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BRAD E GEORGE APELAÇÃO

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PRATICA PENAL 
 
 
APELAÇÃO CRIMINAL 
(conceito, características e hipóteses de cabimento) 
 
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS 
 
A APELAÇÃO, em regra, é o recurso cabível nos casos em que forem 
proferidas Sentenças Judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter 
definitivo. Desta forma, NÃO é cabível o RECURSO DE APELAÇÃO para 
atacar os despachos de mero expediente, inclusive pelo fato de eles serem 
sempre irrecorríveis, e, via de regra, também NÃO é cabível a APELAÇÃO 
para atacar DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS. 
 
Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a APELAÇÃO acaba 
assumindo uma natureza residual, pois, em alguns casos de Decisões 
Interlocutórias proferidas pelo juiz singular, em que NÃO seja HIPÓTESE DE 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, poderá ser passível de IMPUGNAÇÃO 
POR MEIO DA APELAÇÃO. 
 
Explicando melhor, pode-se afirmar que as DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
são classificadas da seguinte forma: 
 
A) Decisões Interlocutórias Simples – são todas aquelas que visam a decidir 
questões incidentais que surjam antes da sentença de mérito e que não 
acarretam a extinção do processo ou de algum procedimento. Para este tipo de 
Decisão Interlocutória será cabível apenas o Recurso em Sentido Estrito, se 
houver hipótese específica de cabimento deste recurso. 
 
Já se NÃO houver hipótese de RESE para atacar este tipo de Decisão 
Interlocutória ela será simplesmente irrecorrível, ou seja, para este tipo nunca 
será possível a apresentação do recurso de Apelação. 
 
Ex. a decisão que concede a LIBERDADE PROVISÓRIA é uma DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA SIMPLES e para atacar esta decisão é possível a 
apresentação do RESE com fundamento no art. 581, V, do CPP. Entretanto se 
a decisão do Juiz for de NEGAR A LIBERDADE PROVISÓRIA não haverá a 
possibilidade de ingressar com RESE, nem de forma residual com a Apelação, 
sendo a decisão irrecorrível. 
O que a parte poderá fazer é IMPUGNAR A DECISÃO por meio do HABEAS 
CORPUS, que não é um recurso e sim uma Ação Autônoma de Impugnação. 
 
B) Decisões Interlocutórias Mistas – estas se subdividem da seguinte forma: 
 
B.1 - Decisões Interlocutórias Mistas Terminativas – são aquelas decisões 
interlocutórias que acarretam a extinção do processo ou de um 
procedimento. São também chamadas pela doutrina como decisões 
definitivas. 
 
Ex. Decisão que NÃO recebe a Denúncia ou Queixa-Crime. 
 
PRATICA PENAL 
 
 
 
B.2 - Decisões Interlocutórias Mistas Não-Terminativas – são aquelas que 
extinguem uma etapa do procedimento, mas NÃO acarretam a extinção do 
processo. São também chamadas pela doutrina como decisões com força de 
definitiva. 
 
Ex. Decisão que pronúncia o réu no rito do tribunal do júri. 
 
Somente, as Decisões Interlocutórias Mistas Terminativas ou Não-
Terminativas, é que poderão ser atacadas de forma residual pela 
APELAÇÃO, nos termos do art. 593, II do CPP. Portanto, deve-se primeiro 
verificar se existe alguma hipótese de RESE para atacar as referidas Decisões 
Interlocutórias Mistas Terminativas ou Não-Terminativas, caso NÃO exista 
hipótese, será perfeitamente viável a interposição da Apelação. 
 
Ex. A decisão que indefere o pedido de restituição de coisa apreendida é uma 
Decisão Interlocutória Mista Não Terminativa, tendo em vista que extingue o 
procedimento de restituição de coisa apreendida, mas não acarreta a extinção 
do processo. Neste caso, como NÃO existe uma hipótese específica de 
cabimento de RESE no art. 581 é possível a utilização residual da Apelação 
com fundamento no art. 593, II, do CPP. 
 
Vale lembrar, também, que o prazo de Apelação é de cinco dias para a 
interposição e de oito dias para as RAZÕES ou CONTRARRAZÕES nos 
termos dos arts. 593 e 600 do CPP, respectivamente. 
 
Deve-se ter cuidado em relação à APELAÇÃO no rito sumaríssimo, pois nos 
Juizados Especiais Criminais ela terá o prazo de 10 dias para a apresentação 
de RAZÕES ou CONTRARRAZÕES, nos exatos termos do art. 82, § 1º, da Lei 
nº 9099/95. 
 
No que se refere à contagem do prazo diferentemente do Processo Civil, o 
prazo de Apelação no Processo Penal começa a correr da data da intimação 
da sentença e NÃO da juntada do mandado aos autos, caso esta tenha sido 
feita por oficial de justiça, nos termos da Súmula 710 do STF. Vale ressaltar, 
que a petição de interposição é sempre endereçada ao Juiz do feito, aquele 
que proferiu a sentença. Já as razões da APELAÇÃO serão endereçadas para 
o Tribunal competente respectivo. 
 
Cumpre elucidar, também, que somente se pode apelar sobre o que se pode 
entender, sobre o que é compreensível. No caso de o juiz proferir uma 
sentença condenatória, mas houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou 
omissão em sua fundamentação, a primeira providência recursal será 
apresentar Embargos de Declaração, os quais possuem os seguintes prazos: 
 
I - Embargos de Declaração – Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) 
art. 83, parágrafo 1º CPP. 
 
PRATICA PENAL 
 
 
II - Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, art. 
382 para atacar sentença e art. 619 CPP no caso de acórdão. 
 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO 
 
O rol de hipóteses de APELAÇÃO estão constantes no art. 593 do CPP, 
sendo considerado pela doutrina e jurisprudência como meramente 
exemplificativo. Vale lembrar as hipóteses de cabimento da apelação do art. 
593: 
 
A) SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO 
PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR (ART. 593, I, CPP) 
Será cabível o recurso de Apelação quando o Magistrado vir a proferir 
Sentença condenando ou absolvendo o réu. Estes dois tipos de Sentença são 
consideradas definitivas já que resolvem o mérito da causa. As disposições 
referentes às Sentenças condenatórias e absolutórias estão previstas no art. 
386 e 387 do CPP, no caso de rito comum ordinário e sumário, bem como no 
art. 492, I e II, do CPP, no caso de rito do Tribunal do Júri. A previsão 
constante do art. 593, § 4º do CPP, no sentido de que quando for cabível a 
Apelação, não poderá ser usado o RESE, ainda que somente de parte da 
decisão se recorra, somente vale para a Apelação com fundamento no art. 593, 
I, do CPP, tendo em vista que, no caso de existir a hipótese do art. 593, II, do 
CPP, ela será considerada residual. 
 
B) DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS, 
PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO 
CAPÍTULO ANTERIOR (ART. 593, II, CPP) 
Esta hipótese de Apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes 
que o Juiz resolver uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não 
era caso de Recurso em Sentido Estrito. 
 
C) DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO (ART. 593, III, CPP) 
I. Ocorrer nulidade posterior à pronúncia (art. 593, III, a, CPP): Esta hipótese de 
Apelação relaciona-se as nulidades relativas, tendo em vista que as nulidades 
absolutas podem ser alegadas em sede de apelação mesmo que tenham 
ocorrido antes da pronúncia. 
 
Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar a seguinte diferenciação: 
► Nulidade Absoluta – pode ser arguida a qualquer tempo, a qualquer 
instante do processo, até em sede de segundo grau. Neste caso, poderá ser 
utilizada a Apelação com base no art. 593, III, a, do CPP mesmo que a 
nulidade tenha ocorrido antes ou depois da pronúncia do réu. 
 
Ex. Impedimento ou suspeição do juiz, a qualquer tempo poderá arguir esta 
nulidade. 
 
 
PRATICA PENAL 
 
 
Ex. Ausência de resposta à acusação, neste caso há o cerceamento de defesa, 
havendo o rompimento da ampla defesa e do contraditório. 
 
► Nulidade Relativa – são arguíveis em tempo hábil ou irão gerar preclusão. 
Normalmente elas são alegadas na resposta à acusação, pois se não for 
questionada neste momento haverá preclusão. Assim, no caso de existirem 
nulidades relativas ocorridas após a pronúncia, deve a defesa argui-las na 
primeira oportunidade que tiver para falarnos autos, sob pena de preclusão. 
Caso a parte tenha alegado a nulidade relativa ocorrida posteriormente à 
pronúncia e seja proferida uma sentença, após a deliberação dos jurados, que 
não reconheça a ocorrência da referida nulidade, será cabível a apelação com 
fundamento no art. 593, III, a, do CPP. 
 
É necessário destacar, ainda, na possibilidade de Apelação com base nesse 
inciso, se houver qualquer nulidade posterior à pronúncia, que não houve 
arguição na fase do art. 422 do Código de Processo Penal, que geraria 
nulidade absoluta do processo, como o caso de suspeição do 
Juiz. Apresentada com base no fundamento da nulidade processual, deverá ser 
pedida a invalidação do ato considerado nulo, ou seja, pede-se a anulação do 
feito em razão da nulidade. 
II. For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos 
jurados (art. 593, III, b, CPP) 
 
No Tribunal do Júri, o Juiz Presidente está adstrito à decisão dos jurados em 
matéria de mérito. Em caso de descumprimento, seja da decisão do Conselho 
de Sentença, seja de previsão legal, caberá hipótese de Apelação com base 
nesta alínea (Ex. Os jurados decidiram que houve homicídio simples, mas o 
juiz sentenciou o agente, dosando a pena como homicídio qualificado. Neste 
caso, deverá ser apresentada Apelação). 
 
Também será cabível a Apelação com base nesta hipótese se a sentença do 
Juiz Presidente for contrária à lei expressa. Na apelação, com base neste 
inciso, deve-se pedir a retificação da sentença do Juiz Presidente pelo Tribunal, 
como bem prevê o § 1º, do art. 593 do CPP, na medida em que esta hipótese 
visa impugnar apenas sentença do Juiz Presidente do Tribunal do Júri, não 
havendo qualquer afronta ao princípio constitucional de soberania dos 
veredictos. 
III. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança (art. 593, III, c, CPP) 
Nesta hipótese, o Juiz Presidente, após a deliberação dos jurados, aplicou a 
pena de forma incorreta, ou seja, houve um erro na quantum da pena ou na 
qualidade da pena que deveria ter sido imposta ao condenado. 
 
Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser isento de pena em decorrência de 
erro de proibição e merece tratamento ambulatorial, devendo ser aplicada 
medida de segurança, mas o juiz condenou o réu a pena privativa de liberdade. 
 
 
PRATICA PENAL 
 
 
Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de aborto, mas o juiz aplica o 
regime inicial de pena em fechado, mesmo a pena mínima sendo inferior a 4 
anos. 
 
Na Apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo 
Tribunal, modificando-se a pena, como bem prevê o § 2º, do art. 593 do CPP. 
IV. For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (art. 
593, III, d, CPP) 
Esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante 
entre a decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um 
completo descompasso entre a decisão dos jurados e as provas produzidas 
dentro do processo. Esta hipótese tem como razão de existir o fato de que a 
soberania dos veredictos no júri NÃO é tida de forma absoluta. 
 
Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em legítima defesa, entretanto, o 
conselho de sentença resolve condená-lo. 
 
Na Apelação, com base neste inciso, deve-se pedir a nulidade do feito, 
devendo haver a realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos 
termos da Súmula 206 do STF e do art. 593, § 3º, do CPP. 
 
Vale lembrar o teor da súmula, bem como o referido artigo: 
Súmula 206 do STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação 
de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo. 
 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
§ 3º. Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se 
convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova 
dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se 
admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. 
Quanto a esta hipótese de cabimento, existe, ainda, a previsão do art. 593, § 
3º, do CPP, no sentido de que NÃO poderá ser usado este fundamento, 
novamente, em outra apelação e no mesmo processo. Ou seja, esta hipótese 
de apelação somente é cabível uma única vez. Caso os jurados venham a 
decidir novamente de forma manifestamente contrária à prova dos autos, 
deverá ser respeitada a soberania dos veredictos e o critério da íntima 
convicção. 
 
OBS.: A maioria da doutrina entende que as hipóteses de apelação do rito do 
Tribunal do Júri são de fundamentação vinculada, ou seja, somente será 
cabível a apelação se houver o enquadramento do caso em alguma hipótese 
prevista no art. 593, III, do CPP. Esta conclusão é uma decorrência da Súmula 
713 do STF, que determina que “o efeito devolutivo da apelação contra 
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. 
 
 
PRATICA PENAL 
 
 
OBS.: No caso de serem proferidas sentenças de impronúncia ou absolvição 
sumária, a fundamentação da apelação será no art. 416 do CPP e NÃO no art. 
593, III, do CPP, tendo em vista disposição legal expressa neste sentido. 
 
DICA – Cuidado que é possível o intento de Apelação, no caso do Rito 
previsto na Lei 8.666/93, com prazo de interposição de 05 dias. Nesse sentido: 
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
DICAS IMPORTANTES: 
• Caso a Apelação tenha sido feita pela parte acusatória, a defesa seguirá a 
mesma linha. Na petição de interposição, o nome será CONTRARRAZÕES DE 
APELAÇÃO, com fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal. 
 
• Em se tratando de crime do rito do Tribunal do Júri, logo na interposição, o 
apelante deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a 
súmula 713 do STF. Ao apresentar suas razões, este estará adstrito à 
motivação indicada na interposição. Ou seja, no caso de apelação do Rito do 
Tribunal do Júri a apelação é de fundamentação vinculada e cabe nas 
hipóteses trazidas pelo art. 593, III, do CPP. Nos termos da Súmula 713 do 
STF. 
 
Súmula 713 STF – O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é 
adstrito aos fundamentos da sua interposição. 
 
TESTE: Brad e George combinaram entre si a prática de furto qualificado, 
consistente na subtração, mediante arrombamento, do toca-fitas de veículo 
estacionado na via pública. Ao iniciarem o furto, aparece o dono do veículo. 
Brad sai correndo, enquanto George enfrenta a vítima e, usando de uma arma 
de fogo que portava, o que não era do conhecimento de Brad, vem a matar a 
vítima. A sentença condenatória do MM. Juiz de Direito da 5.ª Vara Criminal da 
Capital aplicou a pena de 18 anos a cada um dos acusados. Os advogados 
foram intimados da decisão há dois dias. 
Na qualidade de defensor de Brad, apresentar a peça jurídica competente. 
 
 
PRATICA PENAL 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA 
CRIMINAL DA CAPITAL/-- 
 
 
Processo nº ... 
 
 
BRAD, já qualificado nos autos da ação penal nº xxx, que 
lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, não se 
conformando com a respeitável sentença que a condenou pela prática do delito 
previsto no artigo 157, §3º, do Código Penal, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer seja 
recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas 
razões, ao E. Tribunal de Justiça do Estado de XXXX. 
 
Termos em que pede deferimento. 
 
Local, dia de mês de ano. 
 
 
 
 
Advogado 
OAB/UF nºPRATICA PENAL 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
 
Processo de origem nº ... 
Apelante: BRAD 
Apelada: Justiça Pública 
 
 
Egrégio Tribunal! 
 
Colenda Câmara! 
 
Douto Julgadores! 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a 
quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o ora 
apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
 
BRAD foi denunciado, processado e condenado pelo 
Juízo de primeiro grau pela prática do crime de latrocínio artigo 157, §3º, do 
Código Penal, por ter subtraído o toca-fitas de um carro, ressaltando-se que o 
seu comparsa, GEORGE, sem o conhecimento do apelante, carregava uma 
arma, matou a vítima quando esta apareceu. 
A pena foi fixada em 22 anos de reclusão. 
 
II – DO DIREITO 
 
A condenação de BRAD pela prática de latrocínio mostra-
se indevida. Conforme o artigo 29 do Código Penal - “quem, de qualquer 
modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade”. 
O § 2º do transcrito dispositivo legal, prevê, em sua 
primeira parte, que “se algum dos concorrentes quis participar de crime 
menos grave, ser-lhe-á aplicada à pena deste”. 
 
PRATICA PENAL 
 
 
No presente caso, Brad e George combinaram entre si a 
prática de furto qualificado - artigo 155, §4º, do Código Penal e não de 
latrocínio. Durante o ato, no entanto, o proprietário do carro apareceu, 
momento em que Brad saiu correndo de posse da “res furtiva” e George atirou, 
causando a morte da vítima. É importante destacar que Brad não sabia que 
George portava uma arma de fogo, razão pela qual sequer poderia prever o 
resultado mais grave. 
Verifica-se, portanto, a ocorrência de cooperação 
dolosamente distinta por parte de Brad, eis que o acordo referia-se apenas à 
prática de furto. Assim, incide, no caso, a previsão do §2º do artigo 29 do 
Código Penal, sendo de rigor a desclassificação para o crime de furto 
qualificado, previsto no artigo 155, §4º, do Código Penal. 
Com a desclassificação, deve ser fixada a pena-base no 
patamar mínimo legal, eis que, a teor da Súmula 444 do Superior Tribunal de 
Justiça, o fato de Brad estar sendo processado por outro crime de furto não 
pode configurar maus antecedentes. Com efeito, somente uma condenação já 
transitada em julgado poderia ensejar a elevação da pena-base, nos termos do 
artigo 59 do Código Penal. 
Ainda, com a fixação da pena no patamar mínimo legal, 
de rigor a imposição do regime inicial aberto, com base no artigo 33, §2º, alínea 
“c”, do Código Penal, bem como a substituição da pena privativa de liberdade 
por restritivas de direitos, conforme o artigo 44 do Código Penal, ou a 
suspensão condicional da pena, nos termos do artigo 77 também do Código 
Penal. 
Subsidiariamente, caso não seja acolhida a tese de 
desclassificação, de rigor a redução da pena fixada pelo latrocínio para o 
patamar mínimo legal. 
Conforme Súmula 444 do STJ - “é vedada a utilização 
de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base”. 
 
PRATICA PENAL 
 
 
Assim, apenas condenações já transitadas em julgado 
poderiam determinar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do 
Código Penal. 
No caso em pauta, no entanto, o Juiz de primeiro grau 
exasperou a pena-base em 2 anos, por entender que o fato de Brad responder 
a outro processo por furto configuraria maus antecedentes, contrariando, 
assim, a mencionada Súmula. 
 
Destarte, deve a sua pena ser reduzia ao patamar mínimo 
legal. 
III – DO PEDIDO 
 
Por todo o exposto, 
I. Requer seja o presente recurso conhecido e provido; 
II. A desclassificação para o delito de furto qualificado 
(artigo 155, §4º, do Código Penal), com a fixação da 
pena no mínimo legal; 
III. A imposição de regime inicial aberto e substituição 
da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos ou suspensão condicional da pena; 
IV. Subsidiariamente, pugna-se pela fixação da pena-
base pelo latrocínio no patamar mínimo legal; 
V. Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de 
recorrer em liberdade. 
 
 
Nesses termos, em que pede deferimento. 
 
Local, dia de mês de ano. 
 
 
 
 
Advogado 
OAB/UF nº 
 
PRATICA PENAL

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