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P.I caso 4

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO/RJ
	JOAQUIM MARANHÃO, brasileiro, portador de documento de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ; ANTÔNIO MARANHÃO, brasileiro, portador de documento de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ e MARTA MARANHÃO, brasileiro, portador de documento de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ, por meio de sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional à rua..., CEP..., tendo como endereço eletrônico..., nesta comarca, onde recebe intimações, para fins do Art. 77, V, do CPC, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO PELO PROCEDIMENTO COMUM
	Em face de MANUEL MARANHÃO, brasileiro, casado, portador de documento de identidade de Nº..., inscrito no CPF sob o Nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ, FLORINDA MARANHÃO, brasileira, casada, portador de documento de identidade de Nº..., inscrito no CPF sob o Nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ e RICARDO MARANHÃO, brasileiro, portador de documento de identidade de Nº..., inscrito no CPF sob o Nº..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Nova Friburgo/RJ, pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – DOS FATOS 
	No dia 20/09/2015 foi lavrado o termo de compra e venda no cartório do 4º ofício de Nova Friburgo, onde o terceiro réu adquiriu um sítio, situado na rua Bromélia, nº 138, em Petrópolis, de seus avós, Manuel e Florinda Maranhão, ora, primeiro e segundo réu. O imóvel foi adquirido pelo valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
	Ocorre que o referido imóvel trata-se de herança dos autores e que o mesmo foi vendido sem a anuência dos herdeiros, ademais, o imóvel fora vendido por valor inferior ao preço de mercado, que seria R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
	No entanto, os autores, Joaquim, Antônio e Marta Maranhão esclarecem ainda, que não concordam com a mencionada venda, visto que o valo de mercado do imóvel é superior ao valor da venda realizada.
II – DOS FUNDAMENTOS
Dos fatos, restou provado que o terceiro réu, foi beneficiado pelos seus avós ao receber uma propriedade com o valor inferior ao preço de mercado. 
Conforme se apura no Art. 496 do código civil, a venda entre ascendentes e descendentes é anulável quando os demais descendentes não expressam consentimento.
Art. 496, código civil: É anulável a venda de ascendentes e descendentes, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
A alienação de um descendente para um descendente ou ascendente, sem que exista o consentimento dos outros é uma situação que atende exclusivamente aos interesses patrimoniais da família, sendo cabível a imposição da anulabilidade do ato jurídico.
Neste sentido, o conceito do doutrinário Carlos Roberto Gonçalves: (…) acabou prevalecendo a tese da anulabilidade, ao fundamento de que os tribunais admitiam a confirmação do ato pelo descendente – e somente a nulidade relativa pode ser sanada. Além disso, não se o anulava quando se demonstrava a inexistência de artifício fraudulento e a autenticidade da venda, sendo justo o preço pago pelo descendente-adquirente.
Não há duvidas de que o ato praticado pelos ascendentes e descendentes sem o consentimento dos demais descentes é anulável. 
No presente caso também o entendimento jurisprudencial:
DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOS DEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regime originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico anulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso no novo Código Civil (CC/2002, art. 496). 2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação desse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação de ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta de consentimento de outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) a configuração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp 476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou, alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ª Seção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL, Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010). 3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para a anulação do ato. 4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citação destes para o processo, ante a não anuência irretorquível de dois deles para com a alienação realizada por avô a neto. 5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente de julgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de não simulação de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento de valores a título de transferência de sociedade e de pagamentos decorrentes de obrigações morais e econômicas, à ausência de comprovação e, mesmo, de alegação crível da existência desses débitos, salientando-se a não especificidade de fatos antagônicos aos da inicial na contestação (CPC, art. 302), de modo que válido o julgamento antecipado da lide. 6 - Decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente, Recurso Especial improvido. 
III – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto requer o Autor a V. Exa. que se digne a determinar:
	Designação da audiência de mediação e conciliação e intimações dos Réus para seu comparecimento.
	A citação dos Réus para se manifestar quanto à audiência de conciliação e mediação.
	Citação dos Réus para integrar a relação processual.
	Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico.
	Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
IV – DAS PROVAS
Requer que sejam produzidas todos os meios de provas em direito admitidas, em especial documental e depoimento pessoal, previstas nos Arts.369 e seguintes do Código de Processo Civil.
V – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). 
Termos em que pede deferimento.
Rio de Janeiro, Data.
Advogada
OAB/RJ nº
Aluna : Evelyn Caroline Domingues de Oliveira
Matricula: 201502615126

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