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Orientação, organização e Estruturação espaço-temporal; Prof: Karen Trevisan Disciplina: Psicomotricidade Orientação A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento. A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo. Organização Corporal É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora. Organização Corporal Estruturação espaço-temporal; A orientação espacial e temporal se refere à organização intelectual do meio. É da ordem do cognitivo. A organização espacial e temporal diz respeito à utilização que o sujeito faz de tais noções. É de ordem práxica. Orientação e organização espacial A construção do espaço começa ainda no útero, por meio das sensações corporais. Depois do nascimento essa construção continua por meio das vivências motoras e sensoriais. Espaço sensório-motor Piaget destaca o papel fundamental da intuição na construção do espaço: “A intuição não é leitura da realidade, mas por meio da ação, enriquece o real – uma atividade que constrói relações possibilitando ações.” Farias, 2006 Tais vivências se orientam a partir do corpo da criança, depois da criança com objetos, depois dos objetos entre si. (Reações primárias, secundárias e terciárias) Orientação e organização espacial O contato com a linguagem espacial se intensifica quando a criança começa a se locomover: desce daí, cuidado com a cabeça, não pode entrar aqui... A percepção do espaço: Espaço topológico – até os três anos, em relação ao próprio corpo. Relações de vizinhança, de separação, de ordem, de circunscrição e de continuidade. Orientação e organização espacial Espaço representativo euclidiano – entre três e sete anos, reconhece formas geométricas, espaço caracterizado pela integração das estruturas espaciais. Aparece o vocabulário espacial. Corpo como referência. Espaço projetivo intelectualizado – a partir dos 09 e 10 anos, capaz de projetar no espaço as formas geométricas que o organizam. Pontos de referência exteriores ao corpo, objeto-objeto. As operações constitutivas do espaço são responsáveis pela construção da noção de objeto. Espaço subjetivo e Espaço objetivo Orientação e organização temporal O tempo depende da linguagem para se estruturar. A construção da noção de tempo requer as noções de duração, ordem e sucessão. Primeiras noções: Sucessão de acontecimentos: antes e depois Duração de intervalos: tempo longo e curto; ritmo regular e irregular; ritmo lento e rápido. Ordem: ciclos – dias, meses, estações... Irreversibilidade do tempo: envelhecimento, idade, crescimento... Possibilidade de esperar. O tempo pode ser percebido de duas formas: Tempo subjetivo – varia conforme o momento. Tempo objetivo – sempre idêntico. Orientação e organização temporal Evolução da orientação e organização temporal: Até 01 ano – intensamente o tempo presente. Após um ano – percebe o que acontecerá de imediato. 02 anos – pode esperar alguns minutos pelo que quer. 02-03 anos – começa a entender frases como “agora chega”, “não dá mais tempo”. 03-04 anos – periodicidade de alguns ciclos – sucessão dos dias, manhã, tarde e noite. Orientação e organização temporal Evolução da orientação e organização temporal: Renovação cíclica de períodos mais abstratos: + ou – 06 anos – dias da semana. + ou – 07 anos – meses do ano + ou – 08 anos – anos e dias do mês A partir dos 09 anos – compreende o tempo subjetivo e o tempo objetivo, passa a avaliar a duração de eventos curtos: uma conversa, um programa... 11-12 anos – indica hora com aproximação de 20 min. Um indivíduo deve ter capacidade para lidar com conceitos de ontem, hoje e amanhã. Uma criança pequena não consegue extrapolar suas ações para o passado ou o futuro. O seu presente é o que está vivenciando. Os acontecimentos passados normalmente se encontram enevoados e entrelaçados com as noções de presente. Ela não percebe as sequências dos acontecimentos. A Importância da Estruturação Temporal A criança precisa captar e discriminar a duração e a sucessão dos sons e, também, conceitos de tempo, como: ontem, hoje, dias da semana, meses, etc. É essa consciência que permitirá à ela que se oriente no tempo durante a realização das atividades A Importância da Estruturação Temporal A estruturação temporal portanto, é a capacidade da pessoa se situar em função da sucessão dos acontecimentos: - Passado; - Futuro; - Presente; Este FLUXO do tempo, é contínuo no qual os acontecimentos do futuro passam pelo presente e se tornam passado. Possuímos o que Defontaine chama de horizonte temporal. Estruturação Temporal Etapas da Estruturação Temporal A estruturação temporal tem que ser construída e exige um esforço, um trabalho mental da criança que ela só conseguirá realizar quando tiver um desenvolvimento cognitivo mais avançado. Etapas da Estruturação Temporal A. AQUISIÇÃO DOS ELEMENTOS BÁSICOS: Seus gestos e seus movimentos vão se ajustando ao tempo e ao espaço exteriores; B. CONSCIÊNCIA DAS RELAÇÕES NO TEMPO: Irá trabalhar as noções e relações de ordem, sucessão, duração e alternância entre objetos e ações. B. CONSCIÊNCIA DAS RELAÇÕES NO TEMPO: 1. Simultaneidade 2. Ordem e sequência 3. Duração dos intervalos 4. Renovação cíclica de certos períodos 5. Ritmo Etapas da Estruturação Temporal • É vivenciada inicialmente através do movimento, de forma motora. São movimentos que, para serem realizados, têm que aparecer. • Sequência é denominada como a disposição dos acontecimentos em uma escala temporal, de modo que as relações de tempo e a ordem dos acontecimentos evidenciam-se. 1. Simultaneidade 2. Ordem e sequência Etapas da Estruturação Temporal 3. Duração dos intervalos • Os fenômenos que acontecem no tempo apresentam uma certa duração – tempo curto e tempo longo – e envolvem as noções de hora, minuto e segundo, isto é, o tempo. Etapas da Estruturação Temporal 4. Renovação Cíclica de Certos Períodos Para Oliveira (2011) a renovação cíclica de certos períodos “é a percepção de que o tempo é determinado por dias (manhã, tarde e noite), semanas, estações.” (p. 91) Etapas da Estruturação Temporal 4. Renovação Cíclica de Certos Períodos De Meur e Staes (1989) também partilham da mesma definição. Para eles a “Estruturação temporal é a capacidade de situar-se em função [...] da renovação cíclica de certos períodos: os dias da semana, os meses, as estações.” (p. 15) Etapas da Estruturação Temporal 5. Ritmo Conforme De Meur e Staes (1989) “O ritmo abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância; ” (p. 17) O ritmo pode ser aprendido com atividades que envolvam cantos, como “Marcha soldado”, “Pirulito que bate, bate” e “Escravo de Jó” Etapasda Estruturação Temporal 5. Ritmo Oliveira (2011) apud Kephart (op.cit., p. 147) distingue três tipos de ritmos: motor, auditivo e visual. O ritmo motor está ligado ao movimento do organismo que se realiza em um intervalo de tempo constante. Etapas da Estruturação Temporal 5. Ritmo O ritmo auditivo normalmente é trabalhado em associação com algum movimento. Etapas da Estruturação Temporal 5. Ritmo O ritmo visual envolve a exploração sistemática de um ambiente visual muito amplo para ser incluído no campo visual em uma só fixação. A criança precisa desenvolver uma transferência espaço temporal. Muitas vezes, seu olhos não lêem com ritmo constante, isto é, uma palavra atrás da outra. Etapas da Estruturação Temporal 5. Ritmo Na escrita, também verificamos o ritmo quando a criança respeita os espaços entre as palavras e quando consegue ordenar as letras dentro da palavra e as palavras nas frases.” Etapas da Estruturação Temporal Dominância lateral Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, os pais devem favorecer a escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se a criança ainda tiver tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas de aprendizagem. Dominância lateral A organização latero-espacial Desenvolve da seguinte maneira: - 6 ANOS: A criança tem conhecimento do lado direito e esquerdo do seu corpo; - 7 ANOS: reconhece a posição relativa entre dois objetos; - 8 ANOS: reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa; - 9 ANOS: consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa para o seu; - 10 ANOS: reproduz movimentos de figuras esquematizadas; - 11 ANOS: consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos. A coordenação dinâmica A coordenação dinâmica geral da a criança um bom domínio do corpo suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um controle satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo. Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global. Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita atenção particular. O tempo é o espaço em movimento. (Jean Piaget) Espaço e tempo são concebidos como indissociáveis. O corpo coordena-se e movimenta-se dentro de um espaço determinado em função de um tempo. Espaço e Tempo Para uma criança aprender a ler, é necessária que possua: - Domínio do ritmo, uma sucessão de sons no tempo, uma memorização auditiva, uma diferenciação de sons, um reconhecimento das frequências e das durações dos sons das palavras. A Importância da Estruturação Temporal Problemas na Orientação Para De Meur (1989), os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes- depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Problemas na Orientação Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”. Problemas na Orientação Problemas na Orientação Problemas na Orientação Dificuldades em estruturação temporal Não perceber os intervalos de tempo. “não perceber os espaços existentes entre as palavras. Não percebe também o que vai mais depressa e mais devagar. Confusão na ordenação e sucessão dos elementos de uma sílaba. “isto é, não percebe o que é primeiro e o que é último, não se situa antes e depois.” Problemas na Orientação Problema na falta de padrão rítmica constante. “ uma falta de coordenação na realização dos movimentos.” Dificuldade na organização do tempo “ não prevê suas atividades. Demora muito em uma tarefa e não consegue terminar as outras por falta de tempo.” Problemas na Orientação Organização espaço-temporal inadequada “pode provocar também um fracasso em matemática.” “também, má utilização dos termos verbais. A criança deve saber distinguir: "ontem eu fui ao cinema" de "amanhã irei ao teatro". Dificuldades em representação mental sonora “se esquecem da correspondência dos nos com as respectivas letras que os representam.”
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