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( semana 10) Questão d iscursiva (OAB – XX Exame de Ordem Unificado) Emenda à Constituição insere novo direit o na Constituição da República. Trata-se de uma norma de eficácia limitada, que necessita da devida integração por via de lei. Produzido o diploma legal regulado r (Lei Y), ainda assim, alguns dos destinatários não se encontram em condições de usu fruir do direito a que f azem jus, por ausência de regulamentação da n orma legal pelo órgão competente (o Ministério da Previdência Social), conforme exigido pela citada Le i Y. Passados d ois anos ap ós a edição da Lei Y, Mário, ind ignado com a demora e imp ossibilitado de u sufruir do direito constitucionalmente garantido, é aconselhado a impetrar um Mandado de Injunção. Não sabendo exatamente os efeitos que t al medida poderia acarretar, Mário consulta um(a) advogado(a). A orient ação recebida foi a de que, no seu caso específico, a adoção, pelo órgão judicante, de uma solução concretista individual iria satisfazer plenamente suas necessidades. Diante dessa situação, responda fundamentadamente aos itens a seguir. A) Assiste razão ao(à) advogado (a) de M ário quanto à utilidade do acolhimento do Mandado de Injunção com fundamento na posição concretista individual? R: A teoria concretista individual é uma das posições re conhecidas p elo STF como passível de ser adotada nas situações em que é d ado provimento ao Mandado de Injunção. Segundo esse entendimento, diante da lacuna, o Poder Judiciário deve criar a regulamentação para o caso específico, ou seja, a decisão viabiliza o exercício do direito, ainda não regulamentado pelo órgão competente, somente pelo impetrado, vez que a decisão teria efeitos inter partes. Como se vê, o ó rgão judicante, ao dar provimento ao Mandado de Injunção, estabeleceria a regulamentação da lei para qu e Mário (e somente ele) pudesse usufruir do direito constitucional garantido. B) A que órgão do Poder Judiciário competiria decidir a matéria? R: Segundo o Art. 125, inciso I, alínea h, da CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar o M andado de Injunção quando a elaboração da no rma regulamentadora for atribuição de órgão federal, da ad ministração direta ou indireta. No caso, o Ministério da Previdência é um órgão da administração pública f ederal, sendo, portanto, o Superior Tribunal de Just iça o órgão judicial comp etente para processar e julgar a ação de Mário. ( semana 11) (OAB – XIX Exame Unificado) Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo, importantes juristas questionaram a constitucionalidade de diversos dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto encaminhado ao Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo que a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de constitucionalidade, o Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de vigência, uma Ação Declaratória de Constitucionalidade. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. A) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso? R: Não. Não caberia a ADC por falta de comprovação d e relevante controvérsia perante juízes e tribunais a respeito da constitucionalidade da lei. A con trovérsia existente no âmbito da d outrina não torna possível o ajuizamento d a ADC. Com ef eito, é de se presumir que, no prime iro dia de vigência da lei, não houve ainda tempo háb il para a formação de relevante controvérsia judicial, isto é, não haveria decisões conflitantes de tribunais e juízos monocráticos espalhados pelo País. É a própria d icção d o Art. 14, III, d a Lei nº 9.8 68/99 que estabelece a necessidade de comprovação da relevante controvérsia judicial, não sendo, p or conseguinte, o momento exato de se manejar a ADC. B) Em sed e de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de medida caut elar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeit os da decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar? R: Sim. Nos termos do Art. 21, caput, da Lei nº 9868/99, os efeitos da medida cautelar, em sede de AD C, serão decididos pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria ab soluta de seus membros. Tais efeitos, de natureza vinculante, serão erga omnes e ex nunc, consistindo na determinação de que ju ízes e Tribunais suspendam o julgamento dos processos pendentes que envolvam a aplicação d a lei ou do ato normativo objeto da ação até seu ju lgamento definitivo que, de qualquer maneira, há de se verif icar no prazo de cento e oitenta d ias, nos termos do Art . 21, p arágrafo único, da referida lei. Ou seja, a concessão da medida liminar serviria para dete rminar que juízes e tribunais d o país não pudessem afast ar a incidência de qualquer dos preceitos da Lei nos casos concretos, evitando, desde logo, decisões conflitantes. Pode o STF, por maioria absoluta de seus membros, conceder a medida cautelar, com efe itos ex tunc. ( semana 12) O Governador d e um Estado-membro da Fed eração vem externando sua indignação à mídia, em relação ao conteúdo da Lei Estadual nº 1234/15. Este diploma normativo, que está em vigor e resultou d e projeto de lei de iniciativa de determinado de putado estadual, criou uma Secretaria de Estado especializada no combate à desigualdade racial. Diante de t al quadro, o Govern ador resolveu ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, uma Arguição de D escumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impugnand o a Lei Estadual nº 1234/15. Com base no fragmento acima, responda, justificadamente, aos itens a seguir. A) A Lei Estadual nº 1234/15 apresenta algum vício de inconstitucionalidade? R: A referida lei estadual apresenta vício de inconstitucionalidade for mal, já que somente lei de iniciativa privativa do Chefe d o Poder Executivo pode criar órgão de apoio a essa estrutura de poder. É o que dispõe o Art. 61, § 1º, inciso II, da CRFB/88, aplicável por simetria aos Estados, tal qual determina o Art. 25, caput. B) É cabível a medida judicial proposta pelo Governador? R: Não, o cabimento da ADPF diante d a ausência das condições especiais p ara a propositura daquela ação constitucional, ou seja , a observância do princípio da subsidiariedade, previsto no Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9882/99. A ju risprudência do STF é firme no sentido de que o princípio da subsidiariedade rege a instauração do processo objetivo de ADPF, con dicionando o ajuizamento dessa ação de índole constitucional à ausência de qualquer outro meio p roce ssual apto a sanar, de modo eficaz, a situação de lesividade indicada pelo autor ( semana 13) A Constituição de determinado estado d a federação, promulgada em 1989, ao d ispor sobre a administração pública estadual, estabelece que a invest i dura em cargo ou emprego público é assegurada aos cidadãos naturais daquele estado e depende de aprovação prévia I. o que ocorreria se logo após o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade de âmbito estadual, ajuizada pelo Governador do Estado junto ao Tribun al de Justiça (nos termos do art. 125, §2° da CRFB) e antes do ju lgamento, fosse ajuizada pelo Conselho Federal da OAB uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF, tendo por objeto esta mesma lei? Explique. R: Coexistência de jurisdições constitu cional estaduais e federal. Proposi tura simultânea de ação direta de inconstitucionalidade contra lei estadual perante o STF e o T ribunal de Justiça. Suspensão d o processo no âmbito da justiça estadual, até a deliberação definitiva desta Corte. Precedente s. Declaração de inconstitucionalidade, por esta Corte, de artigos da lei estadual. Arguição pertinente à mesma norma requerida perante a Corte estadual. Perda d e objeto." (Pet 2.701 - AgR, Rel. p /o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 8-10 -1993, Plenário, DJ de 19 -3-2004.)II. poderia o Presidente da República ajuizar ação diret a de incon stitucionalidade junto ao ST F contra o dispositivo da Constituição estadual? Explique. R: Sim, pois o Presidente é legitimado universal para o aju izamento de ADI e os d ispositivos de constituições estaduais são objeto passíveis de impugnação por ADI em caso de conf lito com a Constituição Federal. No caso, há clara violação ao art. 19, III, CF, pois criou -se diferenciação entre b rasileiros po r razão de naturalidade. ( Semana 14) Paulo, delegado de polícia, presid e o inquérito X, no qual é apurada a p rática de crime d e estupro, por João, q ue se en contra preso, cont ra a menor M, d e 13 anos de idade. No curso do inquérito, a menor se retratou d a acusação de estupro, mas Pau lo não com u nicou tal fato ao ju iz de direito competente p ara proceder ao arquivamento do inquérito, razão pela qual foi aberta, a pedido do Ministério Público, ação penal para apu rar eventual crime de prevaricação. Tendo o ju iz de d ireito do juiz ado especial crimina l da comarca Y do estado Z d eterminado a in timação de Paulo para audiência de transação penal, este impetrou h abeas corpus com vistas a impedir seu comparecimento à audiência bem como a se livrar do referido inquérito, mas a turma recursal estadual denegou o pedido. Em face d essa situação hipotética, indique, com a devida f undamentação legal, a medida judicial mais adequada para que Paulo atinja o objetivo pretendido, bem como o órgão do poder judiciário competente para julgá-la. R: João deverá impet rar habeas corpus contra a decisão da Turma Recursal, cuja c ompetência para julgamento, nos termos da jurisprudência mais recente do STF, será do Tribunal de Justiça local.
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