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PENAL II

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Pena de multa
49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
1. Conceito de pena de multa e suas características
O Direito penal comporta dois tipos de sanção: a pena (privativa de liberdade, restritiva de direitos e multa) e a medida de segurança (detentiva ou restritiva), sendo que este trabalho ficará restrito à pena de multa.
A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma sanção penal (não é tributo), consistente na imposição ao condenado da obrigação de pagar ao fundo penitenciário determinada quantia em dinheiro, calculada na forma de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado.[1]
A pena de multa, na lei penal, pode ser prevista como punição única, a exemplo do que ocorre na Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei nº. 3688/41), ou pode ser cominada e aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade, a exemplo do artigo 155 do Código Penal, quando trata do crime de furto, prevendo em seu preceito secundário a pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa, ou ainda de forma alternativa, com a pena de prisão, a exemplo do crime de perigo de contágio venéreo, previsto no Art. 130, cominando pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Quando a multa é punição única ou nos casos em que ela encontra-se cumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação, será obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade da pena.
Já nos casos em que a pena de multa estiver cominada de forma alternativa com a pena privativa de liberdade, o magistrado, terá uma discricionariedade regrada pelo art. 59, inc. I, do Código Penal, para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Todas as vezes que o magistrado estiver fazendo a aplicação da pena de multa, seja ela isolada, cumulada ou alternativamente aplicada, deve seguir os limites legais, ou seja, a expressão “multa” deve ser entendida como sendo de 10 a 360 dias-multas[2]. É o que se depreende do artigo 49, caput, do CP, quando dispõe: “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa”.
2. Fixação da pena de multa.
É pacífico o entendimento de que a fixação da pena de multa deve ser feita em duas fases. Assim, segundo a doutrina[3] e jurisprudência, o juiz, na primeira fase, levará em conta para fixar entre 10 a 360 dias-multa, as circunstâncias judiciais (à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima), pois o artigo 59 do CP, assim o determina, no seu inciso II: “a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos”[4], devendo nesta fase ser desprezada a situação econômica do réu.
Superada esta primeira fase de aplicação da pena entre os seus limites legais (10 a 360 dias-multa), deverá o magistrado dar um valor a cada dia-multa, que não poderá ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário (art. 49, § 1º, CP), valor este que deverá ser atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária (art. 49,§ 2º, CP).O valor de cada dia-multa será aplicado pelo juiz que deverá atender, principalmente, à situação econômica do réu (art. 60, caput, do CP).
Vamos imaginar duas situações, um réu sendo punido com pena de multa nos seus valores mínimos e nos seus valores máximos, levando em consideração o salário mínimo atual que é de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), sem esquecer que a multa é aplicada com base no maior salário vigente ao tempo do crime.
Para o primeiro réu, na primeira fase da dosimetria da pena, o juiz levando em consideração as circunstancias judiciais, que sendo consideradas favoráveis, fixaria em 10 dias-multa. Em seguida (segunda fase), levando em consideração a situação econômica do réu, sendo ele miseravelmente pobre, fixaria em um trigésimo do salário mínimo. Ou seja, 1/30 x 380,00 = 12,66 que multiplicado pelos 10 dias-multa, daria um total de R$ 126,60 (cento e vinte e seis reais e sessenta centavos).
Para o segundo réu, vamos imaginar que o juiz considerou todas as circunstâncias judiciais desfavoráveis e resolveu aplicar o limite máximo dos dias-multa (360 dias-multa). Na segunda fase, analisando as condições econômica do réu, percebendo que era abastado, valorou os dias multa em cinco vezes o salário mínimo, ou seja, R$ 380,00 x 5 = R$ 1.900,00 (mil e novecentos reais), que se multiplicado pelos 360 dias-multa, resultará em um montante de R$ 684.000,00 (seiscentos e oitenta e quatro mil reais). Este valor, embora aplicado no máximo, percebendo o juiz que em virtude da situação econômica do réu, seja ineficaz para reprovação e prevenção do crime, poderá multiplicá-lo por três, conforme art. 60, § 1º do CP, ou seja, daria um total de R$ 2.052.000,00 (dois milhões e cinqüenta e dois mil reais) que seria destinado ao Fundo Penitenciário Nacional, para ser aplicado na reforma e manutenção dos presídios.
Veja então que o valor mínimo da multa, levando em consideração o salário mínimo atual, seria de R$ 126,60 (cento e vinte e seis reais e sessenta centavos) e o valor máximo, seria de R$ 2.052.000,00 (dois milhões e cinqüenta e dois mil reais).
Infelizmente, na prática, isso não ocorre, pois não se tem dado muita importância à aplicação da pena de multa que, em regra, tem sido fixada na mínima legal, tanto quanto aos dias-multa, quanto na valoração de cada dia-multa.
Assim, basta folhearmos algumas sentenças criminais que isso será perfeitamente comprovado, especialmente nos casos de crimes contra o patrimônio, em que os autores são muito pobres. É muito comum no crime de roubo (pena de reclusão de quatro a dez anos e multa), ser fixado a pena-base da prisão em cinco anos e a multa em 10 dias-multa. Isso não está correto, pois se entre 4 a 10 anos de reclusão, o juiz ao analisar as circunstâncias judiciais, achou um valor de 5 anos, certamente a pena de multa deveria ficar acima dos 10 dias-multa, pois as mesmas circunstâncias judiciais serão consideradas na fixação do número de dias-multa (10 a 360).
O ideal seria (veja graficamente):
Reclusão de 4 a 10 anos: 4_______5___________________________10 anos
(16%) pena-base = 5 anos
Multa (10 a 360 dias-multa): 10______56__________________________360 dias-multa
(16%) pena-base = 56 dias-multa
Fixada a pena-base, no caso da multa, deve o magistrado dizer qual o valor de cada dia-multa, levando-se em consideração a situação econômica do réu, estabelecendo, entre um trigésimo do salário mínimo, até cinco vezes esse mesmo salário, vigente à época do crime.
3. cobrança da pena de multa – sanção simbólica
Até a Lei nº. 9.268/96, a pena de multa era de competência do Juiz da Execução penal, sendo que no caso do seu descumprimento, a pena de multa era convertida em pena de detenção, a razão de um dia-multa, por um dia de prisão, limitado à 360 dias de detenção, pois este é o limite da pena de multa em dia-multa. Assim, se alguém fosse condenado a pena de multa de 200 dias-multa, e injustificadamente não pagasse, ela seria convertida em 200 dias de detenção.
Com a Lei nº. 9.268/96, isso mudou, pois ela trouxe nova redação ao artigo 51 do Código Penal, dispondo: “Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.”
Desta forma a pena de multa não é mais convertida em pena de detenção. Isso foi importante, pois era comum as pessoas mais pobres cumprirem pena maiores, tendo em vista a conversão empena de detenção.
Por outro lado, com a Lei n. 9.268/96, a atribuição para execução da multa passou a ser da Fazenda Pública[5] (Procuradoria Fiscal), deixando de ser do MP, apesar de opiniões em contrário[6], no sentido de que seria da competência do MP que se utilizaria da Lei n° 6.830/80.
Assim o procedimento da cobrança da pena de multa se dá da seguinte forma: a) após o transito em julgado, emite-se uma certidão de sentença condenatória, para formação de autos apartados, os quais serão utilizados para realização da execução; b) O Ministério Público requer a citação do condenado para, dentro de 10 dias, pagar a pena de multa ou indicar bens à penhora; c) Em seguida, decorrido este prazo, sem pagamento ou manifestação do executado, emite-se uma nova certidão, informando detalhadamente o ocorrido, remetendo-a à Procuradoria Fiscal (Federal ou Estadual, conforme crime comum ou federal), a qual se encarregará de promover a execução da multa perante a Vara da Fazenda Pública, nos termos do procedimento previsto na legislação tributária (Lei nº. 6.830/80).
Ocorre que, como se mencionou antes, a práxis é fixar a pena de multa nos seus patamares mínimos, tanto em dias-multa, quanto nos valores de cada dia-multa, e como visto, levando em consideração o salário atual, a pena mínima da multa ficaria em um valor irrisório, cerca de R$ 126,60 (cento e vinte e seis reais e sessenta centavos), sendo certo que a Fazenda Pública não iria se interessar em mover uma ação de execução para cobrar estes valores, acarretando a prescrição da pena de multa.
A conseqüência disto, é que, a multa passou a ser uma sanção simbólica, pois se não é cobrada no prazo legal pela Procuradoria dos Estados, ocorrerá a extinção da punibilidade pela prescrição, e consequentemente, gerará a impunidade, causando na sociedade o sentimento de revolta.
Apenas para esclarecimento, na área federal, o Ministério da Fazenda, através da Portaria nº 49 de 01 de abril de 2004, estipulou que valores até R$ 10.000,00 (dez mil reais), não serão executados, autorizando ainda a não inscrição como dívida ativa da União, os débitos com a Fazenda Nacional de valores de até R$ 1.000,00 (mil reais), o que foi ratificado pela Lei nº 11.034 de 21 de dezembro de 2004.
Com isso, a pena de multa acaba prescrevendo, pois com as novas regras, temos duas orientações: a) a pena de multa prescreve em dois anos, nos termos do art. 114 do Código Penal, e; b) o prazo prescricional da pena de multa segue a regra da Lei nº 6.830/80, ou seja, prescreve em 5 anos.[7]
4. Novidade legislativa quanto à pena de multa – Lei de Drogas, sanção exagerada que leva ao inadimplemento da multa e consequentemente à prescrição.
O legislador, recentemente nos surpreendeu com a cominação da pena de multa, na Lei nº. 11.343/06 (Lei antidrogas) prevendo limites de pena exorbitantes, a exemplo do art. 36, que trata do crime de financiamento e custeio para o tráfico de drogas, cuja pena cominada é de reclusão de 8 a 20 anos e pagamento de multa de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Na referida lei, o legislador trouxe dois tratamento diferenciados para os crimes nela previstos, o de posse, porte e plantio de drogas para consumo próprio (art. 28, e seu § 1º) e os crimes de tráfico propriamente ditos (art. 33 a 39).
Em relação ao primeiro (art. 28), a lei não prevê a pena de prisão, apenas a pena de advertência sobre os efeitos da droga, a prestação de serviços à comunidade e a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo (art. 28, inc. I,II, III, respectivamente), sendo que em caso de descumprimento de tais penas, o juiz poderá submeter o condenado, sucessivamente à admoestação verbal e a pena de multa (art. 28, § 6º). Veja que a lei fala em sucessivamente.
Assim, se houver de aplicar a pena de multa para o usuário que foi pego com droga, os valores da multa serão em dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem) dias-multa, atribuindo a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 vezes o valor do maior salário mínimo (art. 29 da Lei n. 11.343/06).
Observe que, neste caso, a pena mínima da multa será de 4 vezes mais do que a multa mínima do Código Penal. O valor mínimo então, levando em consideração o salário de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), seria de R$ 506, 40 (quinhentos e seis reais e quarenta centavos). A pena máxima para o usuário, seria de R$ 114.000,00 (cento e quatorze mil reais), demonstrando a insensatez por parte do legislador.
Essa pena de multa, nos termos do parágrafo único do art. 29, aplicada ao usuário, será creditada em conta do Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD.
Já em relação aos crimes de tráfico, previsto nos artigos 33 a 39, teríamos uma segunda regra de aplicação da pena de multa, nos termos dos arts. 42 e 43, senão vejamos:
"Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. (negrito nosso)
Neste diapasão, para o crime de tráfico previsto no artigo 33 da Lei de regência, que prevê pena de reclusão de 5 a 15 anos e multa de 500 a 1500 dias-multas, teríamos os seguintes valores, levando em consideração o salário mínimo de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais):
Pena mínima: 1/30 x 380,00 = 12,66 x 500 (dias-multa) = 6.333,33
Pena máxima: 5 x 380,00 = 1900,00 x 1500 (dias-multa)= 2.850.000,00
Sendo que se esse valor de R$ 2.850.000,00 (dois milhões e oitocentos e cinqüenta mil reais), o juiz entender ineficaz para reprovação e prevenção do crime, poderá ser aumentado até o décuplo.
Isso acarretará o seu inadimplemento, pois em regra o traficante “formiga” não terá condições de pagar uma pena de multa mínima de R$ 6.333,33 (seis mil trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos), o que acarretará sua inscrição na dívida ativa, até a ocorrência da extinção da punibilidade, pelo instituto da prescrição, gerando a insatisfação social, em virtude do sentimento de impunidade.
Já, nos casos dos grandes traficantes, com certeza, também farão uso do instituto da prescrição, pois, como dito anteriormente, a pena de multa não se converte mais em pena de prisão e, se o Estado não localizar bens para penhora, ficará inscrita na dívida ativa até a ocorrência da prescrição, que para uns seria de 5 anos (Lei 6.830/80) e para outros 2 anos (art. 114 do CP).
A Lei de Drogras foi omissa quanto ao destino da pena de multa aplicada aos traficantes, condenados pelos crimes previstos nos artigos 33 a 39, apenas em relação a multa aplicada ao usuário, incurso no artigo 28, estabelecendo em no parágrafo único do artigo 29 que o seu destino seria para o Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD. Assim, é de se concluir pela aplicação da norma geral, ou seja, o Código Penal, que destina os valores da pena de multa ao Fundo Penitenciário Nacional, nos termos do art. 49 do CP.
5. Conclusão.
Diante do que foi exposto, chegamos à conclusão de que a pena de multa prevista no Código Penal, em virtude da práxis judicial, em fixá-la no mínimo legal, tornou-se uma pena simbólica, pois nestes casos, o Estado perde interesse em cobrá-la, em virtude do valor irrisório, gerando a extinção da punibilidade pela prescrição.
Já em relação à pena de multa prevista para os crimes da Lei 11.343/06, o legislador acreditando que iria sanar oproblema apresentado em relação a pena de multa do Código Penal, ao cominar penas de multa exorbitantes, sem um meio termo, acabou por criar uma situação de impunidade, pois se o réu não tiver condições de pagá-la, a mesma será inscrita na dívida ativa, até a ocorrência da prescrição, causa de extinção de punibilidade.
Extinção de punibilidade
causas de extinção da punibilidade.
O artigo 107 do Código Penal Brasileiro enumera de forma exemplificativa as possíveis causas de extinção da punibilidade. Esta poderá  se dar pela morte do agente criminoso, por Abolitio Criminis, pela Decadência, pela Perempção, pela Prescrição, pela Renúncia, pelo Perdão do ofendido, pelo Perdão judicial, pela Retratação do agente, pelo Casamento da vítima com o agente, por Anistia, Graça ou Indulto.
A extinção pela morte do agente se dá pela impossibilidade de punir o criminoso em função de sua morte. O juiz, em posse da certidão de óbito decretará a extinção da punibilidade.
Ocorre em alguns casos de o agente forjar a própria morte e emitir certidão falsa para de livrar da condenação. O juiz após decretar a extinção da punibilidade, faz com que o processo transite em julgado. Com a emissão do documento falso, não se poderá destituir a coisa julgada através de Revisão Criminal, pois esta só pode ser realizada se a sentença for condenatória, em sentenças absolutórias ou declaratórias não há a possibilidade de Revisão Criminal. Desta forma, conforme a jurisprudência o agente não responderá pelo crime cuja punibilidade foi extinta, mas somente pelo crime de falsidade. Entretanto, em 2010, o STF decidiu que o processo deverá voltar à tramitar no caso de certidão falsificada ¹.
Abolitio Criminis é a descriminalização de certa conduta até então considerada criminosa, extinguindo todos seus efeitos, antes ou após condenação, de forma retroativa.
A Decadência só ocorre nos crimes de Ação Penal de iniciativa privada e nos crimes em que a Ação Penal é de iniciativa pública condicionada à representação. A decadência é a perda do direito da vítima de oferecer a queixa ou representação pelo transcurso do prazo decadencial de seis meses.
Perempção corresponde à sanção de perda do direito de prosseguir com a ação imposta ao autor da Ação Penal de iniciativa Privada pelo abandono ou inércia na movimentação do processo por trinta dias, pela morte do querelante (quando não houver habilitação dos herdeiros em sessenta dias), pelo não comparecimento sem justificativa aos atos processuais, pela não ratificação do pedido de condenação nas alegações finais ou pela extinção da pessoa jurídica (quando esta for vítima de crimes) sem sucessor.
A Prescrição é o não exercício da Pretensão Punitiva ou Executória do Estado no período de tempo determinado pela lei, assim o mesmo perde o direito de ver satisfeitos os dois objetos do processo.
A Renúncia ocorre quando a vítima abre mão de seu direito de oferecer a queixa crime (Nos crimes da Ação Penal de Iniciativa Privada), antes do recebimento da mesma, independente da anuência do agente.
Quando o ofendido (vítima) perdoa o agente criminoso pela ofensa praticada contra ele, extingue-se o prosseguimento da ação penal se esta for de Iniciativa Privada. O perdão oferecido a um dos agentes estender-se-á aos demais. No caso de várias vítimas, o perdão oferecido por um deles, não prejudicará o direito dos demais continuarem a ação.
O Perdão judicial consiste no perdão concedido pelo Estado ao réu, deixando o juiz de aplicar a pena, embora este reconheça a prática da infração penal. Esta modalidade de extinção da punibilidade só pode ser aplicada em hipóteses expressamente previstas em lei (Artigos 107, IX e 120 do Código Penal).
Existirá  Retratação do agente quando este assumir que o crime por ele praticado se fundou em erro ou ausência de verdade, como na Difamação e na Calúnia (Crimes contra a honra objetiva). Assim, se o agente afirmar que o fato imputado à vítima é errôneo e falso terá ele se Retratado.
Se a vítima se casar com o réu, a punibilidade se extinguirá desde que o casamento se realize antes que a ação transite em julgado. Neste caso, a extinção se estenderá aos co- autores e partícipes.
A Anistia ocorre quando uma lei extingue o crime e seus efeitos, beneficiando todas as pessoas que tenham praticado o determinado crime.
O Indulto resulta da concessão pelo Presidente da República ou por seus delegatários do perdão de determinado crime à determinada categoria ou grupo de pessoas.
Pena restritiva de liberdade
As penas restritivas de direitos são sanções penais impostas em substituição àpena privativa de liberdade e consistem na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado.
As penas restritivas de direitos são sanções penais impostas em substituição à pena privativa de liberdade e consistem na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado.
São critérios de aplicação das penas restritivas de direito: a) condenação igual ou inferior a um ano, substituição por uma pena de multa ou por uma pena restritiva de direitos ou b) condenação superior a um ano, substituição por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direito.
Art. 44, 2º Na condenação igual ou inferior a um ano , a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos ; se superior a um ano , a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos . (Destacamos)
São hipóteses de conversão das penas restritivas de direito em privativa de liberdade:
a) Descumprimento injustificado da restrição imposta.
Art. 44, 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
b) Condenação por novo crime. Se a condenação superveniente for de um regime aberto, pode o juiz não converter; se a condenação posterior for de regime fechado, terá que converter.
Art. 44, 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
c) Outras hipóteses presentes no artigo 181 da Lei de Execução Penal.
Lei 7.210/84
Art. 181 . A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras a, d e e do parágrafo anterior.
3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras a e e, do 1º, deste artigo.
Remição da pena
A remição da pena é um instituto pelo qual se dá como cumprida parte da pena por meio do trabalho ou do estudo do condenado. Assim, pelo desempenho da atividade laborativa ou do estudo, o condenado resgata parte da reprimenda que lhe foi imposta, diminuindo seu tempo de duração. " A contagem de tempo referida será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental,médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho". Em suma, a remição constitui direito do preso de reduzir o tempo de duração da pena privativa de liberdade, por meio do trabalho prisional ou do estudo.
Penas restritivas de Direito
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO. ... – Espécies: São penas restritivas de direitos: a prestação pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana, conforme preceitua o art. 43, CP.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
10JUL
– Conceito: A pena restritiva de direitos é sanção penal imposta em substituição à pena privativa de liberdade consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado. Trata-se de espécie de pena alternativa. Irá ser aplicado aos crimes com menores grau de responsabilidade, com penas mais brandas. Está ligada ao princípio da proporcionalidade.
– Espécies: São penas restritivas de direitos: a prestação pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana, conforme preceitua o art. 43, CP.
Art. 43, CP – As penas restritivas de direitos são:
I – prestação pecuniária;
II – perda de bens e valores;
III – (vetado)
IV – prestação de serviços à comunidade ou à entidades públicas;
V – interdição temporária de direitos;
VI – limitação de fim de semana.
– Requisitos para substituição:
Art. 44, CP – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
 
OBS: Nos crimes de extorsão (art. 158, CP) e roubo (art. 157, CP) não cabe a substituição da pena. Já quando se tratar de lesão corporal, normalmente, não vai para pena privativa de liberdade, pois é julgado pelo rito sumaríssimo.
– Duração das penas restritivas de direito:
Art. 55, CP – As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do Art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º do Art. 46.
Via de regra, irão durar o mesmo tempo da pena privativa de liberdade, as de prestação de serviço, interdição temporária e limitação de finais de semana. Já as outras não tem a mesma duração, pois são de caráter patrimonial/pecuniário. Na lei de drogas (Lei 11.343/06), a pena restritiva de direito é autônoma, mas não é substitutiva. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
– Tipos:
* Pena de Prestação Pecuniária:
Artigo 45, § 1º, CP: A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
OBS: Artigo 17 da Lei Maria da Penha (É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa).: vedação à cesta básica e prestação pecuniária, mas pode, por exemplo, prestação comunitária.
* Pena de Perdas de bens e valores:
Esta pena foi introduzida em nosso Código Penal através da Lei 9.714/98 – responsável pela criação do sistema de penas alternativas ou substitutivas da privação de liberdade, denominadas restritivas de direitos –, tendo como principal objetivo a restituição do prejuízo causado pelo infrator, a fim de satisfazer os anseios da sociedade e do Estado, encontrando uma efetiva sanção para os crimes contra a economia popular, o sistema financeiro, e principalmente os crimes de “colarinho branco”. Elencada no art. 43, esta pena veio regulamentar o artigo 5º, XLVI, b, da Constituição Federal.
A perda de bens e valores consiste em retirar do agente o benefício que auferiu com o crime além de privá-lo da vantagem, diminuindo seu patrimônio e desestimulando a reiteração. Conseqüentemente, a atividade criminosa não ocasionará lucro, além de enfraquecer o poder econômico, servindo inclusive para desconstituir uma eventual estrutura já existente para o cometimento de ilícitos.
Recai sobre bens (móveis e imóveis) e valores (dinheiro, ações, títulos,..).
O que é arrecadado é direcionado ao fundo penitenciário nacional. à Art. 45,§3º, CP (a perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime).
OBS: ressalvado legislação especial, como na Lei drogas que direciona ao FUNAD (cuida da política antidrogas à art. 62, § 9, da Lei 11.343/96: Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3o deste artigo. ).
Artigo 63, CPP à Ação civil que visa a reparação dos danos à a pena de perdas de bens e valores não tem nada a ver com a reparação na esfera civil.
A pena de bens e valores é uma exceção ao princípio da intranscendência.
OBS: confisco é diferente de perdas de bens e valores.
Confisco: é o efeito da condenação; recai em cima de patrimônio adquirido de forma ilícita (atividade criminosa).
Perda de bens e valores: é restritiva de direitos; recai sobre o patrimônio lícito do acusado.
O confisco não está elencado entre as penas restritivas de direitos (art. 43 do CP), encontrando-se discriminado, ainda que tacitamente, no art. 91, II, do Código Penal. Outra diferença é que, enquanto, o confisco visa tão somente a apreensão dos instrumentos do crime e seus produtos, a pena da perda de bens e valores atinge o próprio patrimônio do condenado.
Seguindo-se, enquanto o lucro obtido através do ato ilícito na pena da perda de bens e valores destina-se para o Fundo Penitenciário Nacional (salvo destinação diversa que lhe for dada), no confisco esses valores irão para a União, ressalvado o direito do lesado ou do terceiro de boa fé.
Por fim, o confisco poderia, no máximo, ser confundido com a pena de multa, consistente em retirar do patrimônio do condenado, compulsoriamente, determinada soma em dinheiro que pode chegar a 1.800 (mil e oitocentos) salários mínimos de acordo com o art. 49 do Código Penal, até 18.000 (dezoito mil) salários mínimos, no caso de crimes contra o sistema financeiro (art. 33 da Lei nº 7.492/86).
* Pena de Prestação de serviços à comunidade:
Artigo 46, CP: A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
Artigo 149 da LEP: Caberá ao juiz da execução:I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o
condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões; II – determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena; III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho.
 
Quem define onde prestará a pena: Juiz da Execução.
OBS: § 1, artigo 149: O trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo juiz; § 3, artigo 46: As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. à a doutrina considera que o §1 do art. 149 foi revogado pelo art. 46,§3.
Quem fiscaliza: Art. 150 da LEP ( A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.) à a própria entidade beneficiária.
* Interdição temporária de direitos:
– Artigo 47, CP: As penas de interdição temporária de direitos são:
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV – proibição de freqüentar determinados lugares.
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
 
Não há pena efetiva e sim suspensão da atividade de exercer algumas atividades).
Artigo 92, I, CP: São efeitos da condenação: a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. à fala dos efeitos da condenação, da perda que é diferente dessa suspensão.
 
Artigo 47, II: caráter retributivo (ser penalizado pelo crimeà recaindo sobre o trabalho do condenado) e caráter preventivo (impede que uma atividade do Estado seja utilizada para caráter ilícito).
Essa pena recai unicamente sobre a profissão do condenado, sobre essa atividade que é autorizado pelo Estado.
Medidas cabíveis para que a própria pena se concretize da melhor formaà quem aplica essas medidas é o juiz da execução: artigo 154, §2º, LEP: Caberá ao juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado. §2º: Nas hipóteses do Art. 47, II e III, do Código Penal, o Juízo da Execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
OBS: a decisão administrativa não tem influência na decisão do juiz da execução.
Artigo 47, III à culposo!
Artigo 92, III: a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso à efeitos da condenação
Obs.: art.47,III, CP, ficou meio em desuso devido ao CTB
* Proibição de frequentar certos lugares:
Art. 47, IV à proibição de frequentar certos lugares.
Deve-se levar em consideração o crime cometido e a personalidade do condenado.
De difícil fiscalização. Na prática, só se toma conhecimento quando o condenado se envolve em outra ocorrência.
* Limitação de fim de semana:
Art. 48, CP: A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Art. 150 da LEP: A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. à Cabe ao juiz da execução; tem seu início na data do comparecimento.
Artigo 152, P.U, LEP: Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
Fiscalização: Art. 153, LEP: O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.
– Conversão da pena restritiva de direitos:
Art. 181, LEP – A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do Art. 45 e seus incisos do Código Penal.
Em primeiro lugar irá se buscar a pena base (art. 59, CP), depois de encontrá-la vai se buscar as atenuantes e agravantes + causas de aumento ou diminuição da pena (art. 68, CP). Assim, chegará na pena definitiva.
Tanto a pena privativa de liberdade pode ser convertida em restritiva de direitos, que não deixa de ter caráter sancionador, como, também, pode converter a restritiva de direitos em privativa de liberdade.
Art. 51, LEP: Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do Art. 39 desta Lei.
 
Havendo o descumprimento INJUSTIFICADO o juiz não o fará ex officio, vai haver a audiência de justificação (princípio do contraditório e da ampla defesa).
Durante o cumprimento de uma pena restritiva de direitos, caso surja uma nova condenação, sendo anterior a restritiva de direitos, se aplica o art. 44, §5º, CP: sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Já se for durante a restritiva de direitos, há conversão automática, pois o réu não faz jus a restritiva de direitos.
Concurso de crimes
Quando o agente pratica crimes da mesma espécie e em condições de execução semelhantes, os subseqüentes serão continuação do primeiro, sendo aplicada a pena de um só dos crimes, ou a mais grave, se diversas, aumentada de um sexto a dois terços. (Leitura do art.71 do Código Penal Brasileiro. Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Espécies
O concurso de crimes pode ser material ou real, formal ou ideal, e continuado.
As hipóteses de concurso podem ocorrer entre crimes dolosos e culposos, consumados ou tentados, comissivos ou omissivos.[1]
Observação: Não há concurso de crimes:
no crime permanente: o que se prolonga no tempo (Ex.: sequestro).
no crime habitual: reiteração de um só crime (Ex.: exercício ilegal da medicina).
Concurso material ou real
Ocorre quando há duas ou mais condutas (comissivas ou omissivas), que resultam em dois ou mais crimes, idênticos ou não. As penas são somadas de acordo com o sistema da cumulatividade. No Brasil é observado na análise da primeira parte do art. 69 do Código Penal.
O concurso material pode ser:
Homogêneo: os crimes são idênticos (Ex.: roubo em duas datas diferentes).
Heterogêneo: os crimes não idênticos (Ex.: roubo seguido de estupro).
Todavia, a doutrina diverge acerca de uma terceira espécie de concurso material, chamado de concurso material pela homogeneidade heterônoma (aplicados à continência de crimes que apesar de diferentes, carregam um certo grau de igualdade).
Concurso formal ou ideal
Ocorre quando há uma única conduta em uma pluralidade de crimes. Pune somente um crime ou conduta e aumenta a pena isso dá benefício para o réu .
O concurso formal se divide em:
Homogêneo: os crimes são idênticos (Ex.: um disparo com 02 ou várias mortes).
Heterogêneo: os crimes não idênticos (Ex.: um acidentecom uma morte e uma lesão corporal).
Perfeito, Próprio ou Normal: quando há unidade de desígnios em relação aos delitos.
Imperfeito, Impróprio ou Anormal: quando há desígnios autônomos em relação a cada delito (Ex.: duas mortes desejadas com um único disparo). Neste caso, será aplicado a pena como se fosse em Concurso Material (cumulativamente).
O concurso formal é um benefício ao réu,se a pena aplicada for maior do que seria pelo sistema de soma de penas,será utilizado o concurso material benéfico.
Crime continuado 
O crime continuado comum ou genérico está presente no artigo 71 do Código Penal Brasileiro e determina que quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
O tipo específico se dá nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, em até três vezes, onde o agente pode ser preso
No Brasil
O art. 71 do Código Penal Brasileiro define o concurso de crimes.
A jurisprudência no Brasil entende que só há crime continuado quando ocorrido no lapso de trinta dias.a teoria objetiva
Concurso de pessoas
CONCEITO
             O concurso de pessoas (também chamado de concurso de agentes) pode ser definido como a concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de um ilícito penal.
            O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 29, não define especificamente o concurso de pessoas, porém, afirma que “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
           Art. 29. Concurso de pessoas
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Na doutrina, tem-se definido o concurso de agentes como a reunião de duas ou mais pessoas, de forma consciente e voluntária, concorrendo ou colaborando para o cometimento de certa infração penal.
Para a caracterização de um ilícito penal, é necessário, primeiramente, uma conduta humana,  positiva  ou negativa, cometida por uma ou várias pessoas, não sendo todo comportamento do homem um delito, em face do princípio de reserva legal somente os que estão tipificados pela lei penal podem assim ser considerados.
Já os requisitos para a caracterização do concurso de pessoas serão demonstrados a seguir.
TEORIAS
 Quando um crime é cometido por mais uma de uma pessoa, ocorre o concurso de pessoas. Nas palavras do doutrinador Fábio Miranda Mirabete, o concurso pode ser definido como a ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal, havendo uma convergência de vontades visando um fim comum, sendo dispensável um acordo prévio entre as pessoas.
Seguindo essa mesma linha, Guaracy Moreira adiciona mais uma característica ao concurso de pessoas, ao salientar que nem todos praticam a mesma ação num evento criminoso. Há os que praticam o verbo previsto no tipo penal, os coautores, e há os que colaboram para o resultado, os participes.
Discordando de certa parte da doutrina, o mestre Nelson Hungria, adota outra postura quando se trata da questão de haver ou não um acordo prévio entre os agentes. Em sua doutrina ensina que, deve haver um acordo de vontades que o acordo de vontades verse sobre o objetivo crime e sobre os meios de alcança-lo. Enquanto não se fundem em uma só as opiniões dos co-partícipes, ou enquanto não se estabelece entre eles a perfeita unidade de intenção (desígnios) e de planos, não é atingido o summatum opus, ou seja, não é atingida a consumação do concurso de agentes. Contudo, para que se tenha o concurso de pessoas é preciso preencher os seguintes requisitos:
a.    Pluralidade de condutas: é necessária a participação de duas ou mais pessoas, cada uma com a sua conduta delituosa;
b.   Relevância causal de cada uma: a participação deve ser relevante para a concretização do delito;
c.  Liame subjetivo: deve existir um vinculo entre os agentes, um liame subjetivo, ou seja, as condutas devem ser homogêneas: todos devem ter a consciência de que estão colaborando para a realização de um crime; e
d.   Identidade de infração para todos participantes: todos devem responder pelo mesmo crime.
         Quando ao requisito b. relevância causal, é pelo código penal no art. 29, §1º do Código Penal, que deve ser apurado no caso concreto, em que a pena será reduzida de um sexto a um terço. Tratando deste assunto, o mestre Marcelo Fortes Barbosa utiliza como exemplo de participação de menor importância a do motorista que se limitou a levar os latrocidas ao local do crime sem espera-los para dar-lhes fuga. Emprestar um veículo para a prática de furto se nos afigura como uma participação de menor importância.
No Direito Penal Brasileiro, existem duas principais teorias adotadas no concurso de pessoas: a teoria monista e a pluralista.
            Na teoria monista crime é único e indivisível, ainda que tenha sido praticado em concurso de várias pessoas.  Não se distingue entre as várias categorias de pessoas (autor, partícipe, instigador, cúmplice e etc.), sendo todos autores (ou coautores) do crime.
            A crítica para essa teoria, que se baseia no fato de que essa posição dificulta o estabelecimento da “equivalência das condições”, que torna assunto de grande discussão, pois a própria lei estabelece que seja unitário o crime, mas admite causas de agravação e atenuação da pena.
            Na teoria pluralista, a pluralidade de agentes corresponde a um real concurso de ações distintas, tendo como consequência uma multiplicidade de delitos, praticando cada agente um crime próprio, autônomo, independente dos demais.
            A crítica existente para essa teoria baseia-se na ideia de que a participação de cada agente não são autônomas, nem independentes, pois conversem para uma mesma ação de um único resultado derivado de todas as causas diversas.
            A lei penal vigente adota a teoria monista ou unitária. Assim, todos aqueles que concorrem para a produção do crime, devem responder por ele. A teoria comporta algumas exceções, como por exemplo, no caso de aborto consentido, a gestante responde por infração ao art. 124 (consentir que outrem lhe provoque) e quem realizou o aborto pelo crime do art. 126 (provocar aborto com consentimento da gestante), nesses casos é aplicada a teoria pluralista, que admite que cada um dos concorrentes responda pela sua própria conduta, pois cada um pratica um crime próprio, autônomo.
REQUISITOS CARACTERIZADORES
Para que se configure o concurso (eventual) de pessoas é indispensável a existência de requisitos de natureza objetiva e subjetiva, somados a outros que possam complementar e aperfeiçoar a prática criminosa.
É possível extrair, pelo menos quatro requisitos básicos para o concurso de pessoas na prática criminosa, os quais se algum desses inexistentes, não há de se falar em concurso de pessoas. São eles:
1) Pluralidade de agentes e de condutas
Concorrência de mais de uma pessoa na execução de uma infração penal. No concurso de pessoas nem todos os participantes, embora assim o desejem, contribuem com sua ação na infração penal. Alguns praticam o fato material típico, núcleo do tipo; outros praticam atos que, por si sós,configurariam atos atípicos.
Todos os participantes de um evento criminoso não o fazem necessariamente da mesma forma, nas mesmas condições e nem com a mesma importância, mesmo que contribuindo livre e espontaneamente para o seu resultado. Para Esther Ferraz, “enquanto alguns praticam o fato material típico, representado pelo verbo núcleo do tipo, outros se limitam a instigar, a induzir, a auxiliar moral ou materialmente o executor ou executores praticando atos que, em si mesmos, seriam atípicos”. Contudo, como disposto no caput do artigo 29 do Código Penal, a participação de cada um deve se conjugar, para colaboração causal de obtenção resultado criminoso, razão pela qual, todos respondem pelo mesmo crime.
Todavia, é necessária a diferenciação de autor do mero partícipe, até pelo primado maior da culpabilidade, ou seja, da responsabilização das pessoas "na medida de sua culpabilidade", como dispõe o caput do art. 29 do Código Penal. Por autor entende-se aquele que executa com suas próprias mãos todos os elementos do tipo penal, em que poderá ainda utilizar de outra pessoa como instrumento ou aquele que realiza a parte necessária de decisão criminosa para prática criminosa.
Este é o principal requisito para que se caracterize o concurso de pessoas.
2) Relevância causal das condutas
A conduta de típica ou atípica de cada participante deve se integrar em uma corrente causal que determina o resultado. Para configurar participação a conduta precisa ter eficácia causal, provocando, facilitando, estimulando a conduta principal. Portanto, conduta irrelevante para a produção do crime não possui qualquer eficácia causal.
Não satisfaz a multiplicidade de agentes e condutas para que se configure o concurso de agentes, é necessário ainda que o crime se faça por meio de condutas nas quais se possa vislumbrar o nexo de causalidade entre elas e o resultado obtido. Desse modo, cada conduta deve ser relevante para a contribuição objetiva do crime, no encadeamento causal dos eventos. Caso a conduta típica ou atípica de cada participante não seja da corrente causal para determinação do resultado, será ela por si só irrelevante. Obviamente, se conclui que nem todo comportamento vai caracterizar a participação, pois é necessário que haja, no mínimo, estimulação, induzimento ou facilitação para prática criminosa. Nesse sentindo, condutas irrelevantes ou insignificantes para existência do crime serão desprezadas, não constituindo sequer participação criminosa.
3) Vínculo Subjetivo
Para aperfeiçoamento do concurso de pessoas, devem existir vários agentes que contribuam para uma ação comum. Não satisfaz o agente atuar com dolo/culpa. É necessário que haja uma relação subjetiva entre os participantes do crime, pois, do contrário, várias condutas poderão ser isoladas, autônomas e até mesmo desprezíveis. Deve haver, portanto, um vínculo psicológico e normativo entre os diversos autores do crime, de forma a se analisar essas condutas como um todo, e a ser possível a aplicação do art. 29 do Código Penal.
Ensina Cezar Roberto Bittencourt que, todavia, o simples conhecimento da realização de uma infração penal ou mesmo a concordância psicológica caracterizam, no máximo, “conivência”, que não é punível, a título de participação, se não constituir, pelo menos, alguma forma de contribuição causal, ou, então, constituir, por si mesma, uma infração típica.
 “Somente a adesão voluntária, objetiva (nexo causal) e subjetiva (nexo psicológico), à atividade criminosa de outrem, visando à realização do fim comum, cria o vínculo do concurso de pessoas e sujeita os agentes à responsabilidade pelas consequências da ação.” (MIRABETE, Manual, v.1, p.226)
Portanto, deve haver uma participação consciente e voluntária no fato, mas não é indispensável o acordo prévio de vontade para a existência do concurso de pessoas. A adesão tem que ser antes ou durante a execução do crime, nunca posterior. No caso de acordo posterior a execução do crime, esse caracteriza o favorecimento pessoal ou real previsto nos art. 348 e 349 do Código Penal, e não o concurso de pessoas.
Nos crimes dolosos, basta apenas que o agente adira à vontade do outro, em que os participantes deverão atuar com vontade homogênea, no sentido todos visarem a realização do mesmo tipo penal. A existência de vínculo subjetivo não significa a necessidade de ajuste prévio (pactum sceleris) entre os delinquentes. Rogério Greco afirma que se não se conseguir vislumbrar o liame subjetivo entre os agentes do crime doloso, cada um responderá isoladamente por sua conduta.
Já nos delitos culposos há divergência doutrinária. Antigamente, se pesava a possibilidade de concurso de agentes, porém, atualmente tem se admitido, até com certa tranquilidade que alguém possa conscientemente contribuir para a conduta culposa de terceiro. Aqui, deve-se verificar o elemento vontade na realização da conduta, mas não na produção do resultado. Diferentemente do concurso de pessoas no crime doloso, o binômio consciência e vontade não conectam para um objetivo de prática criminosa, mas sim de realizar a conduta culposa pela imprudência, negligência, ou imperícia. Sendo assim, é importantíssimo diferenciar o vínculo subjetivo que existe no concurso de pessoas (crimes dolosos) com o normativo (crimes culposos).
4) Identidade de fato
O quarto e último requisito para se configurar o concurso de pessoas, as infrações praticadas pelos concorrentes sejam únicas – Unidade da Infração Penal. É imprescindível que todos atuem com esforços conjugados a fim do mesmo objetivo criminoso.
Damásio de Jesus considera que se trata de identidade de infração para todos os participantes, não propriamente de um requisito, mas sim de verdadeira consequência jurídica diante das outras condições. Desse modo, não há de se falar em concurso de pessoas se a concorrência entre dois ou mais agentes não se destinar a mesma prática de certa e determinada infração penal.
Deve-se existir, portanto, uma unidade da infração penal, requisito básico para concurso de pessoas e produto lógico-necessário em face do concurso de agentes. Essa infração penal deverá ser ao menos tentada, bem como dispõe o art. 31 do Código Penal, em casos de impunibilidade de ajuste, determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário.
Calculo da pena
A dosimetria (cálculo) da pena é o momento em que o Estado – detentor do direito de punir (jus puniendi) – através do Poder Judiciário, comina ao indivíduo que delinque a sanção que reflete a reprovação estatal do crime cometido.
O Código Penal Brasileiro, em sua parte especial, estabelece a chamada pena em abstrato, que nada mais é do que um limite mínimo e um limite máximo para a pena de um crime (Exemplo: Artigo 121. Matar Alguém: Pena: Reclusão de seis a vinte anos).
A dosimetria da pena se dá somente mediante sentença condenatória.
A dosimetria atende ao sistema trifásico estabelecido no artigo 68 do Código Penal, ou seja, atendendo a três fases:
Fixação da Pena Base;
Análise das circunstâncias atenuantes e agravantes;
Análise das causas de diminuição e de aumento;
A primeira fase consiste na fixação da pena base; Isso se dá pela análise e valoração subjetiva de oito circunstâncias judiciais. São elas:
Culpabilidade (valoração da culpa ou dolo do agente);
Antecedentes criminais ( Análise da vida regressa do indivíduo- se ele já possui uma condenação com trânsito em julgado - Esta análise é feita através da Certidão de antecedentes criminais, emitida pelo juiz; ou pela Folha de antecedentes criminais, emitida pela Polícia civil);
Conduta social (Relacionamento do indivíduo com a família, trabalho e sociedade . Pode –se presumir pela FAC ou pela CAC);
Personalidade do agente (Se o indivíduo possui personalidade voltada para o crime);
Motivos (Motivo mediato);
Circunstâncias do crime (modo pelo qual o crime se deu);
Consequências (além do fato contido na lei);
Comportamento da vítima (Esta nem sempre é valorada, pois na maioria das vezes a vítima não contribui para ocrime).
Nesta análise, quanto maior o número de circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu, mais a pena se afasta do mínimo. O juiz irá estabelecer uma pena base, para que nela se possa atenuar, agravar, aumentar ou diminuir (Próximas etapas da dosimetria).
Na segunda fase da dosimetria se analisa as circunstâncias atenuantes e agravantes. Atenuantes são circunstâncias que sempre atenuam a pena, o artigo 65 do CP elenca as circunstâncias atenuantes (Ex: Artigo 65, I: Ser o agente menor de vinte e um, na data do fato, ou maior de setenta, na data da sentença.).
Agravantes são circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualifiquem o crime. As circunstâncias agravantes são de aplicação obrigatória, e estão previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal. São de aplicação restritiva, não admitindo aplicação por analogia. O legislador não prevê o percentual a ser descontado ou aumentado na pena em função dos agravantes e dos atenuantes.
A terceira fase da dosimetria consiste nas causas especiais de diminuição ou aumento de pena, aplicadas sobre o resultado a que se chegou na segunda fase, estas ora vêm elencadas na parte especial, ora na parte geral.
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 9 Descrição Caso Concreto. João Inácio, 27 anos, mora com seu tio, Franklin Galvão, 63 anos, há exatos três anos. A Residência em que se dá a referida coabitação é situada numa área nobre da cidade do Rio de Janeiro. Em viagem de férias, pelo sul da Bahia, neste último verão, junto com seu referido sobrinho, Franklin Galvão sentiu falta de seu relógio de ouro. Chegando ao Rio de Janeiro, João Inácio, mostrando-se arrependido, confessou a um amigo seu que foi ele quem subtraiu o relógio de seu tio objetivando o vender para comprar drogas, fato este que realmente aconteceu no âmbito de seu passeio pelo sul da Bahia. O amigo de João Inácio, advogado criminalista, sugeriu-lhe contar todo o ocorrido ao seu tio, mostrando seu real arrependimento, até porque se trata de fato penal que desafia ação penal pública condicionada à representação. Considerando o caso acima, indaga-se se assiste razão ao advogado amigo de João Inácio. Responda fundamentadamente. Questões objetivas. 1) Os crimes de Dano (CP, art.163 caput), de Ameaça (CP, art.147) e de Lesão Corporal Leve (CP, art. 129 caput) são, respectivamente, de: a) ação penal pública incondicionada, ação penal de iniciativa privada e ação penal pública condicionada à representação. b) ação penal de iniciativa privada, ação penal pública incondicionada e ação penal pública condicionada à representação. c) ação penal pública condicionada à representação, ação penal de iniciativa privada e ação penal pública incondicionada. d) ação penal de iniciativa privada, ação penal pública condicionada à representação e ação penal pública condicionada à representação. 2) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. Durante o festival de balonismo, na cidade de Torres, Afonso Dias, 52 anos, deslocou-se até a Boate Cristal para festejar a sua classificação no evento. No recinto, conheceu o transformista Maitê, 21 anos, convidando-o para acompanhá-lo na comemoração. Enquanto conversavam, Afonso disfarçadamente colocou uma substância na bebida de Maitê, que o levou a perder os sentidos. Na sequência, conduziu o transformista desmaiado, sem poder oferecer resistência, até seu carro, onde praticou com ele sexo anal. No dia seguinte, Maitê registrou o fato delituoso contra Afonso na Delegacia de Polícia e adotou as medidas necessárias para responsabilizá-lo. No presente caso, o crime praticado pelo agente é o de _______e a ação penal correspondente é ________. (XLVII CONCURSO PARA INGRESSO À CARREIRA MPRS) a) estupro de vulnerável – pública incondicionada b) estupro – pública incondicionada c) violação sexual mediante fraude – pública condicionada à representação d) estupro – pública condicionada à representação e) violação sexual mediante fraude – de iniciativa privada
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 10 Descrição Caso Concreto. Condenado pela prática do crime de furto por 2 anos e 7 meses, JOÃO, que já possui uma condenação pelo crime de lesão corporal culposa, com extinção da pena pelo seu cumprimento há dez anos, vinha cumprindo sua nova pena em regime semi-aberto, quando regrediu de regime pelo cometimento de falta grave. Passado o cumprimento de mais de um terço de sua pena, JOÃO requereu seu livramento condicional ordinário, nos termos do CP, art. 83, I que lhe foi negado sob os seguintes fundamentos: 1) possui maus antecedentes e 2) cometimento de falta grave. Analise, fundamentadamente, as teses defensivas de JOÃO em sede da Vara de Execuções Penais, objetivando a concessão da referida medida penal. Questões Objetivas. 1) No dia 26 de janeiro de 2011, João Porto, 21 anos, ofendeu a integridade corporal de seu vizinho, Jorge Antônio, ao desferir-lhe um soco no olho esquerdo, causando-lhe a perda da visão. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado pelo crime de lesão corporal de natureza grave, art. 129, §1º, inciso III (debilidade permanente de sentido), do CP. A peça vestibular foi recebida no dia 14 de fevereiro de 2011. A ação penal foi julgada procedente, condenando João Porto à pena de um ano de reclusão, dada a sua condição de primário, de bons antecedentes e com circunstâncias judiciais favoráveis. A sentença condenatória foi publicada no dia 29 de março de 2014, que se tornou definitiva para as partes em abril do mesmo ano. Assim, na hipótese apresentada, e com base na pena aplicada, confere-se ao condenado o direito à: a) suspensão condicional do processo. b) suspensão condicional da pena. c) substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos. c) substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. e) extinção da punibilidade pela prescrição. 2) Caio, reincidente em crime de estupro, também é reincidente em crime de roubo. Diante disso, para obter o livramento condicional, de acordo com o disposto no art. 83, do Código Penal, deverá cumprir: a) mais de três quintos da pena do crime hediondo e mais de um terço da pena do crime de roubo. b) mais da metade da pena do crime hediondo e mais de dois terços da pena do crime de roubo. c) integralmente a pena do crime hediondo e mais de dois terços da pena do crime de roubo. d) integralmente a pena do crime hediondo e mais da metade da pena do crime de roubo.
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 11 Descrição Caso concreto. João foi denunciado como incurso no art. 157, § 2º, I, do CP. Instaurado o incidente de insanidade mental, o laudo constata que o réu é portador de doença mental de natureza psicótica, e ao tempo da ação era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Esclarecem os peritos que o réu necessita de medicação antipsicótica, devendo manter-se sob acompanhamento e tratamento psiquiátrico ambulatorial, não havendo necessidade de internação em hospital de custódia e tratamento. A prova produzida demonstra a autoria. Em alegações finais, o Ministério Público requer a absolvição, face a inimputabilidade, com a imposição da medida de segurança de internação, pois o crime praticado é punido com reclusão, a periculosidade é presumida, e o art. 97, do CP, constitui norma cogente. De acordo com os estudos em sala de aula, o que pode ser alegado em defesa de João? (Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - modificada) Questões Objetivas. 1) Quanto às medidas de segurança, é correto afirmar que a) são sujeitas à prescrição, mas não a outr as causas de extinção da pun ibilidade. b) podem ser aplicadas independentem ente da prática pelo agente de ilícito punível. c) podem substituir pena imposta ao agente considerado imputável no momento da condenação, se sobrevier doença mental no curso da execução d) a desinternação será sempre incondicional. e) o juiz, enquanto não superado o prazo mínimo deduração da medida, não poderá ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade. 2) No instituto da medida de segurança a) é vedada a sua conversão no curso do cumprimento de um a pena privativa de liberdade. b) a periculosidade é sempre presumida. c) é inviável a internação do paciente no tratamento ambulatorial. d) é necessária a prática de fato típico e antijurídico para sua imposição.
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 12 Descrição Caso concreto) JOÃO MARIA, pai de ANATÉRCIA, SEMPRÔNEA e CAIO, todos menores impúberes, foi condenado por estupro de vulnerável, afigurando-se como vítima, sua filha ANATÉRCIA. Na sentença condenatória o Juiz o julgou incapaz de exercer o poder familiar. Passado o período legal após o cumprimento da respectiva pena, JOÃO MARIA conseguiu sua reabilitação e dois meses depois está sendo acusado pelo crime de furto simples. Diante da situação narrada, pergunta-se: JOÃO MARIA voltará a exercer o poder familiar sobre seu(s) filho(s) em decorrência da reabilitação a ele concedida? Questões Objetivas 1) À luz do que dispõe o CP acerca da reabilitação, assinale a opção correta. a) Caso o condenado seja reabilitado, terá assegurado o sigilo dos registros sobre o seu processo e a condenação. b) Após o decurso de dois anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, o condenado poderá requerer a reabilitação, não se computando o período de prova da suspensão e o do livramento condicional. c) Caso o reabilitado seja condenado, como reincidente, por decisão definitiva, à pena de multa, o Ministério Público pode requerer a revogação da reabilitação. d) A reabilitação não pode ser revogada de ofício. 2) Assinale a opção correta no que se refere a reabilitação. a) Considere que Marcelo tenha sido condenado por crime de furto qualificado e que tenha sido reabilitado após regular cumprimento da pena e decurso do prazo legal. Considere, ainda, que, após a reabilitação, ele tenha cometido novo crime, nessa vez, de estupro. Nessa situação, o juiz, ao proferir sentença condenatória contra Marcelo pela prática do crime de estupro, não poderá considerá-lo reincidente por causa do furto qualificado anteriormente praticado. b) Para fins de reabilitação, é desnecessária, em caso de crime contra o patrimônio, a análise de ressarcimento do dano causado pelo crime. c) A prescrição da pretensão punitiva do Estado não impede o pedido de reabilitação. d) Sendo o reabilitado condenado exclusivamente a pena de multa, a reabilitação não será revogado
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 13 Descrição Caso concreto PEDRO e CALVINO têm em comum o benefício da extinção da punibilidade em relação as suas pretéritas condenações transitadas em julgado. O primeiro foi beneficiado pela Anistia, enquanto o segundo pelo Indulto. Consultando os processos do Tribunal de Justiça, depreende-se que essas duas pessoas possuem novas condenações, assim observadas: PEDRO foi condenado por Tráfico de Drogas (Lei 11343/2006), enquanto que CALVINO foi condenado por Latrocínio consumado. Diante do caso acima narrado, indaga-se: PEDRO e CALVINO são considerados reincidentes? Resposta justificada. Questões Objetivas 1) Assinale a alternativa correta relativamente às causas de extinção da punibilidade. a) Dentre as causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva, podem ser citadas a decisão de pronúncia e a reincidência. b) Em crimes cujas ações sejam de iniciativa privada ou pública, de competência do Juizado Especial Criminal, a composição civil extingue a punibilidade do autor do fato. c) A prescrição da pena de multa ocorrerá em dois anos, quando a multa for a única cominada ou alternativamente aplicada. d) Prescrição e Anistia são exemplos de causas de extinção da punibilidade que tanto podem recair sobre a pretensão punitiva quanto sobre a pretensão executória. 2) De acordo com o Código Penal, dentre outras, extingue-se a punibilidade nas seguintes situações, exceto: a) anistia, graça ou indulto. b) renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada. c) doença incapacitante irreversível do agente. d) prescrição, decadência ou perempção. e) retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso e pela morte do agente.
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 14 Descrição Caso Concreto JOÃO subtraiu uma bicicleta e por este fato está sendo processado criminalmente pelo crime de Furto Simples (CP, art. 155). Ao final da instrução criminal JOÃO restou condenado à pena de um ano, tendo sua pena privativa de liberdade substituída por uma restritiva de direitos. A defesa recorre pedindo sua absolvição tendo a sentença transitado em julgado para o Ministério Público. Considerando o caso narrado, quanto tempo o Estado possui para publicar o acórdão evitando a prescrição? Esclarecendo, em tese, qual tipo de prescrição. Questões Objetivas 1) Assinale a opção correta no que concerne à prescrição a)Nos crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, a interrupção da prescrição em relação a um deles não se estende aos demais, uma vez que a análise do prazo prescricional deve recair, de forma isolada, sobre cada conduta delitiva. b) As hipóteses que impõem a suspensão do processo a pedido da defesa também obrigam a suspensão do prazo prescricional por tempo indeterminado, uma vez que a ninguém é dado o direito de se prevalecer de sua própria torpeza. c) Caso o apenado seja reincidente, o prazo prescricional deve ser acrescido em um terço, não incidindo esse aumento sobre a pena imposta, mas sobre o prazo prescricional estabelecido conforme os parâmetros previstos abstratamente no CP. d) A prescrição da pena de multa e das restritivas de direito ocorre em dois anos quando forem únicas cominadas ou aplicadas e) De acordo com a jurisprudência pacífica do STJ, nos casos de falta disciplinar de natureza grave, a prescrição ocorre no prazo de cinco anos, a contar da abertura do procedimento administrativo instaurado por ordem do juízo das execuções penais
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 15 Descrição Caso concreto. Reza o CP, art. 114, I que quando a pena de Multa foi a única cominada ou aplicada, o prazo prescricional é de dois anos. No entanto, conforme disposto no inciso II do indigitado artigo, caso a pena de Multa for alternativa ou cumulativa cominada ou cumulativamente aplicada com pena privativa de liberdade, a prescrição da multa ocorrerá no mesmo prazo estabelecido por aquela pena mais grave. ADALBERTO foi condenado a uma pena de um ano pelo crime de furto, que foi substituída por uma restritiva de direitos, pena esta que foi cumulada com uma pena de multa. Passados dois anos da publicação da sentença condenatória recorrível, o Tribunal ainda não decidiu sobre o único recurso que foi interposto pela defesa, que após este lapso temporal sustenta a ocorrência da prescrição, uma vez que a pena de Multa não foi cumulada com uma pena privativa de liberdade, mas com uma pena restritiva de direitos, razão pela qual, o referido prazo prescricional opera-se em dois anos e não em quatro. Pergunta-se: assiste razão à tese defensiva? Questão objetiva A prescrição: a) admite a interrupção, mas não a suspensão do respectivo prazo. b) exclui o dia de início na contagem do prazo. c) é calculada pelo total da pena no caso de concurso de crimes. d) é calculada pelo máximo da pena cominada no caso de prescrição da pretensão executória e) não é interrompida pela sentença absolutória recorrível
DIREITO PENAL II - CCJ0032 Título SEMANA 16 Descrição 1) As medidas de segurança diferem das penas nos seguintes pontos: a) as penas são proporcionais à periculosidade do agente; b) as medidas de segurança e as penas são aplicáveis tanto aos inimputáveis como aos semi-imputáveis; c) as penas têm natureza retributiva-preventiva e as medidas de segurança são preventivas; d) as medidas de segurança ligam-se ao sujeito ativo pelo juízo de culpabilidade; 2) Com relação à aplicação das medidas de segurança aos inimputáveis,o nosso Código Penal adotou o sistema: a) vicariante, aplicando-se somente medida de segurança; b) duplo binário, aplicando-se pena e a medida de segurança ao mesmo tempo; c) duplo binário, aplicando-se primeiro a medida de segurança e, em seguida, a pena; d) vicariante, aplicando-se a pena ou medida de segurança;e) duplo binário, primeiro a pena e depois medida de segurança. 3) A suspensão condicional da pena é providência que evita a prisão de condenados a penas de duração curta, sendo certo que sua concessão depende do atendimento de certos requisitos. Neste tema, o que se entende por sursis humanitário? a)É aquele concedido na execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, podendo ser suspensa por 2 a 4 anos, independentemente da situação pessoal do condenado. b) Entende-se por sursis humanitário aquele que beneficia pessoa com mais de 70 anos de idade, sendo aplicado a penas superiores a 2 anos, não ultrapassando 4 anos, no qual o período de prova é fixado entre 4 e 6 anos. c) É aquele disciplinado no Código Penal, aplicável mesmo que a pena definida seja superior a 2 anos, não superando 4 anos, se razões de saúde do condenado justificarem o benefício. d) É aquele em que o agente é beneficiado com a suspensão condicional da pena em razão de questões humanitárias, tais quais, luto familiar, doenças graves de membros da família etc. 4) O indivíduo de personalidade e conduta social consideradas boas, condenado a pena privativa da liberdade não superior a dois anos e ao qual não seja indicada a mera substituição por qualquer das penas previstas no art. 44, do Código Penal faz jus a: a) Livramento condicional; b) Suspensão condicional do processo; c) Suspensão condicional da execução da pena. d) Penas restritivas de direito. 5) José, beneficiado com livramento condicional, comete novo crime doloso, pelo qual resultou condenado, em razão do que: a) deve ter decretada a extinção da punibilidade da primeira condenação; b) deve cumprir o restante da pena, deduzido o período em que ficou em liberdade; c) deve cumprir a integralidade da primeira pena; d)pode obter novo livramento condicional quanto à primeira pena. 6) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Penal brasileiro (FEPESE - 2013 - DPE-SC): a) O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade inferior dois anos. b) Não será concedido livramento condicional para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. c) Caso o liberado venha a ser condenado durante a vigência do benefício, revoga-se o livramento condicional. d) O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. e) Revogado o livramento, a qualquer momento poderá o juiz da execução conceder novamente o benefício. 7) De acordo com entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça (FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça): a) incabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. b) o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo mínimo da pena cominada. c) inadmissível a determinação de exame criminológico pelas peculiaridades do caso. d) a falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. e) vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena base. 8) Assinale a alternativa correta relativamente ao tratamento dado pela legislação penal brasileira à Medida de Segurança (VUNESP - 2013 - TJ-RJ ? Juiz). a) Enquanto a detentiva é obrigatória para fatos punidos com reclusão, a restritiva pode ser aplicada em caso de fatos punidos com detenção. b) Pode ser aplicada tanto a inimputáveis quanto aos semi-imputáveis, sempre por meio de sentenças absolutórias impróprias. c) Tem como pressuposto a periculosidade, de forma que pode ser aplicada ao inimputável ou semi-imputável que tenha praticado fato típico, mesmo que não antijurídico. d) A desinternação será sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de dois anos, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 9) Sobre imputabilidade penal, analise as assertivas abaixo. ( CETRO - 2012 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros). I. As medidas de segurança de internação ou tratamento ambulatorial serão sempre por tempo determinado. II. Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. III. Ainda quando extinta a punibilidade, impõe-se medida de segurança, se necessária. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. 10) Quanto às medidas de segurança, é correto afirmar que (FCC - 2012 - TJ-GO ? Juiz): a) são sujeitas à prescrição, mas não a outras causas de extinção da punibilidade. b) podem ser aplicadas independentemente da prática pelo agente de ilícito punível. c) podem substituir pena imposta ao agente considerado imputável no momento da condenação, se sobrevier doença mental no curso da execução. d) a desinternação será sempre incondicional. e) o juiz, enquanto não superado o prazo mínimo de duração da medida, não poderá ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade. 11) Constituem causas de extinção da punibilidade relacionadas exclusivamente aos crimes de ação penal privada (FCC - 2013 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho): a) o perdão do ofendido e o perdão judicial. b) a decadência e o perdão do ofendido. c) a renúncia e a perempção. d) a perempção e o perdão judicial. e) a renúncia e a decadência. 12) No tocante às causas de extinção da punibilidade, pode-se dizer que a anistia (FUNCAB - 2013 - PC-ES): a) é individual, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer antes da sentença final. b) é geral ou parcial, opera efeitos ex nunc, pode ocorrer depois da sentença final. c) opera efeitos ex tunc, pode ser condicionada ou incondicionada, geral ou parcial. d) pode ser aplicada aos crimes de tortura. e) atualmente pode ser aplicada aos crimes hediondos.

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