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Espécies e Meios de Aquisição e Extinção da Posse

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ESPÉCIES DE AQUISIÇÃO DA POSSE 
A posse é adquirida por qualquer ato por meio do qual seja possível a visibilidade e o uso econômico 
da propriedade (art. 1204 do CC). 
Dessa forma, todos os meios juridicamente possíveis para a aquisição de direitos são válidos para a 
aquisição da posse. Como os direitos são adquiridos através de fatos jurídicos, cumpre ressaltar que 
os requisitos de validade da parte geral do CC aplicam-se à aquisição da posse (art. 104, CC/2002). 
Aquisição originária: não há relação jurídica com o antecessor da posse. A aquisição se dá por ato 
unilateral. Nos modos originários de aquisição, não há relação de causalidade entre a posse atual e a 
anterior. Segundo Orlando Gomes, adquire-se a posse por modo originário quando não há 
consentimento de possuidor precedente. 
Se o modo de aquisição é originário, a posse apresenta-se livre dos vícios que anteriormente a 
contaminavam. Assim, se o antigo possuidor era titular de uma posse injusta, tais vícios desaparecem 
ao ser esbulhado. 
Aquisição derivada: Caracteriza-se a aquisição derivada ou bilateral quando a posse decorre de um 
negócio jurídico. Neste caso, existe relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. O 
adquirente recebe a posse adquirida com os mesmos vícios que a inquinavam nas mãos do alienante. 
Se a posse anterior era violenta, clandestina ou precária, conservará, em regra, o mesmo caráter nas 
mãos do novo possuidor. A aquisição derivada pode ocorrer pela tradição e pela sucessão inter vivos e 
mortis causa. A tradição é a forma, por excelência, de aquisição derivada da posse. 
 
 
MEIOS DE TRADIÇÃO DA POSSE 
 Podendo a posse ser adquirida por qualquer ato jurídico, também o será pela tradição, que pressupõe 
um acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer seja a título gratuito (e.g., doação), 
quer a título oneroso (e.g., compra e venda). Existem três espécies de tradição: 
 
A tradição real envolve a entrega efetiva e material da coisa. Pressupõe sempre uma causa negocial. 
Para Serpa Lopes, a tradição real exige os seguintes requisitos: a) a entrega da coisa (corpus); b) a 
intenção das partes em efetuar a tradição, isto é, a intenção do tradens em transferir à outra parte a 
posse da coisa entregue e em relação ao accipiens a intenção de adquirir-lhe a posse; c) a justa causa, 
requisito a ser compreendido como a presença de um negócio jurídico precedente, que a fundamenta. 
 
A tradição é simbólica quando traduzida por atitudes, gestos, condutas indicativas da intenção de 
transferir a posse. Exemplos clássicos são os atos de entrega das chaves de imóveis ou automóveis. 
 
A tradição é consensual ou ficta, quando decorrer exclusivamente de um ato de vontade, 
independente de atos simbólicos de transferência da posse, como ocorre, por exemplo, no constituto 
possessório. 
 
Ocorre tradição consensual nas hipóteses do constituto possessório e da traditio brevi manu. 
 
ACESSÃO DE POSSES 
 A posse pode ser adquirida em virtude de sucessão inter vivos ou mortis causa, tanto a título singular quanto universal. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. 
Art. 1.207. O sucessor universal continua com direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor 
singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
A segunda parte do artigo 1.207 traz uma exceção à regra de que a posse mantém o caráter com que 
foi adquirida, prevista no art. 1.203 do CC. 
A transmissão da posse pela sucessão apresenta duplo aspecto. Na que opera mortis causa pode 
haver sucessão universal e a título singular. Dá-se a primeira quando o herdeiro é chamado a suceder 
na totalidade da herança, fração ou parte-alíquota (porcentagem) dela. Pode ocorrer tanto na 
sucessão legítima como na testamentária. Na sucessão mortis causa a título singular, o testador 
deixa ao beneficiário um bem certo e determinado, denominado legado, como p.ex. um imóvel. A 
sucessão legítima é sempre universal; a testamentária pode ser universal ou singular. 
A transmissão da posse por ato causa mortis é regida pelo princípio da saisine, segundo o qual os 
herdeiros entram na posse da herança no instante do falecimento do de cujus. 
A sucessão inter vivos geralmente se dá a título singular, como p.ex. quando alguém adquire um bem 
certo e determinado (um imóvel), mas também pode ocorrer a título universal, como quando 
alguém adquire uma universalidade (um estabelecimento comercial, por exemplo). 
Nos termos do já referido art. 1.207, o sucessor a título singular pode unir sua posse à do antecessor, 
quando a mesma permanecerá eivada dos eventuais vícios da posse anterior. Caso resolva desligar 
sua posse da do antecessor, estarão expurgados os vícios que a maculavam, iniciando com a posse 
novo prazo para eventual usucapião. 
 
EXTINÇÃO DA POSSE 
 Sendo a posse jurídica inspirada na teoria objetiva de Jhering, a conjugação dos elementos corpus e animus (com a ressalva de que deve ser entendido como a vontade de utilizar a coisa como faria o 
proprietário, o que é bem diferente do elemento volitivo da teoria subjetiva de Savigny), a perda da 
posse requer o desaparecimento de, ao menos, um desses elementos. Assim é que a posse pode ser 
perdida por: 
a) perda da coisa (V. art. 1223 do CC); 
Com a perda da coisa, o possuidor se vê privado da posse sem querer. Na hipótese de abandono, ao 
contrário, a privação se dá por ato intencional, deliberado. 
b) perecimento da coisa; 
A destruição pode resultar de: a) acontecimento natural ou fortuito, como a morte de um animal; b) 
por fato do próprio possuidor, como no exemplo do acidente com um veículo causado por direção 
imprudente ou c) por fato de terceiro, em ato atentatório à propriedade. 
Perde-se a posse também quando a coisa deixa de ter as qualidades essenciais à sua utilização ou 
valor econômico, como sucede, por exemplo, com o campo invadido pelo mar e submerso 
permanentemente; e ainda quando impossível se torna distinguir uma coisa da outra, como nos 
casos de confusão, comistão, adjunção e avulsão. 
c) abandono (derrelição); 
d) transmissão da posse para outra pessoa; 
e) tomada da posse por outrem (v. art. 1.224); 
f) classificação da coisa como bem fora do comércio 
 
AVALIAÇÃO 
Ana Paula vendeu a Sergio o seu apartamento, recebendo desde logo 
todo o preço ajustado, efetuando-se o registro da escritura no RJ. 
Como ainda não estava pronto o novo apartamento de Ana Paula, para 
o qual pretendia se mudar, Sergio permitiu que Ana Paula continuasse 
a morar no imóvel que lhe vendeu, por mais dois meses, pagando 
apenas as despesas de condomínio, IPTU, luz e gás. Em face do 
exposto, responda: 
a) Ana Paula continua sendo proprietária do imóvel que ocupa? 
b) Ana Paula continua sendo possuidora? Se positiva a resposta, a que 
título? 
c) Sergio é possuidor do imóvel que adquiriu? 
d) Se Ana Paula, ao término dos dois meses, não entregar o imóvel a 
Sergio, o que poderá este fazer? 
AVALIAÇÃO 
Questão objetiva 
Dá-se o traditio brevi manu, quando: 
a. o possuidor de uma coisa em nome alheio passa a possuí-la como própria. 
b. o sucessor universal continua a posse do antecessor. 
c. a posse puder ser continuada com a soma do tempo do atual possuidor com 
a posse de seus antecessores. 
d. o possuidor de um imóvel em nome próprio passa a possui-lo em nome 
alheio. 
e. se exerce a posse em razão de uma situação de dependência econômica ou 
de um vínculo de subordinação.

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