Apostila PreparoCanais 2015 2

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- LIMPEZA E CONFORMAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES –
- PROCEDIMENTO ENDODÔNTICO PERSONALIZADO –
2015-2
	!! IMPORTANTE
	A irrigação é um elemento fundamental nesta etapa. A primeira irrigação é feita ainda na câmara coronária, logo após o acesso. Ao adentrarmos os canais radiculares, sempre, a cavidade pulpar deverá estar cheia de substância irrigadora. A renovação se dará após cada troca de instrumento ou o uso das brocas de Gates-Glidden.
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COMPRIMENTO APARENTE DO DENTE - CAD
1) Medir o comprimento do dente na radiografia de diagnóstico (COMPRIMENTO APARENTE DO DENTE – CAD). Caso seja um dente multirradicular, deve-se medir o comprimento, direcionando para cada raiz, a partir do referencial coronário.
	1.a) Medir o comprimento da Coroa Dentária (Limite Amelo-Cementário) (Clinicamente)
	1.b) Estabelecer o comprimento da raiz
!! TODAS AS MEDIDAS DEVERÃO SER ANOTADAS
!! ATENÇÃO AO REFERENCIAL CORONÁRIO - ANOTE-O
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EXPLORAÇÃO/CATETERISMO DO CANAL RADICULAR
2) Colocar o cursor de silicone numa lima K#10 ou K#15 e posicioná-lo no comprimento correspondente ao CAD-3mm, medidos na régua milimetrada. Levar a lima até a entrada do canal e sentir as paredes da dentina em todo perímetro. Introduzir a lima no canal, com movimentos longitudinais curtos e com balanceio, fazendo com que a ponta da mesma encoste nas paredes do canal (em todo o perímetro). Aprofunde a lima gradualmente até que o cursor de silicone toque no ponto de referência coronário.
Se o instrumento prender nas paredes do canal, persistir com o movimento de balanceio, neste ponto até que o instrumento apresente-se solto.
!!! Se o instrumento entrar folgado até o comprimento desejado, vá para o passo 3.
!!!! Deixe para fazer a radiografia de odontometria mais adiante – será mais seguro.
	Durante a exploração deve-se tentar perceber as irregularidades nas paredes da dentina, presença de fendas, constricções, bifurcações e curvaturas dos canais radiculares. A pesquisa de perfurações também se faz desta maneira.
Há casos em que o aprofundamento da lima no canal é difícil ou mesmo impossível.
Nessas situações, posicione a lima até onde foi possível e faça uma radiografia para avaliação.
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PREPARO DA PARTE CERVICAL/MÉDIA DO CANAL - COMPRIMENTO CAD/2
3) Colocar o cursor de silicone numa lima K #35 e posicioná-lo no comprimento correspondente ao CAD/2. Colocar a lima no canal até que o cursor toque no ponto de referência coronário.
SITUAÇÃO 1 > Se o canal for de diâmetro menor que a lima #35, o instrumento não aprofundará o suficiente para que o cursor toque no ponto de referência. A partir de limas com menor diâmetro, deve-se alargar o canal, neste comprimento (CAD/2) até se conseguir 0,35 mm de diâmetro.
SITUAÇÃO 2 > Se o canal for de diâmetro igual ou maior que a lima de # 35, o instrumento será acomodado no canal até que o cursor toque o ponto de referência. Neste caso, siga para o item 3.a.
 	3.a) Colocar o cursor de silicone numa broca de Gates-Glidden #2 e posicioná-lo no comprimento correspondente ao CAD/2. Colocar a broca em movimento no canal, com movimentos longitudinais e retos, até que o cursor toque levemente no ponto de referência coronário. 
	Você alargou o canal, até esse comprimento, deixando-o com diâmetro de 0,70 mm (Correspondente à lima#70).
	!! A BROCA DEVERÁ IR ATÉ O COMPRIMENTO DESEJADO, SEM FORÇAR E SER REMOVIDA TOTALMENTE DO CANAL - SE HOUVER RESISTÊNCIA, RECUE !!
	3.b) Nos canais amplos e com raízes que possuem estrutura de dentina mais avantajada, pode-se utilizar a broca de Gates-Glidden # 3, 1,0 mm mais curta que a anterior.
	Você alargou o canal, até esse comprimento, deixando-o com diâmetro de 0,90 mm (Correspondente à lima#90).
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PREPARO DA PARTE MÉDIA/APICAL – COMPRIMENTO 2CAD/3
4) Colocar o cursor de silicone numa lima K #35 e posicioná-lo no comprimento correspondente ao 2CAD/3. Colocar a lima no canal até que o cursor toque no ponto de referência coronário.
SITUAÇÃO 1 > Se o canal for menor que a lima #35, o instrumento não aprofundará o suficiente para que o cursor toque no ponto de referência. A partir de limas com menor diâmetro, deve-se alargar o canal, neste comprimento (2CAD/3) até se conseguir 0,35 mm de diâmetro.
SITUAÇÃO 2 > Se o canal for igual ou maior que a lima de # 35, o instrumento será acomodado no canal até que o cursor toque o ponto de referência. Neste caso, siga para o item 4.a.
 	4.a) Colocar o cursor de silicone numa broca de Gates-Glidden #2 e posicioná-lo no comprimento correspondente ao 2CAD/3. Colocar a broca em movimento no canal, com curtos movimentos longitudinais, até que o cursor toque levemente no ponto de referência coronário. 
	Você alargou o canal, até esse comprimento, deixando-o com diâmetro de 0,70 mm (Correspondente à lima#70).
	
ATENÇÃO!! Se o canal for curvo neste comprimento (2CAD/3) ou a curvatura iniciar antes deste comprimento!!!
	 Diminuir o comprimento do instrumento de modo a corresponder à parte reta do canal (cada caso terá seu comprimento específico). A broca de Gates-Glidden não deverá jamais ser utilizada na parte curva do canal.
	 Repetir o passo 4.a, respeitando o comprimento em questão (parte reta do canal).
!! ANOTAR O COMPRIMENTO ESPECÍFICO
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PREPARO DA PARTE APICAL - ODONTOMETRIA
5) ODONTOMETRIA – Estabelecer o Comprimento Real do Dente (C.R.D.)
	 5.a) Por meio de radiografia
 	 Introduzir uma lima até 1 mm aquém do Comprimento Aparente do Dente (CAD - 1 mm), de modo que esta se ajuste ao diâmetro do canal nesse comprimento (Inicie com uma lima #20). Em canais atrésicos, possivelmente a lima que se ajustará no canal, nesse comprimento (CAD – 1 mm) poderá ser de menor diâmetro. Já, nas raízes mais calibrosas e canais mais amplos, possivelmente a lima que se ajustará no canal, nesse comprimento (CAD – 1 mm) poderá ser de maior diâmetro.
!!! ANOTAR O CALIBRE DA LIMA QUE SE AJUSTOU NESTA MEDIDA
ATENÇÃO!! Se o canal apresentar curvatura apical, utilize limas que apresentam maior flexibilidade (ex.: limas K-Flexofile)!!!
		Fazer radiografia ortorradial ou pela técnica de Clark (se necessário), com a lima posicionada dentro do canal, no comprimento pré-estabelecido.
	!! Como foi colocado um instrumento no comprimento CAD – 1 mm, deve-se verificar nessa radiografia se a distância entre a ponta do instrumento e o ápice radicular confere com a medida CAD - 1 mm.
Se a medida conferir, acrescente mais 1 mm no comprimento do instrumento (que foi medido na régua) para saber o comprimento real do dente (C.R.D.) – Anotar a medida!
Se a medida for menor que 1 mm, faça o ajuste necessário para obter o C.R.D. - Anotar a medida!
Se a medida estiver entre 1 e 3 mm, deve-se ajustar o comprimento do instrumento para chegar ao ápice radicular - Anotar a medida!
Se for maior que 3 mm, deve-se ajustar a medida em direção ao ápice radicular e fazer nova radiografia e medir as diferenças entre o instrumento e o ápice radicular para os ajustes necessários.
	
	5.b) Por meio do localizador foraminal
PASSO 1 >> Adaptar o aparelho no paciente (alça labial)
PASSO 2 >> Ligar o aparelho
PASSO 3 >> Adaptar a lima no terminal adequado
Pode-se iniciar com a lima #20, porém a segurança na medida está no ajuste deste instrumento às paredes do canal (sentir o instrumento travar na dentina). Caso tenha a sensação de que o instrumento está folgado, substitua-o por um mais calibroso).
PASSO 4 >> Introduzir a lima no canal até que o aparelho acuse o C.R.D.(aviso luminoso e/ou sonoro). Antes de remover a lima do canal, ajuste o cursor no ponto de referência. Remova a lima do canal e verifique seu comprimento com a régua milimetrada. Repetir o procedimento 2 ou 3 vezes para conferir a medida.
Duas observações são importantes nesta etapa, independente do método utilizado:
	>> Estabelecer o C.R.D.
	>> Estabelecer o Diâmetro Anatômico doForame.
!! TODAS AS MEDIDAS DEVERÃO SER ANOTADAS
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PREPARO DA PARTE APICAL – PATÊNCIA (Desobstrução)
6) Fazer a PATÊNCIA DO CANAL é colocar um instrumento no Comprimento Real do Dente (CRD), isto é, até o forame apical principal. Tem por objetivo desobstruir o forame apical e mantê-lo desobstruído durante o processo do preparo cirúrgico do canal.
Como referência prática vamos colocar inicialmente uma lima K#10 (aço inox), com movimento de balanceio e leve pressão apical. Após certificarmos que o instrumento chegou ao CRD, removeremos o mesmo.
Irrigar!!!
Colocar agora outro instrumento, lima K#15 (aço inox), com movimento de balanceio até o CRD e remover.
Irrigar!!!
Colocar um novo instrumento, lima K#20 (aço inox), com movimento de balanceio até o CRD e remover.
Esse último instrumento será nosso INSTRUMENTO DE PATÊNCIA!!!!
Irrigar!!!
	PARA CANAIS CURVOS!!!
O INSTRUMENTO DE PATÊNCIA deverá ser uma lima NiTi#20!!!
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PREPARO DA PARTE APICAL – COMPRIMENTO DE TRABALHO (C.T.)
7) O Comprimento de Trabalho refere-se ao comprimento real do dente (C.R.D.) subtraindo-se 1 mm.
Deve-se alargar e limpar o canal no C.T. introduzindo limas de diâmetros sucessivamente maiores.
 	Após cada lima utilizada no C.T., deve-se colocar a “lima patência” no C.R.D. para remover raspas de dentina que porventura estejam retidas na região foraminal.
	CANAIS RETOS
O INSTRUMENTO DE PATÊNCIA pode rotacionar 2 a 3 voltas e ser removido por tração.
	CANAIS CURVOS
O INSTRUMENTO DE PATÊNCIA [NiTi] pode rotacionar por 1 a 2 voltas e ser removido por tração.
	Lima mestra é o último instrumento utilizado no C.T. que tenha produzido alargamento suficiente e adequado para o caso.
	
COMO DEFINIR A LIMA MESTRA??
	7.a) Para os canais retos
	 A lima mestra depende da estrutura radicular apical.
	BASE REFERENCIAL!!
 O alargamento pode ser feito pela instrumentação do canal no C.T. com, no mínimo, 3 limas de diâmetro imediatamente maior àquela que primeiro se ajustou no canal (INSTRUMENTO USADO NA ODONTOMETRIA), nesta medida.
	 7.b) Para os canais curvos
	 A lima mestra depende da estrutura radicular total e do grau de curvatura da raiz.
	IMPORTANTE !!!
CONSIDERAR:
1 - Quanto mais delgada a raiz, menor o calibre da lima mestra.
2 - Quanto mais acentuada a curvatura da raiz, menor o calibre da lima mestra
(aproveitar a maior flexibilidade do instrumento).
3 – Em último caso, a menor lima mestra utilizada deve ser a de número 25, porém 
proporcionando alargamento do C.T. para colocar um cone de guta-percha número 30 (no mínimo).
	
LEMBRE-SE!!
Todo início de instrumentação, enquanto o instrumento estiver prendendo nas paredes do canal, deve seguir com movimento de balanceio.
	
!! CANAIS CURVOS – USAR INSTRUMENTOS DE NiTi.
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CONFORMAÇÃO FINAL DO CANAL – PADRÃO DE CONICIDADE
8) Dois referenciais são importantes nesta etapa:
		>> Diâmetro Cirúrgico do Canal (D.C.C.) no C.T. – LIMA MESTRA
		>> Comprimento do canal – Desde a entrada até o C.T.
	Uma referência para a conformação final de um canal reto ou da porção reta de um canal curvo, é estabelecer gradiente de conicidade de 0,06 mm/mm.
Na maioria dos dentes com canais retos, o gradiente de conicidade mínimo pode ser duplo: 0,06 mm/mm na porção apical e média do canal e 0,08 mm/mm na porção cervical do canal.
	Nos dentes com pouca estrutura, principalmente na região média e apical ou nos dentes com canais curvos, pode-se planejar gradiente de conicidade de 0,05 mm/mm nos 3 ou 4 mm apicais aquém do C.T., seguindo de uma conicidade de 0,06 mm/mm a partir de 4 ou 5 mm até a parte reta do canal e 0,08 mm/mm nos 2 ou 3 mm da entrada do canal.
	A partir do D.C.C. no C.T. e sabendo o comprimento do canal, pode-se estabelecer o diâmetro provável da entrada do canal em função do gradiente de conicidade adequado para o caso.
	Deve-se lembrar que o canal já foi ampliado até o comprimento 2CAD/3 e está com diâmetro 0,70 mm; e até CAD/2, com o mesmo diâmetro ou com diâmetro de 0,90 mm se foi utilizada a broca de Gates-Glidden #3.
	Partindo do C.T., a ampliação do canal deverá ser feita recuando-se 1 a 2 mm a cada lima de maior diâmetro empregada (adaptar a ampliação à conicidade desejada). Deve-se repetir o procedimento, com limas cada vez mais curtas e de maior diâmetro, até que o comprimento a ser trabalhado coincida com a porção já ampliada do canal na fase de preparo da porção média/apical (2CAD/3). A partir deste comprimento até a entrada do canal, pode-se adequar o diâmetro utilizando às brocas de Gates-Glidden sequencialmente, seguindo o mesmo protocolo das limas.
	
A cada troca de lima durante o processo de conformação final do canal, deve-se IRRIGAR e colocar a LIMA PATÊNCIA no C.R.D., com movimento de ½ a 1 volta, e a LIMA MESTRA no C.T., para limpar possíveis raspas de dentina que podem se acumular nessa região. 
 
!!!! SEU CANAL ESTÁ PRONTO PARA SER OBTURADO