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PRATICA PENAL APELAÇÃO CRIMINAL (conceito, características e hipóteses de cabimento) CONCEITO E CARACTERÍSTICAS A APELAÇÃO, em regra, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas Sentenças Judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Desta forma, NÃO é cabível o RECURSO DE APELAÇÃO para atacar os despachos de mero expediente, inclusive pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra, também NÃO é cabível a APELAÇÃO para atacar DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS. Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a APELAÇÃO acaba assumindo uma natureza residual, pois, em alguns casos de Decisões Interlocutórias proferidas pelo juiz singular, em que NÃO seja HIPÓTESE DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, poderá ser passível de IMPUGNAÇÃO POR MEIO DA APELAÇÃO. Explicando melhor, pode-se afirmar que as DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS são classificadas da seguinte forma: A) Decisões Interlocutórias Simples – são todas aquelas que visam a decidir questões incidentais que surjam antes da sentença de mérito e que não acarretam a extinção do processo ou de algum procedimento. Para este tipo de Decisão Interlocutória será cabível apenas o Recurso em Sentido Estrito, se houver hipótese específica de cabimento deste recurso. Já se NÃO houver hipótese de RESE para atacar este tipo de Decisão Interlocutória ela será simplesmente irrecorrível, ou seja, para este tipo nunca será possível a apresentação do recurso de Apelação. Ex. a decisão que concede a LIBERDADE PROVISÓRIA é uma DECISÃO INTERLOCUTÓRIA SIMPLES e para atacar esta decisão é possível a apresentação do RESE com fundamento no art. 581, V, do CPP. Entretanto se a decisão do Juiz for de NEGAR A LIBERDADE PROVISÓRIA não haverá a possibilidade de ingressar com RESE, nem de forma residual com a Apelação, sendo a decisão irrecorrível. O que a parte poderá fazer é IMPUGNAR A DECISÃO por meio do HABEAS CORPUS, que não é um recurso e sim uma Ação Autônoma de Impugnação. B) Decisões Interlocutórias Mistas – estas se subdividem da seguinte forma: B.1 - Decisões Interlocutórias Mistas Terminativas – são aquelas decisões interlocutórias que acarretam a extinção do processo ou de um procedimento. São também chamadas pela doutrina como decisões definitivas. Ex. Decisão que NÃO recebe a Denúncia ou Queixa-Crime. PRATICA PENAL B.2 - Decisões Interlocutórias Mistas Não-Terminativas – são aquelas que extinguem uma etapa do procedimento, mas NÃO acarretam a extinção do processo. São também chamadas pela doutrina como decisões com força de definitiva. Ex. Decisão que pronúncia o réu no rito do tribunal do júri. Somente, as Decisões Interlocutórias Mistas Terminativas ou Não- Terminativas, é que poderão ser atacadas de forma residual pela APELAÇÃO, nos termos do art. 593, II do CPP. Portanto, deve-se primeiro verificar se existe alguma hipótese de RESE para atacar as referidas Decisões Interlocutórias Mistas Terminativas ou Não-Terminativas, caso NÃO exista hipótese, será perfeitamente viável a interposição da Apelação. Ex. A decisão que indefere o pedido de restituição de coisa apreendida é uma Decisão Interlocutória Mista Não Terminativa, tendo em vista que extingue o procedimento de restituição de coisa apreendida, mas não acarreta a extinção do processo. Neste caso, como NÃO existe uma hipótese específica de cabimento de RESE no art. 581 é possível a utilização residual da Apelação com fundamento no art. 593, II, do CPP. Vale lembrar, também, que o prazo de Apelação é de cinco dias para a interposição e de oito dias para as RAZÕES ou CONTRARRAZÕES nos termos dos arts. 593 e 600 do CPP, respectivamente. Deve-se ter cuidado em relação à APELAÇÃO no rito sumaríssimo, pois nos Juizados Especiais Criminais ela terá o prazo de 10 dias para a apresentação de RAZÕES ou CONTRARRAZÕES, nos exatos termos do art. 82, § 1º, da Lei nº 9099/95. No que se refere à contagem do prazo diferentemente do Processo Civil, o prazo de Apelação no Processo Penal começa a correr da data da intimação da sentença e NÃO da juntada do mandado aos autos, caso esta tenha sido feita por oficial de justiça, nos termos da Súmula 710 do STF. Vale ressaltar, que a petição de interposição é sempre endereçada ao Juiz do feito, aquele que proferiu a sentença. Já as razões da APELAÇÃO serão endereçadas para o Tribunal competente respectivo. Cumpre elucidar, também, que somente se pode apelar sobre o que se pode entender, sobre o que é compreensível. No caso de o juiz proferir uma sentença condenatória, mas houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão em sua fundamentação, a primeira providência recursal será apresentar Embargos de Declaração, os quais possuem os seguintes prazos: I - Embargos de Declaração – Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) art. 83, parágrafo 1º CPP. PRATICA PENAL II - Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, art. 382 para atacar sentença e art. 619 CPP no caso de acórdão. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO O rol de hipóteses de APELAÇÃO estão constantes no art. 593 do CPP, sendo considerado pela doutrina e jurisprudência como meramente exemplificativo. Vale lembrar as hipóteses de cabimento da apelação do art. 593: A) SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR (ART. 593, I, CPP) Será cabível o recurso de Apelação quando o Magistrado vir a proferir Sentença condenando ou absolvendo o réu. Estes dois tipos de Sentença são consideradas definitivas já que resolvem o mérito da causa. As disposições referentes às Sentenças condenatórias e absolutórias estão previstas no art. 386 e 387 do CPP, no caso de rito comum ordinário e sumário, bem como no art. 492, I e II, do CPP, no caso de rito do Tribunal do Júri. A previsão constante do art. 593, § 4º do CPP, no sentido de que quando for cabível a Apelação, não poderá ser usado o RESE, ainda que somente de parte da decisão se recorra, somente vale para a Apelação com fundamento no art. 593, I, do CPP, tendo em vista que, no caso de existir a hipótese do art. 593, II, do CPP, ela será considerada residual. B) DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS, PROFERIDAS POR JUIZ SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO CAPÍTULO ANTERIOR (ART. 593, II, CPP) Esta hipótese de Apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes que o Juiz resolver uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não era caso de Recurso em Sentido Estrito. C) DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO (ART. 593, III, CPP) I. Ocorrer nulidade posterior à pronúncia (art. 593, III, a, CPP): Esta hipótese de Apelação relaciona-se as nulidades relativas, tendo em vista que as nulidades absolutas podem ser alegadas em sede de apelação mesmo que tenham ocorrido antes da pronúncia. Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar a seguinte diferenciação: ► Nulidade Absoluta – pode ser arguida a qualquer tempo, a qualquer instante do processo, até em sede de segundo grau. Neste caso, poderá ser utilizada a Apelação com base no art. 593, III, a, do CPP mesmo que a nulidade tenha ocorrido antes ou depois da pronúncia do réu. Ex. Impedimento ou suspeição do juiz, a qualquer tempo poderá arguir esta nulidade. PRATICA PENAL Ex. Ausência de resposta à acusação, neste caso há o cerceamento de defesa, havendo o rompimento da ampla defesa e do contraditório. ► Nulidade Relativa – são arguíveis em tempo hábil ou irão gerar preclusão. Normalmente elas são alegadas na resposta à acusação, pois se não for questionada neste momento haverá preclusão. Assim, no caso de existirem nulidades relativas ocorridas após a pronúncia, deve a defesa argui-las na primeira oportunidade que tiver para falarnos autos, sob pena de preclusão. Caso a parte tenha alegado a nulidade relativa ocorrida posteriormente à pronúncia e seja proferida uma sentença, após a deliberação dos jurados, que não reconheça a ocorrência da referida nulidade, será cabível a apelação com fundamento no art. 593, III, a, do CPP. É necessário destacar, ainda, na possibilidade de Apelação com base nesse inciso, se houver qualquer nulidade posterior à pronúncia, que não houve arguição na fase do art. 422 do Código de Processo Penal, que geraria nulidade absoluta do processo, como o caso de suspeição do Juiz. Apresentada com base no fundamento da nulidade processual, deverá ser pedida a invalidação do ato considerado nulo, ou seja, pede-se a anulação do feito em razão da nulidade. II. For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (art. 593, III, b, CPP) No Tribunal do Júri, o Juiz Presidente está adstrito à decisão dos jurados em matéria de mérito. Em caso de descumprimento, seja da decisão do Conselho de Sentença, seja de previsão legal, caberá hipótese de Apelação com base nesta alínea (Ex. Os jurados decidiram que houve homicídio simples, mas o juiz sentenciou o agente, dosando a pena como homicídio qualificado. Neste caso, deverá ser apresentada Apelação). Também será cabível a Apelação com base nesta hipótese se a sentença do Juiz Presidente for contrária à lei expressa. Na apelação, com base neste inciso, deve-se pedir a retificação da sentença do Juiz Presidente pelo Tribunal, como bem prevê o § 1º, do art. 593 do CPP, na medida em que esta hipótese visa impugnar apenas sentença do Juiz Presidente do Tribunal do Júri, não havendo qualquer afronta ao princípio constitucional de soberania dos veredictos. III. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (art. 593, III, c, CPP) Nesta hipótese, o Juiz Presidente, após a deliberação dos jurados, aplicou a pena de forma incorreta, ou seja, houve um erro na quantum da pena ou na qualidade da pena que deveria ter sido imposta ao condenado. Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser isento de pena em decorrência de erro de proibição e merece tratamento ambulatorial, devendo ser aplicada medida de segurança, mas o juiz condenou o réu a pena privativa de liberdade. PRATICA PENAL Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de aborto, mas o juiz aplica o regime inicial de pena em fechado, mesmo a pena mínima sendo inferior a 4 anos. Na Apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo Tribunal, modificando-se a pena, como bem prevê o § 2º, do art. 593 do CPP. IV. For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (art. 593, III, d, CPP) Esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante entre a decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um completo descompasso entre a decisão dos jurados e as provas produzidas dentro do processo. Esta hipótese tem como razão de existir o fato de que a soberania dos veredictos no júri NÃO é tida de forma absoluta. Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em legítima defesa, entretanto, o conselho de sentença resolve condená-lo. Na Apelação, com base neste inciso, deve-se pedir a nulidade do feito, devendo haver a realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos termos da Súmula 206 do STF e do art. 593, § 3º, do CPP. Vale lembrar o teor da súmula, bem como o referido artigo: Súmula 206 do STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo. Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. § 3º. Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. Quanto a esta hipótese de cabimento, existe, ainda, a previsão do art. 593, § 3º, do CPP, no sentido de que NÃO poderá ser usado este fundamento, novamente, em outra apelação e no mesmo processo. Ou seja, esta hipótese de apelação somente é cabível uma única vez. Caso os jurados venham a decidir novamente de forma manifestamente contrária à prova dos autos, deverá ser respeitada a soberania dos veredictos e o critério da íntima convicção. OBS.: A maioria da doutrina entende que as hipóteses de apelação do rito do Tribunal do Júri são de fundamentação vinculada, ou seja, somente será cabível a apelação se houver o enquadramento do caso em alguma hipótese prevista no art. 593, III, do CPP. Esta conclusão é uma decorrência da Súmula 713 do STF, que determina que “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. PRATICA PENAL OBS.: No caso de serem proferidas sentenças de impronúncia ou absolvição sumária, a fundamentação da apelação será no art. 416 do CPP e NÃO no art. 593, III, do CPP, tendo em vista disposição legal expressa neste sentido. DICA – Cuidado que é possível o intento de Apelação, no caso do Rito previsto na Lei 8.666/93, com prazo de interposição de 05 dias. Nesse sentido: Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. DICAS IMPORTANTES: • Caso a Apelação tenha sido feita pela parte acusatória, a defesa seguirá a mesma linha. Na petição de interposição, o nome será CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal. • Em se tratando de crime do rito do Tribunal do Júri, logo na interposição, o apelante deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a súmula 713 do STF. Ao apresentar suas razões, este estará adstrito à motivação indicada na interposição. Ou seja, no caso de apelação do Rito do Tribunal do Júri a apelação é de fundamentação vinculada e cabe nas hipóteses trazidas pelo art. 593, III, do CPP. Nos termos da Súmula 713 do STF. Súmula 713 STF – O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. TESTE: Brad e George combinaram entre si a prática de furto qualificado, consistente na subtração, mediante arrombamento, do toca-fitas de veículo estacionado na via pública. Ao iniciarem o furto, aparece o dono do veículo. Brad sai correndo, enquanto George enfrenta a vítima e, usando de uma arma de fogo que portava, o que não era do conhecimento de Brad, vem a matar a vítima. A sentença condenatória do MM. Juiz de Direito da 5.ª Vara Criminal da Capital aplicou a pena de 18 anos a cada um dos acusados. Os advogados foram intimados da decisão há dois dias. Na qualidade de defensor de Brad, apresentar a peça jurídica competente. PRATICA PENAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL/-- Processo nº ... BRAD, já qualificado nos autos da ação penal nº xxx, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a condenou pela prática do delito previsto no artigo 157, §3º, do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas razões, ao E. Tribunal de Justiça do Estado de XXXX. Termos em que pede deferimento. Local, dia de mês de ano. Advogado OAB/UF nºPRATICA PENAL RAZÕES DE APELAÇÃO Processo de origem nº ... Apelante: BRAD Apelada: Justiça Pública Egrégio Tribunal! Colenda Câmara! Douto Julgadores! Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o ora apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – SÍNTESE DOS FATOS BRAD foi denunciado, processado e condenado pelo Juízo de primeiro grau pela prática do crime de latrocínio artigo 157, §3º, do Código Penal, por ter subtraído o toca-fitas de um carro, ressaltando-se que o seu comparsa, GEORGE, sem o conhecimento do apelante, carregava uma arma, matou a vítima quando esta apareceu. A pena foi fixada em 22 anos de reclusão. II – DO DIREITO A condenação de BRAD pela prática de latrocínio mostra- se indevida. Conforme o artigo 29 do Código Penal - “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. O § 2º do transcrito dispositivo legal, prevê, em sua primeira parte, que “se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada à pena deste”. PRATICA PENAL No presente caso, Brad e George combinaram entre si a prática de furto qualificado - artigo 155, §4º, do Código Penal e não de latrocínio. Durante o ato, no entanto, o proprietário do carro apareceu, momento em que Brad saiu correndo de posse da “res furtiva” e George atirou, causando a morte da vítima. É importante destacar que Brad não sabia que George portava uma arma de fogo, razão pela qual sequer poderia prever o resultado mais grave. Verifica-se, portanto, a ocorrência de cooperação dolosamente distinta por parte de Brad, eis que o acordo referia-se apenas à prática de furto. Assim, incide, no caso, a previsão do §2º do artigo 29 do Código Penal, sendo de rigor a desclassificação para o crime de furto qualificado, previsto no artigo 155, §4º, do Código Penal. Com a desclassificação, deve ser fixada a pena-base no patamar mínimo legal, eis que, a teor da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, o fato de Brad estar sendo processado por outro crime de furto não pode configurar maus antecedentes. Com efeito, somente uma condenação já transitada em julgado poderia ensejar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. Ainda, com a fixação da pena no patamar mínimo legal, de rigor a imposição do regime inicial aberto, com base no artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal, bem como a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, conforme o artigo 44 do Código Penal, ou a suspensão condicional da pena, nos termos do artigo 77 também do Código Penal. Subsidiariamente, caso não seja acolhida a tese de desclassificação, de rigor a redução da pena fixada pelo latrocínio para o patamar mínimo legal. Conforme Súmula 444 do STJ - “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena- base”. PRATICA PENAL Assim, apenas condenações já transitadas em julgado poderiam determinar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. No caso em pauta, no entanto, o Juiz de primeiro grau exasperou a pena-base em 2 anos, por entender que o fato de Brad responder a outro processo por furto configuraria maus antecedentes, contrariando, assim, a mencionada Súmula. Destarte, deve a sua pena ser reduzia ao patamar mínimo legal. III – DO PEDIDO Por todo o exposto, I. Requer seja o presente recurso conhecido e provido; II. A desclassificação para o delito de furto qualificado (artigo 155, §4º, do Código Penal), com a fixação da pena no mínimo legal; III. A imposição de regime inicial aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou suspensão condicional da pena; IV. Subsidiariamente, pugna-se pela fixação da pena- base pelo latrocínio no patamar mínimo legal; V. Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de recorrer em liberdade. Nesses termos, em que pede deferimento. Local, dia de mês de ano. Advogado OAB/UF nº PRATICA PENAL
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