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Transição Nutricional Foi divulgada no dia 03 de julho de 2008 parte dos resultados da terceira edição da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006), que traça o perfil da população feminina em idade fértil (de 15 a 49 anos) e das crianças menores de cinco anos no Brasil. Financiada pelo Ministério da Saúde (MS), e coordenada pela equipe da área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a amostra abrangeu 14.617 domicílios, entrevistou 15.575 mulheres e 5.056 crianças e a metodologia constou de entrevistas domiciliares, mensuração antropométricas (estatura e peso de mulheres e crianças e circunferência da cintura de mulheres), coleta de amostras de sangue para dosagens de vitamina A e hemoglobina e informações sobre o teor de iodo disponível no sal consumido nos domicílios. Confira abaixo parte dos resultados da pesquisa: PNDS – Mulheres (15 a 49 anos) - 2006 Déficit de peso 3,5% Excesso de peso 34,2% Obesidade 9,7% PNDS – Crianças (0 a 5 anos) - 2006 Déficit de Peso/Estatura 1,5% Déficit de Estatura/Idade 7% Excesso de Peso/Estatura 7% Observe graficamente a evolução da Desnutrição, Sobrepeso e Obesidade na população feminina, através da comparação de alguns estudos realizados pelo IBGE (1974 – Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF); 1989 – Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN); 2002 – Pesquisa de Orçamento Familiar (POF); 2006 – Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNSN)). Em todos os estudos nacionais, vem-se tendo uma confirmação do quadro contínuo e crescente da Transição Nutricional, caracterizada por mudanças no padrão alimentar e de prática atividade física com consequência direta no estado nutricional da população. A Transição Nutricional é influenciada por modificações facilmente notórias na nossa sociedade, tal como o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, alterando o padrão de alimentação caseira e em família, observado há anos atrás; o excesso de trabalho e estresse, sobretudo das grandes cidades, onde dispõe-se de tempo limitado para as refeições, favorecendo a procura por alimentos rápidos (fast-foods); a indústria alimentícia que rapidamente se adaptou ao novo estilo de vida e disponibilizou uma enorme variedade de produtos congelados para o rápido preparo e consumo, como lanches, salgados, pizzas e lasanhas que podem ser preparados em menos de 15 minutos, cuja palatabilidade é aceitável. Se considerarmos atividade física como sendo qualquer atividade que coloque o corpo em movimento, devemos admitir que a modernidade, o avanço tecnológico, exige cada vez menos que isso ocorra. São inúmeros os botões que apertamos diariamente para substituir as nossas tarefas. O botão da máquina de lavar roupa que substitui o exercício braçal de um tanque; o da máquina de secar roupa que substitui o exercício de estende-las em um varal; o da máquina de lavar louça que reduz a atividade de esfrega-la, o controle remoto da televisão, do DVD, do rádio, o notebook que pode ser apoiado sobre o colo, enquanto um indivíduo deitado checa seus e-mails e assiste à televisão; além das escadas rolantes e elevadores que poderiam ser exclusividade de deficientes físicos, porém estão sempre lotados de indivíduos sadios e preguiçosos. Este quadro de queda da qualidade da alimentação, associada à redução na prática de atividade física justifica as prevalências atuais de excesso de peso. Em relação à desnutrição, que se mantem em declínio no país, pode ser justificada talvez pelo conceito da Segurança Alimentar e Nutricional, que se refere à garantia universal a uma alimentação adequada quantitativamente e qualitativamente, supondo-se que seja justamente a qualidade que não esteja sendo garantida. A população de baixa renda e de regiões mais pobres têm acesso a alimentação de cesta básica, incluindo farináceos, açúcar, gordura, alimentos que em excesso provocam sobrepeso e não garantem aporte adequado de vitaminas, minerais, fibras. Para maiores informações sobre a metodologia e os resultados da PNDS 2006 Por Maysa Helena Toloni Nutrição Atividade Física Obesidade Doenças Crônicas não Transmissíveis Estilo de Vida Saudável Educação Alimentar
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