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DEFINIÇÃO Qualquer implantação fora da superfície endometrial da cavidade uterina, é denominado prenhez ectópica (PE). EPIDEMIOLOGIA Principal causa de mortalidade materna no primeiro trimestre de gravidez; 5 a 10% do total de causas de mortes relacionadas à gravidez; Prevalência em torno de I a 2%: Acima dos 30 anos de idade; Concepção anterior. INCIDÊNCIA Ovário: 4% Fímbrias: 5% Ampola: 78% Istmo: 12% Cornos: 2% Cervical: 1% Cicatriz cesárea: 1% Abdominal: <1% FATORES DE RISCO ALTORISCO MEDIO RISCO BAIXORISCO Cirurgia prévia sobre a trompa lnfertilidadetratada com indutores da ovulação Cirurgias abdominais prévias Exposição aodietilestilbestrol Infecção pélvica prévia Uso frequente de duchas vaginais Uso de DIU Múltiplos parceiros sexuais Tabagismo Gestação ectópica prévia Início da atividade sexual com menos de 18 anos de idade. Salpingiteseendossalpinges Fertilizaçãoin vitro Alterações anatômicas da trompa Endometriose. Outros: São também citados como fatores associados a aumento do risco de gravidez ectópica a idade aumentada (> 35 anos), raça negra e falha de anticonceptivos à base de progestágenos (inclusive a pílula de emergência). O uso de anticonceptivos diminui o risco de gestação eutópica e ectópica, porém quando ocorre a falha do método o risco de ocorrer gravidez ectópica é maior, pelo fato de que tais anticonceptivos alteram a mobilidade tubária, tacilitando a implantação ectópica. 5 FORMAS DA PRENHEZ ECTÓPICA Primaria: nidação se faz e prossegue em um único sitio do aparelho genital; Secundaria: desprende do local de implantação e desenvolve-se em outro sítio. PRENHEZ OVARIANA Responsável por 0,5 a 3% das gestações ectópicas; Evolução: Rotura precoce do órgão e passagem para cavidade peritoneal; Ovo permanecer in situ: mola ovárica; Reabsorção total do mesmo; Raro: continuação gravidez; Dor pélvica crônica; Critérios de Spiegelberg. ( I) trompa intacta no lado afetado. (2) o saco gestacional deve ocupar a topografia ovariana. (3) o útero deve estar conectado à gravidez pelo ligamento ovariano. (4) deve haver tecido ovariano na parede do saco gestaciona!. 7 PRENHEZ ANGULAR OU CORNUAL Responsável por 2 a 3% das gestações ectópicas; Nidação ocorre em um dos cornos uterinos; Diagnóstico ocorre em estágios mais avançados; Maiores riscos de sangramento e rotura uterina. PRENHEZ CERVICAL Responsável por 0,5% dos casos de gestação ectópica; Implantação do ovo no canal cervical; Sangramento vaginal indolor; Ao exame físico: colo alargado ou distendido e de coloração hiperemiada ou cianótica; Raramente a gravidez ultrapassa 20 semanas: intervenção cirúrgica devido sangramento. PRENHEZ ABDOMINAL Responsável por I ,4% das gestações ectópicas; Pode evoluir até o termo; Associadas hemorragias maternas, infecções e obstrução intestinal ou de vias urinárias; Mortalidade materna de 20% dos casos. Suspeitar: Dificuldade em delimitar o contorno uterino; AU<IG; Partes fetais fora da cavidade uterina. A gestação pode evoluir até o termo, apesar de menos de 50% destes fetos sobreviverem, devido às más condições de irrigação sanguínea nos locais onde ocorre a nidação. 10 PRENHEZ TUBÁRIA Responsável por 95-98% das gestações ectópicas; Ampular e ístmica: desenvolvimento embrionário inicial semelhante a uma gravidez tópica; Dor abdominal, amenorreia, sangramento vaginal; Com sua evolução: rotura tubária. PRENHEZ TUBÁRIA ROTURA TUBÁRIA: Mais provável quando o ovo está localizado no istmo; Hemorragia intraperitoneal; Dor aguda e intensa na fossa ilíaca ou no hipogástrio; Choque; Ginecológico: Sangramento vaginal; Abaulamento e dor no fundo de saco de Douglas. DIAGNÓSTICO Dosagem isolada e seriada de beta -hCG USG transvaginal Culdocentese Progesterona sérica Laparoscopia Se > 1.000: visualização obrigatória do saco gestacional; Presença anexial de anel tubário; Hemoperitôneo; Valores inferiores a 10 ng/ml; Em casos duvidosos. Suspeitar: dor pélvica aguda com atraso/irregularidade menstrual; USTV: presença anexial de anel tubário e massa anexial com liquido livre na cavidade peritoneal. Anel tubário: anel com centro anecoico e periferia com ecogenicidade aumentada que indica edema as subserona da tuba uterina. Beta-hcg: Níveis de beta-hCG acima de 1.000 UII! asseguram a presença de gestação em 95% dos casos. Com beta-hCG maior ou igual a 1.500 mUI/ml deve-se obrigatoriamente visualizar imagem de saco gestacional à USG transvaginal. Caso não se visualize imagem intrauterina, deve-se suspeitar de gestação ectópica. Curetagem : seja realizada apenas em mulheres com hCG abaixo do nível discriminatório e que apresente uma taxa de elevação anormal. Progesterona serica: Em gestações tópicas, os níveis de progesterona devem ser superiores a 25 nglml. Valores inferiores a I O ng/ml são sugestivos de gestações anormais Culdocentese: A aspiração de liquido sanguinolento, não coagulado, pelo fundo de saco de Douglas, podendo estar presente em abortamentos tubários ou cisto lúteo hemorrágico. Apenas define um hemoperitônio. 13 TRATAMENTO CIRÚRGICO Laparoscopia X Laparotomia; Salpingectomia; Salpingostomia. A laparoscopia é a modalidade de abordagem cirúrgica indicada na maioria dos casos. Ela permite a visualização direta das tubas uterinas e da pelve, permitindo o diagnóstico adequado e tto adequado. A laparotomia (cirurgia abdominal aberta) é indicada quando a mulher está hemodinamicamente instável ou a laparoscopia não está prontamente disponível Salpingectomia: consiste na retirada da trompa acometida. Pode ser necessária em mulheres com sangramento incontrolável, com gravidez ectópica recorrente na mesma tuba, com trompa uterina muito lesada ou saco gestacional (SG) maior do que 5 cm. A salpingectomia é a melhor indicação para mulheres nas quais a trompa contralateral é nomal, Salpingostomia: consiste na enucleação do ovo com conservação da trompa que é deixada aberta para que a cicatrização ocorra por segunda intenção. Es tá indicada: como primeira opção para a paciente que apresentar trompa contral.ateral doente; para a paciente que quiser filhos futuramente; na ectopia tubária de pequenas dimensões, usualmente localizada na porção ampular da trompa e que se apresenta integra. 14 TRATAMENTO CLÍNICO Metotrexate: antagonista do ácido fólico que inibe a síntese de purinas e pirimidinas, interferindo na síntese de DNA e na multiplicação celular; Esquemas: Injeção diretamente no saco gestacional em dose única da MTX (50 mg); Injeção intramuscular em dose única na dose de 50 mg/m²; Injeção intramuscular em dias alternados na dose de I mg/kg. 15 TRATAMENTO CLÍNICO Indicações MTX: Paciente estável e com pouca sintomatologia; Gravidez ectópica persistente; Gravidez ectópica não usual; Condições associadas a melhores resultados com o uso do MTX: Saco gestacional < 3 ,5 cm; Feto sem atividade cardíaca; Beta-hCG < 5.000 mUI/ml. TRATAMENTO CLÍNICO Contraindicações ao uso do MTX: Imunodeficiência; Doença renal ou hepática; Discrasias sanguíneas; Doenças pulmonares ativas; Úlcera péptica, Hemorragia intra-abdominal ativa; Hipersensibilidade à droga; Impossibilidade de acompanhamento institucional. TRATAMENTO CONDUTA EXPECTANTE Prenhez tubária íntegra; Ausência de dor ou sangramento genital; Ausência de sinais de sangramento abdominal; Níveis decrescentes de BHCG; Dosagem seriada de BHCG, hematócrito e US endovaginal. Se ocorrer aumento do BHCG e/ou da massa anexial , a conduta expectante estará contra-indicada 18
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