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Teoria geral do crime resultado e nexo de causalidade

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jusbrasil.com.br
25 de Outubro de 2017
Teoria geral do crime: resultado e nexo de causalidade
O crime é fato típico, antijurídico e culpável. O fato típico, por sua vez, possui
quatro elementos integrantes: a conduta do agente, o resultado da conduta, o
nexo-causal e a tipicidade penal. Resultado e nexo de causalidade são dois
elementos intimamente ligados.
Resultado
O resultado é entendido como a modificação no mundo exterior provocada pela
conduta: é a consequência da conduta. Baseia-se em duas teorias.
Teoria naturalística
Resultado é a modificação “naturalmente visível” causada no mundo exterior pela
conduta, como a perda patrimonial no furto, a morte no homicídio ou os traumas
físicos na lesão corporal. Porém, nem todo crime possui resultado naturalístico.
Assim, existem crimes considerados materiais, formais e de mera conduta.
Crimes materiais. A consumação só ocorre se houverem resultados
naturalísticos, como o homicídio, que só se consuma com a morte da vítima.
Crimes formais. O resultado naturalístico é até possível, mas é “irrelevante”,
pois o “resultado final” não precisa necessariamente acontecer, como na extorsão
mediante sequestro, que se consuma no momento em que a vítima é sequestrada,
mesmo que os criminosos recebam ou não o resgate.
Crimes de mera conduta. Não produzem nenhuma alteração no mundo
concreto, como o crime de desobediência.
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Teoria jurídica ou normativa
Crime é toda lesão ou ameaça a um bem jurídico relevante: todo crime tem
resultado jurídico pois sempre agride a um bem jurídico tutelado pelo direito
penal. Se não houver resultado jurídico não existe crime: homicídio é crime pois
atinge o bem jurídico vida, roubo é crime pois atinge o bem jurídico patrimônio.
Nexo-causal
É o elo entre a conduta do agente e o resultado: se a conduta deu ou não causa ao
resultado.
Natureza
É a constatação da relação entre a conduta e o resultado. A relação causa-efeito
independe da apreciação jurídica de dolo ou culpa. Se um motorista está dirigindo
de forma correta e uma criança se solta da mão da mãe e se precipita na frente do
carro vinda a ser atropelada e morrer, mesmo sem atuar com dolo ou culpa, o
motorista deu causa à morte.
Nexo normativo
Porém, para que haja fato típico, não basta a mera constatação do nexo de
causalidade: de acordo com o art. 19 do Código Penal, é necessário que o agente
tenha concorrido com dolo ou culpa: ou não há fato típico. O fato típico só existe se
houver nexo-causal físico, concreto, e nexo normativo.
Incidência do nexo-causal
Só incide nos crimes materiais, onde há resultado naturalístico (crimes formais e
de mera conduta são compostos apenas de conduta e tipicidade), e nos crimes
comissivos (pois não há relação de nexo de causalidade nas condutas omissivas).
Espécies da causa
Em seu art. 13, o CP adotou a teoria “conditio sine qua non” (sem a qual não pode
ser), que considera que todas as causas envolvidas são equivalentes: tudo o que
concorrer para o resultado é considerado causa.
1 – Causa dependente da conduta
Considera o desdobramento causal como decorrência lógica, óbvia, previsível e
normal da conduta. Se há mais de uma causa, e uma causa depende da outra, todas
ligam a conduta ao resultado.
2 – Causa independente da conduta
O desdobramento da conduta é imprevisível, inusitado, inesperado. Pode ser
absolutamente independente e parcialmente independente.
A causa absolutamente independente não tem nada a ver com a conduta, e rompe o
nexo-causal: o agente responderá apenas por tentativa, pois sua conduta não
produziu resultado.
A relativamente independente produz resultado que se origina do contexto da
conduta, e não necessariamente da causa em si, e, teoricamente, não rompe o
nexo-causal, pois se não houvesse a conduta a causa não existiria. Mas o nosso
Código Penal em seu art. 13, § 1º, como exceção, determinou que quando a causa
relativamente independente for superveniente à conduta, ou seja, ocorrer depois
dela, o nexo-causal é desprezado. Por exemplo, a pessoa que tomou um tiro e
morre por causa de um acidente com a ambulância a caminho do hospital: deveria
haver nexo-causal, pois sem o tiro a vítima não estaria na ambulância que sofreu o
acidente fatal: mas nesse caso, como a causa da morte foi superveniente à conduta
do agente, ignora-se o nexo-causal.
Imputação objetiva
Contudo, o nexo-causal não pode ser estabelecido apenas de acordo com a relação
física de causa e efeito. Para o Direito Penal, além do elo naturalístico, são
necessários outros requisitos.
Criação de um risco proibido. Quando uma conduta é absolutamente normal,
permitida e lícita, mesmo que acarrete riscos, se estes riscos forem permitidos não
poderão causar resultados proibidos. Se uma mulher leva o marido pra jantar,
mesmo que deseje que ele se engasgue e morra, se ele “sozinho” correu o risco de
se engasgar e morrer jantando, não há nexo-causal.
Que o resultado esteja no mesmo âmbito de risco da conduta. Se um
traficante vende drogas pra um usuário e este usuário morre de overdose, a
conduta do traficante não se enquadra no nexo de causalidade, pois o usuário
correu risco próprio ao consumir excessivamente a droga.
Que o agente atue fora do sentido de proteção na norma. Se alguém atira
no braço de uma pessoa que está prestes a se suicidar com um tiro na cabeça,
impedindo-a, o agente não cometeu lesão corporal, pois ao proteger de modo
necessário a integridade “maior” da pessoa não pode ser considerado causador de
lesão a essa mesma integridade. Se o agente realizou um comportamento
socialmente esperado, gerou um risco permitido, e não causou nenhum resultado
proibido.
Bibliografia
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 11. Ed. São Paulo: Saraiva,
2007, vol. 1.
Fonte: http://pedro-araujo.com/v6/?p=1583
Disponível em: http://pedroaraujoprog.jusbrasil.com.br/artigos/268989517/teoria-geral-do-crime-resultado-e-nexo-de-causalidade

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