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IED PROCESSUAL - Diana Perez - Caderno 4o Semestre

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IED PROCESSUAL
Aluno: Joao Felipe Cabral Fagundes Pereira 
PROPEDÊUTICA PROCESSUAL: CONCEITOS BÁSICOS - Tais conceitos não são necessariamente ligados a área jurídica, sendo alguns deles considerados pré-jurídicos.
NECESSIDADE - Necessidade é a falta de algo, ou seja, é uma situação de carência, representando a ruptura do equilíbrio. É a relação de dependência do homem com certos elementos necessários para sua sobrevivência e bem estar. O elemento capaz de satisfazer as necessidades humanas são os bens, que podem ser materiais ou imateriais (água, comida, amor, paz, etc).
UTILIDADE - Utilidade é a capacidade ou aptidão de um bem em satisfazer as necessidades de um homem. A utilidade se faz através de um juízo de valoração, para que possamos saber se um bem é útil ou não. 
INTERESSE - O interesse é a posição favorável á satisfação de uma necessidade. Se percebemos que determinado bem é útil para satisfazer suas necessidades, surge o interesse. O interesse é o vinculo que entre o homem e o bem (o homem com suas necessidades e o bem com sua utilidade).
OBS: Homem e Necessidades (Infinitas) + Bem e Utilidade (Finitos).
-Interesse Imediato: O interesse é imediato quando o bem é capaz de satisfazer diretamente uma necessidade. Um exemplo é quando estamos com sede e tomamos um copo de água para satisfazermos imediatamente a nossa necessidade.
-Interesse Medito: É quando um bem não satisfaz diretamente a nossa necessidade, apenas de forma indireta. Um exemplo é quando estamos com sede, não tenho um copo de agua, porém tenho dez reais, portanto utilizarei o dinheiro para comprar água.
-Interesse Individual: Diz-se que o interesse é individual quando o bem é capaz de satisfazer as necessidades de um individuo (pessoa considerada individualmente). 
-Interesse Coletivo: É quando um bem tem a capacidade de satisfazer as necessidades de um certo grupo/coletividade. Um exemplo é quando a associação de PMs da Bahia entra com uma ação para receberem gratificações do Estado. 
CONFLITO DE INTERESSES - É quando há dois ou mais interesses conflitantes, que podem ser de duas ordens: o conflito subjetivo e o conflito intersubjetivo.
-Conflito de Interesses Subjetivo: O conflito de interesses é subjetivo quando há interesses conflitantes de um único indivíduo. Logo, o mesmo homem tem dois ou mais interesses diferentes e conflitantes, tendo como um exemplo uma situação que o individuo quer comprar dois sapatos, porém só tem dinheiro para comprar um.
-Conflito de Interesses Intersubjetivo: Quando o conflito de interesses envolve duas ou mais pessoas, dizemos que o conflito é intersubjetivo. É esse tipo de conflito que interessa ao Direito. 
PRETENSAO - Sempre que falamos sobre conflito de interesses, a ideia é a de pretensão. Pretensão é a exigência de subordinação do interesse de outrem a seu próprio interesse (quero que o meu interesse prevaleça sobre o do outro). O conflito de interesses se dissolve quando a pretensão de certo indivíduo prevalece (quando A discute com B sobre quem detém a posse de um computador e B concorda que A é o dono do computador).
RESISTËNCIA - A resistência é o ato contrário a pretensão. A resistência se subdivide em resistência em sentido estrito e insatisfação.
-Pretensão Resistida/Sentido Estrito: É quando se discute a titularidade de um bem. Um exemplo é quando A e B discutem a quem pertence o computador e, por isso, ambos vão a juízo. O magistrado terá de usar de técnicas cognitivas para definir quem é o titular do bem.
-Pretensão insatisfeita/Insatisfação: É quando a titularidade já é certa, sendo discutido apenas a fruição desse bem. Um exemplo é quando A reconhece que o computador de B, porém não aceita que B faca uso desse objeto, levando a situação á juízo. Outro exemplo é quando um individuo compra um objeto e não paga o valor completo. O magistrado terá que usar técnicas executivas para compensar a parte desfavorecida (penhora de bens, bloqueio de bens).
LIDE - Lide é um conflito de interesses/litígio intersubjetivo qualificado por uma pretensão jurídica resistida ou insatisfeita deduzida em juízo. A lide precisa ser resolvida, existindo diversas formas de composição/resolução da lide, que são:
-Jurisdição: Na medida em que o Estado tomou o poder de resolver conflitos, o mesmo utiliza, via de regra, a jurisdição. A jurisdição é a forma estatal da resolução de conflitos/composição da lide. A jurisdição, em regra, é inerte, sendo necessário que as partes levem a situação á juízo.
OBS: É discutido se a jurisdição só é exercida quando há conflito, pois existem casos em que não há conflito, porém é necessário que a situação passe pelo crivo do Poder Judiciário, como em casos de divórcio consentido (não há um conflito de interesse) por ambas as partes, sendo que o casal tem um filho. Ou seja, a jurisdição seria uma forma de resolver situações conflituosas ou não que são levadas a juízo.
-Ação: É o direito apto a provocar a jurisdição. Todos nós temos o direito de ação.
-Processo: A jurisdição precisa ser instrumentalizada, logo, o processo é o instrumento pelo qual se exerce a jurisdição e se desenvolve o direito de ação. É uma série de atos que se prolongam com o objetivo de chegar em uma decisão e resolução final.
OBS: Os processos são entes abstratos, cujas versões materializadas são os autos do processo. 
DIREITO MATERIAL X DIREITO PROCESSUAL – O direito material traz as regras de conduta/regras do dever ser. Se um direito material for cumprido naturalmente por todos, não haveria necessidade de se instaurar o processo e o direito processual não existiria. Sempre que houver uma lesão ou ameaça ao direito material, surge a necessidade de instauração de um processo, consequentemente gerando o Direito Processual. O direito processual é a instrumentalização e efetivação do direito material. Para que o processo seja instaurado, é necessária a criação de normas e requisitos que devem ser preenchidos e cumpridos. 
SUJEITOS DO CONFLITO X SUJEITOS DO PROCESSO – Normalmente, os sujeitos do conflito, no âmbito do direito material, são os mesmos dos sujeitos do processo (A discute com B sobre algo, havendo um conflito cujos sujeitos são A e B, tanto no âmbito processual quanto no material/legitimidade ordinária). 
 Entretanto, é possível que não haja essa coincidência, e isso se dá nos casos de legitimidade extraordinária, não havendo relação entre os sujeitos do conflito e sujeitos do processo. Um exemplo é quando A é filho de B e a mãe de A vai ao MP para que o mesmo ingresse com a ação. Ou seja, os sujeitos do conflito (A e B) são diferentes dos sujeitos do processo (B e MP)
INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO – O direito processual não é um fim em si mesmo, pois serve para efetivar o direito material. A relação entre direito material e direito processual é circular e simbiótica, pois ambos necessitam um do outro, não havendo hierarquia entre esses ramos. 
SOCIEDADE E TUTELA JURÍDICA – A realização da paz social pelo ordenamento jurídica é o que chamamos de tutela jurídica, que é a proteção normativa a determinadas condutas humanas. A tutela jurídico tem duas espécies: 
MOMENTO ESTÁTICO DA TUTELA JURÍDICA – O momento estático é representado pelo direito material, sendo as regras de conduta/dever ser.
MOMENTO DINÂMICO DA TUTELA JURÍDICA – Quando há uma violação ao direito material, há a necessidade de movimentar a maquina jurisdicional para que o direito processual incida através de um processo, iniciado por uma ação da parte lesada. A tutela jurídica no seu momento dinâmico também é chamada de tutela jurisdicional. É o reconhecimento de uma situação jurídica amparada pelo ordenamento material (ponto de convergência material e processual). Sempre que houver o reconhecimento do direito material levado à juízo, haverá a tutela jurisdicional. Nos casos em que se extingue o processo de forma anormal/sem resolução de mérito, não haverá tutela jurisdicional, pois não houve análise do direito material. Um exemplo é quando a mãe do locador resolve entrar com um processocontra o locatário/inquilino devedor, havendo um vício formal, pois apenas o próprio locatário pode entrar com uma ação, não havendo tutela jurisdicional nessa ação, mas houve jurisdição. 
OBS: Tutela Jurisdicional não se confunde com tutela jurídica, assim como também não se confunde com Jurisdição. Uma sentença improcedente com resolução do mérito sempre é dotada de tutela jurisdicional (coisa julgada material).
-Tutela Jurisdicional Diferenciada: As situações reguladas pelo direito material são variadas e o direito processual não é um fim em si mesmo, pois serve para efetivar o direito material, tendo que se adequar às diferentes situações e peculiaridades do direito material, havendo diversos procedimentos. Isto compõe a tutela jurisdicional diferenciada, que é a proteção normativa processual a determinadas situações jurídicas, que dadas as suas peculiaridades, refogem ao normal. As ações de idosos (procedimentos diferenciados) e o MS (exigência de prova pré-constituída) são exemplos de tutela jurisdicional diferenciada.
ACEPÇÕES DO TERMO PROCESSO – O termo processo possui inúmeras acepções, sendo visto sob diversas óticas.
PROCESSO COMO FENÔMENO DA TEORIA GERAL DO DIREITO - Toda norma jurídica é resultado de um debate prévio, se construindo processualmente ou seja, o processo nessa acepção funciona como um mecanismo de controle das normas. Portanto, podemos dizer que o processo é a forma pela qual se constroem as normas processuais e o próprio Direito. Uma lei advém de um processo legislativo, assim como um ato administrativo advém de um processo administrativo, sendo exemplos dessa acepção de processo, que é visto de uma forma extremamente ampla (processo legislativo, negocial, jurisdicional, administrativo, etc). 
PROCESSO COMO FATO JURÍDICO (ATO JURÍDICO COMPLEXO) – Ato jurídico é um fato no qual a vontade humana compõe o suporte fático. Este ato jurídico que é o processo é um ato jurídico complexo, pois existem inúmeros atos (ato de interpor a ação, citar o réu, contestar, produzir provas, decidir, recorrer, etc). Ou seja, processo é uma série de atos que se prolongam com o tempo, sendo o sinônimo de procedimento. Nessa concepção, o processo é trabalhado no plano da existência
PROCESSO COMO RELAÇÃO JURÍDICA – O processo jurídico é visto como um relação jurídica, sendo o efeito do ato jurídico, ou seja, podemos concluir que, nessa acepção, o processo é visto e estudado no plano da eficácia. Podemos concluir que o mesmo sujeito pode ocupar diferentes papéis, sendo uma parte ativa e outra passiva.
TEORIA GERAL DO PROCESSO – A doutrina debate se é possível haver uma teoria ampla que consiga abarcar todas as formas de processo. A teoria é um corpo sistematizado de conceitos. Alguns autores, como Fredie Didier, creem que existem teorias gerais (um conjunto de elementos diversos), teorias individuais (tem por objeto um elemento específico) e teorias particulares (tem por objeto elementos com a mesma característica), enquanto outros acreditam que toda teoria é geral.
-Teoria Geral do Processo: A Teoria Geral do Processo, que também possui cunho doutrinário, é o ramo de pensamento epistemológico, não estando ligado a dogmática, tendo como objeto a ciência do direito processual civil. Ele visa a elaboração, articulação e sistematização de conceitos lógico jurídicos (conceitos obtidos a priori e de cunho universal).
-Ciência do Direito Processual Civil:  A Ciência do Direito Processual Civil é doutrinária, sendo o ramo do pensamento dogmático que tem por objeto o Direito Processual Civil, estando ligado a dogmática. Esse ramo visa a elaboração, articulação e sistematização de conceitos jurídicos positivos.
-Direito Processual Civil: Direito Processual Civil tem cunho normativo, sendo o conjunto de normas que disciplinam o processo civil. Os artigos do CPC são os que compõem o Direito Processual Civil
CONCEITO JURÍDICO-POSITIVO –São construções normativas obtidas a partir de um real e determinado ordenamento jurídico. São conceitos obtidos a posteriori, sendo necessário conhecer um ordenamento para poder extrair tais conceitos jurídicos-positivos. Estes conceitos se encaixam no campo da dogmática jurídica, ou seja, no estudo interno do direito. Com base nesses conceitos, não é possível elaborar uma teoria geral (conceitos como decisão interlocutória e etc)
CONCEITO LÓGICO-JURÍDICO – São construídos a priori, sendo alheios a qualquer realidade determinada, tendo por marca a generalização e universalização, sendo invariáveis e possuem a pretensão universal. Não se vinculam às variações do direito positivo. Apesar de serem conceitos obtidos a priori, os mesmos são provisórios, já que o Direito é uma ciência mutável. Estão ligados aos pressupostos do saber científico, possuindo caráter epistemológico.
 O dever jurídico e o sujeito jurídico são exemplos de conceitos lógicos-jurídicos, que servem para a elaboração de uma teoria geral. 
OBS: A partir do momento em que estudamos conceitos jurídicos-positivos em matérias de Teoria Geral, há uma desvirtuação da própria Teoria Geral. Por isso que algumas universidades preferem utilizar a nomenclatura Introdução ao Estudo do Direito Processual ao invés de Teoria Geral do Processo.
HISTÓRIA E AS FASES METODOLÓGICAS DO PROCESSO
SINCRETISMO PROCESSUAL/IMANENTISMO/PRAXISMO - Nessa fase não havia uma verdadeira ciência do processo civil, pois os conhecimentos eram puramente empíricos, sem qualquer consciência de princípios, conceitos próprios ou método. O processo era vista apenas em sua realidade física exterior e perceptível aos sentidos, chegando a ser confundido com o mero procedimento ao ser definido como “sucessão de atos” ou “modo de exercício de direitos”, não havendo distinção entre direito processual e material. Não havia sequer percepção da relação jurídica existente entre os sujeitos (relação jurídica processual), nem sobre a necessidade de se permitir a participação dos litigantes (contraditório). 
CIENTIFICISMO/PROCESSUALISMO/AUTONOMIA – Foi uma fase marcada pelo pensamento e obra de Oskar Von Bulow. Há uma distinção da relação jurídica processual com a relação jurídica material, passando a estudar o Direito Processual como ciência, possuindo autonomia. Nessa fase, foi necessária uma separação abrupta entre direito material e direito processual, havendo duas teorias que se destacam:
-A Teoria Dualista: Tem como principal representante Giuseppe Chiovenda, e prega que o direito processual não cria nada de novo, tendo um cunho meramente declaratória (declararia os comandos da lei, havendo uma cisão nítida entre direito processual e material.
-A Teoria Unitária: Acredita que o direito processual traria alfo de novo, possuindo um caráter constitutivo, ajudando a construir o ordenamento, não sendo apenas declaratório. Por meio do processo, haveria a criação da norma individualizada ao caso concreto. 
INSTRUMENTALISMO - Na fase do instrumentalismo, passa-se a perceber que o processo não é um fim em si mesmo, servindo como um processo de instrumentalização material, não podendo ser visto de forma isolada. Tal fase marca uma reaproximação entre direito material e processual, sem que houvesse a perda da autonomia do direito processual. Processo não é um fim em si mesmo. Algumas questões sociais passam a ser levantadas (aspectos sociais do processo), sendo nessa fase que surgem as chamadas ondas renovatórias de acesso à justiça (Mauro Capelletti).
-1ª Onda Renovatória: A primeira onda renovatória reflete sobre o acesso da justiça aos necessitados, que não conseguem arcar com os custos do processo judicial. 
-2ª Onda Renovatória: A segunda onda renovatória reflete a preocupação com a proteção aos interesses coletivos, pois o sistema foi concebido para proteger os interesses individuais, passando a ter a necessidade de haver instrumentos capazes de tutelar os interesses coletivos (Idosos, Crianças, etc).
-3ª Onda Renovatória: A terceira onda renovatória busca a diminuição do formalismo, já que quando o processo passa a ser estudadocomo uma ciência, o formalismo é necessário e essencial, porém não devemos possuir um sistema dotado de formalismo exacerbado. 
NEOPROCESSUALISMO – É a fase contemporânea do Direito Processual. É o estudo do Direito Processual sob a luz de novos valores e paradigmas , sendo uma fase marcada por aspectos éticos, onde questões éticas passam a ser inseridas no Direito Processual (Boa-Fé e Lealdade Processual, Princípio da Cooperação, etc). É também chamado de formalismo valorativo, pois a formalidade é importante, porém deve haver uma análise sobre até que ponto é necessário o formalismo.
-Texto x Norma: A Interpretação é uma atividade de descoberta/extração do sentido/alcance de enunciados, onde a doutrina do Direito tem que se basear na diferenciação de textos e normas, sendo Texto o material a ser interpretado, enquanto a Norma é o produto da interpretação de um texto ou um conjunto de textos. 
-Princípio como Norma: Atualmente, inúmeras decisões são pautadas apenas em princípios, indo de encontro com determinadas regras, acabando com a ideia de que os princípios só serão utilizados para resolver uma situação no caso concreto onde as normas não são capazes de solucionar o caso.
A jurisprudência, reiteração de decisões judiciais no mesmo sentido, formando um padrão interpretativo capaz de inspirar futuros julgamentos, passa a ser uma fonte do direito, graças às súmulas vinculantes e persuasivas
-Conceitos Jurídicos/Indeterminados e Clausulas Gerais: Os textos jurídicos antigamente eram muito minuciosos, não acompanhando as mudanças sociais, fazendo com que o processo legislativo ficasse defasado. Por isso, o legislador passou a utilizar conceitos mais abertos em suas leis, dando ao magistrado maior espaço interpretativo, com o intuito de dinamizar a harmonização entre o mundo normativo e o mundo social. 
(i) Os Conceitos Jurídicos Indeterminados teriam uma abertura na hipótese fática, enquanto consequência normativa está prevista em lei. Ou seja, a abertura se daria apenas na hipótese fática.
(ii) As Clausulas Gerais possuem uma abertura tanto na hipótese como na consequência da hipótese, deixando nas mãos do magistrado as medidas que o mesmo julgar cabíveis para a situação do caso concreto.
-Força Normativa da Constituição: O processo serve como um instrumento para garantir a efetivação dos direitos fundamentais presentes na CF, havendo também direitos processuais estritamente ligados aos Direitos Fundamentais (Direitos Fundamentais Processuais), como o exercício do contraditório e ampla defesa, por exemplo.
-Reaproximação entre Processo Civil e Processo Penal: Até um período recente, tais ramos eram antagônicos. Ou seja, o Processo Civil era marcado pelo princípio dispositivo (quem ocupa o papel principal/central do processo são as partes, sendo o juiz apenas um coadjuvante) enquanto o Processo Penal era marcado pelo Princípio Inquisitivo (o direito de punir/jus puniendi do Estado era a parte protagonista, sendo as partes coadjuvantes. 
 O que existe hoje é um Princípio Cooperativo, que consiste na ideia de que todos os sujeitos do processo devem cooperar para o bom andamento do processo, independentemente de ser um Processo Civil ou Penal, havendo a superação da dicotomia entre os ramos.
-Tutela Individual x Tutela Coletiva: Com o passar do tempo, se tornou necessária a proteção de interesses coletivos, havendo a criação de ações como a Ação Civill Pública e o MS Coletivo, por exemplo, existindo os dois tipos de tutela no Direito Processual brasileiro.
-Civil Law x Common Law: Hoje em dia, o Brasil possui características do Civil Law e do Common Law, sendo que tais mudanças que vieram com a quebra dessa dicotomia se refletiram no Direito Processual.
EVOLUÇÃO HSTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO – O Direito Processual Brasileiro passou por todas as fases do Direito Processual, porém tal evolução se deu de forma mais lenta no Brasil em relação a Europa.
ORDENAÇÕES DO REINO – No âmbito processual, se destacavam as Ordenações Filipinas, que possuíam fortes influencias do Direito Canônico, onde as partes ocupavam o papel central (processo dispositivo). No âmbito criminal, era permitido o castigo corporal, sendo um processo baseado nas atrocidades. O Código Criminal surge em 1830, banindo certas penas cruéis antes vigentes nas ordenações filipinas.
CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL (1832 ) – Apesar de ser um código de processo penal, ele também tratava de direito civil (anexo que tratava sobre a administração provisória da justiça). Ao longo da Década de 1840, vários artigos desse anexo foram suprimidos, fazendo com que o processo civil continuasse a ser regido pelas Ordenações. 
REGULAMENTO 737 (1850) – Com o surgimento do Código Comercial de 1850, houve a criação do Regulamento 737, que tratava apenas do processo comercial, sendo uma espécie de código de processo comercial. É um diploma que deu certo e até hoje é elogiado pelo apuro e rigor técnico. 
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO PROCESSO CIVIL – No âmbito civil, as normas de processo civil ainda estavam nas Ordenações e em algumas leis esparsas. Com o objetivo de reunir as leis esparsas, Antonio Joaquim Ribas foi nomeado para consolidar as leis do processo civil, na chamada Consolidação das Leis do Processo Civil/Consolidação Ribas, resultando na adaptação e modificação da forma de algumas leis.
EXTENSÃO DO REGULAMENTO 737 ÀS CAUSAS CÍVEIS – Com o surgimento da República, uma das suas primeiras medidas no âmbito jurídico foi a extensão do Regulamento 737 às causas cíveis, regulamentando também o processo civil.
CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891: DUALIDADE DE PROCESSOS – A grande marca da Constituição de 1891 foi a dualidade dos processos, pois a CF passou a dizer que a competência para legislar sobre os processos cabia à União e aos Estados-Membros. Isto quis dizer que cada Estado poderia elaborar o seu próprio Código de Processo. A Bahia, por exemplo, tinha um dos melhores Códigos de Processo do Brasil. Porém, tal modelo dualista acabou não funcionando, pois alguns Estados não fizeram seus códigos.
CONSTITUIÇÃO 1934 – A CF de 1934 reza que a competência para legislar sobre processos caberia apenas à União, havendo a necessidade da existência de um Código de Processo para regular todo o território nacional.
CPC/39 E CPP/41 – A CF de 34 resulta no CPC/39, tendo como modelo o CPC Baiano de Eduardo Spínola. Em 1941, houve também a elaboração e promulgação do Código de Processo Penal de 1941.
VINDA DE ENRICO TULLIO LIEBMAN PARA O BRASIL – Em 1940, Enrico Tullio Liebman chega ao Brasil, num momento onde o direito brasileiro ainda era praxista e adepto do sincretismo, não havendo estudos sobre o Direito Processual. Juntamente com seus alunos, Enrico fundou a Escola Processual de São Paulo, passando a se dedicar ao estudo do processo como ciência. Com isso o Brasil ingressa em uma nova fase, que é o Processualismo/Cientificismo. 
CPC/73 - Enrico e seus alunos passaram a fazer críticas sobre o CPC de 39. No governo de Jânio Quadros, foi nomeado Alfredo Buzaid para ser o responsável pela elaboração do ante projeto de um novo CPC, que foi o CPC/73, também chamado de Código Buzaid, sendo o mesmo um discípulo de Liebman. O CPC/73 ainda era muito individualista não havendo preocupação com a tutela coletiva, individualidade e com os aspectos sociais, não havendo ainda a entrada no Instrumentalismo. 
CF/88 E REFORMAS – Apenas na década de 80 que entramos na fase do Instrumentalismo, com a criação da Lei da ACP (7347/85) e a criação da CF/88. Para se adaptar com a nova realidade da CF, o CPC de 73 passou a sofrer inúmeras reformas, firmando a nova fase do Instrumentalismo. O CPC sofreu diversas mudanças em suas características e a implantação de inúmeras leis novas, que afetavam um pouco a organização do CPC. 
NOVO CPC (2015) - Com a necessidade de se adaptar às novas questões éticas e ratificar o ingresso na nova fase do Neoprocessualismo, foi promulgado em 2015 o novo CPC, justamente para atender as demandas atuais da sociedade, implantandoos princípios da Igualdade Processual, Boa-Fé Objetiva Processual, etc.
ASPECTOS GERAIS DA NORMA PROCESSUAL – As normas podem ser de diversas origens, como as normas morais, jurídicas e religiosas. As normas jurídicos tem como característica o seu caráter impositivo, havendo as normas materiais (regras de conduta/dever-ser, a solução dos conflitos) e as normas processuais (a técnica para a resolução desse conflito). 
 O entendimento de processo hoje é que o mesmo é a relação jurídica + procedimento. Podemos dizer que tudo que é procedimento é processo. A competência para legislar sobre procedimento é concorrente, enquanto a competência para legislar sobre o processo é privativa da União. Tal distinção entre normas processuais e procedimentais coube à doutrina.
OBJETOS E ESPÉCIES – O objeto da norma processual é justamente o modo processual de resolver conflitos e controvérsias. Podemos dizer que o Direito Processual disciplina o modo processual. O que caracteriza uma norma processual é o seu objeto e não a sua localização, sendo possível encontrar uma norma processual num diploma normativa de direito material, surgindo os institutos bifrontes, que possuem dupla regência, sendo regidos pelo direito material e processual (a penhora, provas, legitimidade no CC/02). 
OBS: Alguns membros da doutrina acreditam que essas normas seriam heterotópicas, normas puramente processuais que estão em um local equivocado. Outra parcela da doutrina acredita que tais normas seriam processuais-materiais, não sendo processualmente puras, mas sim híbridas. 
-Normas de Organização Judiciária: São aquelas que tratam da criação e estrutura dos órgãos judiciários e seus auxiliares. Os Estados-Membros podem legislar sobre normas de organização judiciária. Um exemplo dessa espécie de norma processual é uma lei que cria ou extingue uma determinada vara.
-Normas Processuais em Sentido Estrito: De acordo com Dinamarco, tudo que disser respeito a relação jurídica processual (direitos, deveres, faculdades, ônus, etc) seria norma processual, possuindo competência privativa da União. De acordo com Marcelo Abelha, tudo que exigir isonomia e uniformidade à todo território nacional é norma processual. Tudo que porte em ofensa ao contraditório e ampla defesa (garantias processuais mínimas) seriam normas processuais.
-Normas Procedimentais: Tudo que disser respeito à procedimento (tempo, lugar, forma dos atos processuais e seu modo de realização) seria norma procedimental, havendo a capacidade dos Estados-Membros de legislarem sobre esta espécie de norma. De acordo com Marcelo Abelha, tudo que não exigir uniformidade à todo território nacional e não implicar em uma violação ao Princípio da Isonomia seria norma procedimental. Tudo que não porte em ofensa às garantias processuais mínimas seria uma norma procedimental (Rosemiro Pereira Leal).
NORMAS PROCESSUAIS COGENTES X DISPOSITIVAS – As normas processuais sempre são normas de Direito Público, pois há interferência do Poder do Estado nas relações processuais. Ou seja, independentemente de o Direito tratado no processo envolver uma relação privada, as normas do direito processual serão sempre e necessariamente normas de Direito Público. Entretanto, o fato de ser norma de Direito Público não significa que todas as normas processuais serão cogentes/ de ordem pública.
-Norma Cogente: É aquela que goza de imperatividade absoluta, não deixando nenhuma margem para a deliberação das partes. Via de regra, as normas processuais são cogentes. Exemplos de normas cogentes são as normas de competência absoluta, que são aquelas firmadas em razão do interesse público e da competência material (causa trabalhista não serão julgadas por um juiz da vara criminal).
-Normas Dispositivas: As normas dispositivas são normas que não gozam de imperatividade absoluta, deixando certa margem para deliberação das partes. A possibilidade de transação e suspensão de um processo são exemplos previstas no CPC de 73 que davam possibilidade de deliberação das partes sobre o processo. As normas de competência relativa, que são firmadas levando em conta o interesse das partes, onde a competência territorial é de competência relativa (quando as partes elegem onde o processo deverá tramitar).
FONTES DA NORMA PROCESSUAL 
-CF/88: Um exemplo são os direitos processuais fundamentais, como a ampla defesa, o devido processo legal e o contraditório.
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
-Tratados Internacionais: Alguns tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário versam sobre normas processuais, como o cumprimento de cartas rogatórias (ato de cooperação entre juízes de países distintos).
OBS: Cartas Precatórias são cartas rogatórias só que em diferentes comarcas do país.
-Leis Federais: Tanto leis ordinárias quanto leis complementares podem servir como fontes, versando exclusivamente sobre normas processuais e concorrentemente sobre normas de organização judiciária e normas procedimentais. 
-Constituição e Leis Estaduais: Tanto as Constituição Federal quanto a CE e as Leis Estaduais poderão versar sobre normas de organização judiciária e normas procedimentais.
-Regimentos Internos dos Tribunais: Certos regimentos internos dos Tribunais podem servir como formas de guiar e garantir o andamento do processo (que órgão irá dirigir o processo, quando haverá a fala, quem julgará o processo, etc).
-Jurisprudência: Os precedentes que tem cunho vinculante processual, como as súmulas vinculantes processuais são exemplos de fontes da norma processual.
-Negócios Jurídicos e Processuais: Hoje em dia, é possível que as partes possam deliberar e negociar como ocorrerá o processo, de forma expressa no Artigo 190 do CPC/15.
-Usos e Costumes: Práticas reiteradas durante o processo servem como fontes da norma processual.
-Doutrina: Os grandes autores de direito processual, através de teses e doutrinas diferenciadas, servem como fontes para a norma processual.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PROCESSUAL – Os textos legais também precisam ser interpretados para que se tornem normas. Mesmo diante de textos claros, é necessária a interpretação.
-Método Literal: Deve haver um grande cuidado com as palavras contidas na lei, havendo uma preocupação com o significado das palavras, tendo nas palavras um ponto de partida e um limite para a própria interpretação (Exemplo: A idade mínima para ser governador, 29 anos)
-Método Logico-Sistemático: O intérprete deve ter um cuidado maior com o conjunto normativo a ser examinado e interpretado. De acordo com Eros Grau, “não devemos interpretar o Direito em tiras” (Exemplo: Artigo 60, Parágrafo 4º, Inciso IV, pois se analisarmos através do método gramatical, não teremos como analisar todos os Direitos Fundamentais).
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
IV - os direitos e garantias individuais
-Método Histórico: É a análise do contexto histórico da Lei, através da pesquisa das datas, entrevistas e anais para entender as intenções do legislador que criou a Lei, a busca pela “Volunta Legislatoris”/Vontade do Legislador.
-Método Comparativo: É a interpretação com base nas diferentes normas entre os ordenamentos jurídicos de países diferentes.
-Método Teleológico: Busca a finalidade, onde em vez de ser pesquisada a vontade do legislador, há a preocupação com a vontade da lei (Voluntas Legis) e a sua finalidade, tendo como exemplo a finalidade da Lei Maria da Penha, em situações onde um transexual quer ser tutelado pela lei, e a questão da união estável entre 3 mulheres. 
Podemos chegar a 4 resultados,com base nos métodos de interpretação, que são:
-Resultado Declarativo: O resultado declarativo é a conclusão de que a lei é exatamente aquilo que estava escrito em seu texto.
-Resultado Extensivo Resultado: Resultado extensivo é quando a lei diz menos do que deveria, havendo a necessidade do intérprete de dar um alcance maior a lei.
-Resultado Restrititvo: Entende-se que o legislador disse mais do que deveria, havendo uma restrição no sentido da lei.
-Resultado Abrrogante: O intérprete entende que a lei não poderá mais ser aplicada, havendo a revogação.
OBS: O juiz não pode deixar de julgar alegando uma lacuna jurídica ou obscuridade da lei, o que está presente no Artigo 140 do CPC. Caso haja uma lacuna, o mesmo irá julgar com base na analogia, nos princípios e nos costumes.
Art. 140.  O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO – A lei processual disciplina a jurisdição, uma das funções do Estado. Ou seja, a lei só poderá ser aplicada no país que a edita. No âmbito da Lei Processual no Espaço vige o Princípio da Territorialidade, vedando a aplicação de leis estrangeiros em processos brasileiros. No Direito Processual, essa territorialidade é mais rígida e estrita do que no âmbito do direito material. O artigo 13 da LINDB é uma exceção ao Princípio da Territorialidade Estrita, de acordo com uma parcela da doutrina. 
(LINDB) Art. 13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO – No âmbito do Direito Processual em relação a eficácia da Lei Processual no Tempo é o Princípio da Irretroatividade/Tempus Regit Actum, não podendo retroagir para atingir situações jurídicas já consolidadas e antes de sua vigência. Pelo fato do processo ser uma concatenação de atos que se prolongam no tempo, há uma certa demora para a conclusão dos processos, havendo um problema em relação a mudança das leis processuais durante o processo
-Processos Findos: São processos que já transitaram em julgado. Se o Processo A acabou em 2015 e com o Novo CPC surgiu a Lei X, não será aplicada mais a Lei X e sim a vigente na época.
-Processos Futuros: Processos que ainda irão acontecer. Todos os processos iniciados após o início de vigência da lei nova estarão sob aplicação da nova lei processual.
-Processos Pendentes: É quando surge uma lei nova durante o andamento do processo. Existem três sistemas possíveis, que são:
(i) Sistema da Unidade Processual, que prega que o processo é um todo indivisível, só podendo ser aplicada uma única lei ao longo de todo processo, ou seja, via de regra a lei que iniciou o processo vai até o final. Ou então a lei nova iria retroagir para julgar atos passados. É um sistema que não foi adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro.
(ii) Sistema das Fases Processuais, que prega a ideia que o processo é dividido em fases que , de acordo com a maioria doutrina são: (a) Fases Postulatórias, onde se concentram os atos postulatórios, que pedem algo; (b) Fase de Saneamento, em que o processo é saneado, onde o juiz identifica alguma irregularidade, pode antecipar o julgamento da lide, etc; (c) a Fase Instrutória, que é a fase de produção de provas testemunhais, documentais, periciais etc; e a (d)Fase Decisória, que é a fase onde o magistrado irá fazer a decisão.
 Para essa teoria, se surge uma lei processual nova, ela só será aplicada na fase subsequente. Ou seja, se estou no meio da fase instrutória com a Lei A e a Lei B é criada durante esta fase, será aplicada a Lei B só na Fase Decisória. Este é um sistema que também não foi adotado pelo sistema jurídico brasileiro.
(iii) Sistema do Isolamento dos Atos Processuais, que consiste na ideia de que os atos processuais devem ser vistos de forma isolada. Ou seja, se surge uma lei processual nova, a mesma será aplicada no ato subsequente. Se estamos na parte de provas documentais sob vigor da Lei A e surge a Lei B que muda a forma de produzir a prova pericial, o próxima ato, que é a prova pericial, mesmo dentro da mesma fase da prova documental (Fase Instrutória), será feita com base na aplicação da Lei B. Este é o sistema adotado pelo Brasil, como vimos no Artigo 1046 do CPC/15. 
Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
(a)Em relação a prazos, a lei nova não vai incidir sobre atos que já iniciaram seus prazos. O CPC estabeleceu que a contagem dos prazos seriam contados com base nos dias úteis. 
(b) Quanto à validade, a lei nova não atinge a validade ou invalidade sobre um ato já praticado sobre a égide de uma lei antiga.
(c) Quanto aos efeitos do recurso, a lei nova não atinge as admissibilidades e os efeitos do recurso.
 OBS: No Novo CPC não existe mais o procedimento sumário e alguns procedimentos especiais, havendo uma exceção desse sistema no §1º do Artigo 1046 do CPC/15, havendo a aplicação do antigo CPC de 1973. O CPC de 1973 ainda poderá ser aplicado com base no Artigo 1047 (provas requeridas ou determinadas antes da vigência do CPC/15) e 1052 (execuções contra devedor insolvente) do CPC/73.
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
Art. 1.047.  As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Art. 1.052.  Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Art. 1.057.  O disposto no art. 525, §§ 14 e 15, e no art. 535, §§ 7o e 8o, aplica-se às decisões transitadas em julgado após a entrada em vigor deste Código, e, às decisões transitadas em julgado anteriormente, aplica-se o disposto no art. 475-L, § 1º, e no art. 741, parágrafo único, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
ACESSO À JUSTIÇA – Não podemos entender de forma literal esta expressão. Podemos concluir então que a tutela jurisdicional deve ser visto sob três óticas: (i) A tutela jurisdicional enquanto decisão procura em obter do PJ uma decisão e uma resposta. (ii) A tutela jurisdicional enquanto resultado procura obter o resultado prático desejado. Por fim, (iii) a tutela jurisdicional enquanto procedimento prega que deve-se adequar um procedimento adotado abarcando de forma eficaz o resultado prático da decisão por parte do PJ.
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS E TENTATIVA DE SUPERAÇÃO 
-Custo do Processo: O processo gera despesas. Portanto, se queremos nos valer de certa atividade jurisdicional, devem haver despesas, tanto para os (i) custos do advogado quanto para a (ii) manutenção do PJ. Esse valor atribuído às causas serve de parâmetro para as custas do processo. Ou seja, quanto maior a causa do processo, maior as custas do processo que deverão ser pagas ao PJ. Via de regra, não existe o jus postulandi pessoal, sendo necessária a atuação de um advogado, havendo a necessidade do pagamentos do honorários advocatícios.
 Outro aspecto dos custos do processo são os (iii) honorários sucumbenciais, que são os honorários que são devidos pela parte perdedora do processo para a parte vencedora, eles geralmente são representados por valores econômicos , através de ações indenizatórias. 
OBS: O advogado vencedor recebe do réu por fora 10%-20% do valor da causa ganha , ou seja caso haja uma vitória de 100.000 , o advogado do autor receberá 10.000 por fora do réu , mas caso o advogado do réu prove ao juiz que a indenização é de 70.000 e não 100.000 , o advogadodo autor receberá 7.000 do réu enquanto o advogado do réu receberá 3.000 do autor.
 Com o intuito de superar tais obstáculos, foi criada a (iv) Gratuidade Á Justiça, que é um gênero composto por três espécies: o (a) benefício da justiça gratuita, que é quando os hipossuficientes são isentos das custas processuais, não havendo um parâmetro para definir a concessão deste benefício; a (b) assistência jurídica, que é quando um advogado demanda um juízo, fornecida pela NPJ, SAJU, ONGs e a DP; e a (c) assistência judiciária, que é mais ampla, havendo também a consulta e a demanda do juízo por um advogado, fornecida pelo NPJ, DP, ONGs e SAJU.
OBS: Os juizados especiais foram criados para causas menos complexas, que tendem a ser mais rápidas e céleres. Os juizados especiais possuem algumas vantagens, pois não é necessário pagar as custas do processo em 1º grau, não havendo também a necessidade do pagamento dos honorários sucumbenciais, nem a necessidade de pagar um advogado, podendo haver o jus postulandi pessoal. Serve como um estímulo para o acesso à justiça.
-Duração do Processo: Os processos no Brasil são, geralmente, morosos e demorados, que acabam por estrangular os Direitos Fundamentais, pois acabam resultando em acordos nem um pouco razoáveis. Além disso, muitos indivíduos evitam em entrar na justiça temendo a demora do processo. Dependendo das estruturas dos órgãos, pode haver menor ou maior duração do processo.
(i) As tutelas diferenciadas como a ação de alimentos e o MS podem acelerar e tornar o processo mais célere. Os precedentes vinculantes também são fatores que ajudam na diminuição da duração do processo, assim como a conciliação, mediação e arbitragem, que retira a sobrecarga do PJ.
-Disparidade entre Litigante Habitual e Litigante Eventual: (i) Litigante Habitual é quem está litigando em juízo com frequência, como os bancos, planos de saúde, etc. (ii) Litigante eventual são os que eventualmente litigam em juízo, como o cidadão comum. 
 Os litigantes habituais, por terem mais experiência, já conhecem os meandros da justiça, sabendo sobre o processo interno do PJ e possuindo um maior acesso serventuário da justiça. Outro fator que distancia os dois tipos de litigantes é o fato de que devido aos inúmeros processos, é muito mais fácil para o litigante habitual dissolver suas perdas, pois perde e ganha vários casos.
 Cabe ao juiz ou conciliador um papel mais atuante para que haja a diminuição da disparidade, chamada de Paridade De Armas, que consiste na ideia de que o juiz não deve ser parcial, mas sim razoável, promovendo a igualdade sendo imparcial.
-Problema Cultural: É o problema do próprio reconhecimento do Direito. As pessoas, de vez em quando, não tem o reconhecimento de terem um direito, devido ao desconhecimento da população geral e a rápida sucessão de leis.
-Questões Psicológicas: Isto acomete as pessoas menos favorecidas, pois este obstáculo envolve o temor que as pessoas menos esclarecidas tem diante da justiça. A conscientização por parte das pessoas e a aproximação entre justiça e sociedade (tendo como exemplo a Justiça Itinerante) são formas de mostrar que a justiça é feita e aplicada para todos os indivíduos.
-Preocupação Excessiva com a Tutela Individual: O ordenamento brasileiro foi direcionado inicialmente para a tutela de interesses individuais, não havendo acoes de tutela coletiva. Apenas depois, que as ações de tutela coletiva como a ACP e a Ação Popular foram implantadas e posteriormente desenvolvidas.
-Formalismo Exacerbado: O formalismo exacerbado, fruto da necessidade de comprovar o direito processual como ciência, acabou, por consequência, afastando os indivíduos do conhecimento sobre o processo. A forma é necessária, porém não de forma exacerbada, que afaste o cidadão do direito.
NORMAS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL – Os primeiros 12 artigos (Capítulo I) do CPC/15 tratam das normas fundamentais do Direito Processual, não sendo um rol exaustivo, pois existem outras normas fundamentais do processo civil que estão previstas em outros dispositivos além do CPC. Tais artigos tratam tanto de regras quanto de princípios.
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
DEVIDO PROCESSO LEGAL – O Princípio do Devido Processo Legal está previsto no Artigo 5º, LIV da CF/88 e há a sua extração no Artigo 8º do CPC, havendo relatos de que existe desde a Magna Carta de 1215. O Princípio do Devido Processo Legal é uma clausula geral, pois com o passar do tempo, é permitida aplicações deste princípio em diversos contextos históricos.
 No âmbito do direito processual, a dignidade da pessoa humana se confunde com o devido processo legal, que é a forma de proteção da DPH. É o Princípio-Mãe, pois os outros princípios advém do Devido Processo Legal. Nelson Neri crê que tudo que disser respeito à vida, propriedade e liberdade deve estar sendo observado pelo processo lega. Tal princípio se aplica tanto nas relações do Estado quanto nas relações privadas (desde 2005, de acordo com decisão do STF, quando um associado foi expulso sem que houvesse sua chance de se defender).
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
-Dimensão Formal ou Procedimental: É uma dimensão puramente processual, sendo o conjunto das garantias processuais mínimas. Esta dimensão confina os poderes estatais no que se refere à forma como os atos devem ser produzidos.
-Dimensão Material ou Substancial: Promove o controle da razoabilidade das normas. Aqui controla-se o conteúdo dos atos normativos, afastando-se obstáculos/interpretações que violem a razoabilidade. Essa dimensão material é fundamento dos deveres de proporcionalidade e razoabilidade. O devido processo legal, em sua dimensão material, se confunde com a razoabilidade.
EFETIVIDADE – O Princípio da Efetividade já existia implicitamente na CF. Entretanto, o legislador preferiu tratar de forma expressa esse Princípio no CPC. Processo devido é processo efetivo, ou seja, não podemos falar em devido processo legal sem falarmos sobre a efetividade do processo, A efetividade é o conteúdo do Princípio do Devido Processo Legal. Deve-se dotar ao magistrado de meios para executar aquilo foi concedido e pleiteado. Efetividade é a busca pela satisfação dos efeitos do direito.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
EFICIÊNCIA – Além de efetivo, o processo precisa ser eficiente, estando previsto no Artigo 37 da CF/88. Este Princípio seria uma versão contemporânea do Princípio da Economia Processual, ou seja, o processo deve ter o menor prazo possível, sendo o mais eficiente possível. Não se pode, em nome da duração razoável, passar por cima das garantias processuais.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
-Dimensão sobre a Administração Judiciária: Quando o Princípio recai sobre os órgãos que tratam da administração do PJ, havendo a necessidade da eficiência. 
-Dimensão sobre a Gestão do Processo: O Processo deve ser conduzido de forma eficiente, observando-se uma relação vantajosa de custo e benefício.
OBS: Podemos ser efetivos sem sermos eficientes. Um exemplo é quando o processo demora anos, mas cumpre o desejado por uma das partes, sendo um processo efetivo e não eficaz.
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO/PROCESSO SEMDILAÇÕES INDEVIDAS – Estava previsto originariamente no Pacto de San Jose, sendo incorporado no ordenamento interno na EC45/04, no Artigo 5º, LXXVIII e na parte inicial do Artigo 4º e 139, II do CPC. Cabe, diante do caso concreto, dizermos o que é uma duração razoável ou não. Consiste na ideia de que o processo deve ter a solução integral do mérito em prazo razoável. O Processo precisa de tempo, para que seja garantida as garantias processuais mínimas, se pregando uma duração razoável e não uma celeridade.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
II - velar pela duração razoável do processo;
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
-Critério da Complexidade da Causa: As causas mais complexas tendem a demorar mais, ou seja, a produção de prova pericial e as causas que exigirem um maior número de testemunhas irão, naturalmente, demorar mais tempo.
-Critério do Comportamento das Partes: A depender de como as partes se comportam no processo, o mesmo poderá durar mais ou menos. Se a parte quiser atrapalhar o processo, sempre irá peticionar para atrasar o processo, podendo o juiz considerar se o comportamento é indevido ou não. 
-Critério da Estrutura do Judiciário: Quanto mais estruturada for a justiça (Justiça Estadual mais bem estruturada do que Justiça do Trabalho, por exemplo), mais rápido será o processo e vice-versa.
IGUALDADE/PARIDADE DE ARMAS – O Princípio da Igualdade ou Paridade de Armas está previsto no caput do Artigo 5º da CF e no Artigo 7º do CPC. Deve haver a igualdade substancial entre as partes durante o andamento do processo. 
(CF) Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(CPC) Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
-Prazos Diferenciados: O Artigo 183 do CPC trata dos prazo diferenciados, ou seja, os prazos da Fazenda Pública são dilatados em relação aos da Pessoa Comum. De acordo com o STF, tal Artigo não viola o Princípio da Igualdade, mas sim corrobora o mesmo princípio, já que a quantidade de processos contra o Estado é muito alta, além da burocracia e impossibilidade do MP de se recusar a participar do caso.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
-Remessa Necessária: Se o Estado perde uma ação, mesmo que não haja apelação por parte do Estado, o mesmo será encaminhado para o Tribunal. Isso é a remessa necessária, que consiste no fato de que as causas perdidas pelo Estado serão reapreciadas, independentemente de apelação por parte do Estado, na próxima instância. O reexame necessário não violaria o Princípio da Igualdade, pois é a primazia do interesse público que deve ser levada em conta.
OBS: O Artigo 100, I do Antigo CPC de 73 consistia no fato de que a mulher, numa ação de divórcio e separação de casamento, teria foro privilegiado, decorrendo o processo no local onde a mulher estivesse residindo, sob a alegação de que a mulher era mais frágil, vulnerável e teria que cuidar dos filhos. Mesmo com a CF/88 declarando a igualdade entre homem e mulher, o STF entendeu que tal Artigo, de acordo com o caso concreto, ainda poderia ser sustentado, antes de ter sido abolido pelo legislador. Hoje, o CPC permite foro privilegiado ao Guardião do filho incapaz, e não à mulher.
Art. 53.  É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
CONTRADITÓRIO/AUDIÊNCIA BILATERAL – O Princípio do Contraditório já estava presente na CF/88, no Artigo 5º, LV. O legislador tratou expressamente deste principio também no Artigo 10, final do Artigo 7º do CPC. O Princípio do Contraditório é um corolário do princípio do devido processo legal, e significa que todo acusado terá o direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita, utilizando, para tanto, todos os meios de defesa admitidos em direito. O contraditório é, portanto, a opinião contrária daquela manifestada pela parte oposta da lide.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, COMPETINDO AO JUIZ ZELAR PELO EFETIVO CONTRADITÓRIO.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
-Dimensão Formal: Diz respeito à participação do processo, do poder de participar do processo.
-Dimensão Substancial ou Material: É o poder de me manifestar no processo e influenciar as decisões do magistrado, evitando o que se chama de decisão surpresa. É a dimensão que serve de fundamento para o direito de ser acompanhado de um advogado.
-Discussões sobre Possíveis Violações do Contraditório: (i) Liminar é um momento do processo, que significa antes da ouvida do réu. Caso seja negada a cirurgia por um plano de saúde, o juiz concede uma tutela antecipada para que haja a cirurgia sem que o réu seja ouvido no período normal, mas sim posteriormente, para que haja cirurgia do indivíduo. A liminar busca beneficiar o interesse maior (bens como a vida e o patrimônio), podendo haver a possibilidade de que o indivíduo que se beneficiou com a liminar possa perder posteriormente o caso. Isto não viola o contraditório, pois haverá a ouvida do réu em momento posterior.
(ii) Conhecimento De Ofício é quando mesmo que a parte não se manifeste, o juiz tomará uma decisão anterior. As decisões de ofício sobre matérias que possam ser conhecidas de ofício ainda devem ter a chance de manifestação das partes, de acordo com o Artigo 10 do CPC.
AMPLA DEFESA – A ampla defesa seria o conjunto de meios necessários para o exercício do contraditório. Os conceitos de contraditório e ampla defesa se fundiram, passando a considerarmos a ampla defesa como a dimensão substancial do contraditório, que é o poder de influenciar as decisões durante o processo.
PUBLICIDADE – O Princípio da Publicidade está previsto no Artigo 5º, LX da CF/88 e nos Artigo 8º e 11 do CPC. O Princípio da Publicidade prega que os atos processuais, em regra, são públicos. Tem como objetivo proteger as partes envolvidas, que tem o direito de saber sobre os atos do processo, e permitem o controle externo (da sociedade) dos atos processuais.
(CF) LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
(CPC)Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
(CPC) Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
-Dimensão Externa: É a dimensão do processocomposta pela sociedade. É possível a restrição deste princípio apenas na dimensão externa, nos casos em que a defesa da intimidade e o interesse social assim o exigirem e nos processos arbitrais, previsto no Artigo 189 do CPC.
Art. 189.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
-Dimensão Interna: É a dimensão composta pelas partes do processo. É impossível que haja a restrição interna deste princípio, pois as partes envolvidas devem estar sempre cientes dos atos do processo.
OBS: Os processos eletrônicos continuam observando o Princípio da Publicidade. 
INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL – Princípio segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, garantindo o livre acesso ao Judiciário, tendo a parte direito a ver apreciadas pelo juízo competente as suas razões e a ver fundamentadas as decisões que lhes negam conhecimento. Sustenta-se, com fundamento no art. 5º, XXXV, da Constituição (inafastabilidade do controle jurisdicional), que o juiz não pode deixar de julgar uma causa que lhe foi submetida (proibição de juízos de non liquet).
(CPC) Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
-Tutela Repressiva x Preventiva: Tutela Repressiva é quando já se consumou uma lesão. Já tutela preventiva é para prevenir a lesão.
OBS: A arbitragem não viola o Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, tema pacificado desde o CPC de 73, pois, no caso concreto, ao exercer a autonomia privada, as partes resolveram o conflito através da via arbitral.
OBS: Não precisa esgotar as instâncias administrativas para chegar na via judicial. A única exceção é o caso de Direito Desportivo, previsto no Artigo 217, 1º da CF.
(CF) § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
JUIZ NATURAL – Resulta da conjugação dos Artigos 5º, XXXVII e LIII. Possui duas vertentes:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
-Vertente Formal/Objetiva: Essa corrente se refere a competência. Ou seja, todos tem o direito de serem julgados por um juiz competente, cujas regras de competência devem estar previamente estabelecidas, pois nosso ordenamento veda os tribunais de exceção (a criação de um órgão após o acontecimento de um fato, vide o Tribunal de Nuremberg).
-Vertente Substancial: É uma vertente que diz respeito a imparcialidade e independência dos magistrados. Além de haver o julgamento por um juiz competente com regras de competência previamente estabelecidas, o juiz que irá julgar o caso será imparcial (se divide em imparcialidade objetiva, que é não ter interesse direto na causa; e imparcialidade subjetiva, que é manter-se equidistante das partes envolvidas), e independente.
-Impedimento e Suspensão do Juiz: O Artigo 144 trata dos casos de impedimento, que violam o Princípio do Juiz Natural. O Artigo 145 trata dos casos de suspensão, que também violam o Princípio, sendo critérios mais subjetivos.
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for s;ua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
OBS: Certos juristas também defendem a Tese do Promotor Natural, e que o juiz do processo administrativo também deverá seguir as regras de incompetência e imparcialidade.
MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS – Está previsto no Artigo 93, IX, CF/88 e no Artigo 11 do CPC, que consiste na ideia de que todos os julgamentos serão públicos e suas decisões serão fundamentadas. Nenhuma decisão abre mão de fundamentação, que são os motivos para a tomada de decisão. A motivação pesa tanto no meio interno quanto no externo.
 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
-Interno: É importante internamente para que as partes possam fundamentar um eventual recurso, para que o órgão julgador possa entender porque o juiz decidiu dessa forma. 
-Externo: No ponto de vista externo, é permitido o controle das decisões judiciais pela sociedade, submetendo a decisão judicial ao controle do povo.
OBS: Nas medidas liminares, o dever de fundamentação é ainda maior, pois uma das partes não é ouvida, postergando o contraditório em situações de urgência.
LIVRE CONSENTIMENTO MOTIVADO/PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ – É um desdobramento do Princípio da Motivação. Está previsto no Artigo 371 do CPC, que diz que o juiz apreciará as provas dos autos livremente, podendo decidir com base nessas provas, desde que motive sua decisão. Ou seja, não existe prova de maior valor do que a outra. O Princípio do Livre Consentimento fica no meio de dois sistemas, que são:
Art. 371.  O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
-Provas Tarifadas: Prega uma tarifação das provas. Ou seja, cada prova teria um determinado o valor. A tarefa do juiz seria matemática, tendo que “somar” quais prova pesariam mais, engessando o poder de aplicação da lei e apreciação das provas por parte do magistrado. 
-Íntima Convicção: Permite que o magistrado julgue de acordo com sua convicção, independentemente da prova dos autos, podendo julgar de acordo com o que nem está nos autos.
ADEQUAÇÃO – O Princípio da Adequação é implícito, não estando previsto de forma expressa na CF ou no CPC. Processo não é um fim em si mesmo, sendo um meio para a efetivação do Direito Material. Portanto, a norma processual deve se adequar com o direito material.
-Dimensão Legislativa: Se dirige ao legislador, no momento da elaboração da lei. Ou seja, ela é sempre prévia e abstrata. Quando o legislador formula uma lei processual, o legislador deve entender que o processo é um meio para a efetivação do direito material, devendo se adequar ao direito material.
-Dimensão Jurisdicional: Se dirige ao magistrado, diante de um caso concreto. Ou seja, diante de um caso concreto, o magistrado deve adequar o processo de acordo com o direito material discutido no caso.
-Dimensão Negocial: Também se dá diante de um caso concreto, derivando dos negócios jurídicos processuais. O CPC trouxe a possibilidade das partes convencionarem (fazerem negócios jurídicos) sobre o processo, promovendo adequações procedimentais ao direito material discutido. 
OBS: Quando essa adequação se dá diante do caso concreto (Dimensão Negocial e Jurisdicional, o Princípio da Adequação também é chamada de Princípio da Elasticidade/Adaptabilidade/Flexibilidade.
 O Princípio da Adequação se divide em três critérios, que são: 
-Adequação Subjetiva: A adequação subjetiva consiste na ideia de que o processo deve se adequar ao sujeito do processo. No caso de idosos, por exemplo, a parte pode requerer a prioridade de tramitação.
-Adequação Teleológica: É quando o processo vai se adequar aos objetivos a que visa alcançar, ou seja, ao fim social que se visa alcançar. A Lei dos Juizados Especiais, criada para julgar casos de menor complexidade, é um exemplo de adequação teleológica.
-Adequação Objetiva: O Processo deve se adequar à natureza do material discutido e ás situações de urgência e de evidência. Além da (i) natureza do direito material (casos alimentícios) havendo um tratamento diferenciado para certas situações, há direitos que são mais (ii) prováveis/evidentes, como no mandado de segurança, onde a prova é pré-constituída, devido a sua alta probabilidade, tendo um tratamento diferenciado. A (iii) situação de urgência se dá em casos em que a demora pode ser grave, como os casos de tutela antecipada.
BOA-FÉ PROCESSUAL – O Princípio da Boa-Fé Processual recebe bastante ênfase após o novo CPC. Isto é característica da fase do Neoprocessualismo. Tal princípio está previsto no Artigo 5º do CPC. Não é uma boa-fé subjetiva, mas sim a boa-fé objetiva, sendo levado em conta um padrão mínimo de conduta. Pode ser considerada uma cláusula geral, pois possui uma grande abertura ao magistrado para decidir se o mesmo agiu de boa-fé ou não. Todos os indivíduos (partes, magistrado, peritos, testemunhas), devem agir de boa-fé durante o processo. O princípio da boa-fé impõe deveres de cooperação, que resultaram no Princípio da Cooperação.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
COOPERAÇÃO – O princípio da boa-fé impõe deveres de cooperação, ou seja, o Princípio da Cooperação é uma decorrência da Boa-Fé Processual. Prega que a atividade processual deve ser cooperativa, logo, todos devem contribuir e cooperar para o bom andamento do processo. O Princípio da Cooperação implica em deveres tanto para as partes quanto para o magistrado. Está previsto no Artigo 6º do CPC.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
-Dever de Esclarecimento das Partes: As partes tem o dever de formular suas postulações e pedidos de forma clara. Ou seja, as mesmas não devem ser ambíguas ao pleitearem algo.
-Dever de Lealdade entre as Partes: Consiste na ideia de que as partes não devem litigar de má-fé.
-Dever de Proteção das Partes: O dever das partes em que as mesmas não podem causar dano á parte adversa.
-Dever de Esclarecimento do Magistrado: É um dever que se bifurca, pois pode ser tanto o dever do magistrado de (i) pedir esclarecimentos em partes e postulações do processo que não foram claras para o mesmo, quanto o dever de (ii) ser claro em suas decisões.
-Dever de Consulta do Magistrado: É o dever que o magistrado tem de consultar as partes sobre qualquer questão a respeito da qual ela ainda não teve oportunidade de se manifestar. Este dever de consulta é a concretização do Princípio do Contraditório.
-Dever de Prevenção pelo Magistrado: O Magistrado tem o dever de apontar eventuais defeitos do processo, bem como de apontar a consequência de determinados ônus processuais.
-Dever de Auxílio pelo Magistrado: É o dever do magistrado de auxiliar as partes a superarem certos obstáculos do processo. O Artigo 396 do CPC é um exemplo desse dever. Para certos pensadores, como Fredie Didier, este dever não existe, pois o juiz violaria o Princípio do Juiz Natural, pois estaria infringindo a imparcialidade do magistrado.
Art. 396.  O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA – É um subprincípio do Princípio da Segurança Jurídica, estando implícito. Impõe a proteção da confiança de determinado sujeito na prática de um ato com base em um ato normativo revestido de legalidade. Logo, se um indivíduo pratica uma conduta baseada em um ato legal, o mesmo não será punido caso o ato passe a ser ilegal no futuro.
AUTORREGRAMENTO DA VONTADE – O Princípio do Autorregramento da Vontade é a liberdade do indivíduo de regular suas vontades e interesses durante o processo. Com o CPC/15 passou a ser possível os negócios jurídicos processuais atípicos, sendo esta possibilidade, prevista no Artigo 191 do CPC, é a manifestação do autorregramento da vontade. O estímulo à arbitragem e à resolução consensual dos conflitos também são exemplos de manifestação do Princípio do Autorregramento da Vontade (Artigo 3º do CPC).
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimuladospor juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 190.  Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único.  De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
PRIMAZIA DA DECISÃO DO MÉRITO – A forma normal de se extinguir o processo é através da decisão com resolução do mérito (a questão central numa pendência, ou num conjunto de fatos e provas, que orienta a formação de uma decisão judicial ou administrativa; merecimento). As partes tem o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, cuja decisão de mérito deve ser justa e efetiva, de acordo com o Artigo 4º e 6º do CPC. Entretanto, existe a possibilidade de decisão sem resolução do mérito, não sendo algo saudável para o sistema jurídico. O Princípio da Primazia da Decisão do Mérito consiste na ideia de que, sempre que possível, a sentença deve possuir a solução ou resolução integral do mérito, para que haja um processo mais saudável, justo e efetivo. 
 Um exemplo é quando a mãe de A entra com uma ação que só A poderia entrar, havendo um vício no processo, sem a possibilidade de decisão do mérito. Pelo princípio acima, o magistrado daria a possibilidade à parte que ingressou com a ação de sanar o erro, fazendo com que A entrasse com ação.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, DECISÃO DE MÉRITO JUSTA E EFETIVA.
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – Alguns indivíduos defendem que isto não é uma garantia constitucional, enquanto outros afirmam que o duplo grau de jurisdição é uma garantia constitucional. O Princípio do Duplo Grau de Jurisdição está ligado ao sistema recursal, dando a possibilidade ao litigante derrotado a possibilidade de submeter a matéria sob uma nova apreciação diante de um mesmo processo. 
-Desvantagens do Duplo Grau de Jurisdição: Como desvantagens, o processo se torna mais demorado e também há um desprestígio dos órgãos de primeira instância, além do que, via de regra, a instrução se dá por parte do magistrado de primeira instância.
-Vantagens do Duplo Grau de Jurisdição: Isto evita a possibilidade de erros nas decisões autoritárias feitas na primeira instância e possibilita que haja, através dos recursos, possíveis reparos e alterações na decisão pelos Tribunais e órgãos colegiados de instância superior. 
REGRA DE INSTAURAÇÃO DO PROCESSO POR INICIATIVA DA PARTE E DESENVOLVIMENTO POR IMPULSO OFICIAL – É uma regra prevista no Artigo 2º do CPC. Isso significa que a parte deve iniciar uma ação, devendo “incomodar” o magistrado, que se mantém inerte. Ou seja, a jurisdição precisa ser provocada por uma das partes para que o processo se inicie e continue em certos momentos. Em alguns momentos do processo, além do ajuizamento da ação (momento inicial), a parte deve romper a inércia, como no momento em que uma das partes não concorda com a decisão, sendo iniciada a via recursal.
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
REGRA DE OBEDIÊNCIA À ORDEM CRONOLÓGICA DE CONCLUSÃO – Está previsto no Artigo 12 do CPC. A Regra da Obediência á Ordem Cronológica de Conclusão consiste na ideia de que os juízes e tribunais preferencialmente atenderão à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Tal regra visa concretizar o Princípio da Igualdade e de Eficiência do Processo.
 O §2º traz as hipóteses de exceções de processo em que não será aplicada a regra de obediência à ordem cronológica, enquanto no §6º do mesmo Artigo, está previsto os dois tipos de processos que terão prioridade para aplicação da regra.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)           (Vigência)
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
JURISDIÇÃO – A jurisdição pode ser vista enquanto poder, função e atividade.
JURISDIÇÃO ENQUANTO PODER - Enquanto poder, a jurisdição é um poder que toca ao Estado no exercício de sua soberania. É o poder que o Estado tem de julgar imperativamente, ou seja, impondo suas decisões (Chiovenda). 
JURISDIÇÃO ENQUANTO FUNÇÃO - A partir do momento em que o Estado tomou esse monopólio, a jurisdição passa a ser um dever. Portanto, a jurisdição enquanto função, diz que jurisdição é uma função do Estado de resolver as situações jurídicas levadas, que nem sempre são conflitos. É a função do Estado de resolver conflitos, garantindo a paz social. Seria a função de promover a justa composição da lide.
JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE - A jurisdição enquanto atividade é vista do ponto de vista dinâmico, como um complexo de atos realizados pelo juiz do processo no exercício do poder e no cumprimento da sua função. A função jurisdicional atua diante de casos concretos, aplicando, mas não criando a lei, revestindo-se de particularização (atua diante de casos particulares), diferentemente da função legislativa. Em relação à função executiva, a função jurisdicional é marcada pela imparcialidade, enquanto a executiva é marcada pela parcialidade (impessoal, porém parcial).
CONCEITO– Função atribuída a (a) terceiro imparcial de realizar o direito de modo (b)imperativo e (c) criativo (d) reconhecendo/efetivando/protegendo

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