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Zoonoses aula 6

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Leishmaniose
É considerada uma doença emergente. Nos últimos 11 anos, a Leishmaniose Visceral causou mais mortes que a dengue em nove estados brasileiros; é uma doença zoonótica negligenciada; antigamente, se limitava às áreas rurais. Atualmente, já se alastrou por todo o território nacional. 
É um grupo de doenças parasitarias que afetam 14 milhões d pessoas em 88 países do mundo. Mais de 90% dos pacientes com leishmaniose, sobrevivem com menos de 1 dólar por dia.
O tipo do parasito vai ditar se as lesões serão viscerais ou cutâneas. Tem um ciclo heteroxênico: parasita mamíferos, e parasita inseto vetor da doença.
Reino protista, família trypanosomatidae, gênero: leishmania. Há dois sub-gêneros: leishmania e Viannia. Todas as espécies do gênero Viannia são responsáveis pela Leishmaniose tegumentar. 
Hospedeiro vertebrado: mamíferos. Podem ser tanto silvestres como domésticos. Há duas formas evolutivas: amastigota, e promastigota. Nesse hospedeiro, encontra-se a forma amastigota = não tem flagelo aparente. Possui forma arredondada, sem movimento ativo. Essas amastigotas se multiplicam dentro de macrófagos, principalmente, e é um parasito intracelular obrigatória. Quando estão dentro do macrófago, sofre divisão simples, se multiplicando, o macrófago se rompe, liberando as formas amastigotas, o ciclo recomeça, com outros macrófagos englobando essas formas amastigotas.
Hospedeiro invertebrado: mosquito-palha. Os parasitos têm forma promastigota, que é uma forma flagelada. Vivem na luz do trato GI, é extracelular. Lutzomyia, responsável nas Américas, e Phlebotomus, Europa, África. Leishmania são transmitidas pela picada de fêmeas infectadas. As formas amastigotas ingeridas, se diferenciam em promastigota dentro do trato digestivo do inseto vetor. Essas larvas migram, quando ele vai picar outro hospedeiro, há inoculação do parasito.
Reservatórios: espécies que conseguem garantir a circulação e manutenção do microrganismo dentro da natureza. Os mamíferos silvestres (Leishmaniose tegumentar) e domésticos (Leishmaniose visceral). O cão é conhecido por ser reservatório somente da Leishmaniose visceral. O homem é considerado um hospedeiro acidental, ele se infecta, mas não tem um papel importante na manutenção do parasito no ambiente. 
No momento que o vetor fêmea está se alimentando, vai inocular o parasito. As promastigotas são englobadas pelos macrófagos, e se diferenciam em amastigotas. O macrófago se rompe, novos macrófagos englobam as amastigotas, o ciclo continua. 
 Houve um processo de urbanização da doença. Dependendo da espécie de Leishmania, da espécie do vetor, e reservatório envolvidos, a doença se manifestará em duas formas clínicas características: tegumentar ou visceral. 
Leishmaniose Tegumentar Americana: também chamada de úlcera de bauru, ferida brava ou nariz de Tapir. É considerada uma doença infecciosa e não contagiosa, pois preciso do vetor. É uma zoonose amplamente distribuída no território brasileiro. Acomete pele, mucosas e estruturas cartilaginosas da nasofaringe. Considera esta enfermidade como uma das seis mais importantes doenças infecciosas de distribuição mundial. Tanto o sub-gênero Viannia quanto o Leishmania, são responsáveis por provocar a Leishmaniose tegumentar. 
Quanto ao vetor: flebotomíneo. Há sete espécies descritas no Brasil. Reservatórios: roedores silvestres, marsupiais, canídeos, etc.
Há uma dúvida quanto à participação do cão como reservatório da doença. É considerado um hospedeiro acidental dessa doença. 
Formas clínicas: 
Forma cutânea localizada
É a forma mais branda. É um único ponto de lesão. Lesão com borda em moldura = lesão emoldurada, com borda bem definida. No estágio final, há descamação central, e hipercromia ao redor.
Forma cutânea disseminada
Distribuída ao longo de todo o corpo.
Forma mucosa ou muco cutânea
É uma forma grave. Há destruição de pele e mucosa, destruição das cartilagens. Destruição do septo nasal, perfuração do palato mole. Causa deformidade no individuo. O principal local de acometimento nos animais é na região da narina e orelhas. O gato também se infecta, mas não tem papel importante na disseminação do parasito.
Forma cutânea difusa
É a forma mais grave. Tem o tratamento mais difícil. Observa-se feridas por todo o corpo.
O diagnóstico é baseado em três fatores: evidencia epidemiológicas (ocorrência na região), aspecto clínico, teste de intradermoreação de Montenegro, utilizado em humanos. Nesse teste, é feito no antebraço da pessoa, há injeção com antígeno, se houver reação, o individuo é positivo. Outra forma de diagnóstico é a sorologia clássica por imunofluorescencia indireta. Há pesquisa de IgM na forma cutânea, no caso da forma mucosa procura-se IgG. Outro método é o parasitológico: escarificação, raspado, punção aspirativa, faz-se exame microscópico, ver se há presença de amastigotas. 
Tratamento: glucantime (é a de primeira escolha, para tratar tanto visceral quanto tegumentar) e anfotericina B (antibiótico, é uma droga de segunda escolha). O tratamento é por longo período e altamente tóxico. Pode haver resistência, principalmente em animais. É tão tóxico que é comparado à quimioterapia quanto a reações adversas. 
Controle: fazer o controle químico do vetor (inseticidas). Atividades de educação em saúde. Não são recomendadas ações objetivando o controle de animais silvestres. No caso dos animais domésticos, a eutanásia será indicada somente quando os animais doentes evoluírem para agravamento das lesões cutâneas. O tratamento não é indicado, pois poderá conduzir ao risco de selecionar parasitos resistentes. Evitar o acumulo de lixo e de detritos que possam atrair roedores, pequenos mamíferos e insetos. 
Na região Sudeste, MG é o local que mais tem ocorrências. 
Leishmaniose Visceral
É altamente fatal quando não tratada. Também chamada de Calazar, Febre negra, Barriga d’água. Órgãos acometidos: baço, fígado, linfonodos. Há aumento de volume de baço e fígado. 
Diagnóstico é difícil, pois pode dar reação cruzada. Febre persistente, anemia, esplenomegalia, e hepatomegalia, são sintomas. 
Cão doméstico é o principal reservatório urbano de L. infantum: alta densidade populacional, altamente susceptível à infecção, convivo próximo ao homem, alto parasitismo cutâneo, grande número de cães assintomáticos (esse é o maior problema). Sinais clínicos no cão: descamação, pelo opaco, ulcerações, alopecia, onicogrifose (aumento da unha, geralmente por causa da apatia, o animal anda pouco, não gasta as unhas), ceratoconjuntivite e hepatoesplenomegalia. 
O tratamento humano é o mesmo para tegumentar. Contudo, são drogas de alta toxicidade. A duração do tratamento é grande. Tem que ter acompanhamento médico constante, pode ser que o paciente desista, por isso o acompanhamento. É comum acontecer a resistência, principalmente em cães. O cão não apresenta a cura parasitológica da doença. O humano, após tratado, não tem capacidade de transmitir mais. Já para o cão, o animal continua portador. 
O cão é um reservatório que o parasito se adapta, por isso não conseguimos tratar, eliminar o parasito. Já o humano é acidental, é mais fácil de tratar. 
Diagnóstico: pode ser parasitológico, punção esternal ou de crista ilíaca, punção de linfonodos, aspirado de baço. Há o diagnóstico sorológico (ELISA – teste de triagem e RIFI: teste confirmatório). Há o teste rápido imunocromatográfico: resultado em cerca de 15 minutos, dispensa estrutura laboratorial e equipamentos, possui uma tecnologia de alta sensibilidade, permite que apenas os casos positivos sejam levados para confirmação. Se deu positivo, confirma-se com ELISA (? Há uma dúvida, o ELISA era usado para triagem, agora é usado para confirmação). 
Profilaxia e controle: (PROVA) tem que tratar o humano quanto antes, para ele não ser reservatório. Utilização de insticidas, controle de matéria orgânica, plantas repelentes (citronela e neem), repelentes piretróides no domicílio, construção de moradias distantesda mata, telas de proteção. O principais focos são em locais, bairros, próximos à mata. Pode ser utilizado o colar inseticida, inseticidas tópicos, evitar passear com cães no crepúsculo e ao amanhecer. Atualmente há duas vacinas para cães: Leishmune e leishtec. São aprovadas pelo Ministério da Agricultura, mas não são pelo Ministério da saúde. Conforme o ministério da saúde, a vacinação dos cães não é um método de prevenção da leishmaniose visceral em humanos.

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