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10/04/2017 1 PADRÕES DE HERANÇA GENÉTICA Michele Christine Landemberger PADRÕES DE HERANÇA 10/04/2017 2 Primeira Lei de Mendel As características herdadas dos pais não se fundem, mas são herdadas como unidades discretas de informação que se mantêm íntegras ao longo das gerações CONCEITOS BÁSICOS • GENE • CROMOSSOMO • CROMOSSOMO HOMÓLOGO • CROMOSSOMO AUTOSSÔMICO • CROMOSSOMOS SEXUAIS • GENÓTIPO • FENÓTIPO 10/04/2017 3 GENE • Genética Clássica – Unidade Fundamental física e funcional da hereditariedade que transmite a informação entre as gerações • Genética Molecular – Segmento de molécula de DNA que contém uma instrução gênica responsável pela síntese de uma proteína CROMOSSOMO • Moléculas de DNA que apresenta vários genes • O n. de cromossomos varia entre as espécies: vHomem – 46 cromossomos vCachorro – 76 cromossomos vDrosófila – 8 cromossomos vArroz – 24 cromossomos 10/04/2017 4 CONCEITOS • Homólogos – cromossomo que possuem genes para as mesmas características • Locus (Loco) – local no cromossomo onde o gene se encontra • Alelos – genes que ocupam o mesmo loco em cromossomos homólogos. Formas variantes de um gene 9 p q Loco A 9p21.2 Loco B 9q31.1 10/04/2017 5 Alelo 9 p q Alelo 9 Loco A Loco B Alelo 9 p q Alelo Homozigoto Heterozigoto Mutação A A B b 9 Loco A Loco B Homozigoto – indivíduo que apresenta alelos iguais para um ou mais caracteres Heterozigoto – indivíduo que apresenta alelos diferentes para um ou mais caracteres 10/04/2017 6 Alelo 9 p q Alelo A A b b 9 Loco A Loco B Homozigoto Homozigoto • Genótipo: Conjunto de genes de um indivíduo • Fenótipo: Características observáveis de uma espécie que são determinadas por genes mas que podem sofrer alterações pelo meio ambiente CONCEITOS 10/04/2017 7 Distúrbios Genéticos • Distúrbios Cromossômicos – Excesso ou deficiência de genes contidos em cromossomos inteiros ou em porções cromossômicas. • Distúrbios Multifatoriais – Variação no gene que produz ou predispõe a um defeito, em geral em conjunto com fatores ambientais. • Distúrbios Monogênicos – Genes mutantes. Distúrbios Monogênicos • Causados por genes mutantes. • Em 1 ou 2 cromossomos do par. • Em geral, exibem padrões óbvios e característicos de heredograma e herança. • Raros, mas responsáveis por uma proporção significativa de doenças e mortes na infância. • Afetam 2% da população. 10/04/2017 8 Herança Dominante e Recessiva • Dominante – Fenótipo é expresso do mesmo modo em homozigotos e em heterozigotos. • Recessivo – Fenótipo é expresso apenas em homozigotos. Nos heterozigotos, com um alelo normal e outro mutante, a metade da quantidade normal do produto gênico do alelo normal é suficiente para efetuar uma determinada função? Herança Dominante e Recessiva 10/04/2017 9 ® SIM • Alelo normal é dominante! • Alelo mutante é recessivo! • Em heterozigose, o fenótipo é normal! NORMAL MUTADO Distúrbio é recessivo! ® NÃO • Alelo normal é recessivo! • Alelo mutante é dominante! • Em heterozigose, o fenótipo é alterado! NORMAL MUTADO Distúrbio é dominante! 10/04/2017 10 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) Doença de Tangier 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ BB 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) B B 10/04/2017 11 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) BbB b 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) bbb b 10/04/2017 12 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ bb 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) b b 9 p q 9 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ 9q31.1 ABC1 (ATP-binding cassette) BB Bb bb Genótipo BB = normal Bb = normal bb = afetado Fenótipo Doença de Tangier 10/04/2017 13 Transtorno raro familiar, autossômico e recessivo do metabolismo do colesterol Características: ü níveis extremamente baixos de HDL-colesterol ü colesterol total reduzido ü triglicerídeos aumentados. Sinais clínicos: ü início antes dos 20 anos ü hepatomegalia ü esplenomegalia Está associada com síntese diminuída e catabolismo aumentado de APOLIPOPROTEÍNA A-I e apolipoproteína A-II e um defeito na sinalização celular e mobilização de lipídeos. Doença de Tangier Classificação dos distúrbios genéticos Distúrbios Cromossômicos Distúrbios Multifatoriais Distúrbios Monogênicos 10/04/2017 14 Distúrbios Monogênicos São determinados por um alelo especifico num único locus em um ou ambos os membros de um par de cromossomos homologos 21 Herança Monogênica É o tipo de herança determinada por um único gene Autossômica Ligada ao sexo 10/04/2017 15 Genealogia ou Heredograma É um método usado para o estudo da herança de uma característica a partir das informações coletadas dos familiares Padrões de Herança nas Populações Humanas Herança Monogênica • Ligada ao Sexo Conceitos Básicos Distúrbios monogênicos • Autossômica Dominante Recessiva 21 10/04/2017 16 Padrões de Herança nas Populações Humanas Conceitos Básicos Distúrbios monogênicos • Autossômica Herança Monogênica • Ligada ao Sexo Dominante Recessiva Padrões de Herança nas Populações Humanas • Ligada ao Sexo Herança holândrica Hemizigoto • Autossômica Herança Monogênica Conceitos Básicos Distúrbios monogênicos 10/04/2017 17 Padrões de Herança nas Populações Humanas Inativação do X e a expressão dos Genes ligados ao X – Hipótese de Lyon Conceitos Básicos Distúrbios monogênicos • Compensação da dosagem • Variabilidade da expressão em heterozigotos • Mosaicismo Penetrancia x Expressividade • Frequência de expressão de um fenótipo é inferior a 100%; • Nem todos os individuos que possuem o gene exibem o defeito; • Ex: sindrome do X fragil – penetrancia de 80% dos homens. • A manifestacao de um fenotipo difere em pessoas que apresentam o mesmo genotipo; • Mesmo dentro de uma familia a expressao clinica de um disturbio pode variar; • Exs: sindrome de Marfan e distrofia miotonica 10/04/2017 18 Doenças monogênicas que apresentam particularidades Anemia Falciforme • Hemoglobinopatia • Principais características: - início na infância - anemia - infarto - esplenomegalia - dactilite - infecções repetidas 10/04/2017 19 • Patogenia: • Hemoglobina ® 4 subunidades (2 alfa e 2 beta) • Mudança de um único nucleotídeo que gera a substituição do Glutamato pela Valina no 6º aminoácido da beta- Globina Anemia Falciforme Anemia Falciforme • Patogenia: • Hemoglobina S a2 b2 6(val) HbA DNA GTC CAC CTG ACT CCT GAG AGA AAG... cadeia b val his leu tre pro glu glu lis ... HbS DNA GTC CAC CTG ACT CCT GTG GAG AAG... cadeia b val his leu tre pro val glu lis ... 10/04/2017 20 • Patogenia: Como conseqüência diminui a solubilidade da hemoglobina desoxigenada e faz com que ela forme uma estrutura em forma de polímeros que distorce a forma normal do eritrócito (células falciformes) Oclusão vascular Anemia Falciforme • Homozigotos ® Hb S / Hb S Anemia Falciforme • Heterozigotos ® Hb S / Hb A Traço falcêmico: clinicamente normais, mas suas hemácias se afoiçam quando submetidas à baixa pressão de O2 Confere resistência à malária • Homozigotos ® Hb A / Hb A Normal Genética da Anemia Falciforme 10/04/2017 21 • Alelo Normal × AleloMutado Nível da síntese da hemoglobina – são co-dominantes Nível clínico – anemia se comporta como um distúrbio recessivo Nível do funcionamento fisiológico: – normal é incompletamente dominante – mutado é incompletamente recessivo Genética da Anemia Falciforme Osteogênese Imperfeita • Distúrbio do colágeno tipo I • Predisposição à fratura e à deformidade esquelética • Variações clínicas: da forma letal perinatal até um aumento na freqüência das fraturas • 4 fenótipos principais ( I ao IV) 10/04/2017 22 Osteogênese Imperfeita Deformidades ósseas Osteogênese Imperfeita Deformidades ósseas 10/04/2017 23 • Molécula de pró-colágeno tipo I normal é formada por 2 cadeias de pró&1 e 1 de pró&2 • Mais de 200 mutações que afetam a síntese e a estrutura • Maioria das mutações é de ação dominante • EFEITO NEGATIVO DOMINANTE uma proteína anormal afeta o funcionamento da proteína normal Genética da Osteogênese Imperfeita • Duas classes de mutações: - Diminuição de Colágeno Tipo I pro&1M pro&1 pro&1M pro&1 pro&1M pro&1M pro&2 pro&2 pro&2 - Colágeno Tipo I estruturalmente defeituoso pro&1 pro&1 pro&2M Genética da Osteogênese Imperfeita 10/04/2017 24 Doença de Huntington • Distúrbio neurodegenerativo progressivo • Idade de manifestação é variável (da infância até a idade adulta avançada) • Principais características: – anomalias motoras (coréia e distonia) – mudanças de personalidade – perda gradual da cognição • Herança Autossômica Dominante • Mutação resulta de uma expansão de um trecho de repetições da trinca CAG (o códon que especifica o aminoácido glutamina), na região codificante de um gene para a proteína HUNTINGTINA. – Indivíduos normais ® 9 e 35 repetições – Indivíduos afetados ® mais de 40 repetições • 3% indivíduos: nova expansão • 97% indivíduos: herdam alelo mutado Genética da Doença de Huntington 10/04/2017 25 • Quando mais de 40 repetições ® sempre ocorre a doença. Quanto maior a expansão (pode se expandir na transmissão) mais cedo é o início da doença e mais grave são as manifestações clínicas ANTECIPAÇÃO • Indivíduos com repetições na faixa de 40/50 podem não manifestar a doença até um período mais tardio de vida Genética da Doença de Huntington PENETRÂNCIA REDUZIDA (dependente da idade) • Expansão GANHO DE FUNÇÃO “DELETÉRIO” Genética da Doença de Huntington Atrofia grave e difusa do corpo estriado + disfunção neuronal, atrofia cerebral generalizada e mudanças nos níveis dos neuroreceptores 10/04/2017 26 CORPO ESTRIADO Doença de Huntington • Expansão ocorre com maior freqüência durante a GAMETOGÊNESE MASCULINA Genética da Doença de Huntington herança paterna das maiores expansões 10/04/2017 27 Hipercolesterolemia Familiar • Distúrbio do colesterol e do metabolismo dos lipídios • Principais características: – hipercolesterolemia – aterosclerose – xantomas • Idade de início: – Homozigotos ® infância – Heterozigotos ® início da vida adulta Hipercolesterolemia Familiar XANTOMAS 10/04/2017 28 Hipercolesterolemia Familiar ATEROSCLEROSE • Mutação no gene que codifica o receptor de LDL (glicoproteína transmembrana expressa no fígado e no córtex da supra-renal, que tem um importante papel na homeostasia do colesterol). acúmulo do LDL e do colesterol plasmáticos Hipercolesterolemia Familiar diminuição da eficiência da endocitose do LDL (principal proteína de transporte do colesterol plasmático) 10/04/2017 29 • Distúrbio Autossômico Dominante DOSAGEM GÊNICA HAPLOINSUFICIÊNCIA ® metade do produto gênico normal não é suficiente para produzir fenótipo normal! Genética da Hipercolesterolemia Familiar mais cedo e mais grave nos homozigotos do que nos heterozigotos Retinoblastoma • Tumor maligno raro de origem retiniana. • Principais características: – Estrabismo – Conjuntivite – Deterioração visual – Leucocoria 10/04/2017 30 Retinoblastoma • Mutação no gene RB1 (1º gene supressor tumoral identificado). • Expresso também em outros tecidos • Mutação inicia tumores apenas na retina, por motivos desconhecidos. • Há dois tipos de retinoblastoma – Hereditário – Esporádico Genética do Retinoblastoma 10/04/2017 31 40% 60% Forma Hereditária Forma Esporádica Mutação linhagem Gene Normal germinativa mutação mutação somática somática mutação somática Tumores múltiplos Tumor único Geralmente Bilateral Geralmente Unilateral Início precoce (1° ano) Início tardio (24 meses) Outros tumores mais tarde Genética do Retinoblastoma Genética do Retinoblastoma 10/04/2017 32 • Retinoblastoma tem padrão de herança autossômico dominante. • Sendo assim, por que a perda de função de ambos os alelos é necessária para o desenvolvimento do tumor, sendo um alelo normal suficiente para produzir um fenótipo normal? A predisposição ao câncer é herdada de forma dominante, mas as mutações que levam ao câncer são recessivas em nível celular, pois ambas as cópias dos genes devem estar disfuncionais. Genética do Retinoblastoma Exemplos clínicos Doença autossômica recessiva Fibrose Cística (FC) É uma desordem do transporte de ions epitelial causada pela deficiência do gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmenbrane Factor). 10/04/2017 33 Localização e estrutura do gene CFTR Fibrose Cística (FC) O gene CFTR está situado no braço longo do cromossomo 7 (7q31.2) e é composto por 24 exons. Fibrose Cística (FC) Classe I Proteina ausente Mutação que cria um sítio de splice no Intron 4 (GàT) Classe IV Alteração do canal de Cl Arg334Trp Classe II Processamento alterado DF508 507 508 509 IIe Phe Gly ATC TTT GGT Ser1255Pro Classe III Regulação deficiente 10/04/2017 34 Distúrbios ligados ao cromossomo X Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) O exercício, a orientação e o acompanhamento do fisioterapeuta são importantes para detectar em que fase o indivíduo se encontra e intervir de forma adequada na tentativa de quebrar o ciclo e evitar a progressão rápida deste processo. Doença genética causada por um gene defeituoso, localizado no braço curto do cromossomo X, região Xp21. O gene da DMD é gigantesco e em aproximadamente 65 % dos pacientes afetados por estas doenças ocorre a perda de um pedaço do gene (deleção). Nos 35 % restantes dos casos, ocorrem outros defeitos, como duplicações (5-6% dos casos), pequenos rearranjos ou mutações de ponto. O gene da DMD/DMB codifica uma proteína chamada Distrofina, que se localiza na membrana da célula muscular, e que faz parte de um complexo de várias proteínas que, em conjunto, participam da regulação da permeabilidade desta membrana. Hoje sabemos que a Distrofina está ausente ou em quantidade muito reduzida nas células musculares dos pacientes com DMD, e alterada, porém parcialmente funcional, nos músculos dos afetados pela DM tipo Becker. Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) 10/04/2017 35 O gene da DMD/DMB codifica uma proteína chamada Distrofina, que se localiza na membrana da célula muscular, e que faz parte de um complexo de várias proteínas que, em conjunto, participam da regulação da permeabilidade desta membrana. Hoje sabemos que a Distrofina está ausente ou em quantidade muito reduzida nas células musculares dos pacientes com DMD, e alterada, porém parcialmente funcional, nos músculos dos afetados pela DM tipo Becker. Distrofia Muscular de Duchenne (DMD)
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