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A estrutura do argumento e a regra Maximin Débora da Silva Esse texto é uma resenha comentada do trabalho de John Rawls no livro “Justiça como equidade”. No tópico vinte e oito, intitulado de “A estrutura do argumento e a regra Maximin”. Rawls inicia conceituando a regra Maximin: segundo ela, devemos identificar o pior resultado de cada alternativa disponível e então adotar a alternativa cujo o pior resultado é melhor do que os piores resultados de outras alternativas (Rawls, 2003). Para Rawls, ao escolher princípios de justiça para a estrutura básica procuramos as piores posições sociais admissíveis quando essa estrutura é efetivamente regulada por aqueles princípios em várias circunstâncias (Rawls, 2003). Na obra de Rawls, são salientadas três condições particulares, e que quando elas prevalecem, é racional guiar-se pela regra Maximin em torno dos princípios de justiça para a estrutura básica (Rawls, 2003). A primeira condição é a da probabilidade, em que suas partes não dispõem de uma base confiável para estimar as possíveis circunstâncias sociais que afetam os interesses fundamentais das pessoas que representam. A segunda condição, Rawls apresenta como “nível assegurável”, que para a regra Maximin, é imprescindível que as partes avaliem as alternativas apenas pelos piores resultados possíveis, na qualidade de fundiários, não se preocuparem muito com o que pode ser ganho em detrimento do que pode ser assegurado, ao adotarem a alternativa cujo pior resultado é melhor que os piores resultados de todas as outras alternativas. A terceira e última condição é que os piores resultados de todas as outras alternativas estejam significativamente abaixo do nível assegurável. A regra Maximin impõe que as partes evitem alternativas cujos piores resultados estão abaixo do nível assegurável. Quando esses resultados estão muito abaixo desse nível, são ao mesmo tempo intolerável, e devem se possível, ser evitados (Rawls, 2003). Conclui-se que, para Rawls, não é necessário que todas e quaisquer das três condições prevaleçam por completo para que a regra Maximin seja um modo sensato de organizar a deliberação. A obra propõe que a sociedade verdadeiramente justa é aquela cujos os ganhos só são maximizados sob o pressuposto de um mínimo de perdas, segundo o princípio maximin da escolha, através do pensamento na posição original. A ideia principal em Rawls é gerar condições para oportunidades equitativas, não somente para o presente, mas para o futuro, por isso ele apresenta o nível assegurável, e é bastante satisfatório, pois consiste na situação dos menos favorecidos da sociedade bem ordenada, que resulta da plena realização dos dois princípios de justiça. Rawls nos apresenta e afirma que uma sociedade regulada pelos dois princípios de justiça é um mundo político e social altamente satisfatório, lembrando que a regra consiste em que as partes tomem decisões numa situação de incerteza – o véu de ignorância. É a estratégia do menor mal. São preferíveis esses princípios de justiça que estejam na base de uma sociedade que o pior não será muito mau, do que uma sociedade que, por exemplo, haja muita pobreza e muita riqueza. Palavras-chave: Maximin, justiça, RAWLS, John. Justiça como equidade. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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