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P2 ADMINISTRATIVO I

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1 
 
P2 ADMINISTRATIVO I 
 
AGÊNCIAS REGULADORAS 
 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
• A organização administrativa brasileira sofreu, nos últimos anos, importante 
modificação, sobretudo em razão da redefinição do papel que ao Poder Público 
incumbe desempenhar. 
• A Administração brasileira recepcionou as modificações decorrentes do propósito 
de tornar o Estado menos monopolizador de serviços ou atividades (como o fim 
do monopólio estatal em áreas antes tidas como estratégicas), tornando-se menos 
burocrática e assumindo caráter gerencial. 
• As alterações promovidas reduziram o tamanho do Estado, ou do aparato estatal, 
com as privatizações (que permitem a assunção de entidades estatais pelo setor 
privado), a desestatização (com a venda do capital social de empresas estatais), a 
desregulamentação (com a diminuição da intervenção estatal na ordem 
econômica), além do incremento de concessões e permissões de serviços públicos. 
AGÊNCIAS – FINALIDADAES 
●Dentre as inovações trazidas para a estrutura organizacional da Administração Pública 
estão as AGÊNCIAS REGULADORAS: pessoas jurídicas de direito público. 
●Em verdade, a Administração Pública direta, como forma de imprimir maior eficiência 
aos serviços que presta, além de contar com a atuação de toda a Administração 
indireta, notadamente na execução especializada de serviços públicos delegados e 
outorgados, por vezes, como forma de fiscalizar, regrar, ordenar e aperfeiçoar a 
eficiente prestação de tais serviços, outorga legalmente regime especial de atuação, 
ou ainda, por meio de contrato, qualificativos especiais a determinados entes 
autárquicos. É a esses entes que se conferem as denominações agências reguladoras e 
executivas. 
Natureza Jurídica das Agências Reguladoras 
• As agências reguladoras são instituições muito recentes em nosso ordenamento 
jurídico. Não deixam de ser meras autarquias criadas pela respectiva 
Administração direta, por meio de lei, e em razão da função a elas 
outorgadas. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime especial. 
• Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de serviços públicos 
(sendo-lhes vedada a exploração de atividades econômicas) pelos 
concessionários e permissionários que recebem a incumbência de execução 
de tais serviços. São titulares, consequentemente, dos poderes normativo e 
disciplinar, pois regulamentam a atuação dos delegados e podem aplicar sanções 
aos entes particulares que, sob concessão ou permissão, infringem as regras de 
execução impostas, a exemplo das multas. 
2 
 
 
 
AGÊNCIAS REGULADORAS - PRERROGATIVAS 
• Os privilégios que definem o regime especial das agências reguladoras são, 
basicamente : 
• Independência administrativa (estabilidade de seus dirigentes - mandato fixo, 
para os que possuem, só podendo ser destituídos por condenação judicial 
transitada em julgado, improbidade administrativa ou descumprimento 
injustificado das políticas estabelecidas para o setor ou pelo contrato de gestão. A 
nomeação dos dirigentes é realizada pelo Presidente da República, com prévia 
aprovação dos nomes pelo Senado Federal, nos termos do artigo 52, inciso III, 
alínea f, da Constituição Federal.). 
• Autonomia financeira (renda própria e liberdade de sua aplicação). 
• Poder normativo (regulamentação das matérias de sua competência). 
AGÊNCIAS REGULADORAS – OBSERVAÇÃO RELEVANTE 
• A Lei n. 9.986, de 18 de julho de 2000, dispõe sobre a gestão de recursos 
humanos das agências reguladoras, determinando a necessidade de concursos 
públicos para contratação de servidores, que terão suas relações de trabalho 
regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, e legislação trabalhista 
correlata, em regime de emprego público. 
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL 
• A Agência Nacional de Energia Elétrica é agência reguladora criada pela Lei n. 
9.427, de 26 de dezembro de 1996, com regulamento expedido pelo Decreto n. 
2.335, de 06 de outubro de 1997. É autarquia de regime especial, conforme dito, 
e está vinculada (não subordinada) ao Ministério das Minas e Energia. 
• Tem como principais funções a regulamentação e fiscalização da prestação ou 
execução de serviços necessários para geração, transmissão e distribuição de 
energia elétrica, nos termos do artigo 21, inciso XII, alínea “b”, da Constituição 
Federal. 
• No âmbito de suas funções de fiscalização e regulamentação dos serviços públicos 
referidos, sejam executados por outras autarquias ou por entes delegados pela 
Administração, poderá: 
• celebrar contratos de concessão, notadamente os que determinem a prestação 
dos serviços de fornecimento de energia; 
• determinar a abertura de licitações, para formalização dos contratos acima; 
• fiscalizar a execução dos contratos; 
• fixar multas e outras sanções aos concessionários pelo descumprimento de 
cláusulas contratuais; 
3 
 
• resolver conflitos de interesses das concessionárias. 
 
Agência Nacional de Telecomunicações - (ANATEL) 
• É agência reguladora instituída pela Lei n. 9.472, de 16 de julho de 1997, com 
regulamento expedido pelo Decreto n. 2.338, de 07 de outubro de 1997. É, 
conforme dito, uma autarquia de regime especial, vinculada ao Ministério das 
Telecomunicações. 
• Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços na área 
de telecomunicações nos termos do artigo 21, inciso XI, da Constituição Federal. 
No âmbito de suas funções de fiscalização e regulamentação dos serviços públicos 
referidos 
• No âmbito de suas funções de fiscalização e regulamentação dos serviços públicos 
referidos, sejam executados por outras autarquias ou por entes delegados pela 
Administração, poderá: 
• celebrar contratos, notadamente os que determinem a prestação dos serviços 
de telecomunicações; 
• determinar a abertura de licitações, para formalização dos contratos acima; 
• fiscalizar a execução dos contratos; 
• fixar multas e outras sanções aos concessionários pelo descumprimento de 
cláusulas contratuais; 
• resolver conflitos de interesses das concessionárias. 
Agência Nacional de Petróleo – ANP 
• A Agência Nacional de Petróleo, Lei 9478/1997, no âmbito de suas funções de 
fiscalização e regulamentação dos serviços públicos referidos, sejam executados 
por outras autarquias ou por entes delegados pela Administração, poderá: 
• celebrar contratos, notadamente os que determinem a prestação dos serviços 
relacionados ao setor de petróleo; 
• determinar a abertura de licitações, para formalização dos contratos acima; 
• fiscalizar a execução dos contratos; 
• fixar multas e outras sanções aos concessionários pelo descumprimento de 
cláusulas contratuais; 
• resolver conflitos de interesses das concessionárias. 
Agência Nacional de Saúde – ANS 
• A Agência Nacional de Saúde é agência reguladora criada pela Lei n. 9.961, de 
28 de janeiro de 2000, com regulamento expedido pelo Decreto n. 3.327, de 05 
de janeiro de 2000. Também é uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da 
4 
 
Saúde. No âmbito de suas funções de fiscalização e regulamentação dos serviços 
públicos referidos, sejam executados por outras autarquias ou por entes delegados 
pela Administração, poderá: 
• celebrar contratos, notadamente os que determinem a prestação dos serviços 
de saúde; 
• determinar a abertura de licitações, para formalização dos contratos acima; 
• fiscalizar a execução dos contratos; 
• fixar multas e outras sanções aos concessionários pelo descumprimento de 
cláusulas contratuais; 
• resolver conflitos de interesses das concessionárias. 
Agência Nacional de Águas – ANA 
 A Agência Nacional de Águas é agência reguladora criada pela Lein. 9.984, de 
17 de julho de 2000, com regulamento expedido pelo Decreto n. 3.692, de 19 de 
dezembro de 2000. É autarquia de regime especial e está vinculada ao Ministério 
do Meio Ambiente, como entidade federal de implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
 Com competência para supervisionar, controlar e avaliar as atividades decorrentes 
do aproveitamento dos recursos hídricos. 
 No âmbito de suas funções de fiscalização e regulamentação dos serviços públicos 
referidos, sejam executados por outras autarquias ou por entes delegados pela 
Administração, poderá: 
 celebrar contratos, notadamente os que determinem a prestação dos serviços 
do setor de recursos hídricos; 
 determinar a abertura de licitações, para formalização dos contratos acima; 
 fiscalizar a execução dos contratos; 
 fixar multas e outras sanções aos concessionários pelo descumprimento de 
cláusulas contratuais; 
 resolver conflitos de interesses das concessionárias. 
AGÊNCIA EXECUTIVA 
• A denominação agências executivas configura um “rótulo”, ou seja, um atributo 
dado a autarquias e fundações, que celebrem contrato de gestão com órgão da 
Administração direta a que se encontrem vinculadas, para a melhoria da 
eficiência na prestação de serviços e redução de custo. 
• Porquanto não se cria uma nova pessoa jurídica, como nos casos das autarquias 
e fundações; são apenas prerrogativas atribuídas a estas em caráter 
temporário, com o objetivo de estabelecer metas a serem cumpridas em nome do 
princípio da eficiência. 
5 
 
• As agências executivas estão disciplinadas pelos Decretos Federais n. 2.487 e 
2.488, ambos de 2 de fevereiro de 1998, que somente se aplicam à esfera federal; 
se Estados e Municípios quiserem adotar medida semelhante, devem legislar 
sobre a matéria. A Lei n.º 9.649, de 27/05/1998, igualmente, regula a qualificação 
de entidades federais como agências executivas. O artigo 51 da lei disciplina que 
o Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva uma autarquia ou 
fundação que preencha os seguintes requisitos: 
• a) tenha um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento; 
• b) tenha celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor 
(ou Secretaria de Estado no nível estadual). 
Contrato de Gestão 
• É uma espécie de contrato administrativo (bastante criticado pela doutrina 
brasileira), pelo qual a Administração direta (contratante) concede à autarquia ou 
fundação (Administração indireta - contratada) maior autonomia gerencial, 
orçamentária e financeira, visando o cumprimento de metas fixadas (artigo 37, § 
8.º, da Constituição Federal). 
Organizações Sociais 
 São pessoas jurídicas de Direito Privado, sem fins lucrativos, criadas por 
particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado, tais 
como: ensino, pesquisa científica, proteção ao meio ambiente, incentivo à cultura, 
programas de saúde. 
 Estas entidades não integram a estrutura administrativa, são qualificadas como 
organizações sociais e, por isso, celebram contrato de gestão com o Poder Público. 
Serviços Sociais Autônomos 
• Serviços sociais autônomos são todos aqueles instituídos por lei com 
personalidade jurídica de direito privado para ministrar assistência ou ensino a 
certas categorias sociais ou grupos profissionais, e que não tenham finalidade 
lucrativa; atuam ao lado do Estado (paraestatal), em caráter de cooperação, não 
prestando serviço público delegado, como ocorre com as organizações sociais, 
mas atividades privadas que o Poder Público tem interesse em incentivar. 
• São, portanto, pessoas jurídicas de direito privado que atuam sob regulação e 
fiscalização do Poder Público. 
Observação 
• Tanto as organizações sociais quanto os serviços sociais autônomos surgem como 
entidades “paraestatais”, eis que não integram a estrutura da Administração 
Pública, mantendo, entretanto, vínculos por razões diferenciadas; enquanto para 
as organizações sociais o que justifica o contrato é a transferência de serviços 
públicos, para os chamados serviços sociais autônomos é o fomento de atividades 
que, embora não possam ser confundidas com serviços públicos, o Estado tem 
interesse em incentivar, desenvolver. 
6 
 
 
 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OCIPS 
• Organização da Sociedade Civil de Interesse Público é uma qualificação dada 
às entidades sem fins lucrativos. que possibilita o acesso a eventuais benefícios 
e incentivos governamentais. A titularização confere o reconhecimento legal da 
atuação pública não estatal desses entes. 
• Para que haja a transferência de recursos públicos para as organizações da 
sociedade civil faz-se necessário firmar um Termo de Parceria - instrumento 
jurídico de fomento e de gestão. 
• omoção da assistência social. 
• Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico. 
• Promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações. 
• Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação 
das organizações. 
• Promoção da segurança alimentar e nutricional. 
• Defesa, preservação, conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável. 
• Promoção do voluntariado. 
• Experimentação sem fins lucrativos de novos modelos socioprodutivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito. 
• Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direito e assessoria 
jurídica gratuita de interesse suplementar. 
• Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e 
de outros valores universais. 
• Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam 
respeito às atividades mencionadas acima. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
Generalidades 
➢ Necessária análise sistemática: Institutos de Direito Civil e Direito Administrativo 
(os atos administrativos são modalidades de atos jurídicos, porém, editados pela 
administração) 
7 
 
➢ Vale a pena Recordar: Tudo aquilo que interessa ao Direito, ou seja, todos os 
fenômenos, naturais ou humanos a que o Direito atribui significação, ou seja, que 
geram consequências jurídicas, consistem em fatos jurídicos em sentido amplo 
➢ Fatos jurídicos em sentido estrito: são eventos naturais, ou seja, que não 
decorrem da manifestação da vontade humana. 
➢ Atos jurídicos: são eventos decorrentes da vontade humana, da manifestação 
unilateral ou declaração humana, das quais surgem conseqüências jurídicas. ( EX: 
promessa de recompensa) 
➢ Atos Administrativos: são atos jurídicos, pois decorrentes da vontade humana; 
são manifestações unilaterais; as manifestações bilaterais identificam os 
contratos administrativos 
Conceito 
▪ Prof. Hely Lopes Meirelles: ato administrativo é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim 
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, 
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
▪ Prof. Maria Sylvia Di Pietro: ato administrativo é a declaração do Estado ou de 
quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da 
Lei, sob regime jurídico de Direito Público e sujeita controle pelo Poder Judiciário 
Conceito interessante: 
➢ Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello: declaração do Estado ( ou de quem lhe 
faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no 
exercíciode prerrogativas públicas, manifestada mediante providências 
jurídicas complementares da Lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas 
a controle de legitimidade por órgão jurisdicional. 
Atos privados praticados pela administração 
➢ A administração pode praticar atos sem o manto protetivo da Supremacia do Poder 
Público, igualando-se ao particular. Nesta situação, não se pode falar em atos 
administrativos. 
➢ Exemplos: Venda de bens produzidos por sociedade de economia mista; abertura 
de conta corrente. 
➢ Entendimento do STF: quando o Estado pratica atos jurídicos regulados pelo 
Direito Civil ou Comercial, coloca-se no plano dos particulares. 
Categorias de atos 
• O exercício da atividade pública gera três distinta categorias de atos, quais sejam: 
➢ Atos Legislativos ( elaboração de normas); Atos Judiciais (exercício da 
jurisdição); Atos Administrativos 
 
8 
 
Perfeição, validade e eficácia 
 
 
 Ato administrativo eficaz: causas que podem determinar a ineficácia 
 
Requisitos de Validade 
 São as condições necessárias para a existência válida do ato. Tema também 
controvertido na doutrina brasileira. Pode-se estudá-lo segundo a posição adotada 
por Hely Lopes Meirelles. Do ponto de vista da doutrina tradicional, os requisitos 
dos atos administrativos são cinco, quais sejam: 
 
 
Perfeito
Refere-se à 
existência
É o ato concluído, 
acabado, que 
completou o ciclo 
necessário à sua 
formação
Válido
Refere-se à 
adequação
É o ato praticado de 
acordo com as 
normas superiores 
que devem regê-lo
Eficaz
Refere-se à 
produção de efeitos
É aquele que está 
apto a produzir 
efeitos.
•Ato subordinado a um fato futuro e
incerto. Enquanto o fato não
acontecer, o ato será ineficaz.
Subordinação a uma 
condição suspensiva
•Ato subordinado a um fato futuro e
certo. Enquanto o fato não
acontecer, o ato será ineficaz.
Subordinação a um 
termo inicial
•Autorização, aprovação ou
homologação, a ser manifestado por
uma autoridade controladora
Subordinação dos 
efeitos à prática de 
outro ato jurídico
9 
 
Requisitos de Validade: 
Competência ou Sujeito 
➢ Competência / Sujeito: Será competente o agente que reúne competência legal 
ou regulamentar para a prática do ato. O ato administrativo, para ser considerado 
válido, deve ser editado por quem detenha competência para tanto. 
➢ É o dever-poder atribuído a um agente público para a prática de atos 
administrativos. 
➢ O sujeito competente pratica atos válidos. Para se configurar a competência, deve-
se atender a três perspectivas: 
➢ é necessário que a pessoa jurídica que pratica o ato tenha competência; 
➢ é necessário que o órgão que pratica o ato seja competente; 
➢ é necessário que o agente, a pessoa física, seja competente. 
Objeto ou Conteúdo 
• O objeto (ou conteúdo) corresponde ao efeito jurídico pretendido pelo ato 
(adquirir, resguardar direitos) e também decorre de expressa previsão legal. 
• O objeto deve ser lícito e moralmente aceito; somente assim será válido o ato 
administrativo. 
Motivo 
 O motivo é a obrigação que possui a Administração Pública de oferecer, àqueles 
a quem representa, explicações quanto ao ato que edita. 
 É o acontecimento da realidade que autoriza ou determina a prática de um ato 
administrativo, ou seja, os atos administrativos irão acontecer após um fato da 
realidade 
 Exemplo: está disposto que funcionário público que faltar mais de 30 dias 
consecutivos será demitido. O funcionário “A” falta mais de 30 dias e é demitido. 
O motivo da demissão está no fato de “A” ter faltado mais de 30 dias. 
 O motivo determina a validade dos atos administrativos por força da Teoria dos 
Motivos Determinantes. Essa teoria afirma que os motivos alegados para a prática 
de um ato administrativo ficam a ele vinculados de tal modo que, a prática do ato 
mediante a alegação de motivos falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. 
 Se, na execução do ato, o administrador se afastar dos motivos, caracterizada 
estará a figura do desvio de finalidade, modalidade de ilegalidade e, portanto, 
passível de reapreciação pelo Poder Judiciário. 
 Motivo = Causa; o que leva à prática do ato. É sempre antecedente à prática 
do ato. 
 
10 
 
Finalidade 
• É aquilo que se busca com o ato administrativo. 
• A finalidade é relevante para o ato administrativo. Se a autoridade administrativa 
praticar um ato fora da finalidade, estará praticando um ato viciado caracterizando 
“desvio de poder ou desvio de finalidade”. Normalmente no desvio de poder há 
móvel ilícito. 
• O único objetivo a ser perseguido pelo administrador é o da preservação do 
interesse público. 
Forma 
• A Administração Pública só pode exteriorizar um ato administrativo de acordo 
com a forma previamente estabelecida por lei. A forma apresenta-se nas seguintes 
modalidades: escrita, oral ou por símbolos, como por exemplo: placas de trânsito, 
farol, apito do guarda etc. 
• Em especial, a forma oral é utilizada nas hipóteses emergenciais ou de urgência. 
A forma escrita é aplicada predominantemente. 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
• Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a 
Administração representa, são as qualidades que permitem diferenciar os atos 
administrativos dos outros atos jurídicos. São os seguintes: 
✓ Presunção de: 
• Legalidade: presume-se cumpre a lei (presunção relativa  
admite prova em contrário); 
• Legitimidade: presume-se que os atos estão de acordo também 
com os princípios; 
• Veracidade: presume-se que os atos são verdadeiros. 
• Os atos administrativos gozam de fé pública. 
 
✓ Imperatividade: 
• Em razão da imperatividade a Administração Pública impõe 
ordens e cumprimento de obrigações, independentemente do 
consentimento do particular 
• Não confundir imperatividade com hierarquia. A hierarquia se 
aplica apenas no âmbito interno da Administração Pública, 
enquanto que a Imperatividade aplica-se de forma genérica. 
✓ Autoexecutoriedade 
• A própria administração cumpre e executa os seus próprios atos, 
independente da anuência do Poder Judiciário  Supremacia do 
interesse público sobre o privado 
• Exemplos: interdição, lacre (de máquinas, de materiais), remoção. 
 
 
11 
 
✓ Exigibilidade 
• Corresponde à possibilidade de que a Administração Pública 
estabeleça comandos jurídicos ao particular, os quais uma vez não 
atendidos somente permite a imposição pela via judicial. 
• Difere da autoexecutoriedade pois na exigibilidade a coerção é 
somente indireta, vez que a Administração não compele 
materialmente o indivíduo. 
✓ Tipicidade 
• Estabelece uma segurança aos indivíduos na medida em que a 
Administração Pública deve atuar dentro de padrões previstos em 
leis. 
Classificação dos atos administrativos 
• Classificar é reunir em grupos, a partir de critérios previamente estabelecidos. 
Tema muito divergente na doutrina e diversamente apresentado pelos 
doutrinadores. Contudo, é possível estudá-lo segundo a seguinte classificação: 
 
Quanto aos destinatários 
 
Quanto ao alcance de seus efeitos 
 
 
Quanto aos destinatários
Quanto ao alcance de seus efeitos 
Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador 
Quanto à composição da vontade ou formação dos atos 
Quanto ao objeto
•são editados sem um destinatário determinado,
por exemplo, uma portaria proibindo a venda de
bebidas alcoólicas para menores
Gerais
•são aqueles editados com destinatário específico,
por exemplo, a nomeação de um funcionárioIndividuais
Internos
Geram efeitos dentro 
da Administração 
Pública
Externos
Produzem efeitos fora 
do Poder PúblicoDependem de 
publicação externa
12 
 
Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador 
• Vinculados: o administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que 
dispõe, previamente, somente um comportamento possível de ser adotado em 
situações concretas, não havendo oportunidade para a realização de um juízo de 
conveniência e oportunidade (mérito). 
• Discricionários: a lei não prevê apenas um comportamento possível de ser adotado 
em situações concretas, prevendo a opção do administrador que pode estabelecer 
um juízo de conveniência e oportunidade (mérito). 
 
Quanto à composição da vontade ou formação dos atos 
• Simples: Emanam de uma de uma única vontade, pouco importando sua natureza, 
se unipessoal ou colegiada. 
• Compostos: É obtida pela ratificação ordenada por outro agente que não aquele 
que exteriorizou inicialmente a vontade do Poder Público (ratificação, visto). 
• Complexos: Apresentam conjugação de vontades de mais de um órgão, como por 
exemplo, a nomeação do procurador-geral da justiça pelo governador 
Quando ao objeto 
• Atos de império 
• são aqueles em que a Administração Pública pratica, de forma unilateral, 
lançando mão de sua supremacia sobre os interesses particulares. 
• Exemplo: interdição de um estabelecimento comercial em vista de 
irregularidades encontradas. 
• Atos de gestão 
• a Administração os pratica afastando-se das prerrogativas que 
normalmente utiliza para se equiparar aos particulares com quem se 
relaciona e dizem respeito à sua própria organização, funcionamento e 
gestão de seus bens e interesses 
Extinção dos Atos Administrativos – Espécies 
• Renúncia: corresponde à extinção do ato pelo particular; 
• Perecimento, que pode ser: 
• Do sujeito (ex.: servidor aposentado sem dependentes morre) 
• Do objeto (ex.: o desaparecimento do objeto) 
• Exaurimento dos efeitos jurídicos: corresponde à forma natural de 
extinção 
• Retirada: 
• Contraposição: ocorre com a edição de um ato novo com efeitos 
antagônicos. Ex.: demissão x nomeação 
13 
 
• Caducidade: ocorre em razão da edição de uma lei que extingue o ato 
administrativo; 
• Cassação: decorre de um vício praticado após o reconhecimento jurídico 
de um direito 
• Anulação: decorre de um vício praticado antes do reconhecimento jurídico 
de um direito 
• Revogação: ocorre por razões de oportunidade e conveniência 
• Anulação versus Revogação 
• Considerando que a revogação envolve mérito e que só existe mérito nos 
atos discricionários, só poderá atingir atos discricionários; 
• Sabendo que o mérito é exclusivo da Adm. Pública, logo a revogação é 
exclusiva da Adm. Pública. O Judiciário NÃO pode revogar atos 
administrativos, salvo nos momentos em que esteja exercendo função 
atípica de cunho administrativo. 
• Anulação versus Revogação – Tabela Comparativa 
Modalidade 
de extinção 
A quem 
compete? 
Tipo de ato 
(incidência) 
Causa / Motivo Efeitos 
Anulação 
= 
Invalidação 
Poder 
Judiciário e/ou 
Administração 
Pública 
Atinge os atos 
vinculados 
e/ou atos 
discricionários 
Ilegalidade 
e/ou 
ilegitimidade 
Ex tunc 
(retroativo) 
 
 
Revogação 
Exclusiva da 
Administração 
Pública 
(Função 
Administrativa) 
Atinge 
unicamente os 
atos 
discricionários 
Inconveniência 
e/ou 
inoportunidade 
Ex nunc 
(não 
retroage / 
efeitos 
futuros); ato 
consumado 
e direito 
adquirido. 
 
Convalidação do ato administrativo 
• Corresponde ao aproveitamento do ato viciado 
• A convalidação pode ser efetivada (ato discricionário), desde que estejam 
presentes três requisitos: 
• Não ofender interesse público; 
• Não violar direito de terceiros de boa fé; 
• O vício deve ser sanável (nulidade relativa). 
• Art. 55 da Lei 9784/99 
14 
 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
Conceito 
• Poderes administrativos correspondem a prerrogativas conferidas ao Estado (em 
sentido amplo), a fim de dar efetividade à sua finalidade, qual seja o alcance do 
interesse público. 
Espécies 
 
 
Poder Vinculado: 
• É aquele em que a lei não deixa margem de escolha ao gestor  A lei regulou o 
ato de tal forma que não há espaço para discricionariedade. Como exemplo, 
encontramos na doutrina a aposentadoria compulsória (artigo 40, § 1.º, inciso I, 
da Constituição Federal). 
Poder Discricionário: 
• A lei prevê alguns elementos do ato; 
• Envolvem questões de mérito (juízo de conveniência + oportunidade); 
• Esse juízo de valores deve ser exercido dentro dos limites da lei e de forma que 
melhor atenda ao interesse público. 
Poder Hierárquico 
• Corresponde ao poder-dever que tem a administração pública de organizar 
hierarquicamente os órgãos e os agentes administrativos, visando uma 
uniformidade de direcionamento. 
• A hierarquia não se confunde com a imperatividade  Imperatividade é genérica, 
ao passo que o poder hierárquico só existe no plano interno da Administração 
Pública. 
Poder 
Vinculado
Poder 
Discricionário
Poder 
Hierárquico
Poder 
Disciplinar
15 
 
 
• Consequências da hierarquia: 
▪ Dever de obediência às ordens superiores: o agente público subordinado 
tem que cumprir as ordens superiores, salvo se manifestamente ilegais 
(ex.: art. 116, IV da Lei 8.112/90); 
▪ Possibilidade de aplicação de sanções: a administração pública pode 
aplicar sanção, por meio do uso do poder de polícia ou do poder 
disciplinar; 
▪ Possibilidade de solução de conflitos de competência: função do agente 
superior (poder-dever que surge do poder da hierarquia). 
▪ Delegação e avocação de competência (arts. 11 a 17 da Lei 9.784/99) 
▪ Delegação ocorre quando uma autoridade transfere para outra a 
competência; 
▪ Avocação ocorre quando uma autoridade superior chama para si a 
competência de uma lei inferior. 
• Situações em que a delegação e a avocação de competência são proibidas: 
 
 
Espécies – Poder Disciplinar 
• Corresponde à faculdade (poder-dever) que tem a administração pública de apurar 
infrações e aplicar sanções às pessoas sujeitas à chamada disciplina 
administrativa. 
• Pessoas sujeitas à disciplina administrativa: 
• Servidores públicos; 
• Contratados pelo regime de contratos administrativos (Lei 8666/93, Lei 
8987/95 e Lei 11.079/04). 
• Embora a aplicação do poder disciplinar seja obrigatória e vinculada, a 
administração pública goza de um certo grau de discricionariedade, quando da 
escolha da sanção a ser aplicada; 
• O poder judiciário pode se manifestar sobre a legitimidade da sanção aplicada, 
valorando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade; 
• O poder judiciário pode anular a sanção, mas não modificar a natureza da mesma. 
 
Edição de 
atos 
normati-
vos
Decisão de 
recurso 
administra
tivo
Competên
cia 
exclusiva
Delega-
ção / 
avocação 
total 
16 
 
 
MATERIAL DA MONITORA SOBRE PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
NOÇÕES: 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS: são instrumentos que a Administração Pública 
utiliza para cumprir suas finalidades. São prerrogativas juridicamente concedidas aos 
agentes administrativos para que o Estado alcance seus fins. 
 
-Exemplo - Imagine que um Servidor Público praticou uma Infração Funcional. Nesse 
caso, a Regra é aplicar uma Sanção. Nesse contexto, penalizar esse Servidor é exercício 
do Poder Disciplinar, e o esse Poder Disciplinar é o instrumento de que o Estado dispõe 
para a busca do Interesse Público (o Poder Disciplinar é um Poder da Administração, e o 
Poder da Administração é uma Prerrogativa/Instrumento de que o Estado dispõe para a 
perseguição do Interesse Público).- Materialização: O Poder da Administração é Abstrato, é Instrumental, e quando o Estado 
realiza esse Poder, ele o faz por meio de Ato Administrativo. Assim, quando esse Poder 
da Administração (que é Abstrato) se realiza (se materializa), o Estado pratica Atos 
Administrativos. 
 
-Exemplo: o Poder de Polícia pode controlar a velocidade em uma determinada Avenida, 
por exemplo, a Colares Moreira. Digamos que o Prof. Hugo estava muito apressado pra 
chegar na UNDB e ultrapassou a velocidade máxima permitida, a consequência é o radar 
bater uma foto e ele ser penalizado. 
- Nesse sentido, a aplicação de uma multa ao motorista representa a prática de um ato 
administrativo. 
 
 
Diferença entre Poderes da Administração e Poderes do Estado: 
 
✤ PODERES DA ADMINISTRAÇÃO : 
 
É a Prerrogativa/Instrumento que o Estado dispõe para a consecução do Interesse 
Público, podendo ser um Poder Hierárquico, Poder Disciplinar, Poder Regulamentar ou 
um Poder de Polícia, caracterizando-se por um Poder Abstrato que, quando se 
concretiza, o faz por meio de Ato Administrativo. 
 
 
✤ PODERES DO ESTADO 
 
 Os Poderes do Estado são o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, 
ou seja, quando falamos em Poderes do Estado temos que nos lembrar que são Elementos 
Estruturais do Estado, ou seja, Elementos Orgânicos ou Elementos Organizacionais. 
 
 
 
 
17 
 
 
 CARACTERISTICAS GERAIS DOS PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 
DEVER-PODER: essa expressão vem de Celso Antônio Bandeira de Mello, pois ele 
entende que o Dever é mais importante, razão pela qual deve vir em 1º Lugar. 
 - Dever-Poder: os poderes da administração não são uma faculdade, mas um dever 
obrigacional do administrador, haja visa ser um exercício obrigatório. 
 
EXEMPLO 1: um servidor público que comete uma infração funcional tem como 
consequência a aplicação de uma sanção e instauração de um Processo Administrativo 
para investigar o caso. Essa procedência do Administrador não é uma liberalidade, mas 
uma obrigação. 
 
EXEMPLO 2: Quando o professor Hugo ultrapassou a velocidade máxima da Av. Colares 
Moreira, a aplicação da multa não é uma faculdade e nem liberalidade do Administrador 
Público, é um dever-poder. 
 
IRRENUNCIÁVEL: não se pode abrir mão dele em nenhuma hipótese, que é uma 
decorrência lógica desse dever-ser, do exercício obrigatório. 
 
2 ELEMENTOS IMPORTANTES NA IRRENUNCIABILIDADE: 
 
1) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: 
 
O administrador exerce atividade em nome e no interesse do Povo, por isso não pode abrir 
mão, não se pode renunciar o que não é seu, sendo manifestação clara do princípio da 
indisponibilidade do interesse público. 
 
 
 2) Princípio Geral do Direito: 
 
 O Administrador de hoje não pode criar obstáculos ou entraves para a Futura 
Administração. E uma eventual Renúncia ao Poder significaria criar entraves para o 
futuro, especialmente quando se fala em Lei de Responsabilidade Fiscal (se o 
Administrador Público abre mão dessa ferramenta, ou seja, desse Poder da 
Administração, ele pode comprometer a futura Administração). 
 
OBSERVAÇÃO: a irrenunciabilidade não quer dizer que o Estado obrigatoriamente 
tenha que aplicar uma sanção sempre, vai depender do caso concreto, ora o Estado vai 
punir, ora o Estado não vai punir. (o que não se admite é abrir mão dessa ferramenta). 
 
EXERCÍCIO DENTRO DOS LIMITES DA LEI: 
 
O exercício de um poder da administração está condicionado aos limites legais. 
 
SÃO ELES: 
 
18 
 
Autoridade Competente: para praticar um poder da Administração, o Agente tem que 
ser a Autoridade Competente para realizá-lo e é a Lei que diz quem é a Autoridade 
Competente. 
 
Necessidade, Adequação, Proporcionalidade: O Ato do Administrador Público, dentro 
do exercício do Poder da Administração, precisa observar o trinômio Necessidade, 
Adequação e Proporcionalidade (eu preciso ter uma Medida Adequada + eu preciso 
dela + ela está na dose correta) 
 
EXEMPLO: Uma passeata tumultuosa em que os manifestantes estão depredando o Bem 
público (quebrando tudo), o Poder Público pode acabar com a Passeata, desde que elas 
sejam feitas pela autoridade competente, que a medida de dissolução da passeata respeite 
o trinômio Necessidade, Adequação e Proporcionalidade. 
--- 
RESPONSABILIZAÇÃO: 
 
- Caberá Responsabilização quando o Administrador Público não respeitar os Limites da 
Lei, podendo ser por uma ação do mesmo, quando ele pratica um ato em desacordo com 
a lei ou não for a autoridade competente, ou omissão, quando o Administrador não toma 
as providências adequadas, ele nada faz. 
 
EXEMPLO: mesmo caso da passeata, digamos que o Administrador Público resolveu 
matar 200 pessoas, é evidente que a medida adotada por ele foi inadequada, desnecessária 
e desproporcional, não foi respeitado os limites da lei, devendo este ser responsabilizado. 
 
 
✤ ABUSO DE PODER 
 
Sempre que um Administrador Público ultrapassa os limites da lei, indo além do que lhe 
era permitido, restará configurado o abuso de poder 
 
PODE SER DE DUAS MODALIDADES: 
 
★ Abuso de Poder por Excesso de Poder: Administrador Público é Competente para 
agir, mas ele ultrapassa os Limites da sua Competência. 
 
EXEMPLO: Delegado de Polícia recebe uma Ordem de Prisão e ao realizar a prisão ele 
aproveita para dar uma surra no sujeito. 
 
★ Abuso de Poder por Desvio de Finalidade: é um defeito na vontade, o Administrador 
Público é competente para realizar aquele Ato, mas a sua Vontade é Viciada. 
 
EXEMPLO: O Delegado de Polícia recebe em suas mãos uma Ordem de Prisão e, ao abri-
la, percebe que se trata de um desafeto seu (são inimigos desde a Infância). O Delegado 
de Polícia, sabendo que o seu maior inimigo vai se casar na semana que vem, deixa para 
cumprir a Ordem de Prisão quando o Noivo sobe ao Altar, apenas para constrangê-lo e 
submetê-lo a uma situação vexatória. 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
MACETE: HIPODIDIVINO 
• HIERÁRQUICO 
• PODER DE POLÍCIA 
• DISCIPLINAR 
• DISCRICIONÁRIO 
• VINCULADO 
• NORMATIVO OU REGULAMENTAR 
 
 
PODER HIERÁRQUICO: 
 
 - É o Poder Hierárquico que dá a prerrogativa aos superiores hierárquicos em dar 
ordens aos seus subordinados. 
 - Também decorre do Poder Hierárquico a possibilidade de fiscalizar, controlar, 
aplicar sanções, delegar competências e avocar (trazer para si) competências. 
 - O funcionamento dos serviços da Administração Pública dependem diretamente do 
Poder Hierárquico. 
 
FACULDADES: 
 
Dar ordens: decorrência lógica do ato do superior dar ordens aos subordinados, 
pressupõe a existência de ordens. 
Fiscalizar o cumprimento das Ordens: poderá fiscalizar a execução daquilo que foi 
determinado ao Subordinado. 
Revisar atos de seus Subordinados: se pode fiscalizar ele poderá fazer uma Revisão dos 
Atos praticados pelos seus Subordinados. 
Delegar Competência - Dentro da lógica do Poder Hierárquico, é fácil visualizar que o 
Chefe pode transferir uma determinada Competência para alguns de seus Subordinados. 
Avocar Competência – Ocorre quando um superior hierárquico chama para si 
competência de subordinado, é fato inverso a delegação. 
 
 
PODER DE POLICIA: 
 
- O Poder de Polícia significa restringir, frenar, limitar a atuação do Particular em nome 
do Interesse Público. O Poder de Polícia é, pois, a busca de um Bem-Estar Social. O Poder 
de Polícia é exercido em benefício da coletividade ou do próprio Estado. 
 
ABRANGÊNCIA: direito à liberdade e direito à propriedade. 
 
DIREITO A LIBERDADE:Imagine que o Poder Público defina que a Avenida “X” terá a Velocidade Máxima de 
“Y” Km/h. De agora em diante o Particular não pode mais dirigir de qualquer jeito, eis 
que houve uma Limitação da Liberdade. MAS, não cabe indenização, por que o poder de 
20 
 
polícia não retira o direito de liberdade do sujeito, ele apenas define a forma de exercê-
lo, não cabendo o dever de indenizar. 
 
DIREITO A PROPRIEDADE: 
O Poder Público define uma quantidade máxima de andares nos prédios na Beira-Mar, 
neste caso não a uma restrição ao direito de propriedade, apenas a uma forma exercê-lo, 
dentro de um bem-estar geral, não cabendo o direito de indenizar por parte do Poder 
Público. 
 
 
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA: 
 
• Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios 
adequados para exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das 
normas que cuidam de tal poder. 
 
• Auto-Executoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao 
exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder 
Judiciário. 
 
• Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, 
admitindo-se até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando 
houver resistência por parte do administrado. 
 
 
HIPÓTESES E QUE APARECE O PODER DE POLÍCIA: 
 
Poder de Polícia Preventivo: quando a Administração Pública elabora atos normativos 
que previnem um dano maior. 
 
EXEMPLO: fixação de uma velocidade máxima, ou seja, regras de segurança, tem o 
intuito de prevenir acidentes. 
 
Poder de Polícia Fiscalizador: não basta apenas estabelecer as regras, mas ele também 
deverá fazer a Fiscalização para verificar se as Pessoas estão cumprindo aquela Regra. 
 
Poder de Polícia Sancionador ou Repressivo: se o Sujeito desrespeitar a Regra 
estabelecida pela Administração Pública, ele terá que aplicar uma Sanção 
 
TIPOS: 
 
Regra - O Poder de Polícia é, em Regra, um Poder Negativo porque ele costuma trazer 
uma Abstenção. Assim, ele é negativo porque, na sua maioria, traz em seu conteúdo uma 
Obrigação de Não Fazer, ou seja, uma Abstenção. 
 
EXEMPLO: não ultrapassar o limite de velocidade. 
 
Exceção - Em alguns casos, o Exercício do Poder de Polícia pode determinar uma 
Obrigação de Fazer. 
 
21 
 
EXEMPLO: Determinação pela Administração Pública pela desocupação por moradores 
de área assolada por chuvas. 
 
 
PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
 - É aquele em que o Administrador Público tem Liberdade em sua Decisão, 
admite Juízo de Valor, bem como análise de Conveniência e de Oportunidade. 
 - O Poder Discricionário permite que o agente escolha, dentro dos limites legais, 
o conteúdo da sua ação. 
 ★ Limites da Lei e Conduta Arbitrária: 
 
O administrador público tem Liberdade em sua Decisão ele fará um Juízo de Valor ao 
analisar um determinado Pedido e essa análise é de Conveniência e de Oportunidade para 
deferir ou indeferir determinado Pleito. Contudo, dentro dos Limites da Lei. Isso implica 
dizer que se o Administrador Público extrapolar esses Limites Legais, a conduta será 
considerada arbitrária. 
 
Exemplo: uso das calçadas para colocação de mesa de um bar por meio de concessão de 
uso de bem público, podendo deferir ou não este pedido, fazendo um Juízo de Valor e a 
apreciação da Conveniência e da Oportunidade naquele caso concreto. 
 
 
PODER DISCIPLINAR: 
 
 - Poder que permite ao Administrador Público aplicar uma Sanção ou Penalidade 
pela prática de uma Infração Funcional. 
 - Todas as pessoas podem ser punidos pelo Estado, mas apenas funcionários 
públicos ou agentes contratados são alcançados pelo Poder Disciplinar. 
 - Ao cometer uma infração administrativa, qualquer pessoa física ou jurídica pode 
ser punida através do Poder Disciplinar. 
 
ABRAGÊNCIA: quem é que se submete ao Poder Disciplinar da Administração Pública? 
 
★ Aqueles que estão no Exercício de uma Função Pública: O Poder Disciplinar 
abrange aqueles que estão no exercício de uma Função Pública (Agentes Públicos). 
 
★ Aqueles que estão sujeitos às Regras da Administração Públicas: O Poder 
Disciplinar abrange aquele Particular que está sujeito às Regras da Administração Pública 
(aquele que, por exemplo, ainda que Particular, está prestando um Serviço Público). 
 
 NATUREZA JURÍDICA: 
 
 Doutrina Tradicional: em Regra, um Poder Discricionário. (Hely Lopes Meirelles) 
 
 Doutrina Moderna: Nem sempre é um Poder Discricionário (Celso Antônio 
Bandeira de Mello). 
 
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EXEMPLO: Seguindo a lógica da Doutrina Moderna, o Administrador Público NÃO 
pode aplicar a Pena que quiser, a escolha da Sanção é uma Decisão Vinculada somente 
podendo escolher aquelas previamente determinadas em lei. 
 
 
PODER VINCULADO: 
 
é aquele em que o Administrador Público não tem Liberalidade na sua Decisão, nem Juízo 
de Valor, nem Conveniência e nem Oportunidade. Isso significa dizer que, preenchidos 
os Requisitos Legais, o Administrador Público é obrigado a praticar o Ato. 
 
Exemplo - Licença para Dirigir - Se o Agente completou 18 anos e realizou com 
satisfação todas as Provas Habilitatórias, ele tem Direito de receber a sua Carteira de 
Habilitação, pois uma vez preenchidos os Requisitos Legais, o Administrador Público é 
obrigado a concedê-la, eis que estamos diante de um Ato Vinculado que, por ser assim, 
não é passível de Liberdade, Juízo de Valor, Conveniência ou Oportunidade. 
 
Exemplo - Concessão de Aposentadoria - Se um determinado Servidor Público tem 60 
anos de idade com 35 anos de contribuição, o Administrador Público sendo, pois, 
obrigado a concedê-la, eis que estamos diante de um Ato Vinculado que, por ser assim, 
não é passível de Liberdade, Juízo de Valor, Conveniência ou Oportunidade. 
 
 
PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR 
 
é a que permite ao Administrador Público normatizar, disciplinar e regulamentar questões 
complementares à Previsão Legal, buscando a sua fiel execução. 
 
 
CUIDADO: O exercício do Poder Regulamentar não substitui a Lei, apenas a 
complementa. E por complementá-la, busca a sua fiel execução (sua melhor aplicação). 
 
 ✤ Manifesta-se por meio de: Portarias, Instruções Normativas, Resoluções, 
Deliberações, Regimentos e Regulamentos. 
O Regulamento: Surgiu com o objetivo inicial de vir como um Regulamento Executivo, 
voltado para dar fiel execução à Lei. Entretanto, com a mais absoluta certeza, a Lei é 
melhor do que o Regulamento em razão do elemento “Representatividade”, eis que ela é 
feita pela Casa Legislativa que, como tal, representa o interesse de toda a Sociedade, além 
de ter um Procedimento de Elaboração mais rigoroso, mais solene, mais seguro.

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