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Aula 3

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I EM PSICOLOGIA
Aula 03: Escuta como instrumento de trabalho
AULA 03: ESCUTA COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO
Estágio supervisionado básico I em psicologia
Estágio supervisionado básico I em psicologia
AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Objetivo
Escuta ativa
1
PRÓXIMOS 
PASSOS
Falar ou calar
2
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Estágio supervisionado básico I em psicologia
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AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Saber falar
A fala é o principal instrumento de trabalho do psicólogo. 
Como vimos na aula anterior, ao tratar da paciente Anna O., o médico neurologista Freud teve uma ideia genial:
Expressar em voz alta pensamentos – mesmo que insignificantes – e resgatar lembranças traumáticas causam efeitos benéficos ao psiquismo.
Até então, as pessoas enxergavam o corpo e a alma como partes distintas e, em alguns casos, até opostas. Mas Freud percebeu que ambos, os quais envolvem sentimentos e emoções, estão unidos. Assim, ele inaugurou a terapia pela fala.
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Estágio supervisionado básico I em psicologia
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AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Saber falar
Freud revolucionou a medicina e, em particular, a psiquiatria ao criar uma nova forma de compreensão do ser humano: a psicanálise.
Essa teoria apresenta uma ética fundamental: escutar o que o sujeito tem a dizer sobre si mesmo, valorizar a forma como narra sua história e seus sintomas.
Portanto, quando é associado a uma escuta cuidadosa do psicólogo, o discurso do indivíduo possibilita – senão uma cura –, ao menos, uma melhora significativa dos sinais expressos.
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Estágio supervisionado básico I em psicologia
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Escuta ativa
“A escuta apresenta-se como uma estratégia de comunicação essencial para a compreensão do outro, pois é uma atitude positiva de calor, interesse e respeito, sendo, assim, terapêutica.”
Fonte: Benjamim, 1983.
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Escuta terapêutica
“Na literatura, algumas expressões são utilizadas para nomear a escuta enquanto processo terapêutico:
Escuta ativa;
Escuta integral ou atenta;
Ouvir reflexivamente;
Escuta compreensiva;
Escutar ativamente;
Escuta terapêutica. 
A escuta terapêutica pode ser definida como um método de responder aos outros, de forma a incentivar uma melhor comunicação e [uma] compreensão mais clara das preocupações pessoais. 
É um evento ativo e dinâmico, que exige esforço por parte do ouvinte [para] identificar os aspectos verbais e não verbais da comunicação.” 
Fonte: Mesquita e Carvalho, 2014.
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Escuta terapêutica
“A partir do modelo centrado na pessoa, desenvolvido por Carl Rogers, a utilização da escuta passa a valorizar a pessoa como sujeito que busca e é capaz de se desenvolver.
A escuta terapêutica é apreciada por diversas escolas psicológicas [e representa] a base de todas as respostas efetivamente geradoras de ajuda.
No cuidado, a escuta pode minimizar as angústias e diminuir o sofrimento do assistido, pois, por meio do diálogo que se desenvolve, possibilita ao indivíduo ouvir o que está proferindo, induzindo-o a uma autorreflexão.”
Fonte: Mesquita e Carvalho, 2014.
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Escuta terapêutica
“A prática da escuta significa o reconhecimento do sofrimento do paciente, pois o ato de ouvir [...] [oferece] a este a oportunidade de falar e expressar-se. 
Ainda, a escuta é um instrumento importante para a obtenção de informações, por exemplo, pelo uso de perguntas abertas, resumos e esclarecimento.”
Fonte: Mesquita e Carvalho, 2014.
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Escuta ativa
A escuta pode e deve acontecer nos diversos contextos de atuação do psicólogo.
No hospital, é possível oferecer uma escuta qualificada e comprometida, o que implica ouvir o sujeito e sua família, a fim de conhecê-lo para além dos contornos patológicos. 
Em suas diretrizes, a Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) encaminha as práticas de saúde à valorização da dimensão subjetiva, comprometidas com a produção de sujeitos autônomos em seus processos de saúde.
Fonte: BRASIL, 2004.
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Escuta ativa
Humanizar um atendimento por meio de uma escuta diferenciada significa, entre outras atitudes, inserir o sujeito que se encontra adoecido em seu tratamento.
É importante reposicioná-lo como agente de seu próprio processo de saúde, construindo, assim, maior grau de responsabilização sobre seu cuidado.
Além disso, esses processos devem se estender para além do contexto hospitalar. 
Isso só é possível na medida em que se viabiliza esse espaço de escuta e de intercâmbio de informações entre profissional e usuário, envolvendo o indivíduo em um elo de acolhimento.
Fonte: Cecilio e Merhy, 2003.
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AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Tipos de intervenções terapêuticas
Geralmente, no processo terapêutico, o sujeito fala, e o psicólogo o escuta. Mas esse profissional precisa fazer algumas intervenções, interpretações ou sinalizações.
Rogers (1977) chama a atenção para os tipos possíveis de intervenção terapêutica, que se classificam em cinco grandes categorias:
Estimativa;
Interpretativa;
Tranquilizadora;
Exploradora;
Compreensiva.
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Tipos de intervenções terapêuticas
1. Estimativa
Resposta que expressa certa opinião relativa ao mérito, à utilidade, à exatidão, ao fundamento etc. daquilo que disse o cliente. De uma maneira ou de outra – mais ou menos delicada, ou mais ou menos franca –, ela indica como o cliente poderia ou deveria agir.
2. Interpretativa
Resposta que visa, de algum modo, instruir o cliente a seu próprio respeito, fazê-lo tomar consciência de algo, demonstrar-lhe um acontecimento ou outro. De forma direta ou indireta, ela indica como o cliente poderia ou deveria representar para si mesmo a situação.
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos de intervenções terapêuticas
3. Tranquilizadora 
Resposta que visa tranquilizar o cliente, aliviar sua angústia e apaziguá-lo. De uma forma ou de outra, ela pressupõe que o sentimento do cliente não é justificado, que o problema não existe ou que não é tão sério como ele o vê. 
4. Exploradora
Resposta que visa obter dados suplementares, verificar ou aprofundar a discussão. O terapeuta sugere que o cliente poderia ou deveria examinar mais de perto um ou outro aspecto do problema. Em outras palavras, ele explica que o problema é mais complexo do que o cliente imagina.
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos
de intervenções terapêuticas
5. Compreensiva 
Resposta que visa compreender o interior, apreender o tom afetivo e pessoal da comunicação. Ela revela a preocupação do terapeuta em assimilar corretamente a situação vivenciada, o que o cliente lhe diz e a natureza do sentimento que, de fato, experimenta. 
Esse tipo de resposta é o que melhor expressa a intenção do terapeuta centrado na pessoa. 
Por meio dela, oportunizamos um sentimento de liberdade, de segurança e de confiança em si – necessárias à atualização das capacidades (manifestas ou latentes) de self-help, isto é, da tomada de consciência e de direção (autônomas de si).
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos de intervenções terapêuticas
As demais respostas tendem a produzir maior ou menor sentimento de ameaça interno, o que, naturalmente, vai contra as forças do crescimento e da aprendizagem autônoma.
Essas respostas tendem, ainda, a modificar a ótica do cliente ou a substituí-la por uma visão mais ou menos alheia.
Por isso, elas impedem o interessado de se dar conta plenamente do problema tal como ele o experimenta naquele instante em questão.
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos de intervenções terapêuticas
No encontro com o cliente, o terapeuta deve levar em consideração os sentimentos, e não os fatos.
A forma como o PACIENTE descreve o que ocorreu (fato) é fundamental no processo terapêutico.
Assim, para favorecer seja a relação, seja a tomada de consciência, a resposta precisa dirigir-se ao sentimento que sustenta os fatos e acontecimentos que formam a trama do relato.
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos de intervenções terapêuticas
O sentimento engloba não somente experiências de natureza emocional ou afetiva, como, por exemplo:
Angústia;
Vergonha;
Inveja;
Ódio;
Amor;
Desejo;
Inquietação;
Arrependimento;
Prazer etc.
O sentimento abrange tudo o que tende a revelar o ângulo perceptual pessoal, ou seja, subjetivo, como a experiência bem particular relativa à imagem do eu.
Fonte: Rogers, 1977.
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Tipos de intervenções terapêuticas
Por um lado, todas as intenções, impressões, crenças e atitudes classificam-se como sentimento. 
Por outro, a noção de fator refere-se aos elementos mais ou menos secundários, materiais ou sociais, que servem de veículo ou de contexto ao sentimento.
Portanto, nas intervenções terapêuticas, buscamos apreender a realidade subjetiva, e não objetiva.
Fonte: Rogers, 1977.
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Saiba mais
Sugestões de leitura
A cura pela fala;
Psicólogos: a cura pela palavra.
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Referências
CECILIO, L. C. de O.; MERHY, E. E. A integralidade do cuidado como eixo da gestão hospitalar. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. de. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: IMS ABRASCO, 2003. 
MESQUITA, A. C.; CARVALHO, E. C. de. A escuta terapêutica como estratégia de intervenção em saúde: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 48, n. 6, dez. 2014. 
ROGERS, C. R. O terapeuta. In: ROGERS, C. R.; KINGET, M. Psicoterapia e relações humanas – teoria e prática da terapia não diretiva. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Entrevista.
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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