Buscar

RESUMO av1 constitucional II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Federalismo:
Federalismo Brasileiro
Apesar de haver outros antecedentes, o grande marco do surgimento do federalismo se dá com a formação dos Estados Unidos da América.
Foi um processo de formação por agregação (ou centrípeto). Entes soberanos abriram mão de sua soberania e entregaram a um ente central, se unindo em uma federação.
Esse modelo de federalismo tende a uma maior descentralização, pois é natural que os entes que antes eram soberanos detenham maiores competências políticas.
Já o federalismo brasileiro se forma desagregação (ou centrífugo). Surge com a República, no Decreto nº 1 de 1889. O Estado, que era unitário, se constitui em um Estado federal ao conceder autonomia aos entes periféricos.
Esse modelo é marcado por uma maior centralização, aonde os Estados e municípios se integram a união, tendo essa característica como a principal diferença entre demais federações, nas quais não incluem os municípios como de competência da união. O Brasil é um bom exemplo, pois é uma federação quem tem como estados membros São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, entre outros. Cada estado tem sua autonomia administrativa, porém não é soberano nem tem personalidade internacional.
Autonomia X Soberania:
Soberania é um poder genuinamente político e juridicamente ilimitado.
A soberania é a autoridade suprema, o exercício do poder sem limites. Ocorre entre estados e países independentes, então cada um faz o que quer e vai até o limite de suas forças. A República Federativa do Brasil, de acordo com o art. 1º da Constituição é soberana.
Soberania à É permanente e se extingue apenas quando forçado por algo superior. É o exercício da força sem limites.
 ( união), (república federativa do Brasil).
Autonomia é um poder concedido e limitado pelo direito.
Soberania e autonomia são dois conceitos diferentes, a autonomia é o exercício do poder dentro do território nacional, ou seja, a União, os Estados, o Distrito Federal e Municípios são todos autônomos e possuem poder dentro de seu território, não podendo invadir o do outro, pois há um limite estipulado pela Constituição. É um exercício de poder “dentro de casa”.
(estados , municípios e DF)
Estados Unitários:
Estado unitário é formado por um único Estado, existindo uma unidade do poder político interno, cujo exercício ocorre de forma centralizada; qualquer grau de descentralização depende da concordância do poder central - ex.: Brasil-Império, Itália, França e Portugal.
O Estado denominado unitário apresenta-se como uma forma de Estado na qual o poder encontra-se enraizado em um único ente interestatal. Ou seja, é o Estado centralizado cujas partes que os integram estão a ele vinculadas, não tendo, assim, qualquer autonomia.
No Brasil, tivemos essa forma de Estado à época da Constituição Imperial de 1824.
Estado Simples ou Unitário: aqui não há a divisão em unidades autônomas. Só há um governo central, como no caso da Inglaterra, que não é dividido politicamente. Existem alguns países que possuem um certo grau de descentralização, como no caso da Itália e da França, que são divididas em distritos que, no entanto, não são autônomos. Essa forma de estado é caracterizada por uma centralização político-administrativa.
É admissível que o Estado unitário promova divisões internas, para fins de administração . Assim, é possível a divisão administrativa, agora, não a política, cuja presença não descaracteriza o Estado unitário. Deve estar presente, contudo, a subordinação ao poder central de qualquer entidade, órgão ou departamento criado para exercer parcela de atribuições.
O vínculo de subordinação decorre da técnica pela qual se promove a divisão de atribuições, ou seja, a delegação. O poder central tanto pode promover a desconcentração como regredir para a posição inicial de concentração absoluta, inclusive, com eliminação da entidade subordinada até então existente.
Estado Federado
O Brasil é uma República Federativa formada pela ligação dos Estados, Municípios, União e Distrito Federal. Autônomos, com a possibilidade de se autogovernarem. Ou seja, Estado escolhe os ocupantes dos três poderes sem interferência da união, Indica que todos podem editar normas.
Federação é a união de dois ou mais Estados para a formação de um novo. Em que as unidades conservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal. 
A primeira federação conhecida, a americana, surgiu quando se tratou de resolver na época o problema resultante da convivência entre si das treze colônias inglesas tornadas Estados independentes e desejosos de adotarem uma forma de poder político unificado e de outra parte, não queriam perder a independência, a individualidade, a liberdade e a soberania que tinham acabado de conquistar. Com tais pressupostos surgiu a federação como uma associação de Estados pactuada por meio da Constituição.
Apresenta uma constituição rígida que não permite a alteração da repartição de competências por intermédio de legislação ordinária, pois se assim fosse possível, estaríamos num Estado unitário, politicamente descentralizado.
Existência de um órgão que dite a vontade dos membros da Federação; no caso brasileiro temos o Senado, no qual se reúnem os representantes dos Estados-Membros;
O Estado federado é dividido em parcelas menores, dotadas de autonomia e de receitas próprias, que são os Estados da Federação. Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação devem possuir: 
• a nacionalidade única desta; 
• repartição constitucional de competências entre a União, Estados-membros, Distrito Federal e município; 
• necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria; 
• poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; 
• possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal, para a manutenção do equilíbrio federativo; 
• participação dos Estados no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal; 
• possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente, dependendo da aquiescência da população do Estado afetado;
• existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para interpretação e proteção da Constituição Federal.
O caput do art. 1º da CF/88 trouxe o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, que proíbe qualquer movimento separatista em nosso país. Isso não impede que os Estados e Municípios criem subdivisões, fusões ou incorporações. O que se proíbe é a invocação de direito de secessão para a criação de um novo Estado soberano. Caso isso ocorra, será possível a decretação de intervenção federal (CF, art. 34, I) com a finalidade de manutenção da integridade nacional. Caso houvesse um movimento armado separatista, poder-se-ia cogitar, em tese, a ocorrência do crime de ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, que, segundo o art. 5º, XLIV, da CF/88, é inafiançável e imprescritível.
Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos estados, desde que o povo assim decida em plebiscito, do qual participe a população diretamente interessada e, além disso, haja a edição de uma lei complementar pelo Congresso Nacional.
Confederação:
A confederação é similar à federação, mas difere no fato de que as entidades da confederação são soberanas e a sua formação é feita por alianças enquanto que na federação isto ocorre por constituição. Na confederação os laços existentes são mais brandos, enquanto que na federação são mais rígidos.
É uma simples pessoa jurídica de direito público.
Já a federação representa um Estado soberano.
Quanto ao liame jurídico que une os integrantes, na Confederação é um tratado internacional e na federação é uma constituição.
Em umaconfederação, cada um de seus membros é soberano, mas a confederação em si não.
Na federação, os entes são apenas autônomos, e soberana é a federação como um todo.
Na confederação, há várias nacionalidades. Os cidadãos são considerados nacionais do Estado que integra a confederação.
Na federação só há uma nacionalidade.
Na Confederação, é comum conferir aos Estados o direito de nulificação, que é o direito dos membros de se oporem às deliberações da confederação.
Na Federação, caso o ente central tenha atuado dentro de seu espectro de competência, as suas deliberações serão obrigatórias para os demais.
Nas confederações, os órgãos deliberativos costumam deliberar segundo a regra diplomática da unanimidade.
No plano federal, os órgãos deliberativos costumam deliberar pela regra da maioria.
Nas confederação, é reconhecido o chamado direito de secessão, que é o direito dos membros de saírem da confederação.
Na federação não é reconhecido esse direito. Prevalece a ideia da indissolubilidade do pacto federativo. A secessão é contrária à constituição brasileira e punida com intervenção federal.
Elementos da federação:
1)      Autonomia dos entes federativos:
Contém alguns elementos necessários, como:
- Autogoverno: poder dos entes federativos de escolher os seus próprios dirigentes, que não terão uma vinculação hierárquica com o ente mais abrangente. A relação entre Estados e União é uma relação de coordenação, e não de subordinação.
- Autoconstituição: é o poder do ente federativo de se auto organizar, ou seja, de dispor sobre sua própria estrutura, através de uma constituição. Dentro desse poder há a auto legislação, que é o poder do ente de editar normas dentro de sua esfera de competência. Na federação, portanto, há uma pluralidade de ordens jurídicas.
- Autoadministração: é a ideia de que cada ente deve dispor sobre o seu próprio funcionalismo público e sobre os serviços públicos sujeitos a sua competência.
Outros autores ainda inserem uma outra capacidade, que consiste em um pressuposto ao exercício de todas as demais, que é a autonomia financeira, ou seja, a capacidade de instituir e arrecadar tributos e assim garantir o seu custeio.
2)      Partilha de competências previstas em uma constituição rígida.
A superioridade constitucional da repartição de competência é fundamental para a sua manutenção.
3)      Participação dos Estados na formação da vontade nacional.
Isso se dá através do Senado Federal, que é uma casa de representação dos Estados membros na federação.
Os Estados, independentemente de sua população, tem o mesmo numero de senadores.
Esse foi um modelo copiado do federalismo norte-americano desde a constituição de 1891.
4)      Indissolubilidade do pacto federativo:
Não há caminho constitucionalmente estabelecido para a secessão.
Necessariamente um ato de secessão será um ato contrário à constituição, cuja resposta é a intervenção federal.
As hipóteses de intervenção federal são garantias da manutenção do pacto federativo.
5)      Unidade de território e de nacionalidade:
É fundamental, para que haja uma federação, um território único e bem definido, o que implica em uma definição clara das fronteiras internacionais e das fronteiras entre os entes federativos.
Em uma federação, só há uma nacionalidade.
Modelos de federação:
1)      Federalismo dual:
É um modelo norte-americano de federalismo.
Tem como característica marcante a adoção de competências exclusivas ou privativas.
A lógica de repartição de competências é uma lógica reciprocamente excludente: se foi dado a um, foi tirado do outro.
Há um modelo de competências enumeradas para a União e residuais para os Estados.
O objetivo básico é a limitação do poder do Estado para a proteção do indivíduo.
2)      Federalismo por cooperação:
É um modelo típico do constitucionalismo social.
Aqui são utilizadas fundamentalmente as competências comuns e concorrentes.
A lógica aqui não é reciprocamente excludente.
Ao conceder a competência pra um eu também concedo pra outro.
O objetivo é que haja a união de esforços entre os entes federativos para que haja a realização de atividades que sejam complexas.
3)      Federalismo simétrico X Federalismo assimétrico:
Existem 2 planos de assimetria:
- No sentido material ou social: é a uma assimetria de condições culturais, sociais, econômicas de uma sociedade.
- No sentido jurídico: analisando-se a repartição de competências constitucionais entre os entes.
Haverá federalismo assimétrico se houver uma enorme assimetria do ponto de vista social, cultural ou econômico.
Haverá um federalismo assimétrico também quando há um tratamento desigual dos entes federativos quanto a suas competências constitucionais (simetria no sentido jurídico).
Classificação do federalismo brasileiro:
- Tem uma formação história centrífuga, por desagregação.
- Misto ou híbrido: reúne características do federalismo dual com o federalismo cooperativo.
O constituinte se valeu tanto das competências privativas e exclusivas quanto das competências concorrentes e comuns.
- Assimétrico no aspecto material ou social (diferenças culturais e sociais notáveis) e simétrico do ponto de vista jurídico.
O federalismo brasileiro reconhece como entes federativos a Uniao, os Estados Membros, os municípios e o Distrito Federal.
Quanto aos municípios, afirmava-se a autonomia municipal, mas sem lhes conferir as garantias de autonomia federativa, o que fazia com que muitos autores pré-88 negassem a sua característica de ente federativo autônomo. Só que com a CRFB de 1988 o reconhecimento do município como ente federativo passa a ter um caráter também substantivo, com as garantias de autonomia lhes sendo conferidas.
O Distrito Federal acumula competências municipais e estaduais. É, portanto, um ente híbrido.
Os territórios não tem natureza de ente federativo autônomo, mas sim natureza autárquica (autarquias territoriais). São pessoas jurídicas de direito publico, mas sem autonomia politica.
Não têm um rol de competências decorrente diretamente da CRFB. A constituição só prevê que eles podem ser criados ou extintos.
Isso não impede que os territórios tenham competências políticas (Ex: competências legislativas). Ainda assim ele não será considerado ente, pois não terá autonomia.
No federalismo, não há subordinação ou hierarquia do ente mais abrangente para o menos abrangente.
A repartição de competências serve pra estabelecer uma relação de coordenação entre os entes.
Estado de defesa e Estado de sítio
INTRODUÇÃO
Baseando-se em experiências históricas podemos afirmar que todos os povos sejam eles, prósperos ou não, passam por crises que abalam a normalidade da vida social, e estas situações não são passíveis de controle apenas de força policial.
Assim, para que de certa forma o controle da ordem social tenha sucesso é necessário um acatamento pacífico do povo com fundamentação constitucional.Ou seja, a legitimação do Estado para que possa dilatar sua soberania perante o surgimento de situações de emergência excepcionais que coloquem em risco a segurança e paz social.
E é sobre isto que trata o presente trabalho, sobre a adoção de medidas constitucionalmente previstas para que o Estado possa salvaguardar os interesses maiores da nação.
1. ESTADO DE DEFESA
1.1 DEFINIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Estado de defesa é uma situação de emergência na qual o Presidente da República conta com poderes especiais para suspender algumas garantias individuais asseguradas pela Constituição cuja suspensão se justifica para restabelecer a ordem em situações de crise institucional e nas guerras.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidadesde grandes proporções na natureza.
1.2 OBJETIVO E CONSEQUÊNCIAS
O objetivo principal do estado de defesa é preservar ou restabelecer a ordem e a paz social, mediante fatos como:
a instabilidade institucional grave e imediata;
calamidades de grandes proporções na natureza.
As conseqüências durante o estado de defesa poderão ser:
restrição aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e comunicação telegráfica e telefônica;
ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos( somente na hipótese de calamidade pública);
prisão por crime contra o Estado, determinada diretamente pelo executor do estado de defesa.
Esta prisão não poderá ser superior a 10 dias e será imediatamente comunicada a juiz competente que a relaxará no caso de ilegalidade, sendo ainda vedada a incomunicabilidade do preso.
1.3 CONTROLE DO ESTADO DE DEFESA
O estado de defesa dá-se a partir de decreto emitido pelo Presidente da República, sem necessidade de autorização anterior do Congresso. Ainda deve ouvir os Conselhos da República e da Defesa Nacional, sem estar obrigado a seguir o parecer dos mesmos.
Porém até 24 horas após de decretado o estado de defesa deve o Presidente apresentar a justificativa perante o Congresso que aí sim poderá confirmar ou revogar a medida.
1.4 DURAÇÃO E LIMITAÇÃO DO ESTADO DE DEFESA
A duração do estado de defesa deverá ser de no máximo 30 dias, sendo admitida apenas uma prorrogação, pelo mesmo período.
De acordo com o art. 136 CF/88 o estado de defesa limita-se aos "locais restritos e determinados" definidos pelo decreto presidencial.
2. ESTADO DE SÍTIO
2.1 DEFINIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por determinado tempo e em certa área( que poderá ser o território nacional inteiro).
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
2.2 OBJETIVOS E CONSEQUÊNCIAS:
O estado de sítio é decretado objetivando preservar ou restaurar a normalidade constitucional, perturbada pelos seguintes fatos:
comoção grave de repercussão nacional;
ineficácia da medida tomada durante o estado de defesa;
declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
De acordo com o art. 139 CF/88 no estado de sítio decretado por comoção grave ou ineficácia do estado de defesa às conseqüências serão as seguintes:
obrigação de permanência em localidade determinada;
detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
restrições relativas à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo de comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão;
suspensão da liberdade de reunião;
busca e apreensão em domicílio;
intervenção nas empresas de serviços públicos;
requisição de bens.
Enquanto no estado de sítio decretado no estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira todas as garantias constitucionais poderão ser suspensas.
2.3 CONTROLE DO ESTADO DE SÍTIO
No estado de sítio o Presidente necessita de prévia autorização do Congresso Nacional, além dos pareceres não-vinculados dos Conselhos da República e da Defesa Nacional. A instituição do estado de sítio também é feita por decreto.
2.4 DURAÇÃO E LIMITAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO
Em regra o estado de sítio deverá durar o mesmo tempo do estado de defesa – até 30 dias -, mas são admitidas prorrogações de até 30 dias de cada vez. No caso de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira, poderá ainda ser decretado pelo tempo que durarem tais situações.
O estado de sítio poderá atingir todo o território nacional.
3. INTERVENÇÃO NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS
3.1 CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
È o ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta. È a antítese da autonomia, uma medida excepcional que afasta momentaneamente a atuação autônoma do estado, Distrito Federal ou Município que a tenha sofrido, e que só há de ocorrer nos casos taxativamente estabelecidos pela Constituição e indicados como exceção ao Princípio da Não Intervenção, conforme o art.34 e 35 da CF/88:
"Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para...
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando..."
3.2 INTERVENÇÃO FEDERAL
Em princípio, portanto não se admite qualquer intervenção nas unidades federadas; porém, em caráter estritamente excepcional, pode a União intervir nos Estados-membros e no Distrito Federal nas hipóteses relacionadas no art. 34 da CF/88 como, por exemplo, para manter a integridade nacional ou repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra.
A intervenção Federal é considerada um ato coletivo com a participação de todos os Estados através da União, e de competência privativa do Presidente da República ( art.84,X) para sua decretação e execução.
A União, porém, não poderá intervir nos Municípios, salvo quando situados em Território Federal, pois esta cabe aos Estados-membros de acordo com o art.35 da CF/88.
A iniciativa da intervenção federal pode ser do próprio Presidente da República, de ofício, de modo espontâneo e discricionário, cabendo a ele avaliar a conveniência e a oportunidade do ato, como por exemplo, no art. 34, I, II, III e V da CF:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;
No caso do art.34, IV: "garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação", a iniciativa depende de solicitação do Poder Legislativo ou Executivo coacto(art.36, I).Trata-se neste caso de intervenção provocada e não espontânea, mas também com iniciativa do Presidente, sendo um caso de intervenção provocada discricionária.
Há também a hipótese de que a intervenção ocorra com prévia provocação do Poder Judiciário, mediante requisição do STF, do STJ ou do TSE, em virtude de desobediência a ordem ou decisão judiciária ou coação exercida contra o Poder Judiciário. Ou ainda, mediante provimento do STF, em virtude de representação oferecida pelo Procurador-Geral da República (art.34, VII), que será denominada intervenção provocada vinculada, no sentido de que o Presidente da República não pode deixar de agir sob pena de incorrer em crime de responsabilidade.
A intervenção federal efetiva-se, portanto, por decreto do Presidente da República, o qual especificará sua amplitude, prazo e condições de execução, e se couber nomeará o interventor de acordo com o art.36 § 1º:
Art. 36 § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Dispensam-se a remessa ao Congresso se bastar à suspensão da execução do ato impugnado, nos casos dos art.34, VI e VII, e 35, IV.
Cessados os motivos de intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a eles voltarão, salvo impedimento legal conforme o art.36 § 4º:
3.3 INTERVENÇÃO ESTADUAL
Sempre prevalecendo o Princípio da Não Intervenção, a União não poderá intervir nos Municípios, salvo quando situados em território Federal; e os Estadosnão poderão intervir em seus Municípios, salvo nos casos relacionados no art.35 da CF.
Em qualquer um dos casos o decreto conterá a designação do interventor, o prazo de duração e os limites da medida e ainda será submetido à apreciação da Assembléia Legislativa, ou Congresso Nacional, no prazo de vinte e quatro horas, devendo ser convocado extraordinariamente em igual prazo se for recesso.
Neste caso o interventor substituirá o Prefeito e administrará o Município enquanto durar a intervenção, visando estabelecer a ordem e normalidade prestando contas ao Governador ou Presidente, e da administração financeira ao Tribunal de Contas do estado ou União, conforme o caso.
E também de acordo com o artigo 36§ 4º cessados os motivos de intervenção, as autoridades municipais afastadas de suas funções a elas voltarão, quando for o caso.
CONCLUSÃO
Para o senso comum a segurança pública é de responsabilidade exclusiva das polícias, o que não é verdade, pois a segurança e paz social são de responsabilidade de todos os órgãos governamentais que integram nossa federação.Por isso, a importância da instauração imediata de um regime excepcional – previsto constitucionalmente - em momentos de crise para restabelecer a ordem, mesmo que os direitos e garantias individuais devam ficar suspensos temporariamente em prol de um interesse coletivo maior.
Em nossa Constituição Federal estão previstas duas medidas a serem aplicadas em momentos de crise: Estado de Defesa, Estado de Sítio e Intervenção, que suspendem, como já mencionamos, os direitos e garantias individuais temporariamente e ampliam o poder repressivo do Estado, que é justificado pela gravidade da perturbação da ordem pública
Poder Legislativo
No sistema de três poderes de Montesquieu, o poder legislativo é o órgão encarregado da elaboração das leis. Na maior parte das democracias livres do mundo, outras funções incluem a decisão sobre as políticas orçamentárias, a palavra final sobre a firma de tratados internacionais e sobre a declaração de guerra ou paz, e a suspensão das funções ou destituição do Chefe de Estado e/ou de Governo. Embora a interpretação das leis seja uma atribuição quase sempre exclusiva do poder judiciário, o legislativo usualmente supervisiona o cumprimento destas com o poder executivo. A instância máxima do legislativo tende a ser um congresso ou parlamento nacional, sendo que no Brasil o órgão é representado pelo Congresso Nacional (União), as assembleias Legislativas (Estados) e as câmaras municipais (municípios).
Os órgãos legislativos do mundo podem ser agrupados em dois sistemas: o unicameral, com apenas uma câmara definindo as leis, e o multicameral, com duas (bicameral), três (tricameral) ou mais câmaras. Excluindo autocracias ou outros governos não-livres, Estados com o sistema unicameral geralmente não apresentam necessidades histórico-culturais para uma divisão de câmaras, atingindo equilíbrio de poderes com apenas uma. Entre os multicamerais, o sistema de duas câmaras é o mais comum, sendo costumeira a divisão entre "alta" e "baixa" casas, refletindo divisões de classes que remontam desde a República Romana, onde o legislativo era equilibrado entre o senado (membros de origem nobre) e as assembleias (membros da plebe).
O unicameralismo está presente em cerca de metade dos Estados-nação do mundo, sendo característico de territórios com pequenas dimensões geográficas e/ou populacionais (Nova Zelândia, Luxemburgo, Mônaco) ou de nações com elevada homogeneidade cultural (Finlândia, Suécia, Noruega). Devido à facilidade de controle das leis por um só órgão, esse sistema também é comum em nações com déficit de liberdade política, como China, Irã, Coreia do Norte, Cuba ou Venezuela. Na outra metade do planeta, o bicameralismo predomina, sendo próprio de países como Brasil (Senado Federal como alta instância, Câmara dos Deputados como baixa), Estados Unidos (Senado e Câmara dos Representantes) ou Japão (Câmara dos Conselheiros e Câmara dos Representantes). O exemplo mais recente de tricameralismo foi a África do Sul em 1983, que entrou em rápido declínio por conflitos sociais e disputas de jurisdição entre as câmaras. Houve casos históricos de nações com quatro câmaras (sistema tetracameral), mas estes foram muito pontuais para serem julgados relevantes.
Em nações com um modelo de governo parlamentarista, o poder legislativo (parlamento) tende a incorporar atribuições do executivo. A Alemanha, por exemplo, possui tanto um presidente quanto um chanceler, nenhum deles eleitos diretamente pela população. Enquanto o presidente possui funções mais cerimoniais (Chefe de Estado), o chanceler é quem exerce real poder no país (Chefe de Governo), sendo eleito pela baixa câmara do legislativo, o Bundestag, e com ele trabalhando em conjunto. No famoso caso da monarquia constitucional britânica, o Chefe de Estado é o monarca, mas o poder real cai sobre o parlamento, onde o líder da baixa casa (Câmara dos Comuns) é também o Primeiro-Ministro (Chefe de Governo).
No Brasil, as atribuições do legislativo estão descritas no capítulo I, título IV da Constituição de 1988. Ambas as câmaras (Senado e Câmara dos Deputados) possuem diversas prerrogativas idênticas (seção II), mas as seções III e IV dispõem das suas atribuições exclusivas, sendo nítido o maior número de prerrogativas do Senado em relação à Câmara. Um exemplo simples é o processo de impedimento (impeachment) de um presidente ou vice, que é instituído pela Câmara (inciso I, art. 51), mas julgado pelo Senado (inciso I, art. 52), sob supervisão do presidente do Supremo Tribunal Federal.

Continue navegando