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Direito Recuperacional e Falimentar

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DIREITO RECUPERACIONAL E FALIMENTAR 
Lei de Falência Comentada - Manoel Justino Bezerra Filho
Lei nº 11.101/2005 - Recuperação de Empresas e Falência
FALÊNCIA
Quando o passivo está maior que o ativo. Isso chama-se insolvência.
Falência é uma modalidade de execução concursal. 
O objetivo do processo de execução é a satisfação dos credores, portanto, a falência tem por objetivo a satisfação dos credores. A diferença reside no fato de que a falência é uma execução concursal, ou seja, são todos os credores contra um devedor. Não é um credor e um devedor.
Todos os credores de um mesmo empresário são reunidos em um único processo.
Os credores são classificados e o critério de classificação é a importância do crédito. Os primeiros a receberem são os credores trabalhistas porque o seu crédito tem natureza alimentar.
Princípio fundamental da falência: par condicio creditoriu (condições paritárias para os credores ou tratamento paritário para os credores).
O objetivo da falência é liquidar o patrimônio do devedor para satisfazer os créditos dos credores.
O Estado se preocupa com o processo de falência para garantir que a ordem dos pagamentos seja observada e, ainda, o Estado tem por objetivo a busca pela preservação da atividade, ou seja, a lei traz mecanismos para que a atividade continue. A atividade econômica é importante para a sociedade.
A tutela da lei se aplica somente à atividade empresarial. Só pode ter a falência decretada oempresário.
A recuperação judicial é a forma preventiva de superação da crise econômica.
O devedor pede recuperação judicial antes de falir. Ninguém pode pedir por ele, nem mesmo o credor.
Ela é sempre preventiva, ou seja, só antes da falência.
Esses dois institutos foram incorporados no Código Comercial de 1850 e era dividido em três partes:
Comércio em Geral - revogado pelo Código Civil;
Comércio Marítimo - em vigor; e
Das Quebras - (revogado) apresentava dois institutos: a) Falência e b) Concordata.
b) Concordata: significa concordância e era um acordo celebrado entre um comerciante e os credores, na vigência do Código Comercial.
Getúlio Vargas aprovou o Decreto nº 7.661/45, que deixou a decisão de deferir ou não a concordata na mão dos credores, ou seja, os credores decidiam ou não pela concordata. 
A concordata passou a ser chamada de favor legal por ser um benefício oferecido pelo Estado, caso o devedor preenchesse os requisitos.
Era requerida pelo devedor e subdividida em preventiva, para evitar a falência e suspensiva (não existe mais) com objetivo de suspender uma falência já decretada.
A concordata era requerida em razão da dívida acumulada, para negociar a dívida (ganhar fôlego) com os credores, para tentar evitar a falência.
Na concordata, só estavam sujeitos à concordata os credores quirografários (sem garantia real), como o locador do prédio, o fornecedor de produtos, o prestador de serviço, porque se entendia que o grande passivo era o do fornecedor, e porque as dividas trabalhistas não podiam ser parceladas.
Na concordata preventiva o prazo máximo para pagamento dos credores quirografários era de 2 anos, com 2 parcelas, divididas em 40% ao final do primeiro ano e 60% no segundo ano.
Na suspensiva o prazo era de 30 dias com desconto de 50%.
Em 1993, foi criado um projeto para mudar todo esse cenário, sendo aprovado em 2005.
Hoje, não existe mais concordata e virou recuperação judicial. 
Diferenças:
A recuperação judicial é só preventiva;
Todos os credores estão sujeitos à recuperação judicial, inclusive os credores trabalhistas;
Os credores votam novamente e, tornou-se novamente um acordo (o devedor apresenta um plano de recuperação judicial e os credores são chamados para votar o plano na Assembleia dos Credores e a recuperação judicial depende da aprovação dos credores);
Não existem mais prazos para pagamento dos credores;
a) Falência: na falência, dificilmente credor recebe.
Na lei antiga, qualquer credor podia pedir a falência de um devedor.
Atualmente, só se pode pedir a falência se o crédito do credor for superior a 40 salários mínimos (R$ 35.200,00). Se o crédito for inferior, o crédito deverá, obrigatoriamente, ser executado.
Na lei antiga, o sindico era a pessoa que auxiliava o juiz na venda dos bens (liquidação do ativo do devedor). Era um dos credores.
O sindico só podia começar a vender os bens depois que se formasse o quadro geral de credores, sendo esta a relação definitiva dos credores. 
Atualmente, não existe mais essa figura, e o administrador judicial é uma atividade especializada e profissionalizada.
O administrador pode vender os bens no dia seguinte à decretação da falência, independentemente da formação do quadro de credores.
Dia 15
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (Lei nº 11.101/05)
Procedimentos
Recuperação Judicial - comum e especial
Recuperação Extrajudicial
Recuperação Judicial
Objetivos (art. 47)
Devedor sujeito (arts. 1 e 199)
Excluídos (art. 2)
CAPÍTULOS
I e II - arts. 1 a 46 - disposições comuns à recuperação judicial quanto a falência.
III - arts. 47 a 74 - recuperação judicial. Quando fizer menção aos artigos dos capítulos anteriores, o assunto é comum à recuperação judicial e a falência.
IV e V - arts. 75 a 160 - falência.
VI - arts. 161 a 167 - recuperação extrajudicial.
VII - crimes falimentares.
VIII - disposições finais e transitórias.
Recuperação judicial: é um ambiente para proporcionar uma negociação ou acordo entre os devedores e os credores, com a concordância destes últimos. São eles quem decide o futuro do devedor.
Caso eles concordem, há a convolação da recuperação judicial.
Caso não concordem, há a decretação de falência do devedor.
Há a busca pela viabilização de um acordo, no curso do processo de recuperação, dentro do Poder Judiciário.
Quem pede recuperação judicial é o devedor. O credor não o pode fazer. Trata-se de ato voluntário.
Nenhum devedor é obrigado a se recuperar.
O objetivo da recuperação judicial é a negociação. 
Admite dois procedimentos: 
Procedimento Comum; e
Procedimento Especial para a pequena empresa e o micro empresário. Trata-se de procedimento simplificado.
Recuperação extrajudicial: o devedor convoca os devedores extrajudicialmente para uma tentativa de negociação. Esta negociação é fora do procedimento judicial.
A homologação deste acordo, entretanto, já é feito dentro do procedimento judicial, disposto nos arts. 161 a 167 da Lei de Falência.
Na vida real, esse instituto não tem eficácia pela não colaboração dos credores (não é obrigatório o comparecimento dos credores nessa recuperação extrajudicial).
Até 1945, essa recuperação extrajudicial, conhecida como concordata branca, era conhecida como indicio de falência, sendo vetada pela Lei de 1945. 
A concordata era requerida somente judicialmente.
RECUPERAÇAO JUDICIAL
PROCEDIMENTO COMUM
Objetivos
 Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Esse artigo traz o fundamento da recuperação judicial.
Ela existe para viabilizar a superação da crise. Portanto, o devedor pede recuperação judicial porque está em crise e para alcançar os objetivos de:
(i) manter a fonte produtora (manter a atividade). Preservação da empresa significa a preservação da atividade e, com isso consegue-se
(ii) manter o emprego dos trabalhadores e, assim, cumpre-se o princípio da função social e preserva-se o 
(iii) interesse dos credores.
O dualismo pendular significa que o processo de falência tem dois pêndulos: (a) o devedor, que quer se recuperar e (b) os credores, que querem receber o seu crédito.
O objetivo do Poder Judiciário é evitar um excessivo sacrifício do credor em razão da manutenção da atividade do devedor. Esta não tem que ser alcançada a qualquercusto. Esta deve ser viável porque pode custar a falência do credor.
Trata-se de equilíbrio entre os dois interesses, devendo-se preservar ambos.
DEVEDOR SUJEITO
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 199. Não se aplica o disposto no art. 198 desta Lei às sociedades a que se refere o art. 187 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986.
§ 1o Na recuperação judicial e na falência das sociedades de que trata o caput deste artigo, em nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de direitos derivados de contratos de locação, arrendamento mercantil ou de qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
 § 2o Os créditos decorrentes dos contratos mencionados no § 1o deste artigo não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial ou extrajudicial, prevalecendo os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, não se lhes aplicando a ressalva contida na parte final do § 3o do art. 49 desta Lei. 
 § 3o Na hipótese de falência das sociedades de que trata o caput deste artigo, prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa relativos a contratos de locação, de arrendamento mercantil ou de qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
Empresário: não é o sócio. É o empresário individual, ou seja, pessoa física. Identifica-se este pelo nome. Vem o nome do empresário.
Embaixo deste, vem um CNPJ porque é equiparado para fins fiscais, a uma pessoa jurídica.
Nessa condição, o empresário tem um patrimônio só (pessoa física e jurídica). 
A recuperação judicial envolve a atividade e o patrimônio do empresário, e, na falência, é arrecadado todo o seu patrimônio. Portanto, pessoa física pode pedir falência e entrar em recuperação judicial, desde que seja empresário individual
Para quem não exerce atividade empresarial, não há falência e recuperação judicial, há o procedimento de insolvência civil e não é possível parcelar a dívida se o credor não concordar.
Sociedade Empresária: trata-se da pessoa jurídica.
Existe também a figura da EIRELI, como pessoa jurídica, e pode pedir recuperação judicial, por ter natureza empresarial e o Código Civil equipara a EIRELI à sociedade limitada. Esse entendimento é pacifico, mesmo que ausente disposição legal.
Neste caso, existem 2 patrimônios: 
Do titular, que é particular; e
Da pessoa jurídica, que será arrecadado na falência. 
Só o será arrecado o patrimônio do titular, ou seja, o patrimônio particular caso seja decretada a falência em juízo.
Existem as sociedades empresárias:
Sociedade em Nome Coletivo - responsável de forma ilimitada.
Sociedade Anônima - responde de forma limitada.
Limitada - responde de forma limitada.
Comandita simples - responsável de forma ilimitada
Comandita por ações - responsável de forma ilimitada
Pessoa jurídica de Direito Privado: 
Código Civil
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;     
V - os partidos políticos.  
 VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI)
As sociedades e EIRELI tem fim lucrativo.
. 
As demais pessoas jurídicas não tem fim lucrativo, ou seja, não pode ser partilhado o que sobra (lucro).
Admite-se o lucro, o superativ, mas este apenas não pode ser partilhado. O dinheiro reverte-se para manter a entidade.
Dia 23
O empresário individual é pessoa física. A EIRELI e a sociedade empresária são pessoas jurídicas.
Nem toda pessoa jurídica está sujeita à recuperação judicial porque as associações, fundações, organizações religiosas e partidos políticos são sociedades civis não econômicas e não se sujeitam a recuperação judicial.
A sociedade pode ser simples ou empresária.
A sociedade simples é aquela que exerce profissão intelectual (advogado), há partilha de lucro, mas não tem natureza empresarial. A sociedade simples não está sujeita à falência e recuperação.
Atualmente, a regra é que toda atividade econômica é empresarial (admite a partilha de resultados).
Existem atividades que não são empresariais, a exemplo da profissão intelectual, que, reunindo-se entre eles, formam uma sociedade simples registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, ou seja, não exerce uma atividade empresarial.
O profissional intelectual que exerce sua própria profissão não é empresário.,
Código Civil
Art. 966, parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Se este profissional não exercer atividade que se limite a sua profissão, será empresário, conforme dispõe a parte final do parágrafo único do art. 966 do Código Civil.
Neste caso, o seu registro será feito na Junta Comercial e, neste caso, poderá pedir recuperação judicial.
Sociedade simples: profissão intelectual - registro no Cartório - não pode pedir nunca recuperação judicial.
Sociedade empresária: atividade empresária - registro na Junta Comercial - pode pedir recuperação judicial.
SOCIEDADE SIMPLES: COOPERATIVA
Código Civil
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
A cooperativa de trabalho é uma espécie de sociedade simples, por expressa disposição em lei.
Exemplo: cooperativa dos perueiros da Zona Leste. Sua atividade é o transporte de passageiro e se unem para poder celebrar um contrato com a Prefeitura.
A cooperativa de trabalho não tem natureza empresarial e os cooperados querem apenas exercer o seu trabalho.
Não pode pedir recuperação judicial.
A cooperativa é única espécie de sociedade simples registrada na Junta Comercial, entretanto, não pode pedir recuperação judicial.
EIRELI
A EIRELI é privativa de atividade empresarial, embora a lei não faça esta menção. 
Por esta razão, a lei não veda a constituição da EIRELI para fins não empresariais, como o seu registro como profissão intelectual.
O seu registro deve ser feito em Cartório, portanto, sem natureza empresarial, e não pode pedir recuperação judicial.
Exemplo: sociedade unipessoal de advogados
Microempresário e micro empreendedor individual tem faturamento determinado em lei.
Não é uma natureza empresarial. Sua natureza pode ser simples, limitada, etc.
Um micro empreendedor individual pode ser uma sociedade simples - e isto é uma contradição!
SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS
São aquelas que não são pessoas jurídicas. Existem duas espécies:
(i) Sociedade em comum: é uma sociedade de fato, ou seja, exerce atividade empresarial mas sem registro. A atividade não é ilegal, é irregular.
A responsabilidade é ilimitada.
Não pode pedir recuperação judicial.
Pode ter a falência decretada porque é irregular e o seu patrimônio pode ser liquidado em processo judicial. 
(ii) Sociedade em conta de participação: não é irregular, apesar de ela ser despersonificada (não é pessoa jurídica). Existem dois tipos de sócios: o sócio ostensivo, que exerce a atividade empresarial e o sócio participante ou oculto que investe na sociedade, mas não aparece no contrato social.
A sociedade em conta de participação não é pessoa jurídica, embora tenha CNPJ, para fins de declaração de rendimentos junto à Receita Federal do Brasil.
Não pode pedir recuperação judicial, enquanto sociedade despersonificada.
Já o sócio ostensivo, que exerce atividade empresarial, pode pedir recuperação judicial.
Se o sócio ostensivo falir ou pedir recuperação judicial, a sociedade em conta de participação se desfaz, mas asociedade em conta de participação não entra em recuperação judicial ou decreta a falência.
A atividade exercida pelo sócio participante não surte efeitos para a sociedade em conta de participação.
Se o sócio participante falir, não surtirá efeitos a sociedade em conta de participação, porque não é essencial para a manutenção da atividade da sociedade em conta de participação.
Art. 198. Os devedores proibidos de requerer concordata nos termos da legislação específica em vigor na data da publicação desta Lei ficam proibidos de requerer recuperação judicial ou extrajudicial nos termos desta Lei.
Há diversas sociedades não sujeitas a recuperação judicial em razão da natureza de sua atividade.
Art. 199. Não se aplica o disposto no art. 198 desta Lei às sociedades a que se refere o art. 187 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986.
§ 1o Na recuperação judicial e na falência das sociedades de que trata o caput deste artigo, em nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de direitos derivados de contratos de locação, arrendamento mercantil ou de qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
 § 2o Os créditos decorrentes dos contratos mencionados no § 1o deste artigo não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial ou extrajudicial, prevalecendo os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, não se lhes aplicando a ressalva contida na parte final do § 3o do art. 49 desta Lei. 
 § 3o Na hipótese de falência das sociedades de que trata o caput deste artigo, prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa relativos a contratos de locação, de arrendamento mercantil ou de qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
Não se aplica as companhias aéreas, portanto, companhia aérea pode pedir a recuperação judicial.
Exemplo: VARIG. 
EXCLUÍDOS
Todas as sociedades a seguir são sociedades empresárias excluídas da falência e da recuperação judicial.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
      I – empresa pública e sociedade de economia mista;
Rol dos absolutamente excluídos.
Sociedade de economia mista: Petrobras. O Estado quando exerce atividade econômica deve concorrer para a iniciativa privada, com o mesmo regime jurídico desta, como as sociedades de economia mista.
Quem cria a empresa publica e a sociedade de economia mista é a lei, e, portanto, nunca vão falir ou entrar em recuperação judicial (porque não são empresários individuais).
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Rol dos relativamente excluídos.
São sociedades empresárias que exercem atividade econômica fiscalizada de perto pelo Estado e trabalham com a economia popular (dinheiro do povo).
São atividades reguladas pelo Estado por meio de Agencias Reguladoras porque exigem atividades de interesse publico e tem leis especiais para cada ramo.
Essas sociedades não se sujeitam a falência ou a recuperação judicial.
A Agencia Reguladora, quando a sociedade estiver em crise, deve intervir, como uma medida preventiva. Nomeará um interventor para administrar a empresa e encontrar a falha. Decretará a liquidação extrajudicial caso não seja possível a continuidade da atividade empresarial. 
Se durante o procedimento de liquidação extrajudicial, o liquidante (pessoa de confiança da Agencia Reguladora) encontrar algum indicio de fraude, de crime ou insuficiência patrimonial, este pode pedir a falência da sociedade.
O liquidante está a serviço do Governo, e não tem poder jurisdicional. É alguém do Poder Executivo. Não pode investigar crime, fraude ou decretar bloqueio de bens e valores.
A UNIMED Paulista está em liquidação extrajudicial.
Instituição financeira pode falir excepcionalmente a pedido do Banco Central.
Não pode pedir recuperação judicial.
Seguradora pode falir excepcionalmente a pedido da Agência Reguladora.
Dia 30
COMPETÊNCIA
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Competência territoria: principal estabelecimento nem sempre é a sede. A ideia de principal estabelecimento é o estabelecimento mais importante do ponto de vista econômico. 
Principal estabelecimento é o centro nervoso onde geralmente concentra-se a fábrica, o escritório de administração.
Apesar de se tratar de competência territorial, que é relativa, os Tribunais são pacíficos no sentido de entender que essa competência tem natureza absoluta (o juiz pode se declarar incompetência de ofício e remeter os autos para o juízo competente) 
Filial no Brasil com sede no exterior, onde a recuperação judicial será requerida no juízo da filial.
A recuperação judicial no Brasil não atinge a sede no exterior e os processos no exterior não atingem o Brasil.
Em geral, as empresas estrangeiras não abrem filiais no Brasil, elas se constituem Sociedades Brasileiras como sócio majoritário com sede no exterior.
Competência em relação à matéria: Justiça Comum Estadual, conforme dispõe a Lei de Organização Judiciária do Estado.
Em São Paulo tem-se na Comarca da Capital 2 varas especializadas instaladas no João Mendes.
Nas comarcas do interior, quem julga é o juiz da Vara Cível.
O Tribunal de Justiça tem 2 Câmaras de Direito Empresarial com competência ampliada
A lei de falência traz aspectos de natureza processual e material.
As questões processuais e materiais são aplicadas de acordo com a Lei nº 11.101/05 com a aplicação do Código de Processo Civil de forma subsidiária.
CRÉDITOS SUJEITOS 
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
O marco é a data do pedido: data da distribuição da ação, ou seja, todos os créditos existentes até a data do pedido estão sujeitos. Os créditos constituídos após a data do pedido, não estão sujeitos.
Créditos sujeitos: créditos constituídos até o dia da distribuição judicial. São todos, salvo as exceções.
Estar sujeito significa o crédito estar incluído no plano.
São os (a) existentes na data do pedido e (b) não vencidos (relacionado a exigibilidade)
O legislador adotou o critério de existência do credito e não a exigibilidade do crédito
Existência é a data da constituição da obrigação. Quando se trata de mercadorias, é a data da emissão da Nota Fiscal.
Conforme entendimento dos Tribunais, se o fato constitutivo do direito do autor foi anterior à recuperação judicial, está sujeito à recuperação, mas, se o fato constitutivo do direito do autor foi posterior à recuperação, não está sujeito.
Obrigação de prestação continuada: luz, água, aluguel. 
Os Tribunais entendem que o critério será todos os valores vencidos até a data do pedido estão sujeitos à recuperação judicial e os vincendos não estão sujeitos à recuperação judicial.
Exemplo: fábricas que pedem a recuperação judicial com a luz cortada. As contas vencidas entram na recuperação e, após a data do pedido, as novas contas são estão sujeitas a recuperação, portanto, se a fábrica não pagar, a companhia elétrica pode cortar a luz.
Créditos não sujeitos: créditos constituídos após a recuperação judicial. Estes podem ser executados, sem ter que aguardar a recuperação judicial. Admite, também, que o credor decrete a falência do devedor. Este credor não se sujeitará aos termos da recuperação judicial.
O STJ tem dois entendimentos em relação aos créditos não sujeitos:
(i) o juízo da recuperação judicial não é competente para julgar a constrição judicial sobre bens não abrangidos pelo plano (Súmula 480 do STJ - O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos peloplano de recuperação da empresa).
Os bens não sujeitos à recuperação estão sujeitos à constrição judicial pelos juízos cível e trabalhista. O juízo da recuperação não se manifestará sobre os bens não sujeitos à recuperação (bens que não são do devedor). São os bens dos sócios que tiveram a sua personalidade desconsiderada.
(ii) o juízo da recuperação é competência para decidir sobre a constrição judicial de bens do devedor (bens abrangidos pelo plano)
Na execução civil, o juiz não pode penhorar bens do devedor. A competência da constrição judicial é do juiz da vara de falência, com vistas a não prejudicar a recuperação judicial
Regra Geral: caput do art. 49
EXCEÇÕES
Código Tributário Nacional
 Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Os créditos de natureza tributária não estão sujeitos à recuperação judicial, porque o Fisco não pode negociar com o devedor.
Por conta disso, o art. 68 da Lei de Falência admite o REFIS (parcelamento dos créditos).
O Código Tributário Nacional não define os parâmetros.
Foi criada a Lei nº 13.043/14 que estabelece o parcelamento dos créditos fiscais para as empresas em recuperação judicial.
Uma portaria da Procuradoria da Fazenda estabeleceu que esse parcelamento só pode ser concedido uma única vez e o prazo máximo para pagamento é 84 meses.
 Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Lei de Falência
§ 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.
Esse artigo traz 4 modalidades de contrato, com algo em comum: em todas elas o credor exerce um direito de propriedade sobre um determinado bem.
São essas modalidades:
(a) Alienação fiduciária em garantia de bens móveis ou imóveis: alguém empresta um dinheiro para a aquisição do bem. Por exemplo: um banco empresta dinheiro a alguém (contrato de mutuo) e, o devedor compra um caminhão. O banco, para o empréstimo, exige uma garantia, que será o próprio caminhão. Essa propriedade que o banco adquire chama-se de propriedade resolúvel porque essa propriedade tem uma clausula resolutiva, ou seja, essa propriedade acaba quando terminar o pagamento do empréstimo por parte do devedor. Com o pagamento do mutuo, se extinguirá o gravame, e o caminhão passará para o nome do devedor.
Não pagando as parcelas correspondentes durante o contrato, o banco ajuizará uma ação de busca e apreensão para retomar o bem. 
Para os bens imóveis, o banco irá consolidar a propriedade em uma ação extrajudicial.
Se o devedor não pagar e ainda pedir a recuperação judicial, o crédito do credor não estará sujeito a recuperação judicial.
A palavra fiduciária nos contratos exclui o crédito da recuperação judicial.
Se o bem for bem de capital essencial à atividade empresarial significa que o credor não poderá retomar o bem pelo prazo de 180 dias (admite-se que a ação seja ajuizada antes, mas a efetivação da medida de busca e apreensão deve aguardar esse prazo).
O legislador pensou que esse prazo é o prazo para aprovação do plano do devedor.
Bem de capital são máquinas, equipamentos e fazem parte do ativo imobilizado da empresa.
Na jurisprudência, esse conceito tem sido interpretado de forma extensiva.
(b) Arrendamento mercantil: é o leasing. As operadoras de leasing são equiparadas às instituições financeiras.
O banco (arrendante) comprará o caminhão. O banco celebrará com o devedor um contrato de locação (aluga o bem), com uma opção de compra ao final do contrato de locação, com o pagamento de um valor a mais (VRG - valor residual garantido).
Existe um posicionamento do STJ que diz que o arrendatário tem a possibilidade de diluir esse VRG nas parcelas da locação e isso não descaracteriza o leasing. A isso se dá o nome de leasing financeiro, com a intenção de aquisição para o arrendatário (devedor).
Já o leasing operacional, inclui a assistência técnica e a intenção nem sempre é de comprar.
Se o arrendatário não pagar, a medida cabível é a reintegração de posse, porque o bem é do banco. E este credor não está sujeito à recuperação judicial.
Essa propriedade não é propriedade resolúvel. É propriedade.
Se o bem, objeto do contrato, for essencial para o exercício da atividade, o credor deve aguardar os 180 dias.
(c) Compromisso de compra e venda de imóvel em caráter definitivo: não admite o arrependimento.
Um promitente comprador celebra um contrato preliminar (celebra-se um contrato para celebrar posteriormente outro contrato definitivo) com o promitente vendedor de um galpão.
O comprador promete pagar em 8 parcelas, sem a intervenção do banco. O comprador terá a posse e o vendedor, a propriedade. Este só transferirá a propriedade após o pagamento das parcelas.
Não sendo pago o estipulado, o vendedor pode rescindir o contrato e retomar a posse do imóvel.
Se o comprador não pagar as parcelas, o credor poderá retomar o bem, salvo se o bem for essencial à atividade empresarial, caso em que terá que aguardar o prazo de 180 dias.
(d) Compra e venda com reserva de domínio: a reserva de domínio é uma clausula especial nos contratos de compra e venda.
A propriedade do bem móvel se transfere com a tradição (entrega). Com a estipulação dessa clausula de reserva de domínio nos contratos de compra e venda, a propriedade não se transfere com a tradição, somente a posse.
O vendedor se reserva da propriedade do bem até o pagamento integral do preço. Não sendo este pago e o devedor entrando em recuperação judicial, poderá retomar o bem, salvo se o bem for essencial à atividade empresarial, caso em que terá de aguardar o tão de 180 dias.
§ 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei.
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
 II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente;
É o chamado crédito prime (ACC - adiantamento a contrato de câmbio).
O contrato de ACC significa que um empresário exporta produtos para um credor, na Itália, por exemplo. Para isso, deverá celebrar um contrato de câmbio com uma instituição financeira para a conversão dos valores em reais do valor de dez mil euros pagos pelo credor na Itália e o banco fará a conversão do valor e o transferirá para a conta do empresário.
O banco, por sua vez, poderá adiantar o pagamento a um percentual de 6% a 8% e, quando do pagamento do devedor, o banco reterá o valor.
Se o devedor não pagar o banco, o banco estornará o valor da conta do credor.
Esse crédito não ficará sujeito à recuperação judicial.
O fundamento disso é que o Brasil precisa exportar e se as instituição financeiras não tiverem certeza que irão receber o seu crédito, os juros ficarão muito altos.
 § 5o Tratando-sede crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei.
Os créditos com garantia real estão sujeito à recuperação judicial, ou seja, credores com garantia real terão que esperar.
Garantias reais: 
Hipoteca: direito real de garantia sobre bem imóvel;
Penhor: direito real de garantia sobre bem móvel; e
Anticrese: direito real de garantia sobre os frutos de um imóvel.
No direito real de garantia, dá-se o bem em garantia do cumprimento de uma obrigação.
Penhor é de empenhar (penhorar é da execução)
Os credores com garantia real estarão sujeitos à recuperação judicial
Esse artigo fala do penhor. Pode-se empenhar uma maquina, um carro, títulos de crédito ou direitos creditórios.
Exemplo: um empresário quer realizar um empréstimo com o banco (contrato de mútuo) e não tem garantia alguma a oferecer. Mas tem esse empresário cheques pré-datados ou os recebíveis de uma maquina de cartão de crédito.
Podem-se substituir as garantias e ir renovando-as, porque esses títulos serão pagos. O banco aceitará a substituição das garantias e adiantar o dinheiro.
O empresário pede a recuperação judicial.
As garantias estão sendo liquidadas e vencendo. O Banco, nesse caso, segurará o dinheiro, porque é a sua garantia (trava bancária).
O banco, entretanto, não é obrigado a substituir a garantia e adiantar o dinheiro quando o devedor estiver devendo, o dinheiro ficará em uma conta vinculada pelo prazo de 180 dias.
Atualmente, os bancos celebram contratos de cessão fiduciária de créditos sob o regime da alienação fiduciária, ou seja, não estão sujeitos à recuperação judicial (substitui-se o bem da alienação pelo título de crédito, ou seja, a operação é a mesma).
PENHOR SOBRE TÍTULOS DE CRÉDITO OU DIREITOS CREDITÓRIOS
O credor não é obrigado a aceitar a substituição ou a renovação da garantia, de forma que os valores dos títulos liquidados deverão ser depositados em conta vinculada, que não pode ser movimentada por nenhuma das partes pelo prazo de 180 dias.
Dia 13
OBRIGAÇÕES NÃO EXIGÍVEIS (Art. 5)
Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
Não ser exigível do devedor significa que o devedor não pagará nem dentro e nem fora da recuperação judicial. A lei a ele confere a prerrogativa de não pagar nunca!
O art. 5 se aplica às recuperações judiciais e falência!
I – as obrigações a título gratuito;
Exemplo: Empresa com responsabilidade social com contrato com a GRAAC de doação de 10 mil reais mensais.
Milhas aéreas são programas de benefícios e não são gratuitas (segundo as companhias aéreas são gratuitas, portanto, não exigíveis).
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
Exemplo: despesas com advogados para a representação do credor.
Custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor: são custas de sucumbência de um outro processo movido contra o devedor (exemplo: ação de indenização em que foram fixados os valores de sucumbência: condenação de 10 mil reais + custas + honorários advocatícios.
Os valores a título de condenação e de custas judiciais podem ser habilitados na recuperação judicial. 
Entretanto, para o processo de habilitação desses valores há o pagamento de custas, ou seja, as custas tidas pelo credor para se fazer incluir na recuperação judicial não podem ser exigidos do devedor porque não decorrem de outro processo e sim da falência.
VERIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO DE CRÉDITOS (Arts. 7 a 20)
Aplica-se tanto para a falência como para a recuperação judicial.
O devedor saberá para quem deve pagar por meio desse incidente de verificação e habilitação de créditos.
A lei estabelece um procedimento para se chegar ao documento Quadro Geral de Credores, sendo a consolidação da lista de credores. Esse procedimento é a verificação e habilitação de creditos. É nesse quadro que faz a classificação dos créditos.
Quem constrói esse quadro é o administrador judicial que é um auxiliar do juízo (cargo de confiança - ele é nomeado).
O devedor pede a recuperação judicial e apresenta uma série de documentos.
A petição inicial será encaminhada ao juiz que pode (a) deferir o processamento, ou seja, manda seguir a recuperação judicial e, neste momento, abrem-se os rios (incidentes processuais) e, neste momento, manda publicar o edital que conterá a relação de credores que foi apresentada pelo devedor. 
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
§ 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá:
I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial;
II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito;
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.
HABILITAÇÃO E DIVERGÊNCIA
Se o nome do credor não estiver no edital deverá o advogado apresentar habilitação para este credor. 
Se o nome do credor estiver no edital, mas houver um erro na classificação (erro de valor, de classificação de credor quirografário, privilegiado ou outros), o procedimento correto é a divergência.
A habilitação é o pedido de inclusão do crédito na relação de credores.
A divergência é o pedido de retificação do crédito na relação de credores.
Tudo o que se falar de habilitação vale também para divergência.
O prazo para o credor se habilitar é de 15 dias da publicação do edital.
Essa primeira fase de procedimento de habilitação é administrativa, porque a petição inicial é analisada e apreciada pelo administrador judicial. 
Não há uma autuação apartada para cada habilitação. Atualmente, são apresentadas conjuntamente pelo administrador judicial. Posteriormente, em processo judicial, os créditos serão habilitados um a um.
Nesta fase administrativa, não há necessidade de advogado porque a habilitação pode ser feita pelo próprio credor porque ainda não há apreciação judicial.
A petição está prevista no art. 9:
Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta Lei deverá conter:
I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;
Qualificação do credor
II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;
Quanto se tem a receber, a atualização dos créditos na forma contratada (os juros só serão reputados até a data do pedido de recuperação judicial); sua origem e sua classificação 
III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;
IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento;
Juntar cheque, duplicata, nota promissória em sua via original ou não, especificada a localização do documento original.
V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
§ 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credoresterão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.
 § 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.
O administrador judicial, após os 15 dias para habilitação ou divergência, ficará por 45 dias com os documentos do credor e dos devedores para confrontá-los. 
O administrador judicial mandará publicar um novo edital, não deferindo ou deferindo crédito a crédito.
Esse edital conterá nova relação de credores, elaborado pelo administrador judicial. A lei contem, entretanto, uma ressalva: o administrador deve apresentar fundamentação para cada credor que o procurar, para tornar o procedimento mais conciso para o administrador judicial (com hora e data marcada).
A doutrina chama esse segundo edital de republicação do edital.
Portanto, há dois editais no processo de recuperação judicial. 
IMPUGNAÇÃO
Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
Na nova relação de credores, se um credor ficar de fora ou a sua classificação estiver errada caberá a impugnação no prazo de 10 dias.
A impugnaçao será sempre judicial, ou seja, será apreciada pelo juíz. E é autuada por crédito e todas as impugnações sobre o mesmo crédito serão autuadas em conjunto.
LEGITIMADOS
Quem pode impugnar: o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público dentro de 10 dias.
A apreciação judicial será una para a análise de todas as impugnações relativas a um crédito (da Gabriela, v.g.).
PROCEDIMENTO PARA A IMPUGNAÇÃO (arts. 11 a 16)
 Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias.
 
Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias.
        Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.
 O administrador judicial apresentará laudo, e não simples petição, para fundamentar a sua republicação de edital.
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias.
        Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito.
  
 Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital de que trata o art. 7o, § 2o, desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei.
Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que:
 I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei;
 II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação;
III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes;
IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.
  Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impugnado.
        Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa.
Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo.
O juiz proferirá uma espécie de despacho saneador e desse despacho cabe agravo porque o processo de recuperação judicial não pode parar com remessa dos autos para o Tribunal de Justiça e aguardar o seu retorno.
Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral.
Pode-se pedir efeito suspensivo para decisão para fins de exercício de direito de voto em assembleia geral pelo credor.
As hipóteses de reconhecimento de crédito, determinar a inscrição ou modificação do valor ou a classificação no quadro-geral de credores cabe efeito suspensivo. 
O efeito suspensivo serve para o despacho saneador não produzir efeitos para fins de votação na assembleia-geral de credores.
QUADRO GERAL DE CREDORES
Conceito
A partir do julgamento da ultima impugnação pelo juiz (julga uma a uma), começa a contar o prazo para que o administrador consolide o quadro geral de credores.
O administrador judicial pega o seu edital republicado, o resultado do julgamento das impugnações e apresenta para o juiz um novo quadro, com base no resultado do julgamento das impugnações, que homologará o Quadro-Geral de Credores.
Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas.
 Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações
Alteração
O Quadro-Geral de credores pode ser alterado, em caráter excepcional.
A doutrina costuma chamar essa ação de ação rescisória do crédito.
 Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores.
Quem pode propor esta ação é o administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público.
Essa ação será distribuída por dependência (será julgada pelo mesmo juízo) e seguirá o procedimento do CPC e não seguirá o procedimento da falência ou recuperação judicial e é uma ação autônoma, ou seja, corre sozinha - não em apenso.
Dia 20 
O procedimento de habilitação de crédito começa com:
Edital (art. 52, § 1º) - a relação de credores apresentada pelo devedor.
Os credores têm 15 dias para apresentar suas habilitações oudivergências ao administrador judicial, que terá o prazo de 45 para a verificação da documentação e apresentação de nova relação de credores (art. 7, § 2º).
Após isso, tem-se o prazo de 10 para a apresentação das impugnações e da decisão que as julgar cabe o recurso de agravo (art. 17) e o administrador judicial terá 5 dias para a apresentação do Quadro Geral de Credores (art. 18, § único).
HABILITAÇÃO RETARDATÁRIA 
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
O credor perdeu o prazo para se habilitar, ou seja, decorreu o prazo de 15 dias.
O credor não habilitou no prazo, por qualquer motivo. Poderá ser apresentada a habilitação retardatária até o encerramento do processo de recuperação.
O credor deve sempre se habilitar, mesmo fora do prazo.
§ 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores.
§ 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação.
Consequências da perda do prazo:
a) o credor que se habilita fora do prazo perde o direito de votar na Assembleia Geral de Credores - essa consequência não se aplica aos creditos trabalhistas, isto significa que os credores trabalhistas não perdem o direito a voto;
b) o credor retardatário fica sujeito ao pagamento de custas (quem julga a recuperação judicial é a Justiça Estadual - em São Paulo é de 1% sobre o valor da causa).
Na habilitação retardatária muda-se o procedimento, podendo ainda ser apresentada até o final da recuperação judicial.
Se for apresentada antes da homologação do Quadro Geral de Credores, o procedimento será o da impugnação. É um incidente processual e não uma ação autônoma, porque o quadro geral ainda não foi homologado.
A petição inicial chama-se habilitação de credito retardatária pelo procedimento da impugnação.
Se for apresentada após a homologação do Quadro Geral de Credores, o procedimento será o do Código de Processo Civil, isto porque não será mais um procedimento incidental porque o juiz já julgou todos os incidentes processuais (impugnações).
A ação deverá ser ajuizada como ação própria autônoma, distribuída por dependência, pelo procedimento comum do Código de Processo Civil, requerendo a retificação do Quadro Geral de Credores.
Seguirá um procedimento próprio.
ÓRGÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIÁRIA
O legislador criou 3 institutos com o objetivo de auxiliar a administração do processo de recuperação e falência. Estão previstos nas disposições gerais e, em geral, aplica-se tudo da falência à recuperação judicial. São eles:
O administrador judicial;
A assembleia de credores; e
O Comitê de Credores.
O administrador judicial é um órgão que tem por função auxiliar o juízo na administração da falência e da recuperação judicial.
A Assembleia e o Comitê são órgãos de representação coletiva dos credores.
ADMINISTRADOR JUDICIAL
Conceito: veio em substituição ao síndico, para profissionalizar a atividade. Ele é um profissional idôneo. Pode ser inclusive uma pessoa jurídica (v.g. Deloitte), dependendo indicar no processo quem é a pessoa física que representa.
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
    Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
Nomeação: ele deve ser nomeado, ou seja, não é concursado.
Deve se inscrever.
Sendo nomeado, pode ou não aceitar a nomeação.
Se aceitar, deve assinar um termo de compromisso e, a partir deste termo, se torna administrador judicial.
Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial.
Impedimentos: está impedido de ser nomeado administrador:
a) Quem foi destituído nos últimos 5 anos (é uma sanção imposta ao administrador, quando do não bom desempenho de suas função como perda de prazo e não entrega dos relatórios)
b) O administrador não pode ser parente ou afim até o terceiro grau do devedor;
c) Não pode ser amigo, inimigo do devedor.
Essas objeções não se aplicam aos amigos e inimigos do credor.
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
 § 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
Atribuições (art. 22): o administrador é nomeado e deve mandar uma correspondência a todos os credores. A partir daí, se coloca a disposição dos credores para prestar informações. É ele quem verifica os créditos e elabora a relação de credores, quem consolida o Quadro Geral dos Credores e fiscaliza as atividades do devedor, na recuperação judicial, e o cumprimento do plano.
Deve apresentar um relatório mensal sobre as atividades do devedor.
No final do processo de recuperação, apresenta um relatório final sobre o cumprimento do plano.
Remuneração: na recuperação judicial é o devedor. 
Regra geral: até 5% dos créditos sujeitos à recuperação (em 2014 foi inserida uma alteração nessa lei para incluir o parágrafo 5 nesta lei - para micro empresa e empresa de pequeno porte o percentual é reduzido a 2%)
O legislador estabeleceu 3 critérios para fixação do percentual de até 5%:
1. Capacidade econômica do devedor;
2. Grau de complexidade do trabalho; e
3. Valor de mercado para esse serviço.
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
§ 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
 § 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
§ 5o  A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte. 
Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneraçãodo administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo.
Esse é um valor que será pago na forma estabelecida pelo juiz (semestral, bimestral, mensal) pelo processo todo. É um valor fixo.
Na falência, se o devedor não puder arcar com o administrador judicial(não tiver massa falida de patrimônio), poderá o credor ser responsabilizado por ter ele dado início à ação judicial.
Na recuperação judicial é sempre o devedor quem paga.
Responsabilidade: o administrador responde pessoalmente pelos atos praticados no exercício de suas atribuições com dolo ou culpa (v.g. O administrador foi desidioso e causou um prejuízo ao devedor ou se desviou bem).
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
Substituição: será o administrador substituído quando (o juiz nomeará outro):
a) Quando não aceita ser administrador judicial;
b) Quando é impedido (é parente do devedor).
Nesses casos nem assinará o termo de compromisso.
Renuncia do administrador: existem duas hipóteses de renuncia:
Sem relevante razão (sem justa causa): a lei determina, nessa hipótese, que o administrador não terá direito à remuneração.
Com relevante razão (com justa causa): recebe uma remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
Art. 24   § 3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.
 § 4o Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
Destituição: O administrador não desempenhou bem suas funções.
As penas para quem é destituído são: (a) impedimento por 5 anos, a partir da decisão e aplica-se a todos os processos e (b) não terá direito à remuneração.
 Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
 § 1o No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os suplentes para recompor o Comitê.
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência.
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.
Prestação de Contas: o administrador judicial tem a obrigação de prestar contas no final do processo. Caso não o faça ou caso as contas sejam desaprovadas o administrador receberá as mesmas sanções aplicáveis à destituição (art. 23).
Dia 04
ÓRGÃOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA
A Assembleia Geral dos Credores e o Comitê são órgão de representação dos credores.
Os credores podem ser representados individualmente (cada credor contrata um advogado) ou podem ser representados coletivamente.
A representação coletiva se dá por meio dos seguintes órgãos:
COMITÊ DE CREDORES
É um órgão facultativo.
Os credores coletivamente se reunem e elegem representantes, que comporão esse órgão que seguirá as atribuições que a lei prevê.
Não é necessário que seja credor, basta que o represente.
Composição:
Art. 26
O Comitê é formado por até 4 membros e possui 4 classes:
Classe I: credores trabalhistas que elegerão 1 representante membro do Comitê + 2 suplentes;
Classe II: credores com garantia real (penhor, hipoteca e antricrese) e os credores com privilégio especial que elegerão 1 representante membro do Comitê + 2 suplentes;
Classe III: credores quirografários e credores com privilégio geral que elegerão 1 representante membro do Comitê + 2 suplentes;; e
Classe IV: 
Credor com privilégio é aquele que deveria ser um credor quirografário, porém, o legislador determina que este credor tem um privilégio. Exemplo: advogados, comissários do contrato de comissão.
O privilégio está sempre previsto em lei e eles terão sempre uma classe especial (credores privilegiados)
Inciso IV: ME e o EPP garante que estes credores tenham uma condição melhor e merecem um tratamento especial por serem menores e devem ter representação autonoma e isolada.
Como este órgão representa todos os credores, admite-se o Comitê com quatro classes, três classes, duas classes, só não se admite Comitê com uma unica classe porque ele é um órgão colegiado.
Atribuições:
Arts. 27 e 28
O Comitê serve para que o credor tenha maior ingerencia no processo de recuperação judicial e falência.
É o olhio do credor nos processos.
Possui as seguintes atribuições:
Recuperação judicial: fiscaliza o administrador judicial.
Fiscaliza as atividades do devedor,apresentando relatório mensal.
Fiscalizar o cumprimento do plano de recuperação judicial
Manifestar-se nos casos em que a lei prevê (v.g. na impugnação)
Se o Comitê não existir, essas atribuições são exercidas pelo administrador judicial e, na incompatibilidade, são exercidas pelo juíz. Exemplo: uma das atribuições do Comitê é fiscalizar o administrador judicial, entretanto, na sua ausência, o administrador não pode fiscalizá-lo, então, quem o faz é o juiz.
Remuneração:
Art. 29
Quem paga o membro do Comitê é qualquer um, menos o devedor.
Tudo o que se aplica sobre responsabilidade e destittuição do administrador judical se aplica também ao Comitê porque está disciplinado nos mesmos artigos.
(Copiar)
No Comitê se terá a eleição de um Presidente, e as decisões são sempre colegiadas.
Art. 32
Em relação à responsabilidade, todos os membros terão responsabilidade pela prática de atos do Comitê e respondem pessoalmente pelos prejuízos que causarem, porém, o membro dissidente (que vota contra) do Comitê e que consignar o voto negativo em ata, não responderá.
Quanto à destituição, o membro do Comitê pode ser destituído pelo juiz e ficará impedido por 5 anos de ser novamente membro do Comitê.
ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES
A Assembleia é a reunião de todos os credores. 
A lei estabelece na recuperação judicial 4 hipóteses de assembleia:
Atribuições:
Art. 35
Aprovação do plano de recuperação judicial;
Constituiçãoo do Comitê de Credores (os membros são eleitos na Assembleia Geral dos Credores);
Deliberar sobre o pedido de desistência do devedor: (a) pode desistir por alguma situação que inove sua condição - ser comprado, por exemplo; e (b) desiste por desistir. O pedido de desistencia após o processamento da recuperação judicial, entretanto, deve ser homologada pelos credores em Assembleia. 
Eleição do gestor judicial: o devedor não perde a administração de seus negócios, porém, se eventualmente houver má administração ou houver prática de atos com dolo, será nomeado pela Assembleia um gestor judicial para administração da empresa se o devedor for afastado.
Aliena d do art 35: Quando os credores quiserem podem requerer a convocação da Assembleia para manisfarem-se sobre assuntos de seu interesse.
Convocação:
Art. 36
Quem convoca é o juiz.
Pode convocar a Assembleia:
1. Nos casos previstos na lei (v.g. Aprovação de ofício pelo juíz para a aprovação do plano de recuperação judicial)
2. A pedido do administrador judicial
3 A pedido do Comitê de Credores
4. A pedido de credores que representem no mínimo 25% dos créditos de uma das classes (basta uma das classes)
Por exemplo: os credores querem convocar a Assembleia para constituir o Comitê de Credores
O percentual de 25% é contado pelo valor do crédito e não por cabeça.
A Assembleia é convocada por meio de um edital que precisa ser publicado com 15 dias de antecedência.
Neste edital haverá 2 datas:
Data da primeira convocação
Data da segundaconvocação
O intervalo entre a primera convocação e a segunda convocação na assembleia deve ser de, no mínimom, 5 dias.
Art. 41
No dia marcado, o administrador judicial é quem preside a Assembleia.
No primeiro dia, dividirá os credores em classes:
Classe I: credores trabalhistas;
Classe II: credores com garantia geral;
Classe III: credores quirografários e privilegiados;
Classe IV: credores ME e EPP
A Assembleia só será instalada em primeira convocação se estiverem presentes mais da metade dos créditos de cada classe. 
Em segunda convocação, por qualquer número de credores.
QUORUM
Instação:
Art. 37
Deliberação:
Arts. 38 a 46
É o quanto precisa para aprovar.
Quem é considerado credor: (a) está no Quadro Geral de Credores ou (b) relação de credores se o Quadro não estiver pronto.
O credor comparece sozinho e pessoalmente. Se quiser ser representado precisa apresentar procuração específica com 24 horas de antecedência. Essa procuração é apresentada ao administrador judicial. Não é no processo! Deve ser levado ao administrador judicial.
Os credores trabalhisitas podem ser representados na Assembleia pelo sindicato. Neste caso, o sindicato entrega a relação dos empregados que representará com 10 dias de antecedência ao administrador judicial.
Após a instalação da Assembleia, a votação é feita:
Regra geral do quorum de deliberação: mais da metade dos créditos presentes, independentemente de classes.
Essa regra comporta 3 exceções:
Constituição do Comitê de credores - a votação é feita por classes;
Aprovação do plano de recuperação judicial - o quorum é especial, portanto, diferente;
Forma de venda dos bens na falência - o quorum é de 2;3 dos créditos.
A Assembleia não será suspensa em razão de divergência sobre o valor, a classificação ou a existência do crédito (a Assembleia não será suspensa por falta d e julgamento das impugnações).
A Assembleia não será invalidada em virtude de decisão posterior sobre crédito (o voto dado em Assembleia quando decisão posterior mudar o credito, a classificação, a natureza ou o valor do crédito não será invalidado).
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
PROCEDIMENTO
Sujeito ativo:
Art. 48, parag 1.
Empresário individual
Sociedade empresária
EIRELI
O art. 48, parag. 1 traz duas hipoteses de legitimidade ativa extraordinária. São situações em que alguém pode pedir a recuperação judicial do empresário, o fazendo excepcionalmente em nome próprio:
(i) Cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante do empresário individual. Nesses casos, o empresário individual faleceu. Podem pedir recuperação judicial em nome próprio do espólio do empresário individual.
Admite-se que os pais peçam a recuperação judicial na qualidade de herdeira;
(ii) Sócio remanescente, na qualidade sempre de sócio de uma sociedade (EIRELI não é sociedade). A sociedade sempre tem duas ou mais pessoas. O Código Civil diz que algumas matérias da sociedade limitada depende da deliberação dos sócios, a exemplo do pedido de recuperação judicial. A legislação societária diz que o pedido de recuperação judicial deve ser aprovada pela maioria do capital social.
Neste caso, a sociedade (enquanto representada pela sua maioria social) pedirá a recuperação judicial. 
Admite-se, segundo o Código Civil, que o sócio detentor da maioria do capital social pode pedir a recuperação judicial e depois requerer que seja ratificado o pedido em convocação de Assembleia.
Sócio remanescente é o sócio que sobreviveu ao sócio falecido, portanto, é o sócio sobrevivente.
Segundo a lei, o sócio remanescente, em nome próprio, pode pedir a recuperação judicial da sociedade, porque ele sozinho não consegue representar a sociedade por não ter a maioria do capital social.
O sócio remanescente pede a recuperação judicial em nome próprio.
O sócio majoritário pede a recuperação judicial em nome da sociedade.
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, socio remanescente é o sócio minoritário, então não é necessário o evento morte. Basta apenas um sócio ser vencido em uma deliberação e, nesta qualidade, pode pedir a recuperação judicial.
Requisitos:
Art. 48
Aquele que exerca regularmente significa ser registrado na Junta Comercial.
A sociedade em comum não pode pedir a recuperação judicial, bem como o empresário irregular.
Deve exercer a atividade a mais de dois anos: o legislador só autoriza a recuperação judicial para quem exerce a atividade a mais de dois anos, portanto, quem a exerce em menos tempo não pode recuperação judicial.
Parag. 2 do art 48: o registro do empresário individual rural é facultativo, sem sanção para que os não se registrarem.
Entretanto, o empresário rural que quiser pedir a recuperação judicial deve fazer a sua inscrição na Junta Comercial.
Esse parágrafo foi inserido em 2013 porque todo empresário individual rural deverá provar através da Declaração de Informações Econômicas, entregue anualmente, comprovar o tempo de registro de dois anos, mesmo que durante os anos anteriores não tenha sido registrado.
O STJ veta que se peça a recuperação judicial e depois se registre.
O registro deverá ser feito anteriormente ao pedido de recuperação judicial, provando-se o tempo de dois anos de registro por meio da Declaração de Informações Econômicas, o exercício da atividade.
Não ser falido: falido é aquele que teve a falência decretada por sentença (não existe falência sem sentença). Se falir, o empresário ou sociedade empresária não poderá pedir a recuperação judicial.
Não ter obtido concessão de recuperação judicial nos ultimos cinco anos: o inciso I fala do procedimento comum de recuperação judicial e o inciso II fala do procedimento especial (ME e EPP).
A primeira decisão judicial é a que defere o processamento do pedido de recuperação judicial. Ela não julga o mérito.
Após a aprovação do plano, durante o processamento do feito, profere a decisão concessiva da recuperação judicial (o juiz concede a recuperação).
Se o juiz indeferir o processamento da recuperação judicial, o devedor pode ajuizar outro pedido.
Se a recuperação judicial for concedida, o devedor só poderá fazer novo pedido de recuperação judicial após cinco anos da decisão concessiva.
Se a recuperação judicial não for concedida, o devedor pode fazer novo pedido.
Não ter sido condenado por crime falimentar: se o devedor já foi condenado por crimes falimentares ele não poderá recuperação judicial. Provará isso através de Certidões.
O devedor deverá juntar docunmentos e certidões que comprovem que ele cumpre esses requisitos. 
Além destes, o legislador estabelece outros requisitos no art. 51 que devem ser apresentados junto a petição inicial:
Petição inicial:
Art. 51
Inciso I: deve haver uma explicação das causas da crise. 
Deve dizer porque a atividade dele é viável (porque merece se recuperar), v.g. estou em crise porque o dollar subiu mas não exportarei mais produtos, eu usarei os nacionais.
Incisos II e seguintes: todos são documentos que o devedor tem que apresentar: todas as demonstrações contábeis dos ultimos 3 anos;
Deve juntar a relação de credores;
Deve juntar todas as ações em que é parte;
Relação de bens e administradores judiciais.
O juiz, pode, a partir da distribuição da petição inicial de recuperação judicial pode:
(i) Determinar a emenda da petição inicial no prazo comum do CPC de 15 dias;
(ii) Indeferir a petição inicial e extingue o processo sem julgamento mérito (o recurso cabível é a apelação) diante da ausencia de um requisito que não é passível de emenda, v.g. O não registro pelo prazo minimo de 2 anos;
(iii) Se todos os requisitos forem preenchidos pode deferir o processamento da recuperação judicial:
Decisão que defere o processamento:
Art. 52
Deferir o processamento quer dizer: vamos seguir.
Nessa decisão não decide o mérito da recuperação judicial.
A Lei de Falencia não traz recurso para essa decisão.
Os atuais Tribunais entendem que essa decisão é uma decisão interlocutória e dela cabe agravo.
Esse agravo, porém, sódiscutirá dois assuntos:
a) Legitimidade (v.g. O credor agravará porque a sociedade não é empresária, é simples. Não tem legitimidade) e 
b) Requisitos.
Existe um projeto de lei para complementar o caput do art 52 para (colocar todo o artigo) se demonstrada a viabilidade econômica da empresa.
Hoje, a demonstração da viabiliidade econômica da empresa deve ser analisada pelos credores, porque o devedor, no plano de recuperação judicial trará o plano de pagamento e os credores aprovarão o plano ou não. Sabe-se que os credores não estão preocupados com a manutenção da atividade empresarial e querem apenas receber o seu crédito.
Atualmente, o devedor demonstra para os credores a viabilidade econômica da empresa. Se convencidos aprovam o plano e presume-se a viabilidade econômica da atividade.
Não se exige a viabilidade econômica da atividade como condição da ação, mas há o projeto de lei para incluí-la como condição da ação.
Dia 18
DECISÃO QUE DEFERE O PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO
Art. 52
O devedor apresentou o seu pedido de recuperação: art. 48 e 51
O juiz verifica se foram preenchidos tais requisitos: decisão que defere o processamento do pedido e essa decisão não julga o mérito da recuperação, ela só manda processar o pedido.
EFEITOS DA DECISÃO QUE DEFERE O PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇAO
Inciso I - Na decisão que defere o processamento, o juiz manda nomear o administrador judicial.
A partir desse momento, o administrador começa a atuar com a assinatura do termo de compromissão
Inciso II - determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas.
Isso porque presume-se que o devedor, em situação de crise, não conseguirá a emissão de certidão negativa (evidentemente sairá positiva).
Disso decorrem duas consequências:
Este inciso remete ao art. 69.
Essa observação serve para que as empresas que vão se relacionar com esse devedor saibam que ele está em recuperação judicial.
Essa informação iem recuperação judicial deverá constar em formulários, sites e todos os documentos que qualifiquem a empresa.
A dispensa da apresentação de certidões negativas não se aplica para contratação com o Poder Público, portanto, empresa em recuperação judicial não consegue participar de licitações.
Inciso III - suspensão das ações e execuções movidas contra o devedor.
Inciso IV - determinação de apresentação de contas demonstrativas mensais.
O devedor, todo mês, deverá mandar um relatório mensal de contas protocolizada no processo (o administrador judicial e o Comitê também apresentam relatórios mensais).
Inciso V - intimação do Ministério Público.
O Ministério Público participará nos casos em que a lei determina ou dá a ele a faculdade de participar. Como a falência e a recuperação judicial tramita na Justiça Estadual, o Ministério Público será o Ministério Público Estadual.
Aqui em São Paulo, o Ministério Público não participa no processo de recuperação judicial porque o interesse é privado e a atividade ainda está em andamento. Participa somente na falência, porque a atividade está sendo encerrada e o Ministério Público fiscaliza a liquidação do patrimôino.
Inciso V ainda - comunicação por carta às Fazendas Publicas.
A Fazenda Publica é credora e deve ser comunicada, mesmo o seu crédito não estar sujeito à recuperação judicial.
Após isso, o juiz manda publicar o edital.
Art. 52, parag. 1
É o primeiro edital do processo que contém:
A decisão que defere o processamento
A relação de credores apresentada pelo devedor
A advertência sobre o prazo para habilitações ou divergências.
A partir daqui, começa tudo na recuperação judicial.
A partir dessa decisão os credores podem requerer ao juiz a convocação da Assembleia Geral de Credores para constituição do Comitê.
DESISTÊNCIA
A partir da decisão que defere o processamento da recuperação judicial, o devedor só poderá desistir do pedido se houver a aprovação da Assembleia Geral de Credores.
O benefício da recuperação judicial é a renegociação das dívidas e a manutenção da atividade empresarial.
Para o credor não é boa a recuperação judicial.
Na vida real, ele desistiria da recuperação judicial porque (a) foi comprado por uma grande empresa e quitará suas dívidas ou (b) desistiu da vida.
Se os credores aprovarem o pedido de desistência da recuperação judicial, o credor poderá requerer a falência do devedor.
SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES
Art. 52, III
Todas as ações e execuções em que o devedor é réu serão suspensas.
Se o devedor é autor as ações não serão suspensas.
Quem regula a suspensão das ações:
Art. 6
A suspensão ocorrerá pelo prazo de 180 dias improrrogáveis e, se o plano não for aprovado, as ações voltam a correr. Se o plano for aprovado, ocorre as extinção das ações contra o devedor pelo instituto da novação com a consequente perda do objeto.
Parag 4 do art. 6
Segundo entendimento pacificado do STJ, o prazo de 180 dias pode ser prorrogado, se a prorrogação não se der por fato imputável ao devedor (quando o Cartório demora para juntar petições, o juiz é de Comarca pequena e ainda não convocou a Assembleia Geral dos Credores, etc.)
Ações que não se suspendem: são exceções à regra da suspensão. São ações que continuam tramitando mesmo com a recuperação judicial. 
São elas:
As ações relativas a créditos não sujeitos (art. 52, III)
As execuções fiscais (art. 6, parag. 7)
Em ambos os casos, o STJ entende que mesmo em se tratando de créditos não sujeitos, qualquer constrição judicial, depende de autorização do juízo da recuperação judicial, devidamente oficiado.
Ações que versam sobre quantia ilíquida (fase de conhecimento). Se chegar ao final e a sentença a tornar liquída, a execução será suspensa.
Enquanto a ação versar sobre quantia ilíquida ela não se suspenderá.
As reclamações trabalhistas (art. 6, parag. 2): são ações de natureza trabalhista na fase de conhecimento. Ainda não se tem condenação, e se há, ela ainda não liquidada.
Enquanto a ação versar sobre reclamações trabalhistas ela não se suspenderá.
Já a execução trabalhista ficará suspensa por 180 dias e depois voltará a tramitar. 
O juizo da recuperação judicial não julga ação trabalhista. Só manda incluir crédito trabalhista se o valor estiver perfeito.
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Art. 53
CONCEITO
É o documento apresentado pelo devedor no prazo de 60 dias que conterá:
1. Os meios de recuperação judicial.
Art. 50
2. A demonstração da viabilidade econômica do devedor;
3. Laudo econômico financeiro.
O plano é o principal documento apresentado pelo devedor onde ele demonstrará porque merece se recuperar e como pretende se recuperar.
Quem elabora o plano não é o advogado, o administrador judicial ou outros. É o devedor. Normalmente o devedor contrata uma empresa para elaborar o plano.
Deve ser apresentado pelo devedor no processo e o prazo é de:
PRAZO
O prazo é de 60 dias é contado da decisão que defere o proessamento.
Esse prazo é improrrogável mesmo. Se o devedor não apresentar o plano no prazo legal a consequência é a convolação (converter) da recuperação judicial em falência.
PLANO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Limites legais: art. 54
A lei traz os limites do plano de recuperação judicial e esses limites são aos créditos trabalhistas.
Qual e a proposta que o credor pode fazer para pagar os seus credores. A lei só limita a proposta em relação aos créditos trabalhistas, isso quer dizer que os créditos trabalhistas tem prazo para serem pagos.
Os créditos trabalhitas de natureza salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido, limitados a 5 salários mínimos por empregado, devem ser pagos em 30 dias.
As demais verbas trabalhistas devem ser pagas em até 1 ano. 
Esse prazo é cogente, ou seja, obrigatório. Ainda que o devedor apresente prazo maior e esse prazo seja aprovado, essa aprovação é nula.
Fica assim disposto:
Petição inicial ---------- decisão que defere o processamento - a partir dessa decisão, o devedor tem 60 dias para apresentar o

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