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PETIÇÃO INICIAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE-PE
Maria, viúva, domestica, inscrita no cadastro de pessoa física de numero XXX.XXX.XXX.XX, com endereço eletrônico XXXXXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na rua Bergamo, numero 123,apartamento 205, cidade de Araçatuba-SP, por intermédio de seu advogado que ao final subscreve (procuração em anexo), propor a presente
 AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAS E PENSAO POR MORTE
 Contra Roberto, comerciante, inscrito no cadastro de pessoa física de numero XXX.XXX.XXX.XX, com o endereço eletrônico XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na rua XXXXXXX, nº XXX, bairro XXXXXX, cidade de Recife, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
I.a)Gratuidade da justiça (art. 98 do CPC) 
I.b) Da opção na audiência de conciliação ou mediação (art. 319, VII do CPC)
II-DOS FATOS
A autora relata que seu cônjuge Marcos, estava caminhando por uma rua na cidade de Recife e foi atingido por um aparelho de ar-condicionado que impudentemente foi manejado pelo réu, vindo atingir-lhe brutalmente na cabeça.
Apesar de ter sido socorrido, após um dia de internação, Marcos viera a falecer, e por meio do laudo medico foi descoberto que a principal causa da morte foi um traumatismo craniano decorrente da pancada.
A autora fora o sofrimento pela perda de seu companheiro teve que se deslocar ate recife para fazer o translado do corpo para Araçatuba, em São Paulo local do sepultamento. Além dos gastos hospitalares que somaram 3.000,00 (três mil reais), a autora ainda teve que arcar com mais 3.000,00(três mil reais) de transporte do corpo e funeral, fatos que lhe deixaram em imensa dificuldade já que ela dependia totalmente do seu cônjuge que viviam apenas com a renda de um salario mínimo, que ele recebia de sua função de pedreiro. 
III-DO DIREITO
III.a)Da dignidade da pessoa humana ( artigo 1°, III da CF)
Ofender tal principio é manchar todo ordenamento jurídico, pois o mesmo é a pedra angular da Constituição. 
Segundo Ingo Wolfgang Sarlet a dignidade da pessoa humana é (2001, p.60): “Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão dos demais seres humanos.”
Neste sentido, a autora recorre ao Poder Judiciário, buscando proteção contra a injustiça da lesão causada que só encontrará reparação com o provimento da apreciação jurisdicional, porquanto se encontra debilitada de viver dignamente por ser outrora, dependente do seu cônjuge, devendo o réu pagar valores a título de ‘pensão por morte’ que têm NATUREZA DE ALIMENTOS, posto que devam fazer parte da remuneração mensal da mesma.
III.b) Do dano causado a vitima (artigos 938, 186 e 927 do CC)
O referido código em seu artigo 938 diz que aquele que habita o prédio ou parte dele, responde pelos danos por ele causados pelas coisas que dele caírem, ou forem lançados em lugares indevidos. O manuseio de objetos individualmente por seus proprietários vincula-o ao pagamento pelos danos causados.
No artigo 186 temos que aquele que age ou se omite voluntariamente, é negligente ou por imprudência causar dano a outrem, ainda que seja somente moral comete ilícito, sendo que o mesmo código no artigo 927 consta que quem comete ato ilícito é obrigado a reparar independente de culpa. Tal ação do réu foi motivo de uma perda que sentimentalmente é irreparável, porem no ponto de vista econômico a autora que totalmente dependente de seu falecido esposo merece proteção do Estado, devendo o direito conforme os artigos citados resguardar a dignidade da autora com todos os meios que mantenham sua subsistência. 
IV- DOS PEDIDOS
Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer-se:
IV.a) Que seja deferido os benefícios da justiça judiciária gratuita, nos termos do artigo 12 da Lei 1.060/50 c/c o Art. 98, NCPC, por ser pobre na acepção legal, não podendo arcar com a custa do processo sem prejuízo do sustento próprio.
IV.b) Que o réu seja condenado ao pagamento dos danos morais e materiais causados a autora nos termos dos artigos 186, 398 e 938 do Código Civil, além dos valores pagos pela mesma em relação as custas hospitalares e funerárias.
IV.c) Que seja arbitrada pensão que mantenha a subsistência da autora conforme os princípios constitucionais em especial o da dignidade da pessoa humana, artigo 1°, III da Constituição Federal. 
IV.d) A opção ou não pela determinação designação de audiência de conciliação ou mediação de acordo com o art. 319, VII do CPC;
IV.e) Condenar o Réu em custas processuais e honorários sucumbenciais; 
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos; 
Dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00 ( doze mil reais)
Termos em que, Pede deferimento. 
 
Araçatuba, São Paulo, 27 de setembro 2017 
 
Advogado - OAB

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