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PROCESSO CIVIL I

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Caso 9
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 
Título Atos processuais. 
Forma, tempo e lugar. Prazos. 
Ato Processual praticado por meio eletrônico. 
Descrição 1a Questão: 
Marcos ajuizou uma ação em face de CRV Ltda., na 1ª Vara Cível de Nova Iguaçu, requerendo uma reparação por danos materiais. No dia 17/08/2016, sexta-feira, foi publicada a sentença que julgou improcedente o pedido de Marcos. O advogado de Marcos tomou conhecimento da decisão e com base no art. 1003, § 5 do CPC, interpôs a Apelação contra a sentença no dia 08/09/2016 (quinta-feira). O Relator da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, ao receber o recurso analisou que o mesmo era intempestivo, pois o prazo final para interpor o recurso seria dia 07/09/2016 (quarta-feira) e por isso não conheceu do recurso. A decisão proferida pelo relator está correta? Fundamente e explique a sua resposta. 
Não, pois dia 07/09/2016 seria feriado nacional, logo o próximo dia útil seria dia 08/09/2016. Publicação.
2a Questão. CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador Acerca da comunicação dos atos processuais e das nulidades, assinale a opção correta: 
a) As intimações devem ser efetuadas, em regra, de ofício. 
b) As cartas de ordem, precatórias e rogatórias devem indicar os juízos de origem e de cumprimento do ato, razão pela qual não podem ser apresentadas a juízo diverso do que dela consta. 
c) presunção de validade das comunicações e intimações dirigidas ao endereço profissional declinado pelo advogado na petição inicial cessará quando houver modificação temporária ou definitiva de endereço, independentemente de comunicação ao juízo. 
d) A citação deverá ser feita prioritariamente pelos Correios, para qualquer comarca do país, ainda que o autor requeira de outra forma. 
e) É nula a citação promovida durante greve de servidores do Poder Judiciário. 
3ª Questão. TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS Adaptado. No que concerne aos atos processuais, os atos do juiz que designam audiência de conciliação, que extinguem o processo sem resolução do mérito e que indeferem a produção de prova pericial são, respectivamente, 
a) decisões interlocutórias, despachos e sentenças. 
b) sentenças, despachos e decisões interlocutórias. 
c) decisões interlocutórias, sentenças e despachos. 
d) despachos, decisões interlocutórias e sentenças. 
e) despachos, sentenças e decisões interlocutórias
Caso 10
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 
Título Comunicação dos atos processuais: Citações e intimações. 
As Cartas. 
Descrição 1a Questão. 40º Exame de Ordem- 2ª Fase Adaptado. 
Tadeu propôs ação reivindicatória contra Breno e requereu, na petição inicial, que a citação fosse realizada por oficial de justiça. Breno, tempestivamente, ofereceu contestação, requerendo que fosse reconhecida a nulidade da citação, sob o argumento de que não fora ele mesmo quem recebera o mandado, mas seu primo. Apresentou, também, sua defesa de mérito. O juiz acolheu a alegação de nulidade na citação, sob o fundamento de que o réu deve ser citado pessoalmente. Considerando essa situação hipotética, apresente os fundamentos jurídicos necessários para demonstrar o(s) equívoco(s) cometido(s) pelo juiz. 
Na hipótese apresentada, deve-se mostrar que o juiz se equivocou ao declarar nula a citação. Em consonância com o § 1.º do art. 239 do Novo Código de Processo Civil, o comparecimento espontâneo supre a falta de citação. Na hipótese, mesmo não tendo sido citado pessoalmente, Breno compareceu ao processo e apresentou, tempestivamente, sua contestação. Não houve, portanto, prejuízo que justificasse a declaração de nulidade. 
2a Questão. Objetiva. Assinale a alternativa INCORRETA em relação aos efeitos da citação válida: 
a) induzir litispendência 
b) faz cessar os efeitos da revelia. 
c) faz litigiosa a coisa 
d) constituir em mora o devedor 
3a Questão. Objetiva. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: 
I) de quem estiver participando de ato de culto religioso. 
II) de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 10 (dez) dias seguintes. 
III) de noivos, nos 7 (sete) primeiros dias seguintes ao casamento. 
IV de doente, enquanto hospitalizado. 
A – somente a resposta I está correta 
B- somente a resposta II está correta 
C- somente a reposta III está correta
D- somente a repostas IV está correta 
E- as respostas I, II, III e IV estão corretas
Caso 11
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 
Título Teoria dos Vícios dos atos processuais. Inexistência. Nulidade absoluta. Nulidade Relativa. Irregula 
Descrição 1ª Questão. 
Mario propôs ação em face da Fazenda Pública sendo essencial a intervenção do membro do Ministério Público, que não foi intimado a intervir no processo. Indaga-se: Como deverá agir o juiz neste caso? 
Conforme consagrado no artigo 279, caput do NCPC, é nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. 
O § 1 o do citado artigo enuncia que se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. § 1 o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. § 2 o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
2ª Questão Objetiva. 
As citações e intimações serão consideradas nulas quando: 
a) Feitas sem observância das prescrições legais. 
b) Feitas dentro da observância das prescrições legais. 
c) Feitas por edital quando desconhecido ou incerto o citado. 
d) Feitas por edital quando ignorado o lugar em que se encontrar o citado. 
3ª Questão Objetiva. 
Sobre a nulidade absoluta é correto afirmar: 
a) Durante o trâmite do processo, o vício apto a gerar uma nulidade absoluta é atingido pela preclusão, não podendo a qualquer tempo ser declarado. 
b) Ela diz respeito às situações em que a forma do ato processual busca preservar os interesse das partes. 
c) Só poderá ser conhecida quando a parte interessada, que não tenha dado causa ao vício, na primeira vez que tenha oportunidade de se manifestar nos autos, assim o faça. 
d) Ela diz respeito às situações em que a forma do ato processual busca preservar algo superior ao interesse das partes, isto é, busca preservar interesses de ordem pública.
Caso 15
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 
Título Causas de suspensão e extinção do processo. 
Descrição 1ª Questão. 
Roberto propôs ação de anulação de negócio jurídico em face de Mauro. O juiz reconheceu a alegação de decurso do prazo prescricional suscitada pelo réu no processo. Qual foi o ato processual praticado pelo Juiz? Trata-se de hipótese de extinção do processo? Se afirmativo essa extinção seria com ou sem resolução do mérito? Justifique a sua resposta.
O ato praticado pelo juiz trata-se de sentença. Sim. No caso em análise uma sentença de extinção do processo com resolução do mérito, por ter ocorrido a prescrição, artigo 487, inciso II do NCPC. 
2ª Questão. Objetiva. TJ/RJ. Execução de Mandados 2014 41 Vitor Santos ajuizou ação de investigação de paternidade em face de Julio Lima, alegando que este é seu pai. Ao término da fase probatória da instrução, restou cabalmente demonstrado que Julio Lima não é pai de Vitor Santos. Nessa situação, o juiz deve proferir sentença encerrando o procedimento: 
a) sem resolução do mérito, por ilegitimidade passiva; 
b) sem resolução do mérito, por ilegitimidade ativa; 
c) sem resolução do mérito, por ilegitimidade em ambos os polos do processo; 
d) com resolução do mérito, por improcedênciado pedido; 
e) com resolução do mérito, por perda do objeto. 
3ª Questão. Objetiva. 40° Exame da Ordem 1° Fase. 
Assinale a opção correta no que se refere à extinção do processo. 
I - A desistência da ação bem como a renúncia do direito acarretam a extinção do processo sem julgamento de mérito. 
II- A existência de coisa julgada anterior acarreta a extinção do processo com julgamento de mérito. 
III- A extinção do processo sem julgamento de mérito acarreta a coisa julgada formal. 
IV - Havendo o reconhecimento da prescrição, o processo é extinto sem julgamento de mérito. 
A – somente a resposta I está correta 
B- somente a resposta II está correta 
C- somente a reposta III está correta 
D- somente a reposta IV está correta 
E- as respostas I, II,III e IV estão corretas
Competência jurídica
No âmbito jurídico, a competência expressa a responsabilidade e legitimidade de um órgão judicial (como um juiz, por exemplo) de exercer a sua jurisdição. Assim, a competência fixa os limites dentro dos quais esse órgão judicial pode atuar.
Para diferentes áreas, existem elementos com a competência jurisdicional ou jurídica que são capazes de atuar. Só pode exigir uma determinada ação quem tem competência jurídica para isso. Por exemplo: só um órgão com competência pode exigir que um vídeo seja retirado do Youtube.
Competência absoluta e relativa
Ainda na esfera jurídica, existe a competência absoluta e jurídica. A competência absoluta é aquela que é estabelecida de acordo com o critério funcional, em razão da pessoa ou da matéria. Já a competência relativa, é fixada em função do território ou em razão do valor da causa.
Critérios para determinar a competência:
- Territorial: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no CPC.
- Material: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Exemplo: causa de família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s dos estados federativos.
- Valor da causa: Poderá ser um critério de determinação de competência, é um dos motivos da obrigatoriedade do valor da causa na inicial. Encontra-se nas LOJ’s.
- Funcional ou hierárquico: Gerará a competência originária. Em razão da função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo. Encontra-se na Constituição Federal para a competência do STJ e STF e para os Tribunais de Justiça encontra-se nas LOJ’s.
As competências territoriais e em relação ao valor da causa são de competência relativa e as competências material e funcional são de competência absoluta.
A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a competência absoluta não pode.
Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o julgamento, competência absoluta não preclui, pois é matéria de ordem pública.
Alguns conceitos importantes:
- Prescrição é a perda do direito de ir ao judiciário, por causa da inércia.
- Decadência é a perda do direito material.
- Perempção é quando o autor deu causa à três sentenças por abandono. O autor tinha que praticar um ato por até 30 dias e não o fez.
- Preclusão é a perda do direito de praticar um ato processual.
Preclusão pode ser:
- Temporal: tem haver com o prazo.
- Consumativa: Já praticou o ato. As Exceções são: A modificação da petição inicial sem autorização do réu até o saneamento (art. 264, CPC) e o aditamento após a citação do réu (art. 294, CPC).
“Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.”
“Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”.
- Lógica: Não pode praticar o ato pois já praticou um ato incompatível.
- Pro-Judicato: Para o julgador, não pode julgar duas vezes a mesma matéria.
A competência relativa preclui, há a prorrogação se não for argüida no prazo. Deve ser alegada na Exceção de competência e a absoluta em preliminar de contestação, essa porém pode ser dada de ofício. Na relativa há uma possibilidade de declaração de incompetência de ofício que é nos casos de foro de eleição nos contratos de adesão.
A competência relativa é de ordem privada.
Se o réu alegar incompetência após a preeliminar de contestação, o réu vai pagar as custas do processo em razão da demora, MESMO QUE GANHE A CAUSA.
Critérios objetivos
Competência em razão da pessoa (partes); a fixação da competência tendo em conta as partes envolvidas (ratione personae) pode ensejar a determinação da competência originaria dos tribunais, para ações em que a Fazenda Pública for parte etc;
Competência em razão da matéria (ratione materiae) - causa de pedir; considera-se, ao fixar a competência, a natureza da relação jurídica controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá ensejo, por exemplo: para conhecer de uma ação de separação, será competente um dos juizes das Varas da Família e Sucessões, quando os houver na Comarca;
Competência em razão do valor da causa (pedido); muito menos usado, serve para delimitar, entre outras hipóteses, competência de varas distritais, ou, quando houver organizado, dos Tribunais de Alçada.
Critério Territorial
Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas circunscrições territoriais, estabelecidas na Constituição federal e/ou Estadual e nas Leis. Destarte, os juizes estaduais são competentes para dizer o direito nas suas Comarcas, e os juizes federais, por sua vez, nos limites da sua Seção Judiciária. Já os Tribunais Estaduais são competentes para exercer a jurisdição dentro do seu estado, os Tribunais Regionais Federais, nos limites da sua região. O STF e o STJ podem dizer o direito em todo o território nacional.
Sob o ângulo da parte, a competência territorial é em princípio determinada pelo domicilio do réu, para as ações fundadas em direito pessoal e as ações fundadas em direito real sobre bens móveis. (art. 94, CPC). Se o réu tiver domicílios múltiplos, poderá ser demandado em qualquer deles (§ 1º); se incerto ou desconhecido, será demandado no local em que for encontrado, ou no foro de domicílio do autor (§ 2º), facultando-se ao autor ajuizar a ação no foro de seu domicílio, se o réu não residir no Brasil e se o próprio autor também não tiver residência no País (§ 3º). Será ainda no foro de domicílio de qualquer dos réus no caso de litisconsórcio passivo (§ 4º).
Além dessas regras, existem outras, seja no CPC, seja em leis extravagantes, que estabelecem regras específicas para certas ações, por exemplo: I – ação de inventário, competente o foro do ultimo domicilio do autor da herança (art. 96, CPC; art. 1.785, CC/02); II – ação declaratória de ausência, competente o foro do ultimo domicílio do ausente (art. 97, CPC); III – ação de separação, divórcio, conversão de separação em divórcio e anulação de casamento, competente o foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC); IV – ação de alimentos, competente o foro do domicílio do alimentado, isto é, aquele que pede os alimentos (art. 100, IICPC); V – ação de cobrança, competente o foro do lugar onde a obrigação deveria ter sido satisfeita (art. 100, IV, d, CPC); VI – ação de despejo, competente o foro da situação do imóvel (art. 58, II, Lei nº 8.245/91); VII – ação de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços, competente o foro domicílio do autor (art. 101, Lei nº 8.078/90-CDC); VIII – ação de adoção, competente o foro do domicílio dos pais ou responsáveis (art. 146, Lei nº 8.069/90 ECA); IX – ações movidas no Juizado Especial Cível, competente o foro do domicílio do autor (art. 4º, Lei nº 9.099/95 JEC).
Critério Funcional
Enquanto nos outros critérios busca-se estabelecer o juiz competente para conhecer de determinada causa, no critério funcional reparte-se a atividade jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo processo.
Como o procedimento se desenvolve emdiversas fases, pode haver necessidade de determinados atos se realizarem perante órgãos diversos; é o caso da carta precatória para citação ou intimação e oitiva de testemunha que esteja domiciliada em comarca diversa daquela em que tramita o processo, para a realização de penhora de bem situado em comarca diversa.
Essa competência é alterada também de acordo com o grau de jurisdição. Normalmente se desloca a competência para um órgão de segundo grau, um tribunal, para reapreciar processo decidido em primeira instancia por meio de recurso.
Classificação de Competência
A competência classifica-se em:
Competência do foro (territorial) e competência do juízo
Foro é o local onde o juiz exerce as suas funções; é a unidade territorial a qual se exerce o poder jurisdicional. No mesmo local, segundo as leis de organização judiciária podem funcionar vários juizes com atribuições iguais ou diversas.
De tal modo, para uma mesma causa, constata-se primeiro qual o foro competente, para depois averiguar o juízo, que em primeiro grau de jurisdição, corresponde às varas, o cartório, a unidade administrativa.
Nas Justiças dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que se chama comarca; na Justiça Federal é a subseção judiciária. O foro do Tribunal de Justiça de um estado é todo o Estado; o dos Tribunais Regionais Federais é a sua região, definida em lei (art. 107, par. Único, CF); o do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de todos os demais tribunais superiores é todo o território nacional (CF, art. 92, parágrafo único). Portanto, competência de foro, é sinônimo de competência territorial, e Juízo de órgão judiciário. A competência do juízo é matéria pertinente às leis de organização judiciária; já a de foro é regulada pelo CPC.
Competência originária e derivada:
A competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo monocrático, o que é a regra, como ao tribunal, em algumas situações, como por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança contra ato judicial. Enquanto que a competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal, mas há casos em que o próprio magistrado de primeira instancia possui competência recursal, por exemplo, nos casos dos embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da lei de Execução Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença.
Incompetência relativa x Incompetência absoluta
As regras de competência submetem-se a regimes jurídicos diversos, conforme se trate de regra fixada para atender somente ao interesse público, denominada de regra de incompetência absoluta, e para atender predominantemente ao interesse particular, a regra de incompetência relativa.
A incompetência é defeito processual que, em regra, não leva à extinção o processo, mesmo tratando-se de incompetência absoluta, salvo nas excepcionais hipóteses do inciso III do art. 51 da Lei n.9.099/95 (juizados Especiais Cíveis), da incompetência internacional (arts. 88-89 do CPC) e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
A incompetência quando absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, em sede de preliminar à contestação, e, quando relativa, mediante exceção. Se absoluta, o juiz poderá reconhecê-la de ofício (CPC, art. 113), independentemente da alegação da parte, remetem-se os autos ao juiz competente e reputam-se nulos os atos decisórios já praticados, e, se relativa (CPC, art. 112), somente se acolher a exceção de incompetência, remeterá o juiz o processo para o juízo competente para apreciar a questão, que terá duas opções: reconhecer sua competência ou divergir, declarando-se igualmente incompetente, suscitando o conflito de competência (CPC, art. 115, II), e não se anulam os atos decisórios já praticados.
Na incompetência absoluta, responderá integralmente pelas custas, a parte que deixar de alegar na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos responderá integralmente pelas custas, na relativa, o juiz não pode reconhecê-la de ofício (Sumula 33 do STJ).
Modificação de Competência
Legal: Conexão continência, imperativo constituicional e o juízo universal.
Conexão: Art. 103, CPC. Quando houver duas ações com mesmo pedido e causa de pedir.
“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir.”
Continência: Art. 104, CPC. As mesmas partes e mesma causa de pedir e o pedido de um tem que ser maior que o do outro.
“Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.”
Imperativo Constitucional: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no processo a competência é da justiça federal.
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”
Juízo universal: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para julgar todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara que julga a falência vira um polo de atração dos demais processos da empresa falida.
Voluntária: Divide-se em:
Expressa: É o foro de eleição. É a circurnscrição geográfica escolhida pelas partes. Escolhe apenas o território, não pode escolher a vara e nem o juíz.
Tácita: Tinha incompetência relativa e essa não fora alegada pelo réu acarretando assim a prorrogação.
Na conexão e na continência pode haver união dos processos, e quando há um conflito de competência art. 115, CPC) o Tribunal de Justiça decide.
“Art. 115. Há conflito de competência:
I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;
II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;
III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.”
Mais detalhes da conexão e a continência
A regra geral é a da perpetuatio jurisdictionis (CPC, art. 87), que veda a alteração de competência no curso da ação, sendo ela fixada no momento da propositura.
Não obstante a regra geral, o CPC, permite a modificação da competência após a propositura da ação nos casos de “conexão” ou “continência” (art. 102, CPC). Assim, segundo o art. 103 do CPC, reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto, ou seja, o pedido, por exemplo, nas ações entre as mesmas partes pedindo revisão do valor da pensão alimentícia, e a causa de pedir, isto é, o fato jurídico que dá arrimo ao pedido, como nas ações com fundamento no mesmo contrato ou no mesmo fato, um acidente, por exemplo. A continência, que é uma espécie de conexão, segundo o art. 104 do CPC dá-se entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras, como por exemplo nas ações entre as mesmas pessoas, relativas a um contrato de mútuo, sendo que em uma delas cobra-se uma prestação; na outra, cobra-se todo o valor do mútuo.
Observação importante:
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio pelo juiz (compete ao réu levantar a questão, através de peça em separado, chamada exceção de incompetência), salvo, segundo o parágrafo único do art. 112 do CPC, acrescentado pela Lei nº 11.280, de fevereiro de 2006, nos casos que envolvam litígios que tenham arrimo em contratos de adesão, vez que neste caso é licito ao juiz ex officio reconhecer a nulidade da cláusula de eleição de foro e declinar de sua competência para o juízo de domicilio do réu.
Conflito de competência
A questão da competência ou incompetência também pode ser levantada por um outro procedimento próprio, denominado conflito decompetência, regulado nos arts. 115 a 124 do CPC. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz (art. 116), e é decido pelo tribunal que designa qual juiz é o competente para decidir o conflito, pronunciando-se sobre a validade dos atos praticados pelo incompetente (art. 122).
Instaura-se mediante petição dirigida ao presidente do tribunal, instruída com os documentos que comprovem o conflito, ouvindo o relator, com a distribuição, os juízes em conflito. Sobrestará o processo, caso o conflito seja positivo; se o conflito for negativo, o sobrestamento não será necessário, pois não haverá juízo praticando atos processuais. Deverá ainda o relator designar um juiz para solucionar as questões urgentes.
Assim, há conflito de competência quando dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) e também no caso de controvérsia sobre reunião ou separação de processos (CPC, art. 115, I, II e III).
O conflito entre autoridade judiciária e autoridade administrativa, ou só entre autoridades administrativas, chama-se conflito de atribuições e não conflito de competência.
“Prazo processual é o período em que o ato processual deve ser praticado”.[3]
Os prazos podem ser comuns, quando fluem para ambas as partes, ou, a apenas uma das partes.
–         Prazos legais são os determinados por lei. Ex: prazo para recorrer de 8 dias.
–         Prazos judiciais são os determinados pelo juiz. Ex: manifestação sobre a perícia, em dez dias;
–         Prazos convencionais são os que decorrem da convenção das partes. Ex: as partes podem pedir a suspensão do processo por um determinado prazo.
– Os funcionários têm 48 horas para remeter cópia da petição inicial ao reclamado (art. 841 da CLT) e para juntar o termo de audiência aos autos (art. 851, § 1º da CLT).
– O chefe da secretaria e demais funcionários sujeitam-se a prazos para prática dos atos que lhes incumbem, podendo sofrer penas pelo retardamento.
– O juiz terá o prazo de 2 dias para praticar os despachos de expediente (art. 189 do CPC);
– As decisões interlocutórias serão proferidas em 10 dias (art. 189, II, do CPC);
– A sentença não obedece o prazo de 10 dias, mas deverá ser juntada aos autos em 48 horas contados do julgamento, (Art. 851, § 2º da CLT), caso contrário as partes serão notificadas da sentença.
– O descumprimento dos prazos pelo juiz importará nas penalidades estabelecidas no art. 658, d, da CLT.
– Inexistindo prazo processual estabelecido em lei, regra gera, é de cinco dias (art. 185 do CPC)
– A critério do juiz é possível dilatar os prazos (arts. 177 e 187 do CPC).
– No recesso forense não são praticados quaisquer atos processuais, porém, os atos como: arresto, seqüestro, penhora, arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, os embargos de terceiro, poderão ser praticados.[4]
4.3 Contagem do prazo: “Os prazos processuais são contínuos e irreleváveis, correndo ininterruptamente.” Como anteriormente visto, é possível ser prorrogado pelo Juiz.
– Os prazos serão contados a partir da data em que for feita pessoalmente a intimação, ou recebida a notificação, ou da data em que for publicado o edital, ou daquela em que for afixada na sede da Vara, Juízo ou Tribunal, salvo se houver determinação em sentido contrário (art, 774 da CLT).
– Peculiaridade, no processo do trabalho, a citação/notificação não precisa ser pessoal. (art. 774 e 769 da CLT).
– Alguns autores entendem que, quando a comunicação dos atos processuais for feita por mandado, o prazo, contar-se-ia a partir da juntada do mandado aos autos (conforme estabelece o CPC), porém, o art. 774 da CLT declara que os prazos são contados a partir da data em que for feita pessoalmente ou recebida a notificação, portanto, no momento da ciência.[5]
O Enunciado 16 do TST prevê a presunção de que a parte receberá a notificação em 48 horas, após expedida. Na prática tem sido raro o correio não devolver a comunicação postal, ou devolvê-la com atraso, após 48 horas, salvo na existência de greve, pois o correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor (art. 774, parágrafo único da CLT).
Ex: se a notificação postal fosse expedida no dia 10/05.2002 (sexta-feira), presume-se o seu recebimento 48 h depois (na prática contam-se 2 dias úteis), ou seja, no dia 14/05/2002 (terça-feira). A contagem do prazo inicia-se no dia 15/05/2002 (quarta-feira).[6]
Não devemos confundir a contagem em que é recebida a comunicação processual, com a data do início do prazo processual. O prazo estabelecido no artigo 775 da CLT , dispõe: a contagem do prazo é feita com a exclusão do dia do início e inclusão do dia do vencimento.
4.3.1. O recesso na justiça do trabalho ocorre entre o dia 20 de dezembro e 6 de janeiro de cada ano.[7]
Martins entende que, tendo em vista o caput e o inciso I, do artigo 62, da Lei 5.010, que se refere a Justiça Federal, considera o recesso como feriado, e não como férias, assim não interrompe o prazo, fluindo durante o recesso.[8]
Vejamos alguns posicionamentos:
“ […] Na verdade, não resta dúvida sobre a plena caracterização do recesso forense,
compreendido entre 20 de dezembro de um ano e o dia 6 de janeiro do ano superveniente, como
verdadeiro “feriado” para a Justiça Federal, sendo certo que a interpretação dada pelo aludido Regimento Interno, ao confundi-lo com “férias”, não pode se sobrepor às próprias leis supratranscritas, as quais são hierarquicamente superiores. Conseqüentemente, ao presente caso deve ser aplicado o dispositivo constante no art. 178 do CPC, tendo em vista que o mesmo é bastante claro ao fixar: “O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados”, até porque a suspensão do curso do prazo somente ocorrerá diante das férias, segundo expressa o dispositivo legal anteriormente transcrito.
Comunicação dos Atos – Citação
No tocante à citação, o art. 238, praticamente repete o art. 213 do CPC/73, ao afirmar que é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.  Melhor que se mantivesse a redação anterior, apenas acrescentando também o executado, ou seja: “citação é o ato  pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.”, eis que, conforme sabido, não há que se falar em relação processual, a implicar quebra do princípio isonômico.  Relação jurídica implica em sujeição de um em relação ao outro, o que não é correto.
 
Pelo art. 239, para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou da improcedência liminar do pedido. É por tal razão que o art. 241 determina que, transitada em julgado a sentença de mérito, proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.  
 
Porém e pelo § 1º, do art. 239, o comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. Pelo § 2º, rejeitada a alegação de nulidade, tratando de processo de conhecimento, o réu será considerado revel e se for de execução, o feito terá seguimento. Evidentemente que o réu é considerado revel, no processo de conhecimento, se apenas requereu a nulidade da citação. 
 
O art. 240 afirma que a citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto no art. 397 (o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor) e art. 398 (nas obrigações provenientes de ato Ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou), ambos do Código Civil.
 
Pelo § 1º, do art. 240, a interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositurada ação. E, pelo § 2º, deste mesmo artigo, incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º.  Entretanto e pelo § 3º, ainda do art. 240, a parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
 
Pelo § 4º, do art. 240, o efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais prazos extintos previstos em lei.
 
Pelo art. 242, a citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.  E, pelo § 1º, na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por ele praticados.  Pelo § 2º, o locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
 
O § 3º do art. 242 esclarece que a citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
 
Portanto, também sem grandes novidades este artigo, se comparado com seu correspondente no CPC/73, ou seja, art. 215. E também sem maiores novidades o art. 243 e 244, se comparados com o art. 216 e 217 do CPC/73.
 
Assim e pelo art. 243, a citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontrar o réu, o executado ou o interessado. E, pelo parágrafo único, o militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado. E, pelo art. 244, não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, de quem estiver participando de ato de culto religioso; de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; de noivos, nos 3 (três) dias seguintes ao casamento; de doente, enquanto grave o seu estado.
 
O art. 245 melhorou a redação do seu correspondente no CPC/73, o art. 218, ao determinar que não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. Para tanto e pelo § 1º, o oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência e, pelo § 2º, para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias. Entretanto e pelo § 3º, dispensada é a nomeação do médico se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste. E, pelo § 4º, reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa. O § 5º determina que, neste caso, a citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
 
O art. 246 permite que a citação seja realizada pelo correio; por oficial de justiça; pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; por edital; por meio eletrônico, conforme regulado em lei.  E, pelo § 1º, com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.  E, pelo § 2º, tal regra também se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta.
 
O § 3º do art. 246 esclarece que, na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
 
A regra é a citação pelo correio, considerando o disposto n o art. 247, exceto nas ações de estado (inciso I, do art. 247), observado o disposto no art. 695, § 3º, ou seja, nas ações de família e não sendo caso de análise de requerimento de tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu, pessoalmente, para comparecer à audiência de mediação e conciliação, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, através de oficial de justiça, sem a cópia da petição inicial.
 
Também e pelos demais incisos do art. 247, não será realizada a citação pelo correio  quando o citando for incapaz ou quando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência ou, ainda, se o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.  Pelo art. 222, do CPC/73, o autor poderia dispensar a citação pelo correio, sem necessidade de justificação. Agora, para dispensar a regra, ou seja, a citação pelo correio, o autor deverá justificar o motivo e, por conseguinte, o juiz poderá manter a citação pelo correio, se a justificativa do autor não for suficientemente motivada. 
 
No tocante ainda à citação pelo correio, o § 4º do art. 248 introduziu novidade, ao deixar expresso que, nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente. Assim, facilitada foi a citação nestes locais. 
 
A citação pelo oficial de justiça, pelo art. 249, será feita nas hipóteses previstas no Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.  O art. 250, no inciso IV,  esclarece que deverá constar do mandado, se for o caso,  a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento, bem como a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória.
1.0 CONCEITO DE NULIDADE
É a sanção aplicável ao processo, ou ao ato processual, realizado com inobservância da forma devida, ou em forma proibida pela lei processual. É um defeito.
2.0 NATUREZA JURÍDICA
Para uns é vício ou defeito, ou seja, uma falha, uma imperfeição que pode tornar ineficaz o processo, no todo ou em parte. Para outros a nulidade é uma sanção, importando em que o ato irregular declarado nulo se considera em si e para todos os efeitos como não realizado.
Há, porém, na nulidade, os dois aspectos: um para indicar o motivo que torna o ato imperfeito, outro para exprimir a conseqüência que deriva da imperfeição jurídica do ato ou sua inviabilidade jurídica. A nulidade, portanto, é sob um aspecto, vício e, sob outro, sanção.
Os motivos para a existência das nulidades advêm da necessidade de que a marcha processual transcorra em consonância com as formalidades exigidas para os atos processuais, já que elas exprimem garantias às partes de um processo apto e regular para alcançar seu desiderato supremo que é trazer a lume a verdade substancial.
3.0 NULIDADE RELATIVA E ABSOLUTA
3.1 Nulidade relativa
Viola exigência estabelecida pelo ordenamento legal (infraconstitucional), estabelecida no interesse predominante das partes. A formalidade é essencial ao ato, pois visa resguardar interesse de um dos integrantes da relação processual, não tendo um fim em si mesma. Por esta razão, seu desatendimento é capaz de gerar prejuízo, dependendo do caso concreto. O interesse, no entanto, é muito mais da parte do que de ordem pública, e, por isso, a invalidação do ato fica condicionada à demonstração do efetivo prejuízo e à argüição do vício no momento processual oportuno.
São estas, portanto, suas características básicas:
formalidade estabelecidaem ordenamento infraconstitucional;
finalidade de resguardar um direito da parte;
interesse predominante das partes;
possibilidade de ocorrência das partes;
necessidade de provar a ocorrência do efetivo prejuízo, já que este pode ou não ocorrer;
necessidade de argüição oportuno tempore, sob pena de preclusão;
necessidade de pronunciamento judicial para o reconhecimento desta
espécie de eiva.
(trecho retirado da obra de Fernando Capez, p. 604)
As hipóteses de nulidades relativas são as seguintes:
1) em regra, verificam-se nas “nulidades não-cominadas” violadoras de norma protetiva de interesse da parte (ou seja, a lei estabelece a forma no interesse da parte, mas não prescreve a nulidade para sua inobservância). Por exemplo: não notificação da expedição da carta precatória instrutória, para oitiva de testemunhas em outra comarca (nulidade não-cominada, violadora de norma protetiva de interesse da parte).
Obs: Quanto a este exemplo, o Superior Tribunal de Justiça, conforme sua Súmula 273, entende que, “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna- se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”.
2) nos casos de “nulidades cominadas” com previsão de sanação. Em geral, estão sujeitas às impeditivas e sanatórias. Por exemplo: hipóteses do art. 572 do CPP (nulidades cominadas com previsão de sanação).
(trecho retirado da obra de Denilson Feitoza Pacheco, p. 1194)
3.2 Nulidade absoluta
Nesse caso, a formalidade violada não está estabelecida simplesmente em lei, havendo ofensa direta ao Texto Constitucional, mais precisamente aos princípios constitucionais do devido processo legal (ampla defesa, contraditório, publicidade, motivação das decisões judiciais, juiz natural etc).
As exigências são estabelecidas muito mais no interesse da ordem pública do que propriamente no das partes, e, por esta razão, o prejuízo é presumido e sempre ocorre.
A nulidade absoluta também prescinde de alegação por parte dos litigantes e jamais preclui, podendo ser reconhecida ex officio pelo juiz, em qualquer fase do processo. São nulidades insanáveis, que jamais precluem. A única exceção é a Súmula 160 do STF, que proíbe o Tribunal de reconhecer ex officio nulidades, absolutas ou relativas, em prejuízo do réu.
Para ser reconhecida, a nulidade absoluta exige um pronunciamento judicial, sem o qual o ato produzirá seus efeitos.
Suas características:
Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz – vício atinge um interesse público.
há ofensa direta a princípio constitucional do processo;
a regra violada visa garantir interesse de ordem pública, e não mero interesse das partes;
o prejuízo é presumido e não precisa ser demonstrado;
não ocorre preclusão; o vício jamais se convalida, sendo desnecessário argüir a nulidade no primeiro momento processual; o juiz poderá reconhecê-la ex officio a qualquer momento do processo;
depende de pronunciamento judicial para ser reconhecida. (trecho retirado da obra de Fernando Capez, p. 605)
As hipóteses de nulidade absoluta são as seguintes:
1) em regra, verificam-se nas ‘nulidades cominadas’ (ou seja, a própria lei prescreve a nulidade) sem previsão de sanação. Por exemplo: hipóteses do art. 564 do CPP não mencionadas no art. 572 do CPP (nulidades cominadas sem previsão de sanação);
2) também podem ocorrer por violação de modelo legal, mesmo sem previsão de nulidade, quando a norma que institui o modelo o fez para proteção de interesse de ordem pública. Por exemplo: impedimento do juiz (nulidade não-cominada, mas violadora de interesse de ordem pública);
3) também ocorrem quando há violação de normas constitucionais, mesmo sem previsão de nulidade, como é o caso de violação de princípios e regras constitucionais. Por exemplo: violação do princípio constitucional do contraditório e violação do princípio da fundamentação das decisões judiciais (nulidade não- cominada, mas violadora de norma constitucional).
(trecho retirado da obra de Denilson Feitoza Pacheco, p. 1193)
Extinção do processo sem julgamento do mérito no Novo CPC –  Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
As hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito no Novo CPC estão previstas no artigo 485, I a X.
Os casos elencados no referido artigo tratam-se de decisões terminativas, uma vez que estão entabulados no artigo 203, § 1º do Novo CPC, que enuncia o conceito de sentença. Por isso, o recurso cabível para atacar a decisão é o de apelação, conforme dispõe o caput do artigo 1.009.
Veja mais em Execução de Alimentos no Novo CPC.
Leia também Vinculação dos Precedentes no Novo CPC.
Assim, estando presente uma destas hipóteses no caso concreto, o juiz extinguirá o processo sem apreciar o mérito, significando que não houve acolhimento ou rejeição do pedido do autor, podendo este intentar novamente a propositura da ação por autorização expressa do caput do artigo 486 do Novo CPC.
Feito tais considerações passemos para a análise do rol de casos que extingue o processo sem apreciação do mérito:
I- Indeferimento da petição inicial.
Segundo o artigo 330 do Novo CPC a petição inicial será indeferida por inépcia, ilegitimidade da parte, carência de interesse processual, ausência de endereço e do número de inscrição do advogado, não preenchimento dos requisitos da petição inicial e a não juntada dos documentos indispensáveis a propositura da ação.
Considera-se inepta a petição inicial que faltar pedido ou causa de pedir, o pedido for indeterminado, houver incoerência entre a narração dos fatos e a conclusão e quando forem os pedidos incompatíveis entre si (artigo 330, § 1º, Novo CPC).
Nesse sentido, o juiz verificando que a petição inicial do autor encontra-se acometida por uma dessas irregularidades, extinguirá o processo sem apreciação do mérito, salvo nos casos dos artigos 106, 319, 320, todos do Novo CPC, quando deverá ser concedido prazo a parte para que sejam sanados tais vícios.
II- o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes
Outra hipótese de extinção do processo sem resolução de mérito é o caso em que as partes por negligência deixarem o processo ficar parado por mais de 01( um) ano. Entretanto, o juiz antes da decisão de extinção intimará a parte para que no prazo de 05 (cinco) dias supra a falta.
III- por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
Também será causa de extinção do processo sem a resolução domérito no Novo CPC o abandono da causa pelo autor, que por um período de 30 (trinta) dias, deixar de realizar os atos ou diligências que lhe incumbem. Contudo, como ocorre na hipótese do inciso II, antes da decisão extinção o juiz intimará a parte para que no prazo de 05 (cinco) dias supra a falta.
Cabe alertar que a extinção do processo sem a resolução do mérito por abandono de causa, dependerá de requerimento do réu sempre que já tiver oferecida a contestação, como determina o §6º do artigo 485 do Novo CPC. Caso contrário poderá ser decretado ex officio.
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição ede desenvolvimento válido e regular do processo;
Os pressupostos processuais dizem respeito à validade e regularidade da relação processual e, seguindo a doutrina de Moacyr Amaral Santos, podem ser divididos em:
Subjetivos relativos ao Juiz: jurisdição, competência e imparcialidade.
Subjetivos relativos às partes: capacidade de ser parte, capacidade postulatória e capacidade de estar em juízo.
Objetivos: inexistência de fatos impeditivos e a subordinação do procedimento às normas legais.
A verificação desse vício é causa de nulidade absoluta, podendo ser arguida a qualquer tempo, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado, seguindo o disposto no §3º do artigo do Novo CPC.
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Esse inciso V traz exemplo do chamado pressuposto processualobjetivo, tendo em vista serem fatos que obstam a propositura da ação. Desta forma, havendo litispendência, coisa julgada e perempção, o processo será julgado extinto sem resolução do mérito.
O §3º do artigo 337 do Novo CPC explica que ocorrerá a litispendência quando a parte repetir ação que está em curso.
Já a coisa julgada ocorre quando se repetir ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado, o que é previsto no artigo 337, § 4º do Novo CPC.
Quanto à perempção, o artigo 486,§3º do Novo CPC dispõe que esta ocorrerá quando o autor por 03 (três) vezes abandonar a causa.
A litispendência, a coisa julgada e a perempção são nulidades absolutas, seguindo o previsto nos artigos 485, §3º e 337, § 5º, ambos do Novo CPC.
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Percebe-se que o CPC/ 73 previa 3 (três) condições da ação: a legitimidade, o interesse processual e a possibilidade jurídica do pedido; todavia este último foi abolido pelo Novo CPC.
Com isso apenas a legitimidade e interesse processual podem ser consideradas condições da ação, aptas a ensejar a extinção do processo sem a resolução do mérito.
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
O inciso VII diz respeito à existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência.
A convenção de arbitragem deverá ser alegada pelo réu na contestação, sob pena de aceitação do juízo estatal ou renúncia ao juízo arbitral. Nesta hipótese o juiz extinguirá o processo sem a resolução do mérito e as partes deverão levar o litígio ao juízo arbitral.
VIII – homologar a desistência da ação;
Este inciso fala sobre a homologação da desistência da ação pelo autor.
Importante ressaltar que a desistência da ação pelo autor, após o oferecimento da contestação, só poderá ocorrer antes da sentença e mediante o consentimento do réu, como prevê o artigo 485, §§ 4º e 5º do Novo CPC.
Entretanto, o artigo 1.040, §§1º e 3º do Novo CPC, traz uma exceção a esta regra que é quando a questão discutida na ação for idêntica à outra já resolvida em recurso representativo da controvérsia. Nesse caso a parte autora poderá desistir da ação sem o assentimento do réu, ainda que apresentada a contestação.
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
O inciso IX impõe a extinção do processo em caso de morte da parte, no que pese, em regra, ser o processo suspenso. Porém, se a ação for personalíssima e se esta, por força de lei, é intransmissível, não haverá alternativa a não ser a extinção do processo sem a resolução do mérito.
X – nos demais casos prescritos neste Código.
O inciso X informa-nos que não se trata de rol taxativo e sim exemplificativo. Assim, haverá outros casos que caberá a extinção do processo sem resolução de mérito no Novo CPC, como exemplo citamos os artigos: 76, § 1º; 102, § 1º; 303, §§ 2º e 6º; 313, inciso II e § 3º; 542, parágrafo único; 775, parágrafo único; e 924, inciso I.
EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO
        Lide e mérito da causa são sinônimos para o Código. O pedido do autor, manifestado na propositura da ação, revela processualmente qual a lide que se pretende compor através da tutela jurisdicional.
        "O julgamento desse conflito de pretensões (lide ou litígio), mediante o qual o juiz, acolhendo ou rejeitando o pedido, dá razão a uma das partes e nega-a a outra, constitui uma sentença definitiva de mérito." (Capez, 2012, pág. 342)
        Outras vezes, as próprias partes se antecipam e, no curso do processo, encontram, por si mesmas, urna solução para a lide. Ao juiz, nesses casos, compete apenas homologar o negócio jurídico praticado pelos litigantes, para integrá-lo ao processo e dar-lhe eficácia equivalente ao de julgamento de mérito. É o que ocorre quando o autor renuncia ao direito material sobre que se funda a ação (art. 269, V – CPC), ou quando as partes fazem transação sobre o objeto do processo (art. 269, III – CPC).
        Nesses casos, como em todos os demais em que, por um julgamento do juiz ou por um outro ato ou fato reconhecido nos autos, a lide deixou de existir, haverá sempre, para o Código, extinção do processo com julgamento do mérito, ainda que a sentença judicial seja meramente homologatória.
        O Código de Processo Civil considera o processo extinto com julgamento de mérito, nas seguintes hipóteses:
Art. 269 – CPC:
I)                  quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II)               quando o réu reconhecer a procedência do pedido;
III)            quando as partes transigirem;
IV)           quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
V)              quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
        Em todos os casos de encerramento do processo é imprescindível a sentença do juiz, ainda que de caráter homologatório do ato das partes.
        A rigor, não é a sentença que faz extinguir, prontamente, a relação processual, pois, mesmo depois dela, há possibilidade de o feito prosseguir na esfera recursal.
        Na verdade, é a coisa julgada formal (exaustão dos recursos ou perda do prazo de manifestá-los) que põe termo ao processo, após a sentença ou oacórdão.
        A sentença é, porém, o último ato jurisdicional antes do encerramento da relação processual.
ACOLHIMENTO OU REJEIÇÃO DO PEDIDO
        O art. 269, I – CPC, cuida da forma mais pura e completa de compor a lide. Acolhendo ou rejeitando o pedido, o juiz está proclamando qual das partes tem a melhor pretensão no conflito de interesses que gerou a lide.
        Esse julgamento exterioriza-se, tecnicamente, pela declaração judicial de procedência ou improcedência do pedido.
        Assim, a ação é o direito abstrato à composição da lide, que é satisfeito por meio da resposta que o juiz dá na sentença ao pedido do autor, positiva ou negativa, tendo por deferida a tutela jurisdicional, e composição do litígio. Se houve, destarte, solução da lide, não se concebe possa a ação ser julgada improcedente. Na precisa linguagem do art. 269, I, o que o juiz deve é, na sentença de mérito, acolher ou rejeitar o pedido (e nunca a ação).
RECONHECIMENTO DO PEDIDO PELO RÉU
        Dá-se o reconhecimento do pedido pelo réu quando este proclama expressamente que a pretensão do autor é procedente, referindo-se diretamente ao próprio direito material sobre o qual se funda a pretensão do autor.
        Sendo o reconhecimento a forma de antecipar a solução da lide pela aceitação da procedência do pedido, pelo demandado, antes mesmo que sobre ele se pronunciasse o juiz. (art. 269, II – CPC)
        Ao juiz restará dar por fim ao processo, dando por solucionada a lide nos termos do próprio pedido a que aderiu o réu.
        O reconhecimento, embora torne dispensável o prosseguimento do feito, não dispensa a sentença do juiz, que haverá de declarar a procedência do pedido, justamente com fundamento na adesão do réu à pretensão do autor e, assim, encerrará o processo, com solução definitiva de mérito.
TRANSAÇÃO
        Transação é o negócio jurídico bilateral realizado entre as partes para prevenir ou terminar litígio mediante concessões mútuas (art. 840 – CC) .
        E, como o reconhecimento do pedido, forma de autocomposição da lide, que dispensa o pronunciamento do juiz sobre o mérito da causa. A intervenção do juiz é apenas para verificar a capacidade das partes, a licitude do objeto e a regularidade formal do ato, integrando-o, afinal ao processo se o achar em ordem.
        Mas, como dá solução à lide pendente, a transação homologada pelo juiz adquire força de extinguir o processo como se julgamento de mérito houvesse sido proferido em juízo. Isto quer dizer que a lide fica definitivamente solucionada, sob a eficácia da res iudicata, embora a composição tenha sido alcançada pelas próprias partes e não pelo juiz.A transação pode ser feita em documento elaborado pelas partes ou em termo nos autos. (art. 449 – CPC)
RETRATAÇÃO E RESCISÃO DE TRANSAÇÃO
        A transação, como negócio jurídico destinado a extinguir litígio já deduzido em juízo, tem dois momentos distintos de eficácia:
        a) entre as partes, o ato jurídico é perfeito e acabado logo que ocorre a declaração de vontade convergente de ambos os litigantes;
        b) para o processo, como fator de extinção da relação processual pendente, o efeito se dá no momento em que o juiz homologa o negócio jurídico concluído entre as partes.
        A homologação é, pois, ato jurisdicional dotado, também, de dupla eficácia, já que, a um só tempo, põe fim à relação processual em curso, e outorga ao ato negocial das partes a qualidade de ato processual, com aptidão para gerar ares iudicata e o título executivo judicial, conforme a natureza do acordo.
        O só acordo de vontades entre os litigantes, assim, já é negócio jurídico perfeito e acabado no que lhes diz respeito. A sentença não é condição essencial de sua validade, tanto que pode haver transação antes do ajuizamento da ação, e, em tal hipótese nenhuma necessidade há de sujeitar-se o negócio jurídico à aprovação da autoridade judiciária.
        Quando o dissídio já está posto em juízo, necessária se torna a homologação porque seu efeito vai repercutir sobre a relação processual, que é de direito público e envolve também o juiz, único sujeito processual que tem poderes para extingui-la.
        Uma vez, porém, que o negócio jurídico da transação já se acha concluído entre as partes, impossível é a qualquer delas o arrependimento unilateral, mesmo que ainda não tenha sido homologado o acordo em Juízo. Ultimado o ajuste de vontade, por instrumento particular ou público, inclusive por termo nos autos, as suas cláusulas ou condições obrigam definitivamente os contraentes, de sorte que sua rescisão só se toma possível "por dolo, violência ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa".
        Por isso, enquanto não rescindida regularmente a transação, nenhuma das partes pode impedir, unilateralmente, que o juiz da causa lhe dê homologação, para pôr fim à relação processual pendente.
        O cedo é que, concluído, em forma adequada, o negócio jurídico entre as partes, desaparece a lide, e sem lide não pode o processo ter prosseguimento.
        Se, após a transação, uma parte se arrependeu ou se julgou lesada, nova lide pode surgir em torno da eficácia do negócio transacional. Mas a lide primitiva já está extinta. Só em outro processo, portanto, será possível rescindir-se a transação por vício de consentimento.
        O arrependimento ou a denúncia unilateral é ato inoperante no processo em que se produziu a transação, mesmo antes da homologação judicial.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
        Os atos jurídicos são profundamente afetados pelo tempo.
        Decadência e prescrição são alguns dos efeitos que o transcurso do tempo pode produzir sobre os direitos subjetivos, no tocante à sua eficácia e exigibilidade.
        A prescrição é a inércia em relação ao exercício da ação, cominando sanção que se aplica ao titular do direito que permaneceu inerte diante de sua violação por outrem.
        Perde ele, após o lapso previsto em lei, aquilo que os romanos chamavam de actio, e que, em sentido material, é a possibilidade de fazer valer o seu direito subjetivo por meio de demanda judicial.
        Não há, contudo, perda do direito subjetivo de ação no sentido processual, pois, diante dela, haverá julgamento de mérito, de improcedência do pedido, conforme a sistemática do Código.
        Decadência, por seu lado, é figura bem diferente da prescrição. É a extinção não da força do direito subjetivo (actio) , mas do próprio direito que, pela lei ou pela convenção, nasceu com um prazo cedo de eficácia. Assim, a decadência impede que o direito assegurado se reafirme, pela falta de exercício no prazo assinalado pela lei.
        O reconhecimento da decadência, portanto, é reconhecimento da inexistência do próprio direito invocado pelo autor. É genuína decisão de mérito, que põe fim definitivamente à lide estabelecida em torno do direito caduco.
        Comprovada a prescrição, ou a decadência, o juiz, desde logo, rejeitará o pedido, no estado em que o processo estiver, independentemente do exame dos demais fatos e provas do autos.
        A decadência, para ser acolhida, não depende de provocação da parte interessada. A prescrição, porém, que é renunciável, depende de invocação pela parte a que beneficia, sempre que o litígio verse sobre questões patrimoniais
RENÚNCIA AO DIREITO
        O pedido do autor baseia-se em fato e fundamento jurídico, dos quais decorre o pretenso direito subjetivo (direito material), cujo exercício estaria sendo obstado pela resistência do réu.
        Ocorre renúncia quando, de forma expressa, o autor abre mão do direito material que invocou quando da dedução de sua pretensão em juízo. Não havendo controvérsia, o autor elimina a lide. E, sem lide, não pode haver processo, por falta de objeto.
        Manifestada ou provada nos autos a renúncia do autor ao direito material sobre que se funda a ação, o juiz dará por finda a relação processual, através de sentença, em cujos termos reconhecerá estar solucionada a lide, com julgamento de mérito.
        Há, porém, direitos indisponíveis, que por isso não podem ser renunciados pelo autor, como os inerentes ao estado das pessoas e os relativos a alimentos, etc.
        A renúncia ao direito em que se funda a ação há de ser, sempre, pura, que para ser válida exige da parte capacidade civil plena, como se exige para a transação e o reconhecimento do pedido.
        Da mesma forma, o advogado, para renunciar em nome da parte, depende de poderes especiais (art. 38 – CPC).
        Não há renúncia tácita, a manifestação de vontade de renunciar só pode ser expressa e deve constar de documento escrito juntado aos autos. Quando manifestar a parte, oralmente, a renúncia a seu direito, em depoimento pessoal, por exemplo, será ela reduzida a termo.
       A renúncia se submeta à sentença meramente homologatória, eliminando a possibilidade de reabertura de processo em torno da mesma lide, havendo  coisa julgada material.
        Não depende, finalmente, a renúncia de aquiescência do réu, mesmo quando manifestada após a contestação, visto que leva, necessariamente, ao encerramento do processo com julgamento de mérito em favor do demandado.
        Ao contrário do que se passa com a desistência da ação, a renúncia ao direito subjetivo material pode ser manifestada pelo autor até mesmo em grau de recurso, desde que ainda não esteja encerrado o processo por meio da coisa julgada.
        Aqui não há revogação pela parte da eficácia de uma composição da lide operada em juízo, mas sim o autodespojamento voluntário de direito subjetivo disponível da parte, o que e viável em qualquer época, com ou sem processo. Mas, essa renúncia, que vai além da simples extinção do processo, importará sempre solução de mérito, de sorte que sua homologação, em qualquer instância, fará coisa julgada material, para todos os efeitos de direito.

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