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Introdução ao Processo
Aula 01
06/02/13
Professora: Maurita Baldin Altino Teodoro
Bibliografia: Teoria Geral do Processo – CINTRA, GRINOVER, DINAMARCO (auxiliar). A professora prefere o livre do Humberto Teodoro Jr – Teoria Geral do Direito Processual. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil – SANTOS (mais básico).
Direito, lide e Processo.
Conceito de Direito: seria impossível a convivência social sem uma normatização para que se procure uma harmonia social, fugindo assim da autotutela. Assim surge o Direito como um conjunto de normas positivas e abstratas que diante de um conflito concreto são aplicadas (subsunção do fato à norma).
Tais normas precisam ser obrigatórias, pois seu caráter abstrato necessita de uma ‘força’ impondo sua aplicação. Visto que o conflito provém de uma resistência.
Conceito de Lide: é vista como conflito. Sendo que as normas são aplicadas de forma coercitiva na solução de lides. Quem pode impor tal obrigação será sempre o juiz.
A expressão ‘Estado-juiz’ representa o juiz representando o Estado na pacificação dos conflitos, impondo as normas no caso concreto para que não haja mais a lide. A sua decisão é dada por meio de sentença do ‘Juiz Togado’ (concursado) que possui Poder de Polícia conferido pelo Estado.
Como não se permite a justiça pelas próprias mãos. Quando há um conflito é preciso haver quem o resolve. Por isso quando se fala de jurisdição como um poder-dever do Estado em dizer o Direito (solucionar o conflito), pois a parte não pode ficar sem essa solução.
O Estado possui três funções / atividades:
Função Administrativa: é a gestão do Estado com relação aos serviços públicos postos a disposição da sociedade. Quem a representa e desenvolve é o Poder Executivo.
Função Legislativa: tem por objetivo traçar / fazer as normas em abstrato – são gerais, para qualquer um. Essa função é realizada pelo Poder Legislativo. Também cria as normas de conduta, dizendo como a sociedade e as pessoas precisam se comportar.
Função de Jurisdição: é a pacificação / solução de conflitos (lides). Somente o Poder Judiciário possui o direito de dizer como será solucionado o conflito – mesmo que o conflito envolva o Estado.
Direito resistido: só há lide (conflito) se houver o Direito resistido. Ou seja, uma resistência de um ao direito de outro. Por exemplo, num furto há resistência de um para com o direito de propriedade de outro.
Processo: Com a existência do direito resistido, é necessário instrumentalizar o pedido diante do Judiciário – isso é feito pelo Processo. Este é um método para que se possa ter a composição da lide.
Também pode ser denominado de Instrumento para solução do conflito. Ele é a forma de concretizar e instrumentalizar o pedido de direito resistido. Também é um conjunto de atos processuais (petição inicial, citação, defesa, audiência, sentença). Todos esses atos são interligados e dependentes, de modo que a nulidade em um deles contamina os subsequentes (nulidade de um processo é sempre ‘pra frente’). De modo que esse conjunto de atos forma o processo. Quando há uma nulidade muito grave e significativa há possibilidade de ação rescisória.
Introdução ao Processo
Aula 02
07/02/13
Direito, Lide e Processo.
Direito: conjunto de normas em abstrato (normas de conduta). Em ocorrendo o fato em concreto, o juiz aplica a norma que já existe em abstrato ao fato concreto (subsunção).
O Poder Judiciário pelo Juiz (juiz de Direito; togado; Estado-juiz) atua na aplicação da norma de conduta ao fato concreto. De modo que ele não cria as normas, somente as aplica. Sendo que o juiz possui o ‘dever de jurisdição’, não podendo se escusar de julgar determinada ação de sua competência, mesmo que não haja lei para tanto, deverá se valer de outras fontes do Direito para fundamentar sua decisão (toda decisão judicial deverá ser fundamentada), dando respostas às partes da lide.
Lide: conflito entre duas ou mais pessoas. O Direito trabalha muito com a lide, pois ele trabalha com as pessoas que estão em conflito – mesmo que seja um trabalho somente de orientação, mas muitas vezes há o trabalho de dirimir tais conflitos. Sempre quando há conflito há um direito resistido.
Processo: é o método que instrumentaliza o conflito, no sentido de formalização e instrumentalização dessa lide. É o conjunto de atos (petição inicial, citação, defesa, audiência, sentença) que forma o processo.
Formas de Solução de Conflitos
Conceito: são as maneiras que existem para solução de litígios. Há diversas formas: autotutela; autocomposição; arbitragem e processo. Esses são meios de solucionar um conflito.
Autotutela: é a ‘justiça pelas próprias mãos’. Também conhecida como autodefesa, não existe mais no ordenamento jurídico. Era aceita e legitimada na época primitiva da civilização (não havia Estado, normas), prevalecendo a lei do mais forte. As próprias pessoas no conflito se resolviam entre si, não havia um terceiro (juiz) para intervir nessa solução. Dois traços fundamentais da caracterização da autotutela são: ausência de um juiz distinto das partes e a imposição da decisão por uma das partes a outra parte (a parte mais forte impõe sua decisão).
Autocomposição: outra forma de solução. Também no início da civilização ela existia, estando muito próxima de uma conciliação / mediação na qual uma das partes renuncia de seu direito (ou parte desse direito), podendo ser que a outra parte reconheça o direito dessa pessoa. “Quando um não quer, dois não brigam”.
Há uma diferenciação porque na mediação e conciliação há um terceiro que auxilia na composição, de modo que a princípio a autocomposição é feita pelas duas partes (não há imposição de um terceiro, no máximo um auxílio).
Há também direitos que não podem ser parte de uma transação, por exemplo, quando há um caso envolvendo menor. De modo que a arbitragem só ocorre quando há direitos disponíveis.
Dentro da autocomposição há três formas: desistência (renúncia da pretensão); submissão da outra parte (submetendo-se a vontade de outro); transação (concessões recíprocas – equilíbrio entre as partes / concessão recíproca).
Arbitragem: há um árbitro que funciona como um juiz, mas ele não é um juiz de Direito. Não necessariamente é um advogado, mas ela precisa de um conhecimento técnico, pois o procedimento de arbitragem se assemelha a um processo, mas não está dentro do Poder Judiciário. Há vantagens na arbitragem porque são soluções de conflitos de forma mais rápida, sigilosa.
O árbitro não possui poder coercitivo, ele dá sua sentença arbitral, e em caso do descumprimento por uma das partes, há acionamento do Poder Judiciário, iniciando-se o processo para que se cumpra a sentença. A Câmara de Arbitragem é uma espécie de empresa privada, sendo uma pessoa jurídica. 
Introdução ao Processo
Aula 03
14/02/13
Formas de Solução de Litígios
Autotutela: um usando as forças contra o outro.
Autocomposição: as partes (sozinhas) entram em acordo.
Arbitragem: passa a surgir a figura de um terceiro (com a ideia de imparcialidade) para solucionar o conflito. A partir do momento que as partes dão ao terceiro o poder decisório, será a decisão deste que valerá. Portanto a sentença arbitral tem título executivo (ela pode ser executada caso seja descumprida; nesse caso passa a ser um processo). De modo que sempre que aja necessidade de usar meios executivos, é necessário o judiciário, pois o árbitro não possui poder de polícia.
Não confundir com ‘mediador’. Este não soluciona o conflito, apenas procura convencer as pessoas a chegarem num acordo. Mas por ser um terceiro, não se caracteriza a autocomposição, mas também não possui poder decisório. Geralmente se usa mediação quando a relação provavelmente irá perdurar após o conflito – por exemplo, em problemas de família.
Processo: as normas processuais são o método (forma) de se aplicar as normas abstratas de conduta dadas pelo Direito material. De modo que o processo não é só um conjunto de atos judiciais, mas também é um método como meio de obtenção do Direito Material.
É o processo que dá omeio para que se dê a jurisdição, ou seja, para que o juiz diga o Direito e solucione os conflitos. A partir do momento que o Estado impede que se faça justiça por meios próprios, ele precisa fornecer formas para solução de conflitos, e ele o faz por meio do Estado-juiz e o processo.
Também é um terceiro (juiz) que soluciona o litígio. Vai se instaurar quando as partes em conflito (há um fato + norma abstrata de conduta).
É onde se estabelece uma Relação Jurídica entre as partes, e também com o juiz. Essas partes vinculadas entre si + o juiz têm direitos e deveres, por isso que se diz que o processo não é só um conjunto de atos, mas que também implica ne
Definição doutrinária: o processo é uma série de atos coordenados e regulados pelo Direito Processual, através dos quais se leva a cabo o exercício da jurisdição (o Estado representado pelo juiz para dizer o Direito), esta vai se exercer por meio do processo, que é – também – um instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução.
Objeto: será sempre o pedido que a ‘parte’ formula para o juiz (que representa o Estado). É ali que a parte revela a demanda, a controvérsia.
Legislação: é a criação de normas de conduta.
Jurisdição: busca da realização prática das normas de conduta trazidas pela legislação.
Diferença entre Direito Processual e Material
Definição: o direito processual pode ser definido como complexo de normas e princípios que regem o método de trabalho. São regras que regem tanto a ação quanto a defesa do demandado. 
O Direito Material e o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (Direito Civil, Penal, Administrativo, Trabalhista).
O Direito Processual está a serviço do Direito Material, pois todas as regras de ação, prazo, jurisdição são ditadas pelo Direito Processual em prol de se alcançar o Direito Material. Por isso há tendências doutrinárias de privilegiar o Direito Material, de modo que quando há regras processuais que se não respeitadas que não lesam as partes, o que valerá mesmo é o direito material. O novo Código Civil procurou diminuir algumas formalidades processuais para que não se atrapalhasse o alcance do direito material.
Cognição: no sentido de conhecimento. O processo de cognição é quando o juiz dirá o Direito.
Execução: é quando se cumpre o Direito que foi dito e declarado no processo de cognição.
Direito Processual Público: o Direito Processual é dito como público, pois as normas de processo não são feitas apenas para o interesse das partes, mas principalmente para garantia da própria justiça, de modo que mesmo que ambas as partes sejam privadas, o direito processual que as rege ainda será público.
Direito Processual Autônomo: ele possui autonomia, não visto mais como apêndice do direito material, mas sim como um apoio a ele. Pois a natureza e o objeto entre eles são diferentes.
Introdução ao Processo
Aula 04
20/02/13
Direito Processual
Características:
Natureza jurídica: possui natureza de Direito Público, pois determina as formas como se chega ao direito material. Ele não serve apenas as partes em conflito (relação privada entre as partes), a relação que se forma no dever do juiz de solucionar o conflito (jurisdição) é eminentemente pública, pois é uma forma de proteger toda sociedade. De modo que mesmo que o interesse das partes seja a solução do conflito, para o Estado o interesse é a pacificação do conflito (pois o Estado não permite a autotutela, sendo ele mesmo que tem a obrigação de fazê-lo). O acesso à justiça é tido como um direito constitucional; também é direito que a decisão seja rápida.
Autonomia: é sua autonomia com relação ao direito material (direito substancial). É inegável a diferença de natureza, e ao mesmo tempo de objetivo: o material define regras; o processual define as formas para que se alcance o direito substancial. O direito processual serve ao material, e quando houver uma irregularidade processual que não traga prejuízo para nenhuma das partes, em busca do direito material, o juiz pode abrir mãe de tal regra processual. Pois o direito processual deve sempre servir para a busca do direito material, e não meramente buscar a perfeição processual. O direito processual não existe para atrapalhar o direito substancial, mas sim para materializá-lo. Enquanto o Direito Material cuida do estabelecimento de normas reguladoras das relações jurídicas entre as pessoas, o Direito Processual visa regulamentar uma função pública estatal. Seus princípios, todos ligados ao direito público a que pertencem, são totalmente diferentes, portanto, daqueles outros que inspiram o direito material, quase sempre de ordem privada. Funciona o Direito Processual Civil como principal instrumento do Estado para o exercício do poder jurisdicional.
Uno: se a jurisdição é única, pode-se dizer que o direito processual (que serve à jurisdição) também possui essa unicidade. O objetivo, a finalidade do direito processual é o de resguardar a própria ordem jurídica, de modo que, ao pacificar os litígios, o órgão jurisdicional cumpre função eminentemente pública, assegurando o império da lei e da paz social.
Fontes do Direito Processual Civil
Conceito: são as mesmas do Direito em geral. Há dois tipos de fontes (de uma maneira mais geral): fontes imediatas e mediatas.
Fontes Imediatas: ou Diretas. São as fontes mais próximas, são elas: Leis infraconstitucionais, Constituição, Tratados Internacionais e costumes.
Fontes Mediatas: são elas: doutrina e jurisprudência.
Em razão do caráter público do direito processual civil, a lei é sua principal fonte. Mas não são raros os casos, em que não haja lei específica, que o juiz decida buscando doutrinas e princípios. Estes não constam com fontes porque são tidos como base, como fundamento.
Jurisprudência: são os julgados de forma reiterada. São decisões reiteradas dos tribunais num mesmo sentido, sejam de segunda instância, STJ ou STF. Pois quando a lei não é clara, ou mesmo não exista, e o tribunal sempre trate aquele caso da mesma forma, forma-se jurisprudência sobre tal assunto.
Súmula: não é considerada lei. Podendo ser aplicada ou não (exceto no caso das súmulas vinculantes).
Doutrina: é o entendimento dos grandes cientistas, fazendo uma ‘melhor’ interpretação da lei, que muitas vezes é confusa.
Lei Processual: a lei processual civil é aquela que regula o processo civil. Não apenas regula a forma, os modos e os termos do desenvolvimento da relação processual, ou da tramitação do processo em juízo. Mas também vai trazer regras de organização da jurisdição, ou seja, a distribuição de atribuições em que os componentes dos órgãos judiciários, horário de funcionamento dos serviços forenses, competência dos juízes e dos seus auxiliares; também trará regras sobre a forma e a dinâmica do exercício da ação em juízo (procedimento).
Ainda são trazidos os princípios gerais e normas de interpretação da função jurisdicional e do exercício do direito de ação, como por exemplo: as condições e os pressupostos processuais de uma ação; as faculdades das partes num processo; os meios de provas que são aceitos no processo civil.
Na maioria dos ordenamentos, as normas processuais estão compiladas em códigos. Mas também há leis esparsas que vão atualizando e modificando as normas desses códigos. E há também as leis extravagantes, que são leis processuais que não fazem parte do corpo do código, por exemplo, a Lei de Recuperação Judicial (L. 11.101/05) traça toda tramitação de recuperação, caracterizando-se como processual, mas não está inclusa nos artigos do CPC.
Constituição: a constituição e os tratados internacionais também são considerados fontes. Pois neles há princípios que são basilares do processo (por exemplo, o princípio da celeridade processual). E quando o país é signatário de um tratado internacional, a lei local não poderá ir contraesse tratado.
Introdução ao Processo
Aula 05
21/02/13
Princípios Informadores do Direito Processual Civil
Conceito: de extrema importância porque são utilizados em quase todas as fases do Direito. O estudo dos princípios é extremamente importante em qualquer plano do Direito. Os princípios são fundamentais por serem a base do Direito, de modo que se uma norma for criada em conflito com um princípio, será considerada inválida.
Princípios são preceitos fundamentais que dão forma e caráter aos sistemas processuais. Os princípios, ainda, são o caminho para se alcançar o estado ideal de coisas visado na aplicação do conjunto de normas analisado, ou seja, muitas vezes quando a norma é de difícil entendimento, o uso dos princípios pode esclarecer tal entendimento ou apontar falhas normativas.
Alguns princípios são básicos para todo ordenamento, independentemente das disciplinas. Mas há também os que são específicos de cada área. No caso do Direito Civil há princípios constitucionais (presentes em todo ordenamento) e princípios processuais específicos.
A formação dum princípio possui diversas conatações: éticas, sociais e políticas. Isso porque o princípio reflete o que a sociedade pretende. De modo que não são apenas dogmáticos e técnicos. Por exemplo, o princípio da lealdade processual (as partes não podem faltar com o dever da lealdade, podendo ser penalizadas como litigantes de má-fé) aponta para questões morais e éticas.
Os princípios não são negociáveis. Qualquer decisão em contrário a um princípio é nula. O princípio que existe deve ser respeitado, não cabendo interpretação. O princípio dá sustentação a uma norma / decisão. Ele as legitima.
Princípios Gerais: Legalidade; Lógico; Dialético; Político. São gerais devido ao fato de vivermos num Estado Democrático de Direito. Podem ser chamados de ‘Universais’. Há divergência quanto à divisão e nomenclatura dos princípios.
Princípio da Legalidade: o Estado é regido por uma constituição democrática, figurando entre os direitos do homem a garantia fundamental de que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II, CF).
Esse princípio vale para limitar o exercício do poder público em qualquer terreno de atuação, assegurando, assim, a todos “a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade”. (art. 5º, CAPUT, CF)
Tudo o que for cobrado de uma pessoa, pelo princípio da legalidade, deve estar previsto em lei. E mesmo uma lei que esteja em vigor que desrespeite algum preceito constitucional não deverá ser seguida, de modo que essa norma não teria validade para obrigar qualquer pessoa. O mesmo vale para uma decisão judicial, que sempre deverá ser amparada por um a norma jurídica para que tenha validade cogente.
O princípio da legalidade está expresso no artigo 126 do CPC. Dispondo que “ao juiz no julgamento da lide caberá aplicar as normas legais”. Somente quando não houver é que ele deverá recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de Direito.
Princípio Lógico: é aquele que impõe aos atos e decisões das autoridades públicas uma sustentação racional, de modo que ao aplicar a lei e ao proferir uma decisão isso deve ser feito dentro da racionalidade. Ou seja, no processo, o princípio lógico se cumpre por meio da exigência de serem as decisões judiciais devidamente fundamentadas, sob a pena de nulidade. (art. 93, IX, CF)
Toda decisão judicial deve ser lógica, ou seja, na medida do poder-dever jurisdicional, qualquer decisão deve ser fundamentada para que fique explícita a conexão lógica entre o fato e a decisão proferida. Por isso os requisitos da sentença são: relatório (histórico resumido do processo); fundamentação (nela se dá o aspecto lógico) e dispositivo da sentença (conclusão; deferindo ou não o pedido).
Princípio Dialético: assemelha-se com o lógico. Ele é a lógica da razoabilidade, ou seja, dentro do debate jurídico o juiz, na hora de decidir, deverá ficar adstrito naquilo que o autor ou o réu alegaram. O juiz poderá dar uma melhor interpretação ao que foi dito.
Princípio Político: retrata a sujeição do juiz ao dever de dar efetivo cumprimento, por seus atos decisórios, às normas, princípios e valores com que a constituição organiza, soberanamente, o Estado Democrático de Direito.
A sentença não pode representar apenas a aplicação das leis vigentes. Acima de tudo fazer efetivos os direitos e princípios fundamentais, otimizando os critérios de interpretação e aplicação do Direito, de modo a tornar o processo não apenas um instrumento de aplicação concreta das leis. Mas sim de realização da justiça prometida e assegurada pela constituição federal.
O juiz quando for aplicar qualquer norma, proferindo suas decisões, ele deve se arguir se aquela sentença é justa tendo em vista os valores constitucionais, e não somente se ela corresponde a aplicação da norma ao fato.
Princípios Específicos do Processo Civil
Conceito: a maioria deles está previstos na CF (princípios constitucionais), os demais estão previstos no CPC.
Introdução ao Processo
Aula
27/02/13
Princípios Específicos do Processo Civil
Conceito: há princípios trazidos pela própria CF (Princípios Constitucionais) e pelas demais legislações (Princípios Infraconstitucionais).
Princípio do Devido Processo Legal
Conceito: ele assegura a um processo judicial, ou seja, ninguém será julgado e condenado sem passar por um processo, sem ter direito a um processo. Está dentro das garantias individuais. Toda pessoa julgada deverá passar por todo o trâmite processual antes de sofrer qualquer sanção.
De modo que esse é um princípio aplicado ao Processo Civil, mas que tem seu escopo na CF.
A EC 45/2004 trás que o cidadão tem direito não só a um processo, mas também tem o direito de assegurar um processo justo e de razoável duração de tempo. De modo que além do acesso a justiça, a pessoa tem direito a um processo com duração razoável de tempo. Diante disso não é qualquer processo considerado como justo, além de todos os ritos processuais necessários, ele deverá ter duração razoável, essa razoabilidade é calculada pela complexidade do processo, não há um padrão a ser considerado. A demora processual pode gerar injustiças, pois quando a sentença sair, poderá não surtir mais efeitos.
A ampla defesa e o contraditório também estão ligados ao devido processo legal.
Princípio Inquisitivo e Dispositivo
O Princípio Inquisitivo caracteriza-se pela liberdade da iniciativa conferida ao juiz, tanto na instauração da relação processual, como também no seu desenvolvimento.
Em regra, o judiciário é um poder inerte. Mas a partir do momento que o processo entrou no judiciário, há responsabilidade do juiz. O inquisitivo diz respeito de o juiz tomar a iniciativa pela busca da ‘verdade real’, independentemente da iniciativa (colaboração) das partes. Por exemplo, um juiz pode requerer uma perícia sem que nenhuma das partes tenha requisitado anteriormente.
Já o Dispositivo atribui às partes toda a iniciativa, seja desde a instauração do processo, seja no impulso (desenvolvimento) desse processo. As provas, por exemplo, num processo são totalmente de iniciativa das partes. O juiz funciona como um mero espectador; são as partes que estão movimentando todo o aspecto jurídico.
O Processo Civil brasileiro possui um aspecto misto. Modernamente, nenhum dos dois princípios merece mais a consagração dos códigos em sua pureza clássica (pureza total). Ou seja, um código atual não segue totalmente um princípio ou outro.
Hodiernamente, as legislações processuais brasileiras são mistas e apresentam preceitos, tanto de ordem inquisitiva, quanto de ordem dispositiva. Por exemplo, se o interesse do conflito é privado (patrimonial – por exemplo), em determinado momento as partes podem dispor desse direito (princípio dispositivo). Mas num processo também poderá haver um juiz determinando uma perícia (“de ofício”) independentemente das partes (princípio inquisitivo).
Princípio do Contraditório e da Ampla DefesaO processo considera sob o prisma da ‘igualdade’ ambas as partes litigantes. Então elas possuem poderes e deveres iguais. Isso acontece de modo tal que numa audiência mais complexa ambos devem ser assistidos por advogados.
O Contraditório consiste na necessidade da pessoa perante a qual será proferida uma decisão, que seja garantido a ela pleno direito de defesa e de pronunciamento durante todo o curso do processo. De modo é garantido que a pessoa possa se pronunciar em sua defesa, de modo que quando há um réu que não obteve prazo para apresentar sua contestação, há afronta ao contraditório.
Esse princípio deve ser sempre observado, sendo um princípio absoluto, se não for observado em qualquer parte do processo, causará nulidade total dele. Submetem-se a ele tanto as partes quanto o juiz.
Quanto à Ampla Defesa, as partes têm direito à informação. Ou seja, isso obriga o juiz a informar à parte todos os atos realizados pela parte contrária. Por isso a parte não pode ser surpreendida, de modo que nunca será juntado algo a que a parte contrária não tenha tempo para se manifestar. Portanto está em voga a informação e a manifestação da parte.
Há o “cerceamento de defesa” se algum desses princípios for negado. Mas se houver a juntada de um documento, e a parte interessada não for informada e nem perceber essa juntada, indicará que esse documento não teve grande influência na decisão, havendo a preclusão dessa falha processual.
A citação é o chamamento para que o réu tenha conhecimento que há uma ação contra ele, por ela ele é chamado para participar do processo – não é uma obrigatoriedade, mas se ele não contestar será prejudicado porque a verdade do autor é a que prevalecerá. Só ocorre citação no início do processo, só há uma então. Na justiça do trabalho a citação é denominada notificação.
No caso da intimação é a mera ciência de qualquer ato do processo. De modo que pode haver várias intimações durante um processo.
Introdução ao Processo
Aula 07
28/02/13
Princípios Gerais Específicos do Direito Processual Civil
CONT.
Princípio da Recorribilidade / Duplo grau de jurisdição: todo ato do juiz que possa prejudicar o direito ou interesse duma parte deve ser recorrível, ou seja, deve haver a possibilidade de recurso para evitar falhas (que são inerentes ao ser humano).
Esse princípio não é tratado na CF ou no CPC de maneira clara como princípio, entende-se como tal pela própria organização do Poder Judiciário. De modo que ele não é diretamente garantido pela CF.
Em alguns casos não há o duplo grau de jurisdição. Por exemplo, numa ação rescisória (que não é recurso) já se começa no tribunal.
A ideia da recorribilidade é a de reforma ou revisão da decisão de primeiro grau. A respeito da dualidade, ela existe porque há dois juízes ‘diferentes’, primeiramente há um ‘juiz da causa’ (1º instância) que é quem operacionaliza todo o processo (a 2º instância não realiza várias coisas, como a tomada de provas).
É também inerente ao ser humano a insatisfação a respeito de uma decisão, de modo que também por causa disso existe essa possibilidade recursal.
A sentença de 2º grau – acórdão – substitui integralmente a sentença do 1º grau. A validade é do acórdão, de modo que quando se inicia as vias executivas do processo, já se toma o acórdão e não se comenta sobre a decisão do 1º grau.
Princípio da Boa fé e lealdade processual: é um princípio bem infraconstitucional, está mais dentro do CC (art. 16 a art. 18). Trata a respeito da litigância de má-fé.
Tanto o Estado quanto às partes conjugam esforços para a solução dos conflitos. O Estado tem o objetivo de solucionar o conflito, e as partes têm interesses próprios. E como há interesse público no processo, há a preocupação que todas as partes envolvidas no processo ajam de boa fé, isso serve para todo mundo dentro do processo (partes, juízes, MP).
De modo que aquele que busca o judiciário para conseguir algo que não é correto, acaba por ser punida por esse princípio, podendo ter que pagar todas as custas de todo o processo, além de outras medidas. A lei não tolera a má-fé e ela ‘arma’ o juiz de poderes para atuar de ofício contra a fraude processual.
Aqui prevalece o Princípio do Dispositivo, ou seja, se o juiz perceber a má-fé, ele deve agir de ofício, não podendo ser omisso, pois ele é o principal para zelar pelo processo (ele o preside).
Princípio da Verdade Real: o processo evoluiu muito no sentido de não levar tanto em considerar a parte formal, mas sim a verdade material dele.
Ele era utilizado muito mais no Direito Penal, pois se buscava a verdade real sobre um fato (disso decorre o IN DUBIO PRO REO). Atualmente no Direito Civil há essa busca, mesmo que o processo possua interesses privados, o juiz deve ter uma certeza do que aconteceu, não apenas se respaldar por indícios de prova.
Princípio da Oralidade: muito utilizado pela Lei 9099/95 (rito de juizado – Lei dos Juizados Especiais) e pelo rito sumário do CPC (menor número de atos para a celeridade do processo). São causas de menor valor e de menor complexidade, podendo haver um processo mais conciso – com menor número de atos – pois ainda assim o juiz terá fundamentos suficientes para julgar.
Esse princípio fala da oralidade porque há uma concentração de atos num mesmo julgamento, e que ocorrem de forma oral.
A discussão oral da causa, ou audiência, é muito importante para concentrar a instrução (coleta de provas) e julgamento do processo no menor número de atos processuais.
Introdução ao Processo
Aula 08
06/03/13
Princípio da Publicidade
 (art. 93, IX, CF).
Conceito: a justiça não pode ocorrer em segredo, em regra, todos os processos devem ser públicos. Não pode haver um sigilo dentro da justiça, pois o juiz presta serviço público em sua atividade jurisdicional.
O segredo de justiça é uma exceção. Por vezes acontece quando há necessidade de preservação da intimidade das partes envolvidas no processo. Isso acontece em geral nos casos que envolvem família ou menores.
O segredo de justiça não pode se sobrepor ao interesse público. Por exemplo, no início da ação contra o MENSALÃO tentou-se que corresse em segredo de justiça, mas o interesse da sociedade era muito maior que isso. De modo que se entende que nesses casos (corrupção e crimes, por exemplo) a intimidade tem menor peso que o interesse público.
Nada impede que no início do processo peça-se ao juiz que corra em segredo de justiça. De modo que dependendo dos casos e dos fatos, não se sobrepondo ao interesse público, o segredo poderá ser decretado. Somente advogados com procuração podem ter acesso a ele.
O direito à informação das partes de todos os atos do processo diz respeito também ao princípio da publicidade. Ainda o contraditório e a ampla defesa possuem correlação com a publicidade, pois a pessoa só pode se defender se souber do que está sendo acusada. Por estar garantido na CF trata-se de um princípio constitucional.
Princípio da Economia Processual
Conceito: o ideal do processo é que a justiça seja célere e de baixo custo às partes. Esse princípio diz respeito à economia de atos e situações dentro do processo para que ele seja solucionado em um tempo menor, e que também haja um custo menor para todos os envolvidos.
Quanto menos atos, quanto menos postergar a solução do processo (cabendo até ao juiz já analisar desde logo a petição inicial defeituosa já a barrando de início, e também procurar aglutinar o maior número de atos na mesma audiência), mais barata ela será.
Mas evidentemente o contraditório e a ampla defesa não podem ser mitigados com vistas a essa economia processual.
Ainda relacionada com esse princípio há a existência da assistência judiciária, defensoria pública na forma de Justiça Gratuita, dando acesso de baixo custo à pessoa com menos condições.
Princípio da Duração Razoável do Processo
Conceito: é um subitem do princípio da economia processual. Principalmente a partir da EC 45/04 passou a garantir essa durabilidade razoável do processo. Garantido constitucionalmente.
É importante que nãofalte harmonização entre a celeridade processual e o respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. E também atos procrastinatórios de má-fé durante o processo devem ser encarados como tais pelo magistrado e suprimidos do processo.
Princípio da Eventualidade / Preclusão
Conceito: relaciona-se com a intempestividade – manifestação fora da parte. Por esse princípio da eventualidade, cada faculdade processual deve ser exercida dentro da fase adequada, sob a pena de se perder a oportunidade de praticar o ato respectivo.
Esse princípio diz que se a pessoa tem um prazo, tudo deverá ser feito dentro dele. Dificilmente há justificativas para que se protocolar fora do prazo. De modo que a eventualidade diz respeito a aquele momento, devendo aproveitar aquele momento, se não se perde sua chance.
Caso o prazo não seja respeitado há a preclusão. Esta consiste na perda da faculdade de praticar um ato processual, quer porque já foi exercida no momento adequado, ou porque a parte deixou encerrar a fase sem fazer uso do seu direito. Então o que está precluso é porque perdeu o prazo para o ato.
Introdução ao Processo
Aula 09
07/03/13
Institutos Fundamentais do Processo Civil
Esses institutos podem ser considerados como quatro: jurisdição; ação; defesa; processo. Os institutos fundamentais são aqueles que constituem o arcabouço (o esqueleto, o principal) da ciência. Todas as normas de cunho processual estão relacionadas ou têm por objeto um desses institutos.
Todo o conteúdo do processo civil se relaciona com ao menos algum desses institutos.
Jurisdição: é uma das funções do Estado (Judiciária), sendo a função de solução dos conflitos; a atividade de dizer o Direito. Como uma dessas funções do Estado, possui uma característica de substituição (substutividade) no sentido de substituir as partes na solução do conflito. Ou seja, na época da autocomposição eram as próprias partes que solucionavam o conflito, mas na modernidade é o Estado que substitui essas partes para solucionar a lide. Por isso que uma das características da jurisdição é essa substituição na figura do juiz como um terceiro solucionando o conflito. Essa substituição se relaciona diretamente com a imparcialidade de quem está decidindo.
Em toda lide há um conflito que é colocado em face do Estado, de modo que não há um conflito ‘direto’ entre as partes, de modo que primeiro a pessoa trás a lide para o Estado e este que chama o réu. O juiz quando é acionado para a solução da lide, ele o faz por meio do processo. Este é ‘aberto’ pela petição inicial do autor que a partir de então haverá outros atos.
Ação: fala-se em ação como sinônimo do direito de demandar, isto é, de ingressar em juízo para obter do judiciário uma resposta a toda e qualquer pretensão a ele dirigida.
Num sentido mais restrito, a ação é um direito a uma resposta de mérito do judiciário.
Antes o direito de ação era confundido com o direito material, mas hoje há um conceito autônomo desse direito de ação – direito de requerer ao juízo. O réu também possui esse direito, na forma de expor sua defesa. Essa diferenciação ocorre porque o fato de se entrar com uma ação não significa que a pessoa terá direito a aquilo que está pedindo.
Defesa (ou exceção): é a possibilidade do réu de contrapor-se (ir contra) à pretensão do autor. É o direito de resposta dado ao réu para se defender. Há três diferentes tipos de respostas dadas pelo réu:
Contestação: defesa principal do réu – contradiz aquilo que o autor falou;
Exceção: em regra geral o foro competente é o do domicílio do réu; de modo que há incompetência relativa quando há um problema apenas territorial, podendo haver essa exceção de competência alegando que o juiz competente é o do foro de seu domicílio – é uma defesa que não entra no mérito da questão;
Reconvenção: ocorre quando o réu tenta ‘inverter’ a ação, apontando que é o autor quem cometeu a ilegalidade. É a ação do réu contra o autor no mesmo processo.
Processo: é o instrumento da jurisdição, é o modo de oferecer a atividade jurisdicional. Para que o Estado, através dos seus juízes, decida a lide; só o fará por meio do processo.
Para que o juiz possa aplicar a lei ao caso concreto, é necessário existir o processo como meio de instrumentalizar isso. Esse processo é o conjunto de atos que vão se sucedendo e formando tal processo.
Por meio desses atos encorreados, sucessivos, é que o juiz dará a solução para aquela lide. Os atos processuais pertencem ao processo. Eles são encadeados, sucessivos, interligados – um dependendo do outro. De modo que quando há um ato com falha, os atos consequentes estarão também maculados.
Há uma forma como esses atos ocorrem no processo, essa forma é denominada “procedimento” ou “rito processual”. De modo que o rito processual é a forma como os atos ocorrem no processo. Se os atos ocorrem de forma mais extensa e maior número de atos, há o rito ordinário – ocorre quando a causa é mais complexa, ou possui um valor relacionado maior. Quando há um menor número de atos há o rito sumário – ocorre com causas mais simples, por exemplo, cobrança de condomínio. Há o rito especial, que não é uma causa nem do rito ordinário nem do sumário; um exemplo é a Lei 9099/95 – anteriormente era denominado de rito sumaríssimo, mas isso não é mais utilizado (somente existe na justiça do trabalho).
O processo ainda abrange a relação jurídica que se estabelece entre as partes, e entre elas e o juiz; na qual sobrelevam poderes, deveres, faculdades e ônus. Ou seja, além do processo ter uma junção de atos, e um instrumento para solução da lide, ali também se inicia uma relação jurídica entre todos os envolvidos daquele universo. Todos possuem direitos, deveres, poderes (principalmente por parte do juiz) e ônus (o réu não tem obrigação de se defender, mas sabe que terá um ônus de que tudo o que o réu disse é verdade – ou seja, a defesa não é um dever, mas sim um ônus).
Introdução ao Processo
Aula 10
13/03/13
Jurisdição
Dentro do processo é indispensável que o objeto dele seja verificado, pois ele é o ponto central (núcleo). Tanto que logo na petição inicial o objeto (pedido) já deve ser mensurado ao magistrado. Pois na hora deste julgar a lide, será a petição inicial que limitará essa sentença – qualquer decisão que vá além, menos ou difira do objeto será nula. 
Processo x procedimento: processo é o instrumento por meio do qual a jurisdição se opera. É ainda um método e o sistema que visa compor, solucionar, a lide em juízo por meio duma relação jurídica vinculativa de direito público (ou seja, quando há a lide, essa relação é privada, mas sua solução é de ordem pública porque interessa a toda sociedade). No processo é indispensável a função jurisdicional, pois esta só existe por meio do processo – o juiz só pode desistir se houve um processo.
Processo e procedimento são conceitos diferentes. O procedimento é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. É o meio extrínseco (externo) pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo; é a manifestação extrínseca do processo. O procedimento é os ‘passos’ do processo, de modo que cada forma de processo dará um número maior ou menor de ‘passos’.
O conceito do processo é mais amplo e complexo. Já o procedimento é como o processo se mostra, ou seja, é como caminham os atos que formam o processo. Por exemplo, um processo que trata de ação de alimentos possui um rito diferente de uma ação penal.
Cada processo tem uma forma, eles nem sempre têm a mesma forma, a depender do objeto e do rito o processo terá uma diferente forma.
Características do procedimento: há características do ponto de vista objetivo e subjetivo.
Do ponto de vista objetivo, o que caracteriza o procedimento é a multiplicidade de atos que necessariamente o compõe, todos (atos) coordenados numa verdadeira dependência recíproca, de modo que ‘um’ provoca o outro, e o subsequente é legitimado pelo anterior, todos (atos) em conjunto com um só objetivo final, que vem a ser o provimento jurisdicional capaz desolucionar o conflito jurídico (lide entre as partes). Os atos são entendidos como coordenados e independentes, por isso a nulidade de um anula também os subsequentes. Esses atos têm o objetivo do provimento jurisdicional (solução do conflito das partes).
Do ponto de vista subjetivo, o procedimento se apresenta como obra de cooperação necessária entre os seus protagonistas (partes), uma vez que ele só se estabelece por iniciativa de uma das partes, e só se desenvolve em contraditório com a outra parte (contraparte). Ou seja, mesmo dentro da atividade jurisdicional, o poder judiciário é inerte, instaurando-se a lide somente pela iniciativa de uma parte, mas o procedimento do processo só acontece se a contraparte participa dele. Depende tecnicamente das partes a existência do processo, assim como a determinação do seu objeto. E será com a cooperação delas (partes) que o juiz conhecerá os fatos relevantes da causa, e poderá assim analisá-los juridicamente, em busca da solução do litígio. Assim todos têm a participação e sempre será garantido o contraditório.
Espécies de processo: elas estão de acordo com a tutela empregada no processo, conforme a proteção (tutela) jurisdicional à parte define-se a espécie de processo. Dependendo do tipo de proteção, há o tipo de processo.
A primeira espécie é o processo de conhecimento (cognição), possuindo a função de declarar a vontade da lei. É nesse processo que as partes buscam a sentença. Ou seja, com o processo de conhecimento se busca a primeira decisão do juiz.
Outra espécie é o processo de execução, sendo quando já há uma certeza prévia do direito do credor e a lide se resume na insatisfação (inadimplência) desse crédito. O processo aí se limita a tomar conhecimento da existência do título do credor para em seguida utilizar a coação estatal sobre o patrimônio do devedor, independentemente da vontade deste, realizar a prestação a que tem direito o credor. Enquanto no processo de conhecimento ainda vai se declarar o direito, no processo de execução já há o direito declarado.
Outra espécie é o processo cautelar, quando o processo é utilizado não para uma solução definitiva da controvérsia estabelecida em torno da relação jurídica material que envolve as partes, mas apenas para prevenir, em caráter emergencial e provisório, a situação da lide contra alterações de fato, ou de direito, que possam ocorrer antes que a solução do mérito seja prestada pela justiça. A ação cautelar entra antes do processo de conhecimento, isso para garantir que o direito não se perca. Por exemplo, num divórcio pode haver o processo cautelar de arrolamento dos bens (os bens no rol não podem ser vendidos) caso uma das partes ameace deteriorar o patrimônio vendendo-o.
Introdução ao Processo
Aula 11
14/03/13
Tipos de Processo
Todo processo tende a um provimento (providência) do órgão judicial (juízes e tribunais), com que se realiza a satisfação do direito à prestação jurisdicional. No processo de conhecimento (cognição) esse provimento é a sentença – pois está se buscando o que está certo e o que está errado, o que procede e o que não; no processo de execução é a medida prática (concreta; material) com que se realiza a prestação correspondente ao direito do credor; e no processo cautelar é qualquer medida prática com que se afasta a situação de perigo em que o processo principal se vê envolvido.
O conceito de processo transcende o direito processual, uma ‘vês que ‘é instrumento para o legítimo exercício do poder, e está presente em todas as atividades estatais e mesmo as que não o são (um processo administrativo não é judicial, mas não deixa de ser processo; o mesmo acontece com um processo disciplinar do Mackenzie).
O processo é algo complexo porque ajunta os atos processuais e a relação processual dos sujeitos da relação jurídica processual.
Sujeitos do processo: os principais são: Estado (juiz); demandante e demandado (partes). As partes figuram na relação jurídica, tendo o interesse privado no conflito. O juiz não participa do jogo de interesses (as partes sim – cada uma tem seu interesse), mas comanda toda a atividade processual – além de comandar, o juiz está acima das partes, distingue das partes para que tenha imparcialidade.
O juiz não está no processo em nome próprio, como pessoa física, mas sim na condição de órgão do Estado, sendo agente por meio do qual essa pessoa jurídica (Estado) realiza atos no processo. Quem desenvolve judiciária é o Estado, mas precisa ter um agente em seu nome, nisso entra o juiz como representante do Estado.
O próprio Estado personificado no juiz, não se coloca em pé de igualdade com as partes, e nem atua na defesa de interesses dessas partes que estão em conflito, uma vez que exerce o poder em benefício geral e no cumprimento de sua função de pacificar pessoas em conflito e fazer justiça.
Introdução ao Processo
Aula 12
20/03/13
PROVA VAI CAIR ATÉ ESPÉCIES DO PROCESSO
Objeto da Relação Jurídica Processual
Conceito: toda a relação jurídica, com suas partes envolvidas, busca-se o objeto da lide. Tanto que na petição inicial – instauração da lide pelo autor- o objeto é o núcleo, ou seja, é tão importante que a sentença do juiz é limitada ao que a petição inicial trás (a sentença não pode ser nem além, aquém ou diversa do objeto – podendo ser reformada ou até anulada [caso seja muito incongruente]). 
Objeto: doutrinariamente é divido em primário e secundário. O bem primário é o próprio bem requerido na lide, o próprio objeto de interesse na lide, diz respeito ao que o autor está pedindo e o que o réu está rebatendo.
Já o secundário seria a atividade jurisdicional, o serviço obrigatoriamente prestado pelo Estado na solução desse conflito.
Sujeitos do processo: os sujeitos principais da relação jurídica são: autor (demandante), réu (demandado) e juiz. Este que está equidistante/acima das partes, não possuindo interesse na causa, para que haja imparcialidade, focando sempre na verdade real e solução do conflito.
Mas a doutrina, além dos três principais, considera que existem outras pessoas presentes nessa relação jurídica. Por exemplo, pode houve um LITIS CONSÓRCIO ativo (mais de um autor) ou passivo (mais de um réu). Ou ainda ter uma intervenção de terceiro, que também passa a ser parte do processo (por exemplo, uma seguradora intervém no processo dum segurado). O advogado também é considerado como uma parte ‘secundária’ do processo.
Advogado: O art. 133 da CF diz que o advogado é indispensável na administração da justiça. De modo que a CF garante que desde o início da causa, ou na hora do contraditório o advogado tenha que estar presente.
Considera-se que a atividade de um advogado é privada, mas sua função é pública, visto que ele necessariamente faz parte da atividade processual. Por exemplo, um advogado ‘ad HOC’ pode ser usado para dar andamento ao processo num momento extremo. Pois não há como a parte estar em juízo sem ser assistida por um advogado.
De acordo com a L. 9099/95 JEC, quando houver uma ação de até vinte salários mínimos, a parte pode iniciar o processo ‘sozinha’. Mas caso haja alguma outra defesa, ela necessariamente deverá se valer de advogado.
Introdução ao Processo
Aula 13
21/03/13
Sujeitos do Processo
Cont.
Ministério Público: ele é chamado para atuar no processo quando se envolva uma ação de interesse público, com menores / incapazes, direito de família. Nesses casos o MP é tido como fiscal da lei, não é um autor da ação, ele verifica como está correndo o processo.
Quando houver um menor, o MP também verifica os direitos do menor – por exemplo, numa ação de alimentos a preocupação do promotor não é com os pais, mas sim com a criança.
Poderá atuar como assistente no caso de uma ação penal privada (mediante queixa).
Nos casos da ação civil pública, o MP é considerado autor dessas ações porque estará em defesa de consumidores, de interesses coletivos, de toda sociedade.
De modo que o MP participará do processo como parte ou como fiscal da lei (CUSTUS LEGIS). Inclusive, o processo poderá seranulado se não houver a participação necessária do MP.
Ação
Conceito: no aspecto da ação se analisa o fenômeno do processo com relação ao sujeito (a pessoa). De modo que enquanto o estudo da jurisdição se foca no dever do Estado; no estudo da ação há o foco na parte que pede tal serviço ao Estado.
Como a princípio é vedada a autodefesa, a parte (quando não legitimada) precisa se socorrer do Estado, este que deverá ter sua atuação jurisdicional. O Poder Judiciário é inerte, por isso é necessário que a parte de início ao processo, e essa provocação se dá por meio da ação. De modo que o Direito de Ação é o direito de a parte invocar o Estado para que este atue em sua lide. Esse direito de agir é garantido pela CF.
Alguns doutrinadores consideram que a ação não é só um direito, mas também é um poder que pode ser exercido pela parte. Esse direito ainda não é considerado somente do autor, o réu também possui o direito de ter a prestação jurisdicional, de modo que assim como o autor, o réu também terá o direito de ver o conflito solucionado.
Teoria IMANENTISTA: (clássica) Demorou muito tempo para que o conceito de ação fosse separado do direito subjetivo material, de modo que só se tinha o direito de ação quando já houvesse o direito procedente sob o objeto. Confundia-se o direito de ação com o direito material. Por essa teoria não há ação sem o direito.
WINDSCHEID-MUTHER: foram dois processualistas alemães, começando a desconstruir a teoria clássica. A polêmica entre eles acabou por demonstrar que o direito lesado e a ação eram de realidades distintas. Havendo uma concepção de autonomia do direito de ação.
A partir dessa nova visão, formaram-se duas correntes: a primeira tratava o direito de ação como um direito autônomo e concreto, ou seja, mesmo a ação sendo autônoma considerava-se que esse direito de ação nada mais era que o direito de ter uma sentença procedente – não abarcando a possibilidade de houver improcedência.
A segunda corrente considerava o direito de ação como autônomo e abstrato. Sendo muito mais próxima da doutrina moderna, pois se considerava que haveria o direito de ação, mas não necessariamente o direito de haver uma sentença procedente. O que importa é que fosse garantido que o autor seu acesso ao judiciário.
LIEBMAN: foi um processualista italiano que garantia o direito de ação como subjetivo instrumental. Sua concepção cai por terra porque nem sempre se requererá uma sentença por mérito, pois existem sentenças que são meramente declaratórias.
Modernamente: prevalece o conceito do direito de ação como público (garantido constitucionalmente), subjetivo (da própria parte). Em síntese, há autonomia do direito de ação em relação ao direito material; e abstração porque o que importa é a possibilidade de agir pela parte – não depende da existência prévia do direito material.
Defesa do Réu
Conceito: o direito de ação do réu é feito contra o autor, frente ao Estado. Dessa forma, se o autor fez o pedido ao Estado, sentença deste influirá na vida do réu. Diante disso é direito do réu se defender, pois a sentença – se for acolhido o pedido do autor – produzirá efeitos na esfera jurídica do réu.
Por isso o processo não pode ser estranho ao réu, ele precisa ter conhecimento dos atos. O ato de citação é a forma pela qual o réu toma conhecimento do processo para que ele se defenda, de modo que se a citação for deficiente, haverá séria nulidade no processo.
Citação: O ato de citação é somente para o réu – a intimação ocorre com todos os sujeitos porque é a ciência dos demais e quaisquer atos do processo. A notificação só ocorre na justiça do trabalho, e equivale à citação.
Em face do princípio do contraditório, a resposta do réu poderá se dar por contestação, reconvenção ou exceção. Diz-se inclusive que esse direito de resposta é público, subjetivo, devendo ser garantido pelo Estado.
Contestação: é o exercício do réu em rebater o que o autor está dizendo. Sendo o ponto mais importante da defesa, visto que se não houver contestação, há a revelia prevalecendo totalmente a ‘verdade do autor.
Reconvenção: o réu não somente se defende, mas também move algo contra o autor. Por uma questão de celeridade processual, ao invés do réu iniciar outro processo na figura de autor, isso é feito no mesmo processo, havendo uma ação do réu contra o autor, de modo que segue tudo junto (há só uma sentença).
Exceção: o réu alega a incompetência relativa do juiz. Além disso, pode-se também alegar suspeição ou impedimento do juiz, isso com relação à pessoa física do juiz.
Introdução ao Processo
Aula 14
27/03/13
Na prova cairá até ‘Espécies de Processo’
Jurisdição
Estado-juiz: Sempre possui uma ideia de poder/dever no sentido de ‘dizer o Direito’. No qual as partes precisam se socorrer desse meio para a solução de seu litígio (há outros meios como a arbitragem, que ocorrem antes da jurisdição).
Como não pode haver a autotutela, que é impedida pela lei, é necessária a figura do ‘Estado-juiz’ como operador dessa função, no sentido de como uma das atividades do Estado (Poder Judiciário).
Lide: A jurisdição só acontece quando há lide/litígio/conflito entre as partes. Lide e litígio são sinônimos e correspondem a um evento anterior ao processo, sendo condição essencial, pois a sua inexistência faz com que não haja sequer interesse para instauração da relação processual. E para que haja lide ou litígio é necessário que ocorra um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Pois se há uma autocomposição (ou nem exista o conflito), não há necessidade de acionamento do Estado. De modo que o Poder Judiciário é inerte, necessitando ser provocado para agir.
O juiz tem como missão solucionar o conflito entre as partes. Essa solução é obrigatória para as partes, sendo que o juiz não está em pé de igualdade para com as partes, pois somente importa a verdade sobre os fatos, não importando qual das partes saia vencedora.
Já na petição inicial (exórdio) o autor já deve trazer os fatos e os direitos (pedido positivo – de procedência – ao judiciário). Logo em seguida o réu pode fazer sua contestação, também trazendo fatos e direitos (pedido negativo – de improcedência – ao judiciário). Já na fase de instrução acontece a fase em que as provas são trazidas. Para que depois haja a sentença.
O juiz deve estar atento ao ‘debate processual’ (aquilo que as partes trazem ao processo) para que possa solucionar da melhor forma possível.
Função Estatal: advém do Estado
Definição: é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei diante duma situação jurídica controvertida.
Não há um fato controvertido quando há revelia, ou seja, quando o réu não se defende. Sendo que, a princípio, quando o réu não rebate algum ponto articulado pelo autor isso pode ser considerado como verdade.
De modo que a Jurisdição é função, poder e atividade. Função trata do encargo que os órgãos estatais têm de promover a pacificação de conflitos mediante a realização do direito justo e por meio do processo. Poder é o poder estatal representado pelo órgão judicial – juiz ou tribunais – no sentido de decidir e impor sua decisão. Atividade que se refere ao complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe determina.
Características:
Caráter substitutivo: o Estado exercendo a função jurisdicional está substituindo as partes na decisão daquele conflito (naquilo que elas não conseguiram por si mesmas solucionar).
Imparcialidade: o juiz está acima das partes porque não tem qualquer parcialidade para com as partes, por isso que se pode declarar suspeição quando o magistrado é amigo ou inimigo de uma das partes.
Lide: sempre se referirá a uma lide.
Inércia: precisa ser provocada.
Definitividade: relaciona-se à solução do processo, na qual a decisão judicial que uma vez transitada em julgado (não cabendo mais recurso) será imutável / definitiva. Ou seja, o Poder Judiciário é quem detém a última palavra – sempre havendo um respeito à coisa julgada.
Introduçãoao Processo
Aula 15
03/04/13
Jurisdição
Ação: dentro do direito de ação é que se movimenta a jurisdição, pois esta é a princípio inerte. Sendo que a atividade jurisdicional só pode ser exercida pelo juiz por meio do processo (conjunto de atos processuais). A ação é tanto um direito quanto um poder da parte.
Processo: é o instrumento para a jurisdição. Pois se há o juiz, também haverá o processo. No meio do processo poderá haver autocomposição das partes, mas já se considera que a atividade jurisdicional estava ‘ativa’.
Lide: se não há um conflito, não há porque movimentar o judiciário. De modo que não há como se exercer a jurisdição sem a existência da lide.
Características da Jurisdição:
Caráter substitutivo: ou seja, a jurisdição acaba por substituir as partes na solução do conflito.
Imparcialidade: não só o juiz deve ser imparcial, mas também os auxiliares da justiça (oficial de justiça, escrevente, cartorário...). Somente as partes possuem interesse privado.
Inércia
Definitividade: a atividade jurisdicional é a ‘última palavra’.
Secundária: o critério primeiro seria a solução das partes, em não havendo tal solução, a jurisdição é secundária nessa solução de conflito.
Instrumental: a atividade jurisdicional está ligada a uma atividade prática desenvolvida pelo processo, na qual o processo é o instrumento dessa atividade jurisdicional.
Declarativa: ou Executiva. A jurisdição não é fonte de direito, ou seja, não objetiva a criação de normas em abstrato, mas somente as aplica, declarando-as e determinando sua execução. Mesmo a jurisprudência não cria normas, pois ela sempre busca seu fundamento numa norma preexistente. De modo que essa característica não tolhe a interpretação jurisdicional. (art. 126 CPC)
Espécies de Jurisdição: a jurisdição é una, pois o poder é uno, por uma questão de melhor entendimento e organização, há uma divisão de matéria para facilitar o exercício da jurisdição.
Por isso há a jurisdição civil e penal. De modo que há essa divisão por um critério de organização. Há ainda a jurisdição especial (justiça militar [federal e estadual], trabalho, eleitoral) e comum (estadual e federal – havendo tanto a área civil e penal).
Introdução ao Processo
Aula 16
04/04/13
Jurisdição
Superior: nem sempre a parte sucumbente (quem perdeu) aceita a primeira decisão judicial, e como há o duplo grau de jurisdição, ele poderá recorrer da decisão monocrática para o segundo grau.
A jurisdição superior é aquela exercida pelos órgãos a quem cabem os recursos contra as decisões proferidas pelos juízes inferiores. É o segundo grau; segunda instância; juízo ad quem.
Há um tribunal, não mais o juiz singular, mas sim um órgão colegiado de no mínimo três desembargadores (relator; revisor e terceiro juiz). Eles novamente analisam a questão sob os pontos apontados no recurso da parte recorrente.
O órgão de cúpula do desenvolvimento da atividade jurisdicional é o STF. No STF e STJ são denominados ministros, nas demais instâncias são denominados desembargadores (na instância inferior são denominados juízes). A decisão do tribunal é denominada acórdão, e não sentença como é denominada na instância inferior. Enquanto no primeiro grau é ‘juiz da causa’, no segundo grau é ‘juiz do recurso’.
Inferior: é a justiça de primeiro grau (1º instância; juízo ad quo) na qual há decisão proferida pelo juiz singular (decisão monocrática). Chama-se de jurisdição inferior aquela exercida pelos juízes (juiz da causa) que ordinariamente conhecem do processo desde o início (competência originária).
Na justiça estadual são os juízes de Direito das comarcas que estão distribuídas por todo o estado, inclusive na capital, são os que representam o poder judiciário no desenvolvimento da atividade de jurisdição inferior.
Somente na ‘ação decisória’ não há duplo grau de decisão, como ela visa invalidar uma decisão já proferida pela primeira instância, ela já é proposta na segunda instância.
Contenciosa: essa divisão ocorre mais no direito processual civil. A jurisdição contenciosa é a jurisdição propriamente dita. Nela há lide / conflito na qual o judiciário é chamado para solução desse conflito – pressupõe controvérsia entre as partes.
Voluntária: predomina em caráter administrativo, sendo quase o juiz como um cartorário, tendo um trabalho muito mais administrativo. Não há o conflito. O juiz apenas realiza gestão pública em torno de interesses privados.
Por exemplo, quando há um divórcio consensual (por exemplo, quando há menor envolvido), as partes entram na justiça apenas para homologar o acordo prévio. De modo que o juiz apenas verifica se tudo ocorreu na formalidade necessária, e não há um caráter de ‘julgador’ do juiz, há um mero pronunciamento do juiz, não há decisão. O mesmo ocorre com a alienação de bens de incapazes; extinção de usufruto.
Individual: historicamente a jurisdição foi concebida para dirimir conflitos privados (entre partes), não se imaginava jurisdição no âmbito coletivo, protegendo direitos com relação a uma gama grande da sociedade – não se analisa só a proteção ao indivíduo, mas a toda coletividade.
Coletiva: diz respeito aos direitos difusos, aos direitos coletivos. Possuindo um enfoque social, há proteção de ‘algo maior’. A ação popular e a ação civil pública tutelam interesses e direitos coletivos (meio ambiente; relações de consumo). As ADIN também aqui se enquadram.
Até há pessoas individualmente prejudicadas, mas com uma só ação se protege toda uma gama de pessoas. Nos direitos coletivos é difícil individualização.
Substituição de Jurisdição
Conceito: são outros tipos de solução de conflito. A função jurisdicional é a decisão de conflito, de modo que se houver um acordo não há mais. Não é mais uma jurisdição, o Poder Judiciário não é utilizado.
Por exemplo: arbitragem; mediação; transação (ambas as partes recuam em seus direitos para se chegar num acordo – até mesmo dentro do processo); conciliação (há um mediador, há interferência no acordo – audiência de conciliação); mediação (há composição das partes, mas com a figura do mediador – não necessariamente no judiciário). 
Introdução ao Processo
Aula 17
10/04/13
Tópicos da Prova:
Diferenciação de processo (conjunto de atos – envolve a relação jurídica entre as partes), lide (conflito) e direito (conjunto de normas em abstrato).
Formas de resolução de litígios:
Autocomposição: há renúncia
Desistência: renúncia à pretensão
Submissão: renúncia à resistência oferecida à pretensão
Transação: concessões recíprocas. Pode acontecer dentro ou anteriormente ao processo. Imposição da decisão por uma das partes à outra parte.
Autotutela: justiça por meios próprios. Solução do conflito pelo uso da força. Não há um terceiro (juiz) para solucionar a lide.
Arbitragem: há figura do árbitro, podendo ser escolhido pelas partes. Mesmo não sendo um juiz togado, o árbitro possui os deveres daquele, sendo exigida sua imparcialidade. Mas o árbitro não possui poder coercivo. Não é necessário que ele seja formado em Direito, mas é interessante que tenha conhecimento técnico na área do litígio. A arbitragem deve ocorrer em sigilo, somente as partes participação. Somente os direitos disponíveis são passíveis de arbitragem, por isso geralmente são os conflitos patrimoniais presentes nela. Se as partes escolhem a arbitragem (podendo ser uma cláusula contratual), não poderá recorrer ao judiciário. Mas há possibilidade de mover o judiciário para que a sentença arbitral (que tem o mesmo valor da sentença judicial – tida como título executivo judicial) seja cumprida, caso não o seja voluntariamente.
Processo: conjunto de atos encadeados e interdependentes visando à solução do conflito (lide). Também inclui a relação jurídica que se forma entre as partes e demais sujeitos do processo.
Direito Material x Direito Processual: Direito Material é o conjunto de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes aos bens e utilidades da vida (por exemplo, o Código Civil possui normas que dizem o direito que se tem). O Direito Processual dá aforma como se chegará ao Direito Material, de modo que aquele serve a este (o DP é um instrumento a serviço do DM). Por isso há um hodierno posicionamento no qual em havendo uma nulidade formal que não macule profundamente o processo, nada impedirá que o direito material seja alcançado, de modo que essa nulidade formal seria deixada de lado – caso não gere um prejuízo à outra parte. Mesmo assim o DP é autônomo quanto ao DM, tendo seu próprio objeto. O DM é um Direito privado, o DP é um direito público.
Fontes do Direito Processual Civil: os princípios gerais estariam além, não seria uma mera fonte, visto que é uma base para as fontes.
Lei: fonte imediata. As fontes legais são: CF; Tratados Internacionais; Leis infraconstitucionais.
Costumes: fonte imediata
Doutrina: fonte mediata
Jurisprudência: fonte mediata.
Princípios:
Constitucionais:
Gerais: válidos para todo ordenamento, não somente no âmbito civil.
Legalidade (art. 5º, II, CF);
Lógico (todas as decisões judiciais deveram ter coerência); 
Dialético (dever de fundamentação da decisão – relaciona-se com o lógico);
Político: efetivação dos direitos fundamentais.
Específicos:
Devido processo legal: todas as partes têm direito de ter um processo justo, que siga todos os procedimentos legais. Processo como instrumento de justiça.
Inquisitivo: juiz atua de forma contundente no processo.
Dispositivo: as partes atuam mais no processo.
Contraditório e ‘ampla defesa: garantia de defesa às partes. Sendo o pleno direito de defesa e de pronunciamento – saber o que acontece no processo.
Duplo grau de jurisdição: não é constitucional. É a possibilidade de reanálise de uma sentença por parte do sucumbente.
Boa-fé e lealdade processual: todos que participam da relação jurídica deverão agir de forma ética.
Verdade real: o juiz deve julgar em provas buscando a verdade, não somente julgando em indícios.
Oralidade: concentrar a maioria dos atos na audiência para dar maior celeridade ao processo.
Publicidade: as partes e os advogados sempre terão acesso ao que acontece no processo, mesmo que em segredo de justiça.
Economia Processual: o processo precisa ser célere e mais barato. Em prol da efetividade do processo não há necessidade de haver.
Duração razoável do processo: inserido depois da EC45/2004, colocando que o processo justo deverá ter duração razoável. Pode ser considerado um subitem da economia processual.
Preclusão: perda do direito de fazer. As partes possuem alguns prazos, caso não sejam respeitados há a perda da faculdade de praticar aquele ato.
Introdução ao Processo
Aula 18
24/04/13
Evolução da Jurisdição
Inicialmente a jurisdição tinha o seu enfoque na resolução de conflitos individuais, mas com a evolução jurídica o enfoque passou a ser sobre os direitos difusos, havendo uma preocupação maior para que se alcance toda a sociedade.
A aplicação da norma, mesmo que no conflito privado, deve sempre respeitar os preceitos constitucionais. Com isso há uma proteção da sociedade, e, por conseguinte, o Estado Democrático de Direito. Hodiernamente a ideia da solução do conflito e da própria legislação está ampliada para alcançar toda a sociedade. Com isso a CF deve ter papel de destaque em todo esse âmbito jurisdicional.
Com o fim da Idade Média e início da Idade Moderna, há alguns momentos em que o Estado passou com consequências no papel do Judiciário. Este sempre teve um papel social e político, não somente judicial. Pode-se dizer que as decisões do STF não são meramente jurisdicionais, pois há um caráter político dessa decisão, visto que cada ministro foi colocado lá, e mesmo que tenha sido exclusivamente por mérito, eles representam grupos específicos.
Estado Absolutista – século XVI a XVII: a norma jurídica possui pouca expressão, por mais que houvesse sua existência, o monarca era quem mandava, de modo que o judiciário estava a serviço dessa pessoa, e não a serviço da justiça ou da legalidade.
Havia uma proteção do judiciário às castas superiores da sociedade. Tendo por características: vontade soberana do rei, acima de qualquer norma jurídica; judiciário utilizado como forma de opressão.
Ideias de legalidade e justiça não caracterizavam a atividade jurisdicional nesse período; o judiciário estava a serviço do rei, caracterizando tempos autoritários. Sendo que a prestação jurisdicional não passava de um meio de opressão do povo a serviço dos interesses das castas dominantes (nobreza e clero)
Iluminismo – século XVIII a XIX: é conhecido como período da razão, das grandes revoluções. Sendo uma era de domínio da razão na qual se gerou a queda do absolutismo por meio de grandes revoluções.
Surgimento de um Estado Republicano e embrionário da democracia. Tendo por atributos centrais a igualdade e liberdade. Havendo uma ideia de proteção do ser humano e da sociedade de maneira mais igualitária, surge a ideia de proteção ao trabalho, a uma maior autonomia da vontade das partes. De modo que nas relações privadas há uma menor intervenção do Estado, há uma interferência mínima deste.
Nesse Estado Liberal o processo jurisdicional se organizou com as seguintes ideias: excessiva neutralidade do juiz na solução dos conflitos; maior autonomia das partes na condução do processo (Princípio do Dispositivo); valorização das formas procedimentais; distanciamento entre o Direito Material e Processual (levava-se muito em consideração o direito processual – o formalismo do processo era muito importante); coisa julgada era tida como um dogma (hodiernamente há uma flexibilização quanto a isso, sem que se gere uma insegurança jurídica, mas ela não é considerada imutável); excesso de tecnicismo processual.
Estado Social – século XIX a XX: o Estado liberal foi superado pelo Estado Social. Há um enfoque e respeito maior a declaração dos direitos fundamentais da pessoa humana (como exemplo, o art. 5 da CF), além da forte preocupação com a assistência social, com as condições de trabalho e com o desenvolvimento das camadas sociais menos favorecidas pela distribuição da riqueza.
No aspecto do Judiciário há um juiz mais ativo no processo em relação ao período iluminista; com menor neutralidade; havendo supremacia das técnicas de efetividade em detrimento do formalismo processual (a efetividade do processo é mais enfocada do que a técnica processual, mas sempre se preocupando com a segurança jurídica); simplificação da técnica executiva para facilitar a acesso do titular do direito ao bem que lhe cabe, em que o juiz podia escolher a melhor técnica executiva que se mostrasse mais adequada ao caso concreto.
Estado Democrático de Direito – século XXI: acaba sendo muito aperfeiçoado no período pós-segunda guerra mundial. Esse período tem por traços mais significativos situados na constitucionalização de toda ordem jurídica, e mais profundamente da atividade estatal voltada para a tutela jurisdicional.
O devido processo legal ultrapassa a técnica de compor litígios mediante observância apenas das regras procedimentais para assumir um compromisso ético para com os resultados (decisões) mais justos.
Há uma influência muito grande das garantias fundamentais, de modo que toda decisão deve ser sempre focada no respeito aos princípios fundamentais. O juiz não é um mero aplicador da norma, ele precisa ter uma visão muito mais ampla, qual seja de cumprir o que está previsto na Constituição Federal (aspectos sociais, políticos, históricos). Por exemplo, o juiz deve levar em conta a função social do contrato.
Introdução ao Processo
Aula 19
02/05/13
Lei Processual no Tempo e no Espaço
Conceito: não só quanto às normas processuais, são regras que se aplicam a qualquer norma do ordenamento. Do nascimento (criação e publicação) das leis há um período de eficácia e vigência. Essas regras tratam justamente desse início de vigência e da cessação de eficácia.
Toda norma jurídica possui uma eficácia num tempo e no seu território determinado. Ou seja, o juiz deverá aplicar uma norma em seu período de vigor e no espaço em que estiver sediada.
Toda lei, comocriação humana, é sujeita a um princípio e a um fim, isto é, há um começo de vigência e momento de cessação de eficácia. As leis processuais não diferem das demais em questão de vigência, subordinando-se às regras comuns da lei de introdução às normas do Direito brasileiro. Assim começam a vigorar após a publicação respeitada a VACATIO LEGIS de quarenta e cinco dias, se outro prazo não for especifica e expressamente previsto.
Regra Geral: o art. 1º da LINDB diz que a norma vigora pós-publicação (havendo o momento da VACATIO LEGIS) transcorridos 45 dias, mas nada prejudica que essa eficácia seja alterada por um dispositivo da própria lei, tanto para mais quanto para menos. De modo que a regra, quando nada for previsto, é de 45 dias.
Vigência: A norma se conserva em vigor até que outra venha a modificá-la, de modo que o simples desuso ou antiguidade não faz com que a norma perda a vigência. A norma só deixa de estar em vigor quando venha outra norma que a modifique ou a revogue – a não ser que na própria lei haja uma determinação de sua temporariedade.
Somente outra lei pode revogar ou modificar a lei anterior.
Retroatividade: quando a norma entra em vigor há certa problemática quanto aos processos que acabam por tramitar na nova norma, mas que teve seu início abarcado pela norma antiga. Com isso os atos já praticados devem ser respeitados, visto que a lei não pode retroagir para prejudicar alguém. Quando a retroação beneficiar não há problemas.
Há quem afirme o caráter retroativo das leis processuais, tendo em vista sua incidência imediata, inclusive sob os processos em curso. Mas a doutrina contemporânea, como explica Amaral Santos, encarregou-se de demonstrar o engano dessa afirmação.
Na verdade, a lei que se aplica em questões processuais é a que vigora no momento da prática do ato processual, ou seja, do ato formal do processo, e não a do tempo do que o ato material se deu. A lei processual respeita o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF e art. 6º, LINDB).
Mesmo quando a lei nova atinge um processo em andamento, nenhum efeito tem sobre os fatos ou atos ocorridos sob o império da lei revogada. Alcança o processo no Estado em que se achava no momento de sua entrada em vigor, mas respeita os efeitos dos atos já praticados, que continuam regulados pela lei do tempo em que foram consumados.
Aplicação da lei processual nova: os processos pendentes são atingidos, mas sempre respeitados os atos já praticados. Os que já estão julgados não são atingidos, e os que surgiram após a edição da norma estarão abarcados por ela.
Em suma, as leis processuais são de efeito imediato frente aos feitos (processos) pendentes, mas não são retroativas porque somente os atos posteriores à sua entrada em vigor se regularão por seus preceitos.
Introdução ao Processo
Aula 20
08/05/13
Lei Processual no Tempo
Início da vigência: em regra, há um prazo de vacância (entre a publicação e sua entrada em vigor) de 45 dias, sendo que isso pode estar implícito na lei. Mas pode haver outro prazo de vacância, ou até mesmo inexistir, havendo norma dentro da lei que torne isso expresso.
Cessação de eficácia: somente ocorre quando há outra norma que a revogue ou modifique. O desuso pelo tempo não faz com que a eficácia de uma lei se perca.
Aplicação de lei processual nova: o processo que se inicia sob o império de uma lei e no seu decurso surge outra lei tem seus atos já praticados respeitados (só retroage para beneficiar), sendo que os demais atos devem respeitar a nova lei.
Competência: quando se entra com uma ação há a perpetuação da competência gerada pela própria distribuição para os magistrados, mas isso pode ser relativizado, por exemplo, com a EC45 mudou a competência de algumas ações da justiça civil para a justiça trabalhista afetando todos os processos em curso (mesmo aqueles que já estavam no seu final).
Lei Processual no Espaço
Conceito: com relação à lei processual no espaço, ou à eficácia da norma processual no espaço, é aceito e aplicado o princípio da territorialidade das leis processuais (art. 1º, CPC), isto é, o juiz apenas aplica ao processo a lei processual do local onde exerce a jurisdição. Esse princípio decorre da função jurisdicional que está ligada à soberania do Estado, de modo que dentro de cada território só podem vigorar (estar em vigência) as próprias leis processuais, não sendo admissível a pretensão de fazer incidir suas normas jurisdicionais. O princípio da territorialidade está expresso no artigo 1º do CPC, o qual enuncia: “A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.”.
Por exemplo, dentro do Brasil o Juiz só pode se valer de norma processual vigente brasileira. Todo juiz possui jurisdição (dever de aplicar o Direito), mas dentro dessa ampla jurisdição há a competência de cada magistrado. Entretanto no caso da norma processual (que dá o procedimento do processo) só se aplicam as normas federais, não há normas processuais de cada estado-membro (como ocorre nos EUA). Mas nada impede que uma norma material alienígena seja usada aqui, mas com as normas processuais brasileiras – por exemplo, utilizar a norma material do Direito do trabalho Espanhol para julgar um caso na justiça brasileira com as normas processuais brasileiras (caso dos engenheiros brasileiros que foram trabalhar na Espanha e não receberam salário).
Provas: uma prova produzida em outro território até pode ser aceita no processo, mas ela não pode afrontar em nada as normas processuais brasileiras. Pois as normas processuais que definem as provas não taxativas, de modo que nada impede que surjam novas provas, desde que elas não firam o ordenamento, mesmo que seja uma prova estrangeira.
Somente com relação às provas, seus meios de produção e ônus de produção é que prevalecerá a lei estrangeira, quando o negócio jurídico material tiver sido praticado em território estrangeiro, mesmo que a demanda (processo) seja ajuizada no Brasil (art. 13, LINDB). Embora prevaleça o sistema probatório do local em que se deu o fato, não se permite ao juiz brasileiro admitir provas que a lei brasileira desconheça (art. 13, parte final, LINDB).
Introdução ao Processo
Aula 21
09/05/13
Interpretação da norma processual
Conceito: relacionada à hermenêutica jurídica (estudo da interpretação das normas – subsunção do fato à norma). Sendo que a interpretação da norma pode ser feita de várias maneiras, por vezes ela é essencialmente objetiva (gramatical), mas há momentos que ela é extensiva.
Interpretar a lei consiste em determinar o seu significado e fixar o seu alcance. Primeiro se entende o que diz a norma e até que ponto é o seu alcance. Há vários métodos para essa interpretação: gramatical; lógico-sistemático; histórico; comparativo.
Método de interpretação gramatical: como as leis se expressão por meio de palavras em que o interprete deve analisá-las individualmente em seu sentido contextual e gramatical.
É o método mais óbvio, de modo que qualquer leigo alfabetizado consegue realizar.
Método lógico-sistemático: os dispositivos legais não têm existência isolada, estão inseridos em um sistema, que é o nosso ordenamento jurídico, em recíproca dependência com as demais regras de direito. Desse modo, para serem entendidos devem ser examinados em suas relações com as demais normas que compõem um ordenamento jurídico e, ainda, à luz dos princípios gerais que informam nosso ordenamento.
É uma interpretação que ocorre quando há uma análise entre a norma para com o restante do ordenamento e os princípios que o compõe.
Método Histórico: considerado o Direito como um fenômeno histórico-cultural, é claro que a norma jurídica somente se revela por inteiro quando colocada na sua perspectiva histórica, juntamente com o estudo das ocorrências sociais de que resultou e das aspirações que correspondeu.
Por exemplo, é possível fazer essa comparação histórica entre os Códigos Civis de 1916 e 2002, aquele