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O poder judiciário

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1 
 
 
Módulo I - Introdução: 
 
Prezados cursistas, 
 
Sejam bem-vindos ao curso sobre o Poder Judiciário e o Conselho Nacional de Justiça. 
 
Antes de iniciarmos o curso propriamente dito, gostaríamos de informar que este curso é uma 
das iniciativas do Conselho Nacional de Justiça, como parte de sua missão de promoção da 
cidadania. 
 
Neste curso, procuraremos num primeiro momento trazer noções gerais sobre o Estado 
Democrático de Direito, o Poder Judiciário enquanto organização pertencente à Administração 
Pública e os Três Poderes que compõem a República (Módulo I); como é composto o Poder 
Judiciário e quais as suas atribuições (Módulo II); e, mais especialmente, sobre como funciona 
um de seus órgãos, o Conselho Nacional de Justiça (Módulo III), quem disponibiliza este curso 
gratuitamente para vocês. 
 
Caso queira saber mais, o Conselho Nacional de Justiça, por meio de seus canais de 
informação uma série de dados sobre os Programas que desenvolve, como forma de promover 
a cidadania, direito de todos. Assista aos vídeos em nossa videoteca. 
 
 
Falando em nossa videoteca, assista também ao vídeo que trata da promulgação da 
Constituição Federal de 1988, com o hino nacional sendo cantado pelos parlamentares 
constituintes pois oi neste contexto que presenciamos à transição do regime anterior, 
autoritário, ao regime atual, democrático 
 
 
 
- Brasil: Estado Democrático de Direito. 
 
 Que tal assistirmos ao vídeo que trata da promulgação da Constituição Federal de 1988, 
 
 
 Foi neste contexto que presenciamos à transição do regime anterior, autoritário, ao 
regime atual, democrático. 
 
 E o que diz a Constituição atual sobre a democracia em nosso país? 
 
 O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 (doravante CRFB/88), em seu cabeçalho, 
menciona que a República Federativa do Brasil se constitui em um Estado Democrático de 
Direito. 
2 
 
 Da mesma forma, você já deve ter lido ou ouvido a expressão “Estado Democrático de 
Direito”. O que isso quer dizer? 
 
 Quando mencionamos que o Brasil se constitui em um Estado Democrático queremos 
dizer, primeiramente, que em nosso país, o atual regime político permite a participação 
popular1 : seja pelo meio direto, pois o artigo 14, da CRFB/88, estabelece o plebiscito, o 
referendo e a iniciativa popular; seja de forma indireta, uma vez que o povo elege seus 
representantes para praticar, em seu nome, atos estatais. 
 
Já quando mencionamos que o Brasil é um Estado de Direito queremos dizer que é um 
Estado onde todos, inclusive os representantes eleitos, devem observar as leis aprovadas. 
 
 A Constituição de 1988 foi responsável por vários avanços, como a consagração do 
sufrágio (voto) direto, secreto, universal e periódico para todos os cargos eletivos, permitindo o 
voto também aos analfabetos, e o estabelecimento dos instrumentos de democracia 
participativa, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis. 
 
 Outro avanço foi o fato de assegurar vários direitos fundamentais2, direitos estes não 
previstos nas Constituições anteriores, como os direitos trabalhistas, os direitos ao patrimônio 
cultural (artigos 215 e 216, CRFB/88) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (artigo 
225, CRFB/88). 
 
 Desta forma, ao contrário das Constituições anteriores, a Constituição Federal de 1988, 
na História Republicana do Brasil (de 1889 até os dias atuais), foi aquela que mais se alinhou a 
um Estado Democrático de Direito. 
 
- Administração Pública – para quê serve? 
 
A Administração Pública tem por finalidade principal o atendimento às necessidades da 
população. Para que isso ocorra, a Administração Pública lança mão de uma série de 
atividades, como os serviços públicos, todas financiadas pela própria população, mediante a 
arrecadação de tributos e outras taxas. 
 
- Noções Gerais: 
 
 
1
 A participação popular pode ser direta, indireta ou semidireta. No primeiro caso (direta), o próprio povo 
participa diretamente do processo decisório governamental, administrando, elaborando as leis e 
julgando. Na democracia indireta, o povo elege representante para exercer as referidas funções. E, por 
fim, na democracia semi-direta, há a combinação de ambos os casos, modo este de democracia 
consagrado na Constituição Federal de 1988. 
2
 Os direitos fundamentais são os direitos e liberdades básicos concedidos pelo ordenamento jurídico a 
qualquer ser humano, de forma que constituem e asseguram um núcleo intangível, de acordo com 
determinado período histórico. 
3 
Após tratarmos da finalidade da Administração Pública, necessário trazermos uma 
noção geral do que venha a ser a Administração Pública. 
 
A Administração Pública possui um conceito dual, de acordo com o ponto de vista, se do 
sujeito (quem administra) ou do objeto (o que é administrado). Do ponto de vista subjetivo, a 
Administração Pública representa o conjunto de órgãos e agentes do Estado (em letras 
maiúsculas). Por outro lado, do ponto de vista objetivo, a administração pública (em letras 
minúsculas) significa a própria função de administrar, revelando o planejamento, a organização, 
a direção e o controle dos serviços públicos, visando ao bem comum. 
 
A Administração Pública é dividida em dois ramos: a Administração Pública Direta e a 
Administração Pública Indireta. 
 
A Administração Pública Direta é o próprio poder central. Assim, por exemplo, na esfera 
federal, é a Presidência da República e os Ministérios (artigo 4º do Decreto-Lei 200/67). 
 
A Administração Pública Indireta é composta por entidades criadas para executar as 
atividades próprias de governo, mas aqui de forma descentralizada. São as autarquias (ex. 
INSS), as empresas públicas (ex. Caixa Econômica Federal, Correios), as sociedades de 
economia mista (ex. Petrobras, Banco do Brasil) e as fundações (Fundação Oswaldo Cruz).. 
 
O Poder Judiciário e seus órgãos também fazem parte da Administração Pública, 
devendo observar, obrigatoriamente, os mandamentos constitucionais relativos à 
Administração Pública. 
 
Esses mandamentos constitucionais serão vistos no próximo tópico. 
 
 
- Princípios fundamentais: 
 
 Para que se possa compreender o modo como a Administração Pública - incluindo o 
Poder Judiciário - funciona, devemos antes conhecer alguns princípios fundamentais. Esses 
princípios funcionam como diretrizes que guiam a interpretação das normas estabelecidas na 
Constituição, facilitando a sua compreensão. 
 
Os princípios fundamentais da Administração Pública, previstos expressamente no 
cabeçalho do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, são: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Vamos conhecer cada um deles isoladamente: 
 
- Princípio da legalidade: 
 
O princípio da legalidade informa a atuação da Administração Pública à medida que a 
4 
sua vontade é aquela que decorre da lei. 
 
Desta forma, é conhecido o brocardo segundo o qual “enquanto aos particulares é 
permitido fazer tudo o que a lei não proíbe, à Administração Pública só é permitido fazer o que 
a lei prevê”, pois a atividade administrativa é vinculada à previsão legal. 
 
- Princípio da impessoalidade: 
 
O administrador público deve ser impessoal, o que significa dizer que ele deve sempre 
buscar a finalidade pública prevista em lei, sem favorecimentos ou privilégios a qualquer grupo 
específico ou pessoa. 
 
- Princípio da moralidade: 
 
Moralidade significa que a Administração deve agir não apenas observando a norma 
expressa, mas também adotando uma postura ética em seus atos, sob pena de controle peloPoder Judiciário. 
 
- Princípio da publicidade: 
 
De acordo com o princípio da publicidade, as ações administrativas devem ser 
transparentes, visíveis a todos os interessados. 
 
Por meio da publicidade, permite-se o controle dos atos administrativos pela sociedade. 
 
- Princípio da eficiência: 
 
Atualmente, não se exige mais que o administrador público aja apenas de acordo com a 
lei, mas também que sua atuação seja eficiente e que produza resultados. 
 
Esse princípio foi inserido no cabeçalho do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 
por meio da Emenda Constitucional nº 19/1998. 
 
Assim, o princípio da eficiência informa que, para atingir o bem comum, a Administração 
Pública deve agir buscando o melhor resultado com menos custos, ou seja faça mais por 
menos recursos (financeiros, humanos e logísticos). 
 
 
- Os três Poderes da República: Legislativo, Executivo e Judiciário 
 
A Constituição Federal de 1988 consagra os princípios regentes das organizações dos 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário em seu Título IV, acrescentando ainda as funções 
essenciais à Justiça, do Ministério Público, da Advocacia Pública, da Advocacia e da 
Defensoria Pública. 
5 
 
Mas como se organizam os Poderes da República? Pode um Poder se sobrepor a 
outro? 
 
A resposta para esta questão encontramos na Teoria da Separação de Poderes: 
durante o século XIX, os teóricos se preocuparam com a estrutura do poder, de forma que a 
Teoria da Separação de Poderes foi o modelo encontrado para evitar a concentração de 
poderes nas mãos de um Poder soberano, como acontecia na Constituição de 1824, quando 
havia o Poder Moderador. 
 
A Teoria da Separação Tripartite de Poderes foi idealizada pelo teórico iluminista 
francês Montesquieu, sendo incorporada, aqui no Brasil, pela primeira vez, na Constituição 
Republicana de 1891. 
 
Na Constituição Federal de 1988, encontramos esta separação de Poderes no artigo 2º, 
quando menciona: 
 
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
 
Muito embora mencionemos que os Poderes sejam independentes e harmônicos entre 
si, por meio da existência de um sistema de freios e contrapesos, isso não significa que esta 
divisão seja absoluta. 
 
Desta forma, em sentido prático, cada Poder da República (Executivo, Legislativo e 
Judiciário) possui funções primárias (Executivo – administrar a coisa pública; Legislativo – 
elaborar as leis; e Judiciário – julgar as demandas que lhes são submetidas, ou seja, o Estado-
Juiz exerce a sua função jurisdicional), mas isto não significa que também não exerçam outras 
funções que, em um primeiro momento, seriam de outro Poder da República. 
 
Vamos exemplificar com as funções do Poder Judiciário: 
 
A função típica do Poder Judiciário é julgar as demandas que lhe são submetidas, 
inclusive aquelas que a própria Administração Pública seja parte, com independência e 
imparcialidade, para fazer valer a Constituição e as leis do país. 
 
Contudo, o Poder Judiciário também exerce outras funções, a que denominaremos de 
atípicas, ligadas às funções de natureza legislativa e administrativa. 
 
Um exemplo de função atípica administrativa exercida pelo Poder Judiciário diz respeito 
ao provimento de cargos de juiz de carreira na respectiva jurisdição (artigo 96, inciso I, alínea 
“c”, CRFB/88), enquanto a função atípica legislativa reside na elaboração dos regimentos 
internos dos Tribunais (artigo 96, inciso I, alínea “a”, CRFB/88). 
 
6 
Veremos no próximo Módulo II os aspectos históricos relacionados ao Poder Judiciário; 
suas atribuições; seus órgãos componentes e estrutura.

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