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P1 de Direito Administrativo (II) (2023.2) - Leonardo Cecilio e Nayara Valadares 0

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Data
25/10/2023
DIREITO
ADMINISTRATIVO II
Va
10,0 p
A ser preenchido pelo (a) Aluno (a)
Discente: LEONARDO CECÍLIO DE OLIVEIRA
Discente: NAYARA CRISTINA P. VALADARES
Nº da matrícula:
Nº da matrícula:
Avaliação em dupla.
Somente um dos membros da dupla deve entregar a atividade.
Cada questão vale 2,0 pontos.
AS RESPOSTAS DEVE SER DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS.
• Uma organização social que possui um contrato de gestão com o estado, possui bens
públicos?
Inicialmente, cabe mencionar que, conforme disciplinado pela Lei n.º 9.637/1998, um
contrato de gestão trata-se de um instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade
caracterizada como organização social (OS), com vistas à formação de parceria entre as partes
para fomento e execução de atividades relativas às áreas arroladas em seu artigo 1º.
Em que pese os bens públicos repassados às OSs para o cumprimento do contrato de
gestão anteriormente firmado, estes caracterizam-se por possuir natureza pública, não
integrando, portanto, o patrimônio da entidade, que detém apenas seu direito de uso, segundo
disciplinado também pela referida lei.
Subentende-se, portanto, que as Organizações Sociais (OSs) não possuem bens públicos
apesar de poderem estar em posse destes bens de modo a permitir que a entidade desempenhe as
atividades que lhe foram atribuídas.
• E no caso de uma OSCIP, que tem um termo de cooperação com o estado, seus bens
são considerados como bens públicos?
Primeiramente, importa saber se os bens em questão foram adquiridos com recursos
públicos ou não. Nesse contexto, pode-se dizer que, precipuamente, os bens de uma OSCIP não
são considerados como bens públicos, salvo aqueles adquiridos com recursos públicos, passando
a integrar o patrimônio público após o término da parceria.
Desse modo, os bens obtidos por meio de recursos públicos e fruto do referido Termo de
Parceria não integram o patrimônio da OSCIP, mantendo-se como bens públicos apesar de
estarem à disposição da OSCIP para a possibilidade de se executar a atividade de interesse
público mantida pela OSCIP.
Consequência disso, é a possibilidade de se transferir bens, conforme disciplinado pela
Lei n.º 9.790 de 1999, de uma OSCIP a outra.
Ademais, outrossim, pode receber bens públicos dentre outras vantagens fruto do contrato
de gestão.
• A Fundação Euclides da Cunha teria os seus bens classificados como bem público?
A Fundação Euclides da Cunha trata-se de uma instituição privada sem fins lucrativos, ou
seja, possui natureza jurídica privada. Nesse contexto, é possível extrair a tese de que, conforme
a definição dada pelo artigo 98 do Código Civil de 2022, são bens públicos os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público, integrantes da administração direta ou da indireta, no
caso, as autarquias, fundações públicas de direito público e consórcios públicos de direito
público.
Consoante ao que se demonstra, cabe atentar-se ao fato de estar o bem em questão
afetados à prestação de um serviço público ou a outra finalidade pública.
Esse posicionamento é defendido, por exemplo, por Celso Antônio Bandeira de Mello.
Assim, para o autor o fato dos bens estarem afetados a determinado serviço público ou a outra
finalidade pública modifica a sua natureza privada.
Os bens de uso especial e os dominicais, por sua vez, podem ter como titulares as
entidades da administração indireta, regidas pelo direito privado. Extrai-se da doutrina, no
mesmo passo, que esse fato não modificará o regime aplicado ao bem – de público
transformar-se-ia em privado. Em verdade, o regime deixa de ser integralmente público, contudo,
o bem, outrossim, também não se torna privado.
Dessa forma, entende-se pela possibilidade de se classificar os bens da Fundação
Euclides da Cunha em bens públicos
• Quais seriam as possibilidades jurídicas de um proprietário se posicionar contra o
tombamento do seu bem imóvel?
Conforme, o Art. 6º do Decreto Lei nº 25 de 30 de Novembro de 1937 o tombamento
pode ser feito de maneira voluntária ou compulsória, ou seja, na primeira hipótese será analisado
os requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico
nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional e em segundo caso, se o proprietário recusar-se anuir à inscrição da coisa, o
tombamento será realizado mesmo contra vontade do possuidor da coisa. O tombamento tem
como objetivo tutelar, cultivar o patrimônio histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e de
valor afetivo pela população, assim como tipifica o Art. 1º: ”constitui o patrimônio histórico e
artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação
seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer
por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
Dessa maneira, se o tombamento for compulsóriamente é possível averbar um
contestação do processo de tombamento, apresentando argumentos e evidências que justifiquem
a sua tese. Segundo, é possível realizar uma negociação para satisfazer tanto o proprietário
quanto a necessidade de preservação do patrimônio cultural. Também podemos citar a
possibilidade de uma solicitação de indenização, a qual é deferida se o tombamento implicar em
perdas econômicas significativas para o proprietário. Por fim, dependendo das leis locais e das
circunstâncias, pode haver alternativas legais para minimizar o impacto do tombamento, como
solicitar a desafetação (a retirada do bem da lista de bens tombados) ou tentar obter licenças para
realizar modificações no imóvel que seriam proibidas sob o tombamento.
• O Decreto-Lei 3.365/41 me parece apresentar algumas disposições questionáveis
pela Constituição Federal de 1988.
Faça a leitura do Decreto-lei e aponte os dispositivos legais que você consideraria
como questionáveis em termos de constitucionalização do direito administrativo.
Em seguida, escolha somente um dos dispositivos questionáveis, e apresente os
argumentos jurídicos desta sua compreensão.
O Decreto-Lei 3.365/41 disserta sobre as desapropriações por utilidade pública, no qual
tem sido alvo de críticas e questionamentos à luz da Constituição Federal de 1988, visto que,
algumas de suas disposições que podem ser ditas como incompatíveis quando comparamos com
princípios e garantias firmados na Constituição. A principal crítica é a falta de atualização do
Decreto-Lei em relação à nova ordem constitucional.
Podemos exemplificar com o artigo 15 como um dos dispositivos do decreto que é
frequentemente questionado, o mesmo trata da imissão provisória na posse. Este artigo permite
que o Poder Público entre na posse do imóvel antes que a ação de desapropriação seja
definitivamente julgada. Dessa forma, pode ser considerado questionável em termos de
constitucionalização do direito administrativo, uma vez que a Constituição Federal de 1988
estabelece princípios e direitos que podem entrar em conflito com esse dispositivo, como o
devido processo legal, o direito à propriedade e por fim, a justa indenização.

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