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Branding Atributos, Conceitos e Design Estudo de caso: SISA - Sergipe Industrial S.A. por Luciano Anchieta e Raphael Bizerra Branding Atributos, Conceitos e Design Estudo de caso: SISA - Sergipe Industrial S.A. por Luciano Anchieta e Raphael Bizerra I Folha de Aprovação Aprovado em: BANCA EXAMINADORA IGOR LIBERTADOR SILVA PROFESSOR ORIENTADOR MANOEL DANTAS MACEDO FILHO PROFESSOR EXAMINADOR VALMIR ALVES TEIXEIRA JÚNIOR PROFESSOR EXAMINADOR II Dedicatória A Deus que proporcionou a nós uma capacidade intuitiva de conceber mensagens visuais criativas, agradáveis e com o mínimo de ruído. III Agradecimentos A Deus, por trilhar nosso caminho até essa idéia de fazer Design e ser Designer. Aos Grandes Apoiadores: Família e Amigos que sempre foram “sinceros” em dizer que tudo que fazíamos estava muito bonito, muitas vezes sem entender nada, e, mesmo assim, insistiam para que continuássemos a produzir coisas inusitadas, in- teressantes e até engraçadas, que quando tivessem dinheiro pagariam aqueles cartões de visita feitos para o negócio que abriu na semana passada. Aos Grandes Críticos: Professores que ao se depararem com um projeto, foram “sinceros ao extremo” em dizer que com aquilo a gente não se formava mas que acreditavam em nosso potencial e, para nossa surpresa, mandavam rasgar, de- letar e até incinerar tudo para que começássemos novamente. Isso confirmava que valia a pena, fazer um novo projeto não só pelo desafio mas também por con- ceber um projeto digno de um Designer. IV Resumo Entender como o ser humano se relaciona com a imagem. Cabe aí várias inter- pretações, porém, na geração de uma marca, o que você quer que o outro sinta ao vê-la está ligado diretamente aos atributos e conceitos por ela transmitidos. Mas, como isso pode ser feito? Isso é um trabalho comum ao profissional de co- municação visual, em especial, o Designer Gráfico, pois em suas atribuições estão a concepção da mensagem escrita/falada em mensagem visual com um sentido muito mais rápido, coeso e coerente à informação remetida. Portanto, o trabalho de gerenciamento - Branding - dessa mensagem para o consumidor através da marca, precisa estar definido de maneira estratégica, ao mesmo tempo, com ela, você estará dando a marca um reconhecimento do real valor que ela tem. E como aplicação prática desses conceitos, será reformulada a identidade corporativa da SISA - Sergipe Industrial S.A. PALAVRA CHAVE: Branding, Conceito, Design, Marca. V Abstract Understanding how the human being is related to the image. It is up there se- veral interpretations, however, the generation of a brand, you want to feel that the other sees it is connected directly to the attributes and concepts that it can transmit. But, how can this be done? This is a common work of the professional vi- sual communication, in particular, the Graphic Designer, because their duties are in the design of the message written / spoken in visual sense with a much faster, cohesive and coherent to information sent. However, the work of management - Branding - that message to consumers through the brand, must be defined so stra- tegic, however, with it you will be giving a brand recognition of the real value it has. And how practical application of these concepts will be recast the corporate identity of SISA - Sergipe Industrial S.A. KEYWORD: Brand, Branding, Concept, Design. VI Sumário Introdução ________________________________________8 Uma imagem interpretada por várias palavras ____________9 Estudo da imagem e sensações transmitidas __________________________9 A imagem e suas associações ______________________________________13 Identidade é o que parece? __________________________15 Breve história da marca __________________________________________15 Importância da identidade e geração de conceitos em função de atributos, benefícios, valores da empresa e personalidade __________17 Qual o valor da sua marca? _______________________________________20 O quanto a marca é atrativa? _____________________________________23 Design, prazer! Posso ajudá-lo? _______________________26 Como as ferramentas de design influenciam na construção da identidade visual _____________________________________________26 A melhor forma de comunicar os conceitos ao público alvo ____________30 Branding: como se apresentar perante o público _________32 Percepção da marca _____________________________________________32 A fórmula do crescimento ________________________________________35 Posicionamento da marca: você está no lugar certo? ______37 Como o consumidor pode decidir __________________________________37 Você tem uma estratégia competitiva? _____________________________39 Hoje, o que você domina? ________________________________________41 Quais os atributos que você vende? ________________________________43 VII Estudo de caso: SISA – Sergipe Industrial S.A. ____________46 Apresentando __________________________________________________46 Conhecendo o mercado em que a SISA atua _________________________48 Posicionamento da SISA em relação aos concorrentes _________________50 Analisando os pontos positivos e negativos da marca _________________52 Aplicação das Ferramentas de Design e Branding _________56 Reformulação da identidade visual_________________________________56 Plano Estratégico: Apresentando a nova identidade ao público _________61 Conclusão________________________________________65 Referências ______________________________________67 Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 8 Introdução Gerenciar, este é um ato e efeito que contribui com a organização administra- tiva de uma corporação ou projeto, no entanto, este projeto propõe explanar a respeito da filosofia do Branding e o quanto ele influencia nos valores tangíveis e intangíveis de uma empresa que oferte produtos e/ou serviços. No decorrer das entrelinhas, serão identificados no estudo de caso os pontos positivos e negativos de uma marca, isto é, como sua imagem (símbolo e logotipo) representa a em- presa e a que o público atribui a associação empresa/marca, considerando a aná- lise de ruídos que existem entre a idéia que a empresa transmite em relação ao que o comsumidor compreende. Para isso, serão mostrados: (1) como a imagem é percebida; (2) o porquê da identidade visual; (3) qual o valor que a marca agrega ao produto e/ou serviço; (4) como através da identidade se apresentar perante o público; (5) atributos conceituais e estratégia competitiva para a marca. Todas essas aplicações serão implantadas com auxílio das ferramentas de Design, pois com elas, a geração de conceitos será melhor reformulada e adequada à imagem da empresa, com intuito de fomentar uma associação marca/empresa/ consumidor mais consistente. Como objetivo geral, a proposta é apresentar os conceitos necessários para a compreensão na formação de atributos, traduzí-los em uma marca nova e carac- terizar uma identidade corporativa adequada aos valores tangíveis e intangíveis da empresa em estudo. Especificamente, os objetivos são: (1) Compreender a geração de conceitos e atributos de uma marca; (2) Aplicar as ferramentas de Branding para definir estratégicamente a reformu- lação da identidade corporativa da empresa em estudo; (3) Projetar uma apresentação de transição da marca atual para a nova marca ao público. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 9 Uma imagem interpretada por várias palavras Estudo da imagem e sensações transmitidas A capacidade interpretativa do ser humano tem um poder condicional de imaginar inúmeras situações, isto se deve ao poder racional e criativo muito in- teressante. Como exemplo prático, se for apresen-tada uma palavra, você pode imaginar várias imagens representativas, entretanto, se for mostrada uma imagem, vem à mente diversas palavras. A Tabela 1 mostra como algo parecido pode acontecer, e é claro que sua imaginação pode ir muito mais além, pois, [...] o mais impressionante é que, apesar da diver- sidade de significações da palavra, consigamos com- preendê-la. Compreendemos que indica algo que, embora nem sempre remeta ao visível, toma alguns traços emprestados do visual e, de qualquer modo, depende da produção de um sujeito: imaginária ou concreta, a imagem passa por alguém que a produz ou reconhece (JOLY, 2001, p. 13). - o que ele está tentando fazer? Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 10 Porém, em algumas situações o resultado é limitado tanto para palavras/imagens quanto para imagens/ palavras, daí parte o caráter mais direcionado, onde o propósito é ser mais objetivo para se gerar um fator de compreensão mais adequado, pois essa é a idéia de quem transmite e de quem recebe a informação. Partindo para outro caso, a forma como o olho codi- fica a mensagem também é curiosa, pois o olho fica em constante movimento à procura de informação em cada detalhe e transmitindo ao cérebro o que a imagem realmente comunica. IMAGEM / PALAVRAS PALAVRA / IMAGENS SOLIDÃO, RELAXAR, PAZ, LIBERDADE DOR Da imagem à palavra, da palavra à imagem.Tabela 1: Fonte: Luciano Anchieta Busca visual: Fixações sucessivas. Figura 1: Fonte: A Imagem. Jacques Aumont. Comparação entre 2-D e 3-D. Figura 2: Fonte: Luciano Anchieta. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 11 Na Figura 1 é explicado que: [...] no caso de uma imagem olhada sem intenção particular, às fixações sucessivas duram alguns déci- mos de segundo cada uma e limitam-se estritamente às partes da imagem mais providas de informação (o que se pode definir com bastante rigor como as par- tes que, memorizadas, permitem reconhecer a ima- gem no momento de uma segunda apresentação). (AUMONT, 2004, p. 60) Com o passar dos tempos, a informação evoluiu muito, e o modo como são visualizadas tem chamado muita atenção à sua forma de apresentação que pode ser em 2-D, vista em um único plano; ou em 3-D, que simula perspectivas e se aproxima um pouco mais da realidade espacial (Figura 2). Todavia, cada tipo tem sua particularidade correlata à perceptividade hu- mana, bem como a geração de hipóteses em função do ponto de vista. A Tabela 2 explica a respeito dessas perceptividades. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 12 E por fim, o autor concretiza que: [...] a imagem – como toda cena visual olhada duran- te certo tempo – se vê, não apenas no tempo, mas à custa de uma exploração que raramente é inocente; é a integração dessa multiplicidade de fixações par- ticulares sucessivas que faz o que chamamos nossa visão de imagem. (AUMONT, 2004, p. 61) REALIDADE PERSPECTIVA DAS IMAGENS Informação sobre a realidade 2-D: Há, para um olho fixo e único, três fontes potenciais de informação sobre a condição plana da imagem: o quadro e o suporte dessa imagem; a superfície (com textura) da própria imagem; os defeitos da representação analógica – em particular, o fato de que as cores costumam ser menos saturadas e os contrastes menos marcados na imagem do que na realidade. Informação sobre a realidade 3-D: Ao invés da informação “bidimensional”, sempre presente, as imagens possibilitam a percepção de uma realidade tridimensional apenas se esta tiver sido cuidadosamente construída. Para isso é necessário imitar o máximo possível certas características da visão natural (cuja lista potencial é muito longa, como a das características da visão). Dupla realidade e aprendizagem: se a percepção da profundidade nas imagens mobiliza, pelo menos parcialmente, os mesmos processos que a percepção de uma profundidade real, então a percepção das imagens deve desenvolver-se, como a outra, com a idade e a experiência – mas não necessariamente no mesmo ritmo. Parece, por exemplo, que as crianças, até mais ou menos 3 anos, percebem mal a bidimensionalidade das imagens, e tendem a tratar as projeções retinianas que delas provêm como se viessem de objetos reais. A hipótese da compensação do ponto de vista: é um dos corolários mais impressionantes da noção de dupla realidade. A hipótese, devida a Maurice Pirenne (1970), é a seguinte: se for possível registrar a realidade 2-D e a realidade 3-D de uma imagem, 1) pode-se determinar o ponto de vista correto sobre essa imagem (o que corresponde à construção perspectiva), e 2) podem-se compensar todas as distorções retinianas geradas por um ponto de vista incorreto. Ou seja, é fato de perceber com mais eficácia a terceira dimensão imaginária representada na imagem. Realidade perceptiva das imagens.Tabela 2: Fonte: A Imagem. Jacques Aumont. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 13 O tempo passa e o homem aprende a convencionar imagens em símbolos, ou seja, uma determinada imagem assume um único significado em meio a sua cultura. Um caso típico é a adoção de símbolos que re- presentam países, por exemplo, a bandeira do Brasil1 foi instituída como imagem (símbolo) que identifica a nação em qualquer lugar do mundo, no entanto, Au- mont aborda que, [...] a produção de imagens jamais é gratuita, e, desde sempre, as imagens foram fabricadas para de- terminados usos, individuais ou coletivos. Umas das primeiras respostas à nossa questão passa pois por outra questão: para que servem as imagens (para que queremos que elas sirvam)? É claro que, em to- das as sociedades, a maioria das imagens foi produ- zida para certos fins (de propaganda, de informação, religiosos, ideológicos em geral). (2004, p. 78) Uma imagem interpretada por várias palavras A imagem e suas associações - essa imagem me lembra algo familiar! 1 - A bandeira nacional do Brasil foi adotada em 19 de novembro de 1889 e segundo recomenda o decreto de lei n.º 4 tem por base um retângulo verde com proporções de 07:10 e inscrito a ele um losango amarelo que inscreve um círculo azul atravessado por um dístico branco com as palavras “ORDEM E PROGRESSO” em letras verdes, assim como vinte e sete estrelas de cor branca. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 14 Sabendo a respeito da finalidade pela qual a imagem vai ser veiculada, existe ainda um fator determinante para que a linguagem visual seja compreendida. É preciso saber por quem ela será vista e qual o público que você quer que com- preenda a imagem. Nessa espécie de trabalho é importante que se imagine o que outrem pode imaginar, pois a intenção é induzir o público a entender essa infor- mação. Corroborando, Joly atribui que a informação [...] pode ser expressiva ou comunicativa, é possível admitir que uma imagem sem- pre constitui uma mensagem para o outro, mesmo quando esse outro somos nós mesmos. Por isso, uma das precauções necessárias para compreender da melhor forma possível uma mensagem visual é buscar para quem ela foi produzida. [...] para identificar o destinatário da mensagem visual não basta para compreender para que ela serve. A função da mensagem visual é também, efetivamente, determi- nante para a compreensão de seu conteúdo. (2001, p. 55) Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 15 Identidade é o que parece? Breve história da marca - esse boi é meu! Há quanto tempo o homem briga pelo o que é seu de direito? E como ele sabe que o que é e o que não é dele? Pode serfácil se simplesmente ele deixou marcado. A identificação da propriedade em ferramentas, ob- jetos de uso doméstico, entre outros, era um modo de expressar o desejo individual de marcar os bens, determinado não apenas por questões de segurança, uma vez que a maioria dos equipamentos, móveis etc. permanecia sob o teto do proprietário. (FRUTI- GER, 1999, p. 295) A marca através dos tempos tem contribuído com a identificação de pessoas, animais, coisas etc. Ante- riormente o que fazia uma pessoa ser singular em um grupo era o nome. Hoje, em função dos nomes se tornarem comuns, a adoção do sobrenome2 também ajuda a identificar um membro da família por se tratar de uma marca, bem como as características gené- ticas. Como exemplo, um indivíduo assume caracte- rísticas que o seu patriarca ostenta e impõe desde sua origem, ou seja, caso seu avô e seu pai tenham sido bons médicos, e este pretenda seguir essa car- reira, terá um grande respaldo para atuar como tal, 2 - sobrenome ou apelido de família é a porção do nome do indivíduo que está relacionada com a sua ascendência. Está intimamente ligado ao estudo genealógico. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 16 pois o ideal que seus antecessores pregaram marcou com qualidade o exercício profissional da medicina. Levando em consideração o comércio, o que um homem fez e assinou, permite trocar por outra mer- cadoria, mas, se este homem tiver um bom reconhe- cimento, pode ter vantagens na troca. Frutiger re- lata que, [...] no momento em que o animal passa a ser vendi- do no mercado, o significado dessa marca original de propriedade transforma-se em índice de qualidade. A marca de um bom criador é conhecida e procurada pelos comerciantes, tornando-se uma logomarca, e o animal é comercializado como um ‘produto de mar- ca’, a um preço correspondentemente maior. (1999, p. 296) E essa prática não se dá só em vender, mas também para que os produtos, objetos e animais não se mistu- rassem entre outros – concorrentes em potencial – na hora de transportar, e Frutiger ainda conta que [...] o importador ou exportador assinalavam os pa- cotes, as caixas e os embrulhos de especiarias, con- dimentos, frutas etc., a fim de evitar possíveis equí- vocos durante o transporte. Quando chegavam aos postos de venda, esses sinais sobre as embalagens eram transformados em marcas que identificavam as mercadorias contidas nos recipientes, sua origem e, mediante a comprovação da experiência, indica- vam qualidade. A simples identificação do proprie- tário havia se transformado numa marca comercial. (1999, p. 296) Portanto, o consumidor pode contratar serviços de mecânica do “Sr. Ford3”, muito bem recomendado por um vizinho ou comprar produtos esportivos de “alguém” que ele conheça muito bem, como por exemplo, a “Sr.ª Nike4”. Essas marcas são bem re- presentativas em seus setores, pois atravessaram dé- cadas vendendo qualidade e tiveram em troca a fide- lidade de seus clientes. 3 - Henry Ford foi um empreendedor estadunidense, fundador da Ford Motor Company e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo, e a um preço menor. Fonte: <http://pt.wikipedia.org> em 20/05/2008. 4 - Nike, Inc. é uma empresa estadunidense considerada a maior no segmento de roupas e calçados para esportes, sendo que nos últimos anos começou a produzir equipamentos para quase todos os esportes, assim como uma vasta gama de vestuário, material escolar e outros. Fonte: <http://pt.wikipedia.org> em 20/05/2008. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 17 esse menino vale ouro! Identidade é o que parece? Importância da identidade e geração de conceitos em função de atributos, benefícios, valores da empresa e personalidade Identidade é o que parece? Esse é um questiona- mento comum que deixa muita gente na dúvida em relação à primeira impressão que teve de algo ou al- guém que não conhecia. Atribuindo essa pergunta a marca, pode ser que seja possível compreender a im- portância de se conhecer a si mesmo para idealizar o que os outros podem pensar de você. importância da identidade e geração de conceitos em função de atributos Para os todos os elementos que compõe uma iden- tidade (nomes, símbolos, logotipos, ícones e etc.), deverão ser atribuídos valores que possam propor a que vieram, por exemplo, se existe uma intenção de transmitir segurança ao cliente, uma empresa deve fazer uso em sua marca de elementos que dêem essa sensação, seja ela através do nome, símbolos ou ícones que identifiquem a empresa perante concor- rentes e sociedade. A Tabela 3 mostra o que a marca deve conter para que esta venha ser possivelmente escolhida em meio a concorrência. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 18 benefícios Adotar os conceitos e atributos condizentes pode propiciar ao cliente uma maior confiabilidade e co- ligação com a empresa. Esses fatores por sua vez, estão atribuídos à fidelidade em que o consumidor terá quando pensar em comprar, na satisfação em procurar algo em que confia e isto é benéfico não só pelo aumento das vendas, mas também pela boa imagem que a marca irá remeter à sociedade. A MARCA DEVE TER E TRANSMITIR Notoriedade (Fama) Uma marca conhecida, com elevada notoriedade, tem maior possibilidade de ser escolhida do que outra menos conhecida. Fidelidade Se os clientes estão satisfeitos com uma determinada marca a vontade de migrar para outra é menor, aumentando o nível de fidelização. Essa fidelidade dos clientes faz com que a empresa invista menos, pois a manutenção possui um custo menor. Qualidade percebida A uma marca está relacionada a um determinado nível de qualidade percebida pelos clientes. Associações A uma marca estão ligadas várias associações que desejavelmente geram nos clientes um sentimento favorável e positivo, ajudando-os no seu processo de decisão de compra, pois identificam-se ou valorizam os atributos inerentes a essas associações. Outros ativos Para o cliente, a marca aumenta o nível de satisfação, facilita o processo de decisão de compra e aumenta o nível de confiança. Para a empresa, a marca aumenta os preços e as margens, permite a extensão da utilização da marca a outros produtos, aumenta o poder negocial face aos canais de distribuição, rentabiliza o esforço de marketing e fortalece a sua posição concorrencial. O que a marca deve transmitir.Tabela 3: Fonte: Adaptação da Monografia de Sergio Luiz Linhares Montes. Marca da Ferrari.Figura 3: Fonte: ferrariworld.com Ferrari Aurea.Figura 4: Fonte: ferrariworld.com Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 19 valores da empresa A empresa passa a ter uma grande valorização quando o cliente faz muito gosto em possuir um produto que carrega a sua marca, pois essa fidelização passa a ser um grande indicativo de crescimento financeiro. Uma identidade construída com uma imagem que trans- mita qualidade em sua formatação, demonstra que o produto em questão passa ao cliente uma certa con- fiança de estar levando algo que promova sua satis- fação. Além do mais, marcas dessa categoria agen- ciam preços altos que por sua vez formalizam um status de pessoas de alto poder de compra. Uma em- presa que tem sua marca valorizada é a Ferrari, pois para muitos ter um carro com um cavalinho no es- cudo amarelo é satisfatório. Enfim, quem gostaria de ter e tem recursos pode desembolsar nada menos que um milhão de reais. personalidade A personalidade em meio a outros conceitos é um dos que pode identificar o tipo de cliente que se fa- miliariza com amarca. O fato pelo qual ele usa um determinado produto ou serviço pode caracterizá-lo como membro de uma classe de pessoas que seguem o mesmo estilo, portanto, se a finalidade da empresa é atingir pessoas entre 20 e 40 anos, que gostam de carros esportivos (Figura 4), por exemplo, ela irá adotar uma imagem que se adapte a essa persona- lidade, correlacionando símbolos associados a con- ceitos esportivos. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 20 -não importo, eu pago por ela! Identidade é o que parece? Qual o valor da sua marca? O quanto sua marca vale? Qual o valor que está atri- buído a ela? Estes entre outros questionamentos fazem parte do cotidiano mercadológico de empresas que pretendem expandir o consumo de seus produtos e serviços. Para começar a compreender como o con- sumidor se comporta e o quanto ele influência, Mar- tins explica que: [...] uma boa marca transmite eficazmente um de- terminado conjunto de informações. Conseqüente- mente, ela pode levar os consumidores a experimen- tá-la, a gostar dela, a repetirem o ato de consumo, e a recomendá-la positivamente aos amigos ou rela- cionamentos. O ideal é que o conjunto dessas ações permita que você cobre um preço maior pelo seu produto ou serviço, em especial sobre o preço que é praticado pelos seus concorrentes. (2005, p. 17) Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 21 [...] o “feed back” de relações e experiências positi- vas com a marca gera cumplicidade, tornando o con- sumidor um ‘advogado da causa’, pois suas crenças e valores ficam confirmadas e comprovadas, agregan- do valor ao próprio consumidor, por estabelecer um sentimento de gratificação e, conseqüentemente, auto-estima. (MONTES, 1999, p. 25) Considerando essas citações, é possível compreender que o poder, o comportamento, a idéia e a personali- dade são alguns conceitos que instigam consumidores a possuírem produtos que carregam marcas famosas e pregnantes. Isto, sem levar em conta o quanto pode se pagar, e assim, mostrar que se faz parte de uma legião de consumidores seletos não tem preço. As marcas que conseguem atribuir esses valores estão cada vez mais crescendo e para não perderem po- sição perante a uma suposta concorrência, investem milhões em marketing promovendo idéias e sensações que conceituam o prazer de possuir um produto que carregue essa marca. A fidelidade de um consumidor acrescida ao seu bem-estar pode formar um parceiro para a marca, e esse age de forma positiva, pois sua satisfação irá contribuir de forma indicadora para ou- tros clientes que ainda possivelmente não tenham decidido sua escolha entre duas ou mais marcas. A sua marca ainda pode valer muito mais. E, para isso, ela deve estar na mente do consumidor como a marca que representa um produto de qualidade, ou seja, a pregnância é um fator intrínseco que permeia a boa associação a uma espécie de produto. Logo, quando se pensa numa classe de produto, a primeira marca que vem a mente do consumidor pode ser uma marca conceituada que transmita a sensação positiva de se estar levando pra casa “a qualidade”, e isso promove a fidelidade, que por sua vez, promove um maior consumo. Porém, um cliente insatisfeito com a marca e/ou produto pode disseminar uma informação negativa e atingir muito mais pessoas do que uma informação positiva, enfim, a Tabela 4 adapta o que Martins (2005, p. 17), mostra. Segundo estudos internacionais, o Consumidor... SATISFEITO, PODE ATRAIR 6 NovoS CoNSUmIDoRES INSATISFEITO, PODE ARRASTAR 14 CoNSUmIDoRES PotENCIAIS ...e a velocidade da disseminação da imagem é consideravelmente diferente... ►►► ►►►►►►►►►►►► Ação do consumidor em relação a um produto.Tabela 4: Fonte: Adaptação do Livro de José Roberto Martins. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 22 Ao final, é preciso esclarecer mais dois conceitos que valorizam o potencial de uma marca que são os va- lores tangíveis e intangíveis. A Tabela 5 explica me- lhor cada valor. O que vale mais para uma marca? É evidente que os valores intangíveis promovem a empresa e atribuem um valor alto, que na verdade, este vem a ser o lucro dos investimentos feitos aos valores tangíveis. Com uma marca bem resolvida, uma embalagem atraente e uma grande divulgação nos meios de comunicação podem influenciar os consumidores: 1– A terem confiabilidade em adquirirem os produtos; 2– A ajudar a marca a ter uma história; 3– A atribuir uma boa reputação em função de uma percepção positiva da identidade. Assim, os investimentos iniciais aplicados aos valores tangíveis podem apreciar os intangíveis em uma pro- gressão muito maior. Claro que isso se dá em um pro- cesso de longo prazo, porém satisfatório. A Tabela 6 explica cada conceito a ser valorizado. VALORES TANGÍVEIS VALORES INTANGÍVEIS SÃO OS VALORES MATERIAIS ATRIBUÍDOS A MARCA SÃO OS VALORES IMATERIAIS ATRIBUÍDOS A MARCA A MARCA A EMBALAGEM A DIVULGAÇÃO ... A CONFIABILIDADE A HISTÓRIA A REPUTAÇÃO ... Valores tangíveis e intangíveis.Tabela 5: Fonte: Adaptação do livro de Adriana Costa e Silva. ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DE VALOR E CUSTO valor de mercado: quantia pela qual uma propriedade poderia ser trocada entre um comprador e um vendedor, ambos com total conhecimento dos fatos relevantes e com imparcialidade. valor Percebido: está intimamente relacionado à decisão de compra do consumidor. A marca influencia a percepção dos atributos físicos e funcionais do produto, funciona como um indicador de procedência e qualidade, confere ao produto uma personalidade e um conjunto de valores e o identifica e o diferencia dos concorrentes no ponto-de-venda. Custo original: é o custo registrado em um momento anterior ao da compra. Custo Contábil: representa o registro do custo original nos livros contábeis, incorporando procedimentos de depreciação. Custo de Reprodução: custos de planejamento, design, pesquisa, registro legal, propaganda e promoção incorridos em seu desenvolvimento. Custo de Substituição: representa o custo de uma marca semelhante. Valores e custos da marca.Tabela 6: Fonte: Adaptação do livro de Adriana Costa e Silva. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 23 - eu vou pegar pra mim! Identidade é o que parece? o quanto a marca é atrativa? Quando se fala de um produto atrativo, raramente nos referimos ao seu som, cheiro ou tato. A percepção humana é amplamente dominada pela visão e, quando se fala no estilo do produto, referimo-nos ao seu estilo visual, pois o sentido visual é pre- dominante sobre os demais sentidos. A atratividade de um produto depende, então, basicamente de seu aspecto visual. (BAXTER, 1998, p. 25). Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 24 ATRATATIVIDADE Complexidade percebida: A principal causa da atração visual não é a complexidade intrínseca de um objeto, mas a complexidade percebida pelo observador. Assim, um produto bastante complexo pode ser percebido como mais simples e familiar, contribuindo para aumentar sua familiaridade. Influência do tempo: A interação entre complexidade e familiaridade pode explicar a mudança na preferência das pessoas ao longo do tempo. No início, uma forma complexa pode ser considerada sem atrativos. Mas, com o tempo, ela pode tornar- se familiar, e, então, se tornará mais atrativa. mistura de simplicidade com complexidade: Antes de um objeto ser considerado atrativo, ele é visto como interessante. Se despertar interesse, será capaz de captar e manter a atenção do observador durante um tempo suficientepara que se torne familiar e, portanto, atrativo. Parece que a receita mais adequada é uma combinação de aspectos simples com aqueles complexos, no mesmo produto. Os aspectos simples e familiares transmitem segurança ao observador, que encontra neles um ponto de referência. Contudo, os aspectos complexos despertam curiosidade e um certo desafio, que deve ser vencido através de exploração e interpretação. Significado simbólico: Os objetos também transmitem um significado simbólico. A compreensão do conteúdo simbólico dos objetos alarga bastante o nosso entendimento sobre o estilo de produtos. Um objeto pode ter uma forma nunca vista e assim mesmo não causar tanta estranheza. Ele pode parecer familiar porque simboliza algo que é familiar. Isso está ligado à nossa percepção. Ao perceber um objeto, o nosso cérebro o classifica imediatamente como atraente ou sem atrativo. Ele faz isso instintivamente, buscando na memória emoções e sentimentos ligados a outros objetos semelhantes. O que faz uma marca e/ou produto ser atrativo.Tabela 7: Fonte: Adaptado do livro de Mike Baxter. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 25 Fazendo um panorama da Tabela 7, a primeira vista, é entendido que uma novidade pode se tornar atra- tiva quando sua comunicação visual interatua perfei- tamente com o público, isso faz com que ele se sinta confortável em se aproximar e assim, interagir me- lhor até que este decida após uma análise mais apro- fundada “comprar” essa novidade ou simplesmente ignorá-la. As marcas tentam atrair ao máximo seus consumi- dores ofertando produtos que enchem aos olhos quando em exposição. Excessivamente, as empresas pesquisam, analisam e fazem testes que comprovam que o consumidor se sente realmente atraído por um produto bem apresentado. Martins reforça essa idéia dizendo que: [...] a boa marca é capaz de atrair e reter o con- sumidor para o seu produto ou serviço, retendo-o enquanto a engrenagem estiver funcionando com equilíbrio e eficiência; fato comprovado pelos fato- res emocionais que nos retém às nossas marcas pre- feridas. (2005, p. 17) É preciso ainda salientar que não é só o consumidor que vai até a marca, pois a marca também deve ir até o consumidor, e nesse jogo entra a propaganda informativa que apela para sentimentos conceitu- ados como conforto, segurança e personalidade, isso com muita criatividade entre os meios de comuni- cação que vão desde jornais e revistas até a televisão e internet, portanto, se parafrasear um ditado po- de-se dizer que: “Se o consumidor não vem à marca, a marca vai ao consumidor5” 5 - Parafraseando o ditado que diz: “Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha.” Maomé (570-632), profeta e fundador do Islamismo, ensinava seus seguidores islâmicos a preferirem o simples ao complicado. A frase foi pronunciada quando Maomé tentava converter um grupo de árabes que o desafiaram a mover o Monte Safa para perto de si. Maomé tentou, mas não conseguiu. Foi até a montanha e disse ter recebido uma graça de Deus por não ter conseguido o milagre. Ele acreditava que se a montanha viesse aos incrédulos, mataria todos ali reunidos. Fonte: <http://pt.wikipedia.org> em 23/05/2008. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 26 - e aí chefe? vamos dar um jeito nisso? Design, prazer! Posso ajudá-lo? Como as ferramentas de design influenciam na construção da identidade visual O design em geral tem por função básica aperfeiçoar aspectos ergonômicos, visuais e funcionais de produ- tos e serviços, tornando-os confortáveis e seguros e, assim, gerando a satisfação de seus consumidores. Através do design é possível agregar valor a um pro- duto ou serviço visando a conquista de novos merca- dos e o desenvolvimento de produtos diferenciados. (D´AVILLA, 2004, p. 9) Do mesmo jeito que um engenheiro civil juntamente com um arquiteto planeja uma casa com intuito de oferecer-lhe conforto, o designer planeja sua identi- dade visual com o ideal de comunicá-la, e para isso, determinadas configurações e conceitos devem ser transmitidos para o público alvo. Portanto, com o apoio de um briefing6 , o profissional pode analisar detalhadamente cada ponto questionado e obser- vado, passando a ser norteado a desenvolver a me- lhor forma de comunicar ao cliente o que você quer que ele entenda, sinta e associe de positivo. 6 - briefing é um conjunto de informações passadas em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho, sendo muito utilizadas em administração e na publicidade. O briefing é uma peça fundamental para a elaboração de uma proposta de pesquisa de mercado. É um elemento chave para o planejamento de todas as etapas da pesquisa de acordo com as necessidades do cliente. Fonte: <http:// pt.wikipedia.org> em 20/05/2008. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 27 Esta solução pode partir de ícones, símbolos e/ou nomes que interajam em uma associação forte transmitida em função de segurança. Para isso, esses elementos devem ser concebidos tecnicamente, ou seja, seus valores devem ser preser- vados em função do uso de formas e cores adequadas que tendem a categorizar sua marca como um conjunto de elementos que cumprem o dever de expressar da melhor forma sua identidade. D´Avilla complementa que: [...] o design gráfico é uma área de conhecimento e prática profissional específica que trata da organização formal de elementos visuais – tanto textuais quanto não- textuais – que compõem peças gráficas reproduzíveis e que têm um objetivo expres- samente comunicacional. (2004, p. 10). Ao gerar uma marca, o designer através do briefing, admite conceitos melhores associados, e a partir deles são determinadas as cores e as formas para o símbolo e uma tipologia ideal para o nome, contudo, todos esses elementos devem estar conectados, pois é dessa maneira que a marca ganha uma associação mais forte. Como exemplo de construção de uma marca, mais especificamente para um evento religioso, o processo7 de criação até a sua concepção pode ser observado na Tabela 8 e na Figura 5. 7 - o processo apresentado nesse projeto foi adaptado para uma forma mais didática, pois em sua metodologia normal ele é muito mais extenso. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 28 PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA MARCA PARA UM EVENTO RELIGIOSO CONCEITO Fé – do Lat. fide, confiança; s. f., crença religiosa; crença, convicção em alguém ou alguma coisa; convicção; firmeza na execução de um compromisso; crédito; confiança; intenção; virtude teologal. IMAGENS RELACIONADAS SÍMBOLO TIPOGRAFIA CORES E TONALIDADES Fontes com serifa se adaptam ao conceito de fé por possuir traços marcantes. VERMELHO AZUL Conceitos e diretrizes dos atributos da marca.Tabela 8: Adaptado do trabalho acadêmico de Identidade Visual. Luciano Anchieta e Raphael Bizerra. Marca concebida para o evento religioso.Figura 5: Fonte: Trabalho acadêmico de Luciano Anchieta e Raphael Bizerra Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 29 Após a coleta dessas informações, o designer fará testes exaustivos de combi- nação de formas e cores até a solução ideal, porém essa solução será avaliada pe- rante outras em função de critérios que, segundo Strunck, [...] podem ser definidos como personalidade, contemporaneidade, legibilidade, pregnância e usabilidade, e claro que, após todo esse trabalho, a marca concebida tende ser aquela que mais atendeu aos critérios, onde suas características fortes irão passar uma impressão positiva aos consumidores. (2007, p. 88). Br an di ng : A tr ib ut os, Co nc ei to e D es ig n 30 - que estranho! o que será que aquilo significa? Design, prazer! Posso ajudá-lo? A melhor forma de comunicar os conceitos ao público alvo A propaganda deve servir como base e apoio na cons- trução e sustentação as marcas. É esse trabalho de comunicação, quando feito de maneira consistente e planejada, que mantém a competitividade das mar- cas no mercado. (SILVA, 2003, p. 27). Os veículos de comunicação há anos que levam, com excelência em qualidade visual e criatividade, a in- formação ao consumidor. A emoção tem sido um fator determinante e influenciador das marcas em comer- ciais e anúncios, que em meio a uma competitividade tem deixado o público indeciso em relação a escolha de certos produtos. Mas como essa informação atinge o consumidor? Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 31 O designer gráfico admite tecnicamente o uso de imagens, posicionamento, contraste, equilíbrio, mo- vimento, cores e formas dentre outras sensações pro- vocadas pela informação visual, no entanto Silva ob- serva que: [...] com a globalização ficou muito fácil acessar, on-line, jornais e revistas do mundo inteiro, saber as tendências das modas, dos novos sistemas geren- ciais... O acesso à informação é tão simples, que você pode conseguir serviços diversos quase instan- taneamente. Por isso dizemos que a propaganda não é apenas uma das armas utilizadas a favor da susten- tação das marcas. É uma das armas mais poderosas. (2003, p. 27). É claro que na construção “dessa arma”, o designer gráfico está capacitado para agenciar em conjunto com publicitários e profissionais de marketing, pes- quisas em relação ao público alvo que precisa com- preender a informação sem que fiquem ruídos8. Lem- brando que toda e qualquer comunicação assim como a marca, deve estar coesa com as diretrizes da em- presa e adequada à personalidade do consumidor. Desse modo, ele pode compreender e aceitar positi- vamente a informação. Lemley reforça dizendo que: [...] uma vez que o caráter da marca é compreendi- do, o caráter do cliente se eleva a igual importância. Entender o perfil da personalidade do cliente ajuda- rá a definir os aspectos unificados da experiência e mostrar o quão melhor se pode comunicar isto. Isto ajuda a transformar o cliente em alguém com quem a marca possa “falar”. Entendendo a personalidade do cliente, o designer poderá compreender como elaborar um “diálogo” cheio de significado com ele. (2006, p. 16). As empresas tem feito um apelo forte usando pessoas famosas para apresentar facilidades e vantagens, fa- zendo comparações aos produtos concorrentes. Essa tática ajuda a transmitir uma certa confiança e uma qualidade além dos produtos ofertados pela concor- rência. Assim, o consumidor vê aquela pessoa famosa com quem ele tem simpatia fazendo a propaganda, e segue seu conselho e passa a desejar o produto em questão. 8 - Em comunicação, ruído é todo fenômeno aleatório que perturba a transmissão correta das mensagens e que geralmente procura-se eliminar ao máximo. Fonte: http://pt.wikipedia.org em 24/05/2008. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 32 - cadê o catchup? Branding: como se apresentar perante o público Percepção da marca Você já se deparou com uma prateleira repleta de variedades e conseguiu encontrar o que procurava? Quanto tempo você passou? No mercado existem diversos produtos da mesma ca- tegoria e geralmente a marca que faz um trabalho de embalagem que seja relevante aos concorrentes, consegue ser perceptível muito mais rápido do que as outras. Expor um produto na prateleira exige custos diferenciados, pois o local mais caro é o que fica na altura média de uma pessoa normal que por sua vez observa de modo mais confortável em relação ao seu campo visual, porém se esse espaço já está ocupado. Entra em campo a criatividade que ajudará a chamar a atenção com uma configuração inusitada na expo- sição dos produtos, fazendo com que essa ousadia seja possível ter um destaque através do diferente em meio à uma categoria de produtos. Percepção visual - Figura 6: embalagens semelhantes. Fonte: Raphael Bizerra Percepção visual - Figura 7: embalagens diferentes. Fonte: Raphael Bizerra Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 33 Geralmente algumas empresas adotam o mesmo tipo de embalagem, quanto a formas e cores, com intuito de confundir o consumidor que às vezes com pressa acaba pegando a embalagem sem notar o que está levando e só percebe o equívoco na hora de ver o preço no caixa ou até mesmo quando chega em casa (Figura 6), porém, as marcas adotam uma linguagem apreensível quanto a categoria, como por exemplo, um leite em pó famoso adota tons claros em sua embalagem, outras marcas podem seguir a mesma idéia para que estas tentem passar os mesmos con- ceitos positivos da primeira, todavia, quando existe algum produto que incomode com uma embalagem diferenciada, este, pode atrair a percepção visual pelo sim- ples fato de ser diferente (Figura 7). De outra forma, Lemley ressalta que: [...] o caráter de uma marca é formado por uma série de valores que são os seus blocos de construção – os principais definem o seu desenvolvimento, o seu design e a sua linguagem. Estes valores, ou ‘pilares’, são aceitos se os traços que diferenciam uma marca dos seus concorrentes proporcionarem motivo concreto para que possa- mos acreditar nisso. Isto se torna uma ótima idéia que levará a marca da concepção ao consumo. É fundamental que estes pilares sejam reais, únicos e totalmente acei- tos pelo líder da empresa. (2006, p. 15). Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 34 Para compreender melhor a respeito da percepção visual da marca, na Tabela 9 estão exemplificadas algumas atitudes consumistas que proporcionam a escolha da marca/produto. PERCEPÇÃO VISUAL Uma vez reconhecidas pelo consumidor, as marcas geram um conjunto de associações que, tomadas em conjunto, constituem a imagem da marca para os consumidores no mercado; Em processos de decisão repetitivos, quando o consumidor identifica (por experiência própria ou por influência da propaganda) uma determinada marca como sendo satisfatória, esta tende a se tornar sua escolha habitual. Essa preferência configura a lealdade do consumidor à marca; Comprovou-se empiricamente que o nome da marca influencia as avaliações dos produtos por parte dos consumidores, ou seja, que o nome da marca é usado em maior ou menor grau como uma heurística para avaliação a priori do produto; Vistas dentro do contexto da empresa, as marcas representam um ativo que por vezes é o principal responsável pelo sobrepreço relativo à avaliação tradicional pago em operações de fusão e aquisição. Percepção da marca no mercado.Tabela 9: Fonte: Adaptação do livro de José Roberto Martins - o que falta pra você crescer? Branding: como se apresentar perante o público A fórmula do crescimento Bran di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 35 [...] A intenção do Branding é fazer com que a marca ultrapasse sua esfera econômica, passando a fazer parte da cultura e a influenciar o comportamento das pessoas, num processo de transferência de valor para todas as partes interessadas da marca. O Bran- ding no Brasil. (RODRIGUES, D., 2006, p. 5) É de suma importância que qualquer empreendi- mento venha adotar o branding como apoio para ala- vancar a imagem da empresa, dando assim um valor ainda maior, e organizar um sentido conceitual ao que a marca pretende transmitir, pois esse sentido devefazer a conexão entre funcionários, clientes, forne- cedores e sociedade de modo a disseminar um ideal e a força a que esta venha adquirir. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 36 Com isso, é possível compreender como uma marca cresce com o branding e como ela perde sem essa ferramenta de gerenciamento, isso é demonstrado na Tabela 10. Com a contribuição do Branding, torna-se mais ade- quada a gestão da marca através de ações coniventes à força da marca, pois Martins reforça a idéia exposta na Tabela 10 e ainda salienta que: [...] o Branding é o conjunto de ações ligadas à admi- nistração das marcas. São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da sua natureza econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais confuso e complexo. (2006, p. 8) Para gerir a marca, todas as ações a serem tomadas devem ser cuidadosamente fomentadas a partir de uma estratégia coerente, isso deve ser avaliado caso a caso, mas de antemão, a aplicação de pesquisas qualitativas e quantitativas devem contribuir para identificar os primeiros sinais característicos do que o cliente, fornecedor, funcionário e sociedade pensam a respeito da marca e assim traçar uma metodologia que irá promover um gerenciamento mais conciso nas suas definições estratégicas. COM BRANDING SEM BRANDING A marca repassa maior qualidade e aumenta a atratividade dos CLIENtES. Os CLIENtES deixam de consumir por causa da imagem fraca que a empresa transmite. Aumenta a demanda de pedidos para os FoRNECEDoRES. FoRNECEDoRES criam barreiras para continuar vendendo. FUNCIoNÁRIoS trabalham satisfeitos, pois a empresa pode oferecer melhores salários e condições de trabalho. Em função da baixa lucratividade, a empresa repassa salários menores aos FUNCIoNÁRIoS. Como retribuição a empresa contempla a SoCIEDADE com serviços sociais. A SoCIEDADE se afasta mais do que os outros, pois para empresa os gastos são muito altos para promover ações sociais. Influência do branding na empresa - quem ganha e quem perde.Tabela 10: Fonte: Luciano Anchieta. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 37 - de acordo com os jurados, o vencedor é... Posicionamento da marca: você está no lugar certo? Como o consumidor pode decidir “As pessoas e organizações devem ser devidamente convencidas que a sua marca representa a solução de problemas ou necessidades tangíveis ou intangíveis, idéia que pode ser parcialmente influenciada pelas empresas através de um posicionamento inteligente de marca.” (MARTINS, 2005, p. 134) Que posicionamento é esse? Isso a ver com o local onde o produto está exposto? Na verdade esse posi- cionamento convém da situação em que sua marca é lembrada em relação aos concorrentes, ou seja, um consumidor em meio aquela diversidade de produtos escolhe a marca “X”, porém se aquela marca não es- tiver no estoque, ele recorre à marca “Y”, por sua vez se por coincidência também não tiver, resta levar a marca “Z”. Contudo, esse posicionamento pode ser associado ao pódio de vencedores de um jogo, onde o consumidor decide quem é o campeão. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 38 Essa decisão pode ser tomada pelo o que mais atrai, Martins comenta que: [...] os consumidores são atraídos e retidos a deter- minadas marcas por uma série imensa de motivos, por exemplo, a percepção de qualidade, garantia, assistência técnica, atendimento, etc. Quando a marca comunica com eficiência que entrega um de- terminado conjunto de benefícios, ela é comprada pelo consumidor. O nível de esforço que algumas empresas devem fazer, maior ou menor que outras, está diretamente associado ao volume existente de consumidores que já conhecem, confiam e repetem o movimento de consumo daquelas marcas. (2005, p. 134). Para mostrar que o o consumidor está preparado quanto ao discernimento da decisão, Martins observa que: [...] o consumidor está bastante criterioso nas suas escolhas, paradoxalmente feitas cada vez mais a partir de critérios subjetivos. Sem nenhum exagero, é possível dizer que o consumidor pensa com o co- ração quase na mesma proporção em que julga com o bolso. Com isso, a maioria das pessoas argumenta, corretamente, que é muito difícil dimensionar ob- jetivamente as diferenças entre as marcas. (2006, p. 57). Atrair o consumidor não é uma tarefa fácil, pois a marca deve ter mais atributos do que as outras. E esses atributos podem deliberar a decisão do consu- midor. Desse jeito, Silva ressalva que: [...] para se avaliar uma marca, levam-se em consi- deração quatro qualidades principais: diferenciação, relevância, estima e conhecimento. Assim, para uma marca nova entrar no mercado ela deve ser diferen- te, para gerar uma experimentação. Com isso ela po- derá adquirir uma certa relevância. Já para manter- se no mercado e conquistar estima e conhecimento, ela deverá continuar inovando para fazer crescer sua relevância. (2002, p. 36). Ao sintetizar essas idéias, é considerável que o po- sicionamento da marca dependa de um preparo tan- gível desgastante com a formulação de uma boa em- balagem e uma propaganda atraente a partir de uma concepção intangível - história e reputação - for- mada. Assim, todo esse arranjo irá compor, a médio e longo prazo, um posicionamento considerável da sua marca. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 39 - agora é a sua vez! Posicionamento da marca: você está no lugar certo? você tem uma estratégia competitiva? “Mesmo com esse ambiente, nós acreditamos que qualquer estratégia de negócio e comunicação deve ser a percepção do cliente.” (MARTINS, 2006, p. 58) O que fazer para ganhar esse jogo? Qual é o próximo passo? Bom, essas perguntas assumem mais uma série de questionamentos que norteiam para algo mais presumível, ou seja, para ganhar um jogo é impor- tante conhecer seu oponente, ou melhor, seu con- corrente. Esse conhecimento se dá pelo propósito de saber quais são os atributos que propõem a imagem da marca repassada ao consumidor. Isso, com o in- tuito de agir de modo estratégico para reforçar os pontos fracos, se defender das ameaças e aproveitar o que tem de mais forte e criar oportunidade para atacar. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 40 A Tabela 11 mostra onde podem ser encontrados esses atributos em função das características mais atuantes. Após identificar cada característica, o próximo passo é usar as armas necessárias (forças e oportu- nidades) e juntar energia para combater as ameaças e fraquezas. Esta análise permite trabalhar tanto para manter os consumidores quanto para atrair novos. Martins aborda com outro conceito que: [...] basta apenas reconfigurar os serviços ou produ- tos que vende, oferecendo novos benefícios tangíveis e intangíveis àqueles que já conhecem e valorizam as suas qualidades. (2005, p. 135) Enfim, cabe salientar o fato de conhecer minucio- samente o concorrente e em especial o consumidor, isso pode ser feito através de pesquisas qualitativas e quantitativas, que podem orientá-lo a compreender melhor o comportamento de cada um, pois, quanto ao posicionamento da marca, Martins observa por outro ângulo que: [...] o posicionamento também quer dizer ‘diferen- ças desejadas’; a maneira como apresentamos nossa oferta aos consumidores e como ele a perceberão, comparada às referências (marcas) que já conhe- cem. (2006, p. 59). Para essecaso, faz sentido conhecer o concorrente, trabalhar embasado no S.W.O.T e atribuir seus devidos valores para que sua marca passe a ser mais consu- mida e lembrada em meio ao mercado competitivo. ANÁLISE DO S.W.O.T. (STRENGTHS, WEAKNESSES, OPPORTUNITIES, THREATS) Strengths (Forças) • Marcas de produtos • Conceito da empresa • Participação de mercado • Vantagens de custos • Localização • Fontes exclusivas de matérias- primas • Grau de controle sobre a rede de distribuição Weaknesses (Fraquezas) • Pouca força de marca • Baixo conceito junto ao mercado • Custos elevados • Localização não favorável • Falta de acesso a fontes de matérias-primas • Pouco controle sobre a rede de distribuição Opportunities (Oportunidades) • Necessidades não satisfeitas do consumidor • Aumento do poder de compra do mercado • Disponibilidade de linhas de crédito Threats (Ameaças) • Mudanças nos padrões de consumo • Lançamento de produtos substitutivos no mercado • Redução no poder de compra dos consumidores Análise do S.W.O.T. (Estratégia Competitiva).Tabela 11: Fonte: http://www.dearaujo.ecn.br. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 41 - cheguei aonde queria! Posicionamento da marca: você está no lugar certo? Hoje, o que você domina? “[...] um fenômeno notável é que quando uma mar- ca se torna realmente bem estabelecida, o alto reconhecimento resultante de muitas exposições e experiências de uso tende a permanecer no mes- mo patamar durante um longo tempo mesmo que o apoio de propaganda seja abandonado.” (AAKER, 1998, p. 73) Como chegar ao “topo da montanha”? Como ser o nú- mero um? Quem sabe essa resposta é o consumidor! Sua marca, seu produto, seu serviço deve impactar o público tão bem para que seja lembrado e associado de forma positiva, e quando perguntar ao povo qual a primeira marca que representa os produtos da classe “A”? Se a resposta for produto “X” – o qual você re- presenta – significa que tem a consideração, que está na mente desse consumidor, ao mesmo tempo, se essa pesquisa apontar que o produto “X” representa a grande maioria das respostas tabuladas, Parabéns! Seu produto é o líder da categoria, o que podemos conceituá-lo como Top of Mind1. 1 - top of mind: Trata-se de uma pesquisa que propõe identificar qual a marca - da categoria - mais lembrada pelo público. Geralmente, essa pesquisa é administrada por jornais ou sites conceituados que apresentam por categoria e questionam a respeito da marca que representam a categoria em questão. Pirâmide do Conhecimento.Figura 8: Fonte: Adaptação do livro de David A. Aaker. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 42 A Figura 8 representa a pirâmide do conhecimento do público em relação às marcas. Quando se está no topo “Top of Mind”, a marca é lembrada pela grande maioria dos entrevistados. Em seguida, vem a “Lembrança da Marca” é a posição dos supostos concorrentes, pois são lembradas como segunda opção. Quanto ao “Reconhecimento da Marca”, trata-se da condição em que a marca é lembrada quando mostrada alguma referência (uma embalagem, por exemplo). E por fim, o “Desconhecimento da Marca”, este lugar ninguém gostaria de ocupar, entretanto, pode ser o lugar nos primeiros meses de atuação no mercado. Portanto, a em- presa tende a investir mais quando se está na base da pirâmide e investir pouco quando estiver no topo, em outras palavras, a relação é esta: “Desconhecimento da Marca” / “Maior Investimento” até “Top of Mind” / “Mínimo Investimento”. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 43 - olha a qualidade! Posicionamento da marca: você está no lugar certo? Quais os atributos que você vende? Normalmente, para se avaliar uma marca, levam- se em consideração quatro qualidades principais: diferenciação, relevância, estima e conhecimento. Assim, para uma marca nova entrar no mercado ela deve ser diferente, para gerar uma experimentação. Com isso ela poderá adquirir uma certa relevância. Já para manter-se no mercado e conquistar estima e conhecimento, ela deverá continuar inovando para fazer crescer sua relevância. (SILVA, 2002, p. 36) Será que a qualidade pode ser anunciada aos berros? Esse é um tipo de atributo que pode estar repre- sentado em sua marca, pois para “vendê-la” faz-se valer o caso de ofertá-la, por outro lado, o consu- midor compra o produto esperando encontrar qua- lidade e se depara com algo totalmente diferente, enfim, o consumidor foi enganado - “comprou gato por lebre” (Tabela 12) - e como observado nos capí- tulos anteriores, um consumidor insatisfeito arrasta mais de 14 consumidores. Aaker (1998, p. 287) alerta que “passar um atributo e comunicar que ele existe pode não ser o bastante se os sinais apropriados não Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 44 forem dirigidos adequadamente.” Em função disto, os atributos devem ser cons- tantemente observados, porém a subjetividade de uma pessoa que compra é di- ferente da outra. De certo modo, é necessário adequar uma mensagem coerente, e quando observada por pessoas distintas devem ter associações mais próximas, ou seja, se uma pessoa vê qualidade, a outra poderia interpretar como segurança, pois esta última associa segurança a um fator qualitativo, como por exemplo, em um Banco (local onde seu dinheiro estará seguro e bem guardado). Esta obser- vação leva em conta o trabalho importante do Designer de ajustar a imagem da marca aos conceitos definidos em função do que se quer vender. COMPRANDO GATO POR LEBRE LEBRE PARDA $50: QUALIDADE, VELOCIDADE, MACIEZ, BELEZA. LEBRE CINZA $85: QUALIDADE, VELOCIDADE, MACIEZ, BELEZA. Gato por Lebre.Tabela 12: Fonte: Luciano Anchieta. Br an di ng : A tr ib ut os , Co nc ei to e D es ig n 45 Alguns princípios devem ser admitidos na construção da marca em relação aos conceitos e Aaker (1998, p. 287) observa três princípios que contribuem para uma marca bem-sucedida “[...] (1) Não tente ser o que não é. (2) Diferencie a sua marca das dos concorrentes. (3) Proporcione associações que acrescentem valor e/ou forneçam uma razão-de-compra.”, pois para isso, é importante salientar que a partir deles a concepção da marca irá propor ao consumidor o que real- mente você quer vender, e em troca a empresa preserva sua lealdade com o con- sumidor, que com certeza voltará a consumir a sua marca. E para concluir, Aaker cita que: O posicionamento com base numa associação com um atributo-chave tangível do produto é eficaz quando o atributo puder levar a decisões de compra; mas freqüen- temente também pode resultar numa contenda de gritarias sobre especificações. O uso de um atributo intangível – como qualidade geral, liderança tecnológica, ou saú- de e vitalidade – pode, às vezes, ser mais resistente. A associação com um benefício para o consumidor é outra opção. (1998, p. 286-287). Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 46 Estudo de caso: SISA – Sergipe Industrial S.A. Apresentando É uma indústria têxtil de origem sergipana que fabrica desde 1882, artigos de cama, mesa e banho. Os produtos da SISA estão presentes em lojas e supermer- cados de todo o Brasil, além de países vizinhos, todavia, em meio aos consumi- dores sergipanos não existe o conhecimento quanto à origem da empresa. a sisa Variações da identidade corporativa da SISA. Figura 9: Fonte: Raphael Bizerra. Produtos vendidos Figura 10: com marcas diferentes. Fonte: Raphael Bizerra. Es tu do d e ca so: SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 47 Um fator impactante que a priori merece a inter- venção do Branding é em relação à identidade da empresa, onde esta faz uso de três marcas distintas (Figura 9). Essas, em muitos casos estão presentes na mesma embalagem, quando não em embalagens expostas em prateleiras muito próximas (Figura 10). Isto oferta ao público atributos diferentes e o con- funde em relação ao que a empresa realmente ofe- rece, pois o consumidor não se identifica com “al- guém” que tenha “duas caras”, portanto, ao reformar os conceitos da identidade o ideal seria expor a nova marca e de forma publicitária informar ao público sobre a transição, onde as antigas seriam extintas e a nova passaria a representar a empresa em todas suas peças gráficas. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 48 Estudo de caso: SISA – Sergipe Industrial S.A. Conhecendo o mercado em que a SISA atua cama, mesa e banho De acordo com o IEMI - Instituto de Estudos e Marketing Industrial, em pesquisa apresentada na TEXFAIR 2008 em Blumenau/SC, o mercado de cama, mesa e banho (conhecido no meio comercial como cameba) está bastante aquecido e para atrair o consumidor alvo, geralmente conservadores, tem que ter um dife- rencial muito maior além do conceito de qualidade. A seguir serão expostas informações relevantes dos fatores econômicos, perfil do consumidor e o comportamento das marcas antes, durante e depois da venda. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 49 Quanto ao fator econômico: • A produção nacional de ‘cameba’ é de 909 mi- lhões de peças por ano; • As vendas da indústria somaram US$ 2,6 bilhões em 2007; • No Brasil há 1,0 mil produtores de porte indus- trial em atividade; • 17% dos produtos de ‘cameba’ são exportados; • As vendas do varejo alcançaram US$ 3,8 bilhões em 2007; • No Brasil há 23,6 mil pontos de venda especiali- zados em ‘cameba’; • Nos últimos 12 anos, surgiram 30 milhões de con- sumidores a mais no mercado brasileiro; • Em 12 anos, a renda per capta aumentou 15% em termos reais. Quanto ao perfil e comportamento do consumidor, o mercado se configura da seguinte maneira: • 56% do consumo é realizado pelos consumidores das classes A e B; • Os consumidores da classe C respondem por 31% da demanda; • 96% dos compradores de ‘cameba’ são mulheres; • Os consumidores compram artigos de ‘cameba’ a cada 8 meses em média; • Os consumidores que mais gastam com ‘cameba’ têm entre 50 e 60 anos; • A maioria das compras tem como objetivo prin- cipal substituir uma peça desgastada; • 95% das consumidoras adquiriram roupas de ‘ca- meba’ para si mesmas ou para sua família em sua última compra; • 69% dos compradores já tinham visto anterior- mente a peça escolhida. Quanto a apresentação da marca/produto antes, durante e depois da venda: • Grandes marcas representam 76% do total, marcas próprias totalizam outros 5% das peças, marcas licenciadas detém 2% desses volumes; • As lojas de grande porte e redes somam 37% das vendas; • 49% das compras foram realizadas em lojas especializadas; • As consumidoras, independentemente da renda, tendem a comprar em lojas já conhecidas; • O consumidor de ‘cameba’, além de preço e qua- lidade, requer localização conveniente da loja; • Cerca de 52% lembram da marca do produto que compraram; • Para 66% das consumidoras pesquisadas, a ven- dedora pode influenciar no ato da compra; • Para 94% das consumidoras pesquisadas, a vi- trine pode influenciar na compra; • O produto mais desejado oferece cores su- aves, sem estampas e um aspecto diferente e sofisticado; • As qualidades mais valorizadas pelo consumidor são: o toque, o conforto e a durabilidade. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 50 Estudo de caso: SISA – Sergipe Industrial S.A. Posicionamento da SISA em relação aos concorrentes - atenção para a classificação! De acordo com o Setor de Comercialização da SISA, a empresa em relação aos concorrentes, está posicio- nada nas colocações conforme as tabelas a seguir. Quando a marca não é levada em consideração, o que determina a compra de artigos para cama, mesa e banho é a relação preço/qualidade, no entanto, a SISA está posicionada em sexto lugar (Tabela 13). No caso de existir reconhecimento da marca, o preço do produto fica em segundo plano, enfim, quando se pensa em artigos de cama, mesa e banho, a SISA ocupa o quinto lugar (Tabela 14). Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 51 QUEM VENDE MAIS 1 COTEMINAS (ARTEX); SANTISTA 2 KARSTEN 3 BUDDEMEYER 4 DÖHLER 5 TEKA 6 SISA 7 ALTENBURG Posicionamento da SISA em relação ao preço/Tabela 13: qualidade do produto. Fonte: Setor de Comercialização da SISA RECONHECIMENTO DA MARCA 1 KARSTEN 2 COTEMINAS (ARTEX); SANTISTA 3 BUDDEMEYER 4 TEKA 5 SISA 6 DÖHLER 7 ALTENBURG Posicionamento da SISA em relação ao Tabela 14: reconhecimento da marca (Top of Mind). Fonte: Setor de Comercialização da SISA + - Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 52 Estudo de caso: SISA – Sergipe Industrial S.A. Analisando os pontos positivos e negativos da marca - isso é bom. - isso é ruim. A empresa pretende adotar cinco conceitos (Tabela 15) para a em- presa e conseqüente- mente que sejam refle- tidos nos produtos. E é a partir deles que serão feitas as primeiras aná- lises dos pontos nega- tivos e positivos. CoNFoRto 1. Ato ou efeito de confortar (-se). 2. Consolo, alívio. INovAÇÃo 1. Ato ou efeito de inovar. 2. Novidade em. LEvEZA 1. Qualidade de leve. 2. Leviandade. AmBIENtALIStA 1. Especialista em ambientalismo. 2. Quem estuda o meio ambiente. SISA RESPoNSABILIDADE SoCIAL 1. Ter compromisso com a sociedade. 2. Prestar serviços para o bem-estar. Geração de conceitos da SISA.Tabela 15: Fonte: Raphael Bizerra. A marca atual da SISA.Figura 11: Fonte: Raphael Bizerra. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 53 A partir da marca da SISA (Figura 11), serão anali- sados os conceitos em seus aspectos positivos e ne- gativos, isto, sendo relevadas algumas considerações aparentes. quanto aos conceitos de conforto e leveza - Pelo aspecto negativo: • O excesso de elementos admite um peso excessivo, isso descaracteriza o conceito de leveza; • A má aplicação das cores, em variações de azul, onde mais claro usado no contorno do elemento prin- cipal fica esmaecido perante o fundo claro, forçando a visão no ato da identificação do elemento propi- ciando um certo desconforto; • O segundo elemento em tom mediano não acom- panha uma boa gradação entre o azul mais claro e o mais escuro, pois este se confunde com o elemento principal aumentando ainda mais o desconforto; • O tom mais escuro do símbolo sobressai mais do que os outros elementos, desequilibrando a marca como um todo, sendo este o elemento mais pesado. - Pelo aspecto positivo: • O elemento que lembra a nuvem ou algodão remete a idéia de algo leve e confortável; • O nome SISA tem uma grafia leve e de fácil identifi- cação e leitura, isso reforça o conceito de conforto. As marcas concorrentes que atribuem bem os conceitos de conforto e leveza: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 54 quanto ao conceito de inovação- Pelo aspecto negativo: • A transição de tonalidades não permite uma boa visualização de uma tridimensionalidade e volume natural; • Cores comuns em escalas de cores. - Pelo aspecto positivo: • Apenas o uso da tridimensionalidade. As marcas concorrentes que atribuem bem o conceito de inovação: quanto ao conceito de empresa ambientalista - Pelo aspecto negativo: • Não se aplica. - Pelo aspecto positivo: • Na concepção do símbolo foi atribuída a estilização de um maço de algodões (matéria prima do tecido) além de se assemelhar com nuvens, pois são dois ele- mentos da natureza que suplantam a idéia de meio- ambiente. Todavia, esse conceito deve ser representativo não só na marca, como também nas ações e compromissos que as empresas têm junto ao meio-ambiente (des- carte de resíduos tratado, reflorestamento, reci- clagem, etc.). A marca concorrente que atribue bem o conceito am- bientalista (pela imagem):quanto ao conceito de responsabilidade social - Pelo aspecto negativo: • Não se aplica. - Pelo aspecto positivo: • Não se aplica. Este conceito não está expresso em nenhuma marca concorrente, porém ele é considerado como as ações que as empresas, inclusive a SISA, promovem junto à sociedade (auxílio moradia, distribuição de cestas básicas, cursos profissionalizantes, etc.). A marca atual da SISA.Figura 12: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 55 quanto ao nome e alinhamento dos elementos - Pelo aspecto negativo: • O uso do título “SERGIPE INDUSTRIAL S.A.” regiona- liza e limita expansão da empresa. • Como elemento ele está desalinhado do conjunto de símbolos (melhor observado na Figura 12). • O nome “SISA” usado em caixa alta torna-se gritante. - Pelo aspecto positivo: • o nome “SISA” é curto e de fácil pregnância. Empresas que tem em seu nome um aspecto positivo (pregnante e/ou alinhado). Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 56 Aplicação das Ferramentas de Design e Branding Reformulação da identidade visual - esta pode ser a fórmula do sucesso! E agora? Após conhecer a respeito de imagem, identi- dade visual, Design e Branding, bem como os aspectos negativos e positivos da marca da empresa em es- tudo, vamos pegar os conceitos, aproveitar tudo que tem de bom, descartar o que tem de negativo, acres- centar valores tangíveis e apresentar uma nova marca que possa criar os valores intangíveis desejados. A metodologia adotada compõe tudo o que foi visto até então, ou seja, sua concepção vai do trabalho de associações de imagens às apropriações dos atributos e conceitos recém definidos. Tirando o que Figura 13: tem de negativo. Usando a Figura 14: modulação matemática. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 57 A idéia agora é retirar o que tem de negativo. Nesse processo (Figura 13) podemos começar pelo título “SERGIPE INDUSTRIAL S.A.”, que será aproveitado em outro espaço. Prosseguindo, os elementos que si- mulam a “tridimensionalidade” na marca. Com isso a marca já simula algo mais leve (conceito de leveza). A marca será simulada em uma única cor para que depois seja melhor definida de acordo com os con- ceitos da empresa. Logo, a retirada do nome e dimi- nuição da expessura do contorno para reconstrução do símbolo com parâmetros matemáticos, atribuindo mais conforto visual reforçando o conceito de con- forto. (Figura 14) Atribuindo cor.Figura 15: Mudando o tipo Figura 16: do nome Símbolo + logotipoFigura 17: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 58 Continuando com as aplicações de atributos, vamos dar a marca um conceito inovador fazendo uso de uma circunferência contornando o maço de algodão ou nuvem e aplicar a cor azul em outra tonalidade. Até aqui a marca ganhou mais leveza, conforto e ainda foi inovada sem comprometer seu símbolo prin- cipal que há muito tempo acompanha a identidade corporativa, porém o propósito nesse caso é manter a tradição adotada pela empresa (Figura 15). Voltando ao nome “SISA” (Figura 16) que como as- pecto negativo foi o uso da grafia em caixa alta, con- tudo está será usada caixa baixa, dando maior con- forto na leitura, leveza e inovação. Quanto ao conceito ambientalista, este foi preser- vado na forma do algodão e ainda reforçado pela pro- teção da circunferência. E para fechar a construção da marca, a união do sím- bolo com o nome (Figura 17). Marca finalizadaFigura 18: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 59 Mas ainda resta aplicar o teor de inovação com um vo- lume no símbolo (Figura 18) chegando assim a marca finalizada. O valor tangível que a nova identidade acaba de ad- quirir é plausível devido às características em que o consumidor de artigos de ‘cameba’ procura, pois esse aspecto mais confortável, leve e inovador enal- teceram ainda mais esse valor, contudo, existe uma tendência do público alvo se aproximar em função da personalidade transmitida, esta, mais feminina (para os 96% dos consumidores que são mulheres) e de leitura rápida (por causa da simplicidade da marca como um todo) para os consumidores acima de 50 anos, representativos na grande maioria, bem como a configuração inovadora que pode atrair os consumi- dores das classes A e B. Como meta, fazer com que mais que 52% dos con- sumidores lembrem da marca do produto que compraram. a marca atual em meio aos concorrentes.Figura 19: a marca nova em meio aos concorrentes.Figura 20: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 60 Em meio aos concorrentes (Figuras 19 e 20), é notavel que a marca nova em re- lação à atual admite mais personalidade, e melhor representação dos conceitos. Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 61 Aplicação das Ferramentas de Design e Branding Plano Estratégico: Apresentando a nova identidade ao público - o plano é esse! Estrategicamente a nova identidade será apresentada de acordo com um crono- grama de implantação, este por sua vez irá permitir a melhor fluência da comuni- cação aos clientes a respeito da transição da marca, contudo após a implantação cabe o processo de gerenciamento como ferramenta mantenedora do bom uso da identidade (Figura 21). Para aprensentação da nova marca, serão mostradas uma proposta de uso em embalagem e um estande que pode ser usado em eventos e feiras (Figuras 22 a 24). Cronograma de Implantação e Gerenciamento.Figura 21: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 62 Proposta de estande para feiras de artigos têxteis.Figura 22: Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 63 A idéia de estande assume uma proposta de apresen- tação dos produtos da empresa. Estrategicamente, este é o momento ideal para expor a nova marca para que esta seja associada aos produtos em meio a for- necedores e consumidores em potencial. Apresentação da embalagem na prateleira com Figura 23: a marca reformulada. Proposta de apresentação da embalagem com a Figura 24: marca reformulada Es tu do d e ca so : SI SA - S er gi pe In du st ri al S .A . 64 A concepção dessa embalagem é apenas para simular a marca junto ao produto, bem como sua disposição no local de venda.