geralmente empreendedores que apostam em novas ideias fornecendo 
Informações recentes sobre Empreendedorismo no Brasil
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recursos em troca de participação no negócio. A organização Anjos do Brasil é 
um exemplo de apoio às práticas empreendedoras. Além disso, existem as coo-
perativas de crédito como o Sicoob e o Sicredi. Os bancos públicos e privados 
ainda continuam como grandes fornecedores de recursos para os negócios. 
Recentemente tem crescida a participação de recursos via crowdfunding que são 
projetos disponibilizados em sites específicos e cujas pessoas ajudam os empreen-
dedores a financiarem as ideias. Dessa forma, cada um pode escolher um projeto 
que lhe agrade e contribuir com diferentes valores.
Além da tradicional forma de negócio via empresas, temos as associações 
e cooperativas. Além das cooperativas de crédito, citadas anteriormente, temos 
grupos de produção agroindustrial como a Coamo e a Cocamar, entre outros 
espalhados pelo nosso país, indicando que apostar no cooperativismo pode tra-
zer bons resultados para os empreendedores.
O destaque feito anteriormente sobre as franquias foi justamente para ilustrar 
a importância das franquias que representaram no período 2011-2012 mais de 
100 bilhões de faturamento nas mais de 2000 redes. Mas como toda boa oportu-
nidade de negócio para apostar, é preciso pensar bem, antes de ter uma franquia.
Para finalizar nossa unidade, convidamos você a refletir sobre o que estudamos 
até agora assistindo aos vídeos a seguir e consultando os materiais disponibili-
zados a você que selecionamos com carinho.
INCUBADORA OU ACELERADORA?
Cássio Spina
Compreenda melhor a diferença entre incubadora e aceleradora.
<http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Felipe-Matos/noticia/2013/06/
incubadora-ou-aceleradora.html>
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
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CONSIDERAÇõES fINAIS
Chegamos ao momento de terminar a unidade I. Como passou rápido, né? Para 
concluir esse estudo, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na uni-
dade I. Começamos discutindo a definição conceitual do empreendedorismo, e 
apesar das diferentes definições dos autores abordados, pudemos perceber um 
núcleo comum que identifica no empreendedor as habilidades de iniciativa, de 
organização de mecanismo sociais e econômicos, a fim de transformar recursos 
e situações, e a aceitação em correr os riscos próprios do negócio.
Também estudamos os campos de estudo do empreendedorismo. 
Apresentamos apenas alguns, como mulheres, jovens e mortalidade de empre-
sas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas. É possível notar que 
essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apre-
sentação da importância de estudar e compreender o empreendedorismo.
Paralelo à elaboração do conceito, visualizamos a história do movimento 
empreendedor desde sua concepção na pessoa de Marco Polo na busca por novos 
mercados. Nesse contexto, também foi possível conhecer um pouco do empreen-
dedorismo no Brasil, bem como das ações de maiores destaque nesse processo.
Em seguida, apresentamos as diferentes formas de empreender. Com isso, 
EMPRENDEDORISMO
disponibilizamos para vocês três sites que possuem excelente conteúdo 
para quem quer se atualizar sobre o mundo do empreendedorismo.
Pequenas Empresas Grandes Negócios – notícias e reportagens sobre o 
mundo dos negócios - <http://revistapegn.globo.com/>
HSM – vídeos, reportagens e notícias sobre negócios e empreendedorismo - 
<http://www.hsm.com.br>
Exame PME - vídeos, reportagens e notícias sobre negócios - 
<http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme>
Instituto Endeavor – vídeos e reportagens sobre empreendedorismo - 
<http://www.endeavor.org.br> 
Considerações Finais
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notamos que existem diferentes formas de empreender e uma das dificuldades 
de conseguir definir um conceito. Fizemos um destaque para a franquia como 
forma de empreender, devido à importância que esse tipo de negócio tem no 
nosso país.
Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a impor-
tância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual 
se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negó-
cios. Enfatizamos algumas informações relevantes sobre o empreendedorismo, 
principalmente no Brasil, em que é possível considerar a importância social e 
econômica desse campo de estudo.
Espero que, com as discussões propostas nesta unidade, tenhamos colabo-
rado com o seu conhecimento introdutório sobre o empreendedorismo.
Até a próxima unidade!
1. Para Hisrich e Peters (2004, p. 26), na tradução literal, a palavra fran-
cesa entrepreneur significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. 
A partir das demais definições apresentadas, elabore com suas pala-
vras uma definição para o empreendedorismo.
2. As franquias têm se apresentadocomo uma importante forma de 
empreendedorismo, uma vez que significam uma redução nos ris-
cos assumidos por parte daquele que resolve empreender o negócio. 
relacione os principais motivos pelos quais os riscos do empreende-
dor podem ser diminuídos quando o novo negócio for uma franquia.
3. Vários autores apontam o empreendedorismo como movimento 
propulsor do desenvolvimento de uma nação. Elabore uma análise 
relacionando as principais contribuições do empreendedorismo quanto 
aos aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
O empreendedor – empreender como opção de carreira
ronald Jean degen 
editora: Prentice Hall, 2009
sinopse: O livro é dividido em quatro partes: empreender, planejar seu 
negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. Nos 20 capítulos, o 
autor aborda de forma didática informações fundamentais para quem quer 
conhecer o empreendedorismo. Analisa de uma forma ampla para explicar o 
empreendedorismo como opção de carreira, as oportunidades de negócio, o 
reconhecimento, avaliação e dinâmica dos negócios, a elaboração do plano de 
negócios, bem como maneiras de organizar e administrar o negócio, além de 
capítulos direcionados à explicação do empreendedorismo como campo de 
pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo.
Vídeo Inspirador para quem pensa em empreender 
<http://www.josedornelas.com.br/artigos/video-inspirador-para-quem-pensa-em-empreender/>. 
O que é empreender na prática para você? 
<http://www.josedornelas.com.br/artigos/empreendedorismo-na-pratica-em-araxa/>.
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Prof. Me. Anderson Katsumi Miyatake
Prof. Me. Paulo Pardo
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oportUnIDADe
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Identificar as principais características que compõem perfis 
empreendedores.
 ■ Conhecer os mitos sobre o empreendedorismo.
 ■ discutir a formação do empreendedor.
 ■ Conhecer organizações que promovem o empreendedorismo.
 ■ Compreender oportunidade empreendedora.
 ■ Identificar fontes de oportunidades empreendedoras.
 ■ Conhecer o Processo empreendedor.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Características e perfil empreendedor
 ■ diferenciando empreendedor de gestor
 ■ Mitos sobre empreendedores e empreendedorismo
 ■ A necessidade de formação do empreendedor
 ■ oportunidade empreendedora
 ■ Fontes de oportunidades empreendedoras
 ■ o processo empreendedor
 ■ Estudos de casos – práticas de empreendedorismo
42 - 43
INTRODUÇÃO
Dando início à segunda unidade, vamos destacar dois aspectos muito impor-
tantes no empreendedorismo: o empreendedor e também a oportunidade. Por 
meio dessa abordagem, conseguiremos compreender os motivos do empreen-
dedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita 
mágica para ser um empreendedor de sucesso.
O estudo sobre o empreendedor é importante porque poderemos compreen-
der as principais características que compõem o perfil empreendedor. Notaremos 
que existem diversas características listadas. Com isso, dá-se a sensação que 
o empreendedor é como um herói que possui super poder. Ou seja, são cria-
dos alguns mitos para o empreendedor e também para o empreendedorismo. 
Por meio desta unidade, vamos desvendar um por um, para compreendermos 
que não existe um modelo ideal no qual todos precisam ser assim. Assim como 
destacamos nos tipos de empreendedores, na unidade anterior, o perfil do empre-
endedor é bastante variável.
O segundo aspecto importante é compreender o que é uma oportunidade. 
É por meio de uma oportunidade que o empreendedorismo acontece. Por isso 
a relevância em entender o conceito. Vamos estudar as fontes de oportunida-
des, ou seja, os aspectos que estimulam os empreendedores a terem novas ideias. 
Com base nisso, poderemos verificar o processo empreendedor, ou seja, as eta-
pas pelas quais uma ideia passa até que seja transformada em oportunidade e 
dê resultados positivos ao empreendedor.
Por fim, apresentaremos alguns estudos de casos de sucesso. Dessa forma, 
poderemos compreender na prática como uma ideia foi transformada em opor-
tunidade e o contexto do ambiente no período de empreender.
Introdução
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CARACTERÍSTICAS E PERfIL DO EMPREENDEDOR
Pode ser denominado um empreendedor aquele que tem a capacidade de gerar 
uma boa ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo os 
recursos necessários para sua implementação. Para tanto, é importante ao empre-
endedor possuir uma boa rede de contatos/relacionamento (networking), de 
maneira a formar boas parcerias e/ou redes a fim de viabilizar sua ideia. Por isso, 
um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir pre-
ocupando-se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu 
entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor que precisa das 
demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado.
Segundo Dolabela (1999, p. 44), “o empreendedor é alguém capaz de desen-
volver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, 
investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação 
confortável no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreen-
dedor é a capacidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da 
busca de recursos para transformá-las em negócios de sucesso. Por isso, é pre-
ciso muita energia, perseverança e uma dose de paixão para vencer os obstáculos 
e continuar em frente.
Sabemos que os empreendedores possuem características de comportamento 
e habilidades comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas 
características como pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante 
destacar que não existe um modelo pronto, de maneira que todo empreende-
dor tenha que, obrigatoriamente, ter todas as características classificadas como 
empreendedoras.
Quando nos referimos às Ciências Sociais Aplicadas, que é o grupo perten-
cente aos estudos sobre gestão e empreendedorismo, precisamos compreender 
que o contexto social não permite uma receita ou modelo pronto. Por isso, pre-
cisamos reconhecer que essas características costumam ser identificadas em 
pessoas com perfil empreendedor, mas não implica em que todos os empreen-
dedores precisem possuir todas elas.
Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado 
que “fatores psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, 
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são características dos empreendedores.” De acordo com os autores, uma pes-
quisa realizada por Begley e Boyd identificou cinco dimensões psicológicas dos 
empreendedores:
 ■ Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo 
social para se superar, que algumas vezes é reforçado por fatores culturais.
 ■ Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida.
 ■ Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados 
aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm 
risco ou correm riscos extravagantes.■ Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os empre-
endedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez, e 
por isso enfrentam mais ambiguidades.
 ■ Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas em 
menos tempo e, se necessário, enfrentar as objeções alheias.
Ainda para os autores, é percebida nos empreendedores uma competência espe-
cial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou 
experiência para competir com eficácia quando o negócio for iniciado. Está pre-
parado para empreender? Se quiser saber o seu perfil de empreendedor, faça o 
teste indicado a seguir. 
TESTE SEU PERfIL EMPREENDEDOR
Sebrae
Teste do Sebrae que pode ser indicado para orientar empreendedor.
<http://www.sebrae.com.br/customizado/atendimento/teste-aqui-seu
-perfil-empreendedor>
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Encontramos entre os pesquisadores em empreendedorismo uma série 
de características atribuídas ao empreendedor. Vamos apresentar dois tipos 
de trabalhos. O primeiro é de Dornelas (2005), que lista 16 características ao 
empreendedor:
 ■ Visionários: possuem visão de futuro sobre seu negócio e sua vida, e habi-
lidade para implementar sonhos.
 ■ Sabem tomar decisões: não se sentem inseguros, tomam decisões mais 
acertadas e implementam rapidamente suas ações.
 ■ Indivíduos que fazem a diferença: conseguem transformar uma ideia 
abstrata em negócio concreto, e ainda sabem agregar valor aos serviços 
e produtos que colocam no mercado.
 ■ Exploram ao máximo as oportunidades: curiosos e atentos às informa-
ções e ao mercado, identificando janelas estratégicas de equilíbrio entre 
uma necessidade e uma oferta de bens e serviços. Sabem que as chances 
melhoram quando se detém conhecimento.
 ■ Determinados e dinâmicos: implementam suas ações com total com-
prometimento, superando os obstáculos encontrados. Costumam ser 
dinâmicos e mantêm um pouco de inconformidade com a vida.
 ■ Dedicados: comprometidos com o negócio e encontram energia para 
continuar mesmo quando encontram problemas.
 ■ Otimistas e apaixonados pelo que fazem: a paixão pelo que fazem é o 
combustível que os mantém animados, determinados e os melhores ven-
dedores dos seus produtos e serviços, pois os conhecem melhor do que 
ninguém.
 ■ Independentes e constroem o próprio destino: gostam de estar à frente 
das mudanças e de serem donos do próprio destino, por isso gostam de 
criar algo novo e de traçar os próprios caminhos.
 ■ Ficam ricos: esse não é o objetivo essencial, pois o dinheiro é consequ-
ência do sucesso que fazem.
 ■ Líderes e formadores de equipes: normalmente possuem um bom senso 
de liderança e conseguem formar e conduzir bem equipes, pois sabem 
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valorizar, estimular e recompensar seus colaboradores. Sabem que o 
sucesso depende da formação de uma boa equipe, por isso conseguem 
recrutar as melhores cabeças para assessorá-los.
 ■ Bem relacionados (networking): sabem construir uma rede de contatos 
no ambiente externo da organização, junto a clientes, fornecedores, enti-
dades de classe e outros possíveis parceiros.
 ■ Organizados: sabem alocar racionalmente seus recursos, buscando o 
melhor desempenho do negócio.
 ■ Planejam, planejam e planejam: os empreendedores de sucesso costu-
mam planejar suas ações sempre, desde os primeiros rascunhos do plano 
de negócios, que trataremos nas unidades III e IV.
 ■ Conhecimento: reconhecem que domínio sobre o ramo do negócio 
depende do conhecimento que detém sobre ele, por isso buscam infor-
mações por meio de experiências vividas, em publicações 
especializadas, em cursos.
 ■ Assumem riscos calculados: o empreendedor sabe avaliar 
os riscos do seu negócio, assumindo-os e gerenciando
-os, avaliando suas reais chances de sucesso.
 ■ Criam valor para a sociedade: utilizam o capital inte-
lectual para criar valor à sociedade por meio de geração 
de empregos, da contribuição para o crescimento econô-
mico local e para a qualidade de vida da população.
O segundo trabalho que também trata das características empreendedoras é de 
Ferreira et al. (2010). Os autores retratam dez aspectos ao empreendedor:
 ■ Necessidade de ser independente e realizar: necessidade de ser o pró-
prio patrão e atingir os objetivos planejados.
 ■ Correm riscos moderados: aceitam correr riscos (financeiros, emocio-
nais ou sociais) não demasiadamente altos e nem desnecessários.
 ■ Autoconfiança: acreditam em si próprios e na capacidade para atingir os 
objetivos que se propõem.
 ■ Assumem responsabilidades: aceitam assumir os riscos do sucesso e do 
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insucesso dos seus negócios, não atribuindo culpas aos outros e apren-
dendo com os erros.
 ■ Capacidade de trabalho e energia: apresentam grande energia, vigor e 
persistência para o trabalho.
 ■ Competências em relações humanas: normalmente os empreendedo-
res são indivíduos sociáveis e capazes de desenvolver relacionamentos 
mesmo com desconhecidos.
 ■ Criatividade e inovação: em geral, os empreendedores são criativos e ino-
vadores. Desenvolvem novas abordagens, produtos e processos.
 ■ Dedicação ao negócio: possuem paixão pelo negócio e trabalham 
arduamente.
 ■ Persistência apesar do fracasso: mesmo no insucesso os empreendedo-
res demonstram um bom nível de otimismo.
 ■ Inteligência na execução: habilidade de tornar a ideia em negócio concreto.
Como é possível notar nos dois trabalhos, existe uma série de características 
dadas ao empreendedor, entretanto, é importante ressaltar que para um empre-
endedor ter sucesso não precisa ter todas. Se verificarmos as pessoas que são 
bem sucedidas, elas possuem perfis e maneiras completamente diferentes. Esses 
empreendedores possuem alguns aspectos em comum. Dornelas (2005) diz que 
algumas características estão implícitas a qualquer definição de empreendedor:
 ■ Ter iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.
 ■ Transformar o ambiente, utilizando recursos disponíveis de forma 
criativa.
 ■ Aceitar correr riscos calculados.
Observando a definição de Hisrich e Peters (2004, p. 26), que empreendedor é 
um “indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo”, pode-se perceber a clara 
ligação do conceito com duas características essenciais:
 ■ A postura de correr riscos, realizando planejamentos a partir de uma 
visão de futuro, a fim de que as oportunidades possam ser aproveitadas 
e os riscos possam ser calculados.
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 ■ Iniciativa e criatividade para desenvolver um novo negócio.
Se buscarmos em outras pesquisas, encontraremos uma série de característi-
cas, como: modelo que o influencia, autoconfiança, necessidade de realização, 
aprende com insucessos, intuição, sonhador realista, conhece o ramo de atua-
ção, orientação para realização, inovador, autônomo, possui iniciativa, otimismo, 
perseverança, fixador de metas, comprometido, líder, possui rede de relacio-
namentos, influencia pessoas, criatividade. Apesar de algumas diferenças nas 
características empreendedoras apontadas pelos autores, de maneira geral, veri-
ficamos grande semelhança de conceitos,

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