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Obstetrícia veterinária 1) Fecundação - Durante o estro ocorre a ovulação do folículo e a liberação do oocito na trompa - O oocito possui uma placa proteica chamada zona pelúcida e as camadas de células da granulosa que é uma proteção do oocito - O espermatozoide possui enzimas hidrolíticas em seu acrossomo que dissolvem a zona pelúcida e as células da granulosa permitindo que ele penetre essa camada para pode fecundar o oocito - O acrossomo do espermatozoide possui o material genético masculino(pronúcleo) que adentra o oocito, a sua cauda se degenera fora do oocito - A fecundação é a fusão do material genético masculino e feminino e o que se forma é o zigoto - A medida que esse zigoto vai se dividindo(clivagem) ele vai caminhando pela trompa até chegar no corno uterino, isso demora de 5 a 6 dias para ocorrer a.) Zigoto - Após a fecundação a junção oocito + espermatozoide começa a se dividir e caminhar pela trompa - Divide-se em 2 células, depois 4 células, depois 8 células e finalmente em 16 células - Divisão em 16 células se chama mórula, neste estágio o embrião encontra-se no corno uterino - Ocorre outros fenômenos na mórula, algumas células migram para o polo e outras migram para a periferia, elas começam a se afastar e isso dá origem ao blastocisto - O blastocisto possui blastocele, embrioblastos e trofoblastos - No estágio de blastocisto o embrião não cabe mais na zona pelúcida do oocito então ela se rompe pelo decimo dia de vida desse embrião - Após o rompimento da zona pelúcida este montante de células passa a se chamar blastocisto eclodido e está pronto para a implantação no útero → Estruturas do blastocisto: • Blastocele: É uma cavidade de segmentação do blastocisto • Embrioblasto: São as células que darão origem ao embrião, elas são as chamadas células tronco embrionárias utilizadas em pesquisas • Trofoblasto: São as células que darão origem a placenta OBS: Antes da eclosão do blastocisto eles ficam passeando pelo corno uterino, nas porcas os blastocisto vão tomando distancia, ficaram equidistantes uns dos outros b.) Implantação - É o mecanismo pelo qual o blastocisto estabiliza-se no útero, ele encostará do endométrio - Os trofodermas (parede do blastocisto) vão desenvolver uma intima relação com o endométrio - O embrião na implantação é bem agressivo, ele invade o endométrio e começa a se desenvolver e a formar as membranas placentárias - Nessa invasão ele destrói o epitélio uterino, rompe tecido conjuntivo, endotélio dos vasos e os trofoblastos vão se diferenciando nas 3 membranas placentárias I. Membranas placentárias: • Saco vitelínico - Possui função vestigial em mamíferos pois estes possuem o cordão umbilical - Em repteis e aves tem a função de nutrir o embrião até que ocorra a eclosão do ovo, reserva de nutrientes - Começa a se formar no início do desenvolvimento placentário, algumas células penetram na crista genital e darão origem aos gonócitos que depois darão origem as espermatogônias e oogônias • Âmnio - É a membrana mais próxima do embrião, 1° envoltório fetal - É repleto de líquido amniótico - Proteção contra choques mecânicos • Alantóide - É a ligação entre os vasos fetais e placentários - Possui o liquido do alantóide que são as excretas acumuladas do feto - Dará origem ao úraco e a bexiga - O alantóide funde-se com o córion - Ligado ao âmnio: âmnio-alantóide - Ligado ao córion: córion-alantóide • Córion - Envolve o embrião é a membrana mais externa - Muito irrigada - Este em contato com o endométrio - Fará as trocas sanguíneas entre feto e mãe durante a gestação - Produção de hormônios, eCG, hCG, progesterona, estrógeno • Cordão umbilical - Ponto de contato básico entre feto e mãe - Veia umbilical: Sangue arterial da placenta para o feto - Artérias umbilical: Sangue venoso do feto para a placenta II. Líquidos/fluidos fetais: • Líquido amniótico - Em contato com o feto - Função de hidratação do feto, manutenção da temperatura fetal, proteção contra choques mecânicos, evitar a aderência do feto com a membrana - Auxilia na dilatação da cérvix e lubrificação do canal do parto - Próximo ao dia do parto não terá mais quase líquido amniótico pois o feto está enorme - É originado da secreção do trato respiratório - Possui células que auxiliam da determinação sexual do feto • Liquido alantoide - É a urina fetal - Realiza a manutenção osmótica do plasma fetal c.) Placenta - Substitui o trato gastrointestinal, pulmão, fígado, rins e glândulas endócrinas do feto - Separa o organismo fetal e materno - Assegura o desenvolvimento, respiração, alimentação, eliminação de substancias metabolizadas pelo feto, filtração, secreção de hormônios - Suas função endócrina é muito importante, faz a transmissão de imunidade parcial nos carnívoros e ruminantes - Produção do HLP(Hormônio lactogênico placentário), que auxiliará no desenvolvimento da glândula mamária e lactação • Barreia placentária: O córion capta o sangue materno e leva para o cordão umbilical, quanto mais camadas entre eles, maior a barreira, maior a proteção. I. Tipos de placentas → Quanto maior o número de camadas da placenta, maior é a filtragem de sangue, isso é, menos coisas como patógenos, microrganismos e imunidades passam da mãe para o feto • Ruminantes: × Tipo de placenta: - Cotiledonária - Carúncula esta aderida ao endométrio, é materna - Cotilédone esta aderida na placenta, é fetal - O conjunto carúncula + cotilédone chama-se Placentoma - O cotilédone e a carúncula agem como um velcro um no outro - Esse velcro entre eles é onde o sangue passa, em cada cotilédone existe um pequeno vaso sanguíneo que passará por um vaso maior e terminará no cordão umbilical e do cordão umbilical passará para o feto - Quando ocorre o parto, o placentoma se desfaz, a carúncula permanece pois esta aderida ao endométrio, já o cotilédone sai junto com a placenta × Tipo de placentação por camadas: - Placenta sinepiteliocorial - Possui 5 camadas - Não possui o epitélio materno - Em alguns pontos ocorre migração de células trofoblásticas para o epitélio uterino × Placenta semi deciduada: - É aquela placenta que não é expelida totalmente no momento do parto OBS: Palpação da vaca gestante, a partir do sexto mês já dá para sentir o placentoma • Equinos e Suínos: × Tipo de placenta: - Difusa - Os cotilédones são minúsculos e distribuídos por toda a extensão da placenta, chama-se microcotilédones × Tipo de placentação por camadas: - Epiteliocorial - 6 camadas - Ocorre justaposição de membranas sem invasão tecidual - Cório-passivo × Placenta não deciduada: - Não é expelida no momento do parto • Cães e gatos: × Tipo de placenta: - Zonária circular - Somente em uma região especifica ocorre o contato entre mãe e feto e a troca de sangue × Tipo de placentação por camadas: - Endotélio corial - 4 camadas, não tem o epitélio e o tecido conjuntivo - Intimo contato do trofoblasto com o endotélio materno × Placenta deciduada: - A placenta é completamente expulsa no momento do parto • Primatas e roedores: × Tipo de placenta: - Discóide - Um semi círculo, um disco que fica aderido ao endométrio × Tipo de placentação por camadas: - Hemocorial - 2 camadas, não possui epitélio, tecido conjuntivo e endotélio - O sangue materno banha o córion × Placenta deciduada: - É totalmente expelida no momento do parto II. Duração da fase de expulsão das membranas fetais • Bovinos: - Até 12h • Equinos: - De 30min a 3h • Suínos: - Até 4h • Pequenos ruminantes: - De 30min a 8h • Cadelas e gatas: - Imediata - Somente os carnívoros ingerem a placenta após a sua expulsão, as outras espécies somente lambem as crias para limpa-las 2) Fisiologia da gestação → Gestação é o período compreendido entre a fecundação do oocito e a expulsão do feto → Período marcado por adaptações progressivas do organismo materno como aumento de volume, alterações circulatórias,endócrinas, excretoras e do trato gastrointestinal. Essas alterações são mediadas por hormônios maternos e placentários que permitem ao organismo materno reconhecer a presença do feto Eventos da gestação – Cronologia 1- Ocorre a fecundação do embrião 2- Endométrio já está previamente sensibilizado pelo estrógeno que foi liberado durante o ciclo estral 3- Corpo lúteo sofre alterações e se torna corpo lúteo gravídico e continua a secreção de progesterona 4- Após um tempo o copo lúteo regride e quem começa a secretar a progesterona é a placenta para manter a gestação 5- Ao final da gestação os níveis de progesterona decaem e o estrógeno entra em ação preparando o útero para a expulsão do concepto a.) Caminho do embrião - Ocorre a fertilização do oocito na ampola do oviduto - Após a fertilização ele vai caminhando pela trompa e sofrendo clivagens até se transformar em blastocisto eclodido no útero e sofrer a implantação neste b.) Reconhecimento materno da gestação - Os blastocistos antes de se implantarem no útero secretam substancias que prolongam a vida do corpo lúteo - Abaixo estão descritos os hormônios e as funções para reconhecimento materno da gestação I. Hormônios da gestação • Estrógeno: ∆ É necessário que o endométrio seja sensibilizado primariamente pelo estrógeno para que a progesterona e outros hormônios possam efetuar suas respectivas ações - Após o estro o estrógeno diminui, mas continua a ser secretado em quantidades menores - Durante a gestação essa secreção aumenta atingindo um pico ∆ O excesso de estrógeno durante a fase de implantação impede a nidação do embrião, impede o seu caminho pela trompa. Ele modifica o transito do embrião e modifica o ambiente uterino × Ação do estrógeno: - Multiplicação das células epiteliais uterinas - Estimula a produção de uma proteína contrátil e junções intimas para haver o aumento da comunicação entre as células do musculo liso - Hipertrofia das células da musculatura lisa uterina - Síntese de proteínas relacionadas com a contração, actina e miosina - Síntese de DNA e RNA, relacionados com a síntese proteica - Deposição de glicogênio nas células da musculatura lisa uterina, permite a contração da musculatura junto com o cálcio - Síntese de colágeno - Produção de receptores para outros hormônios - Preparo do endométrio para a ação da progesterona - Preparo da glândula mamária para a ação da progesterona e prolactina - Preparo da sínfise púbica para a ação da relaxina • Progesterona: - é indispensável para a manutenção do embrião no útero e a manutenção da gestação em todos os mamíferos - Ela alcança picos em períodos diferentes nas espécies domésticas - Ela só possui ação pois o útero foi previamente sensibilizado pelo estrógeno × Ações da progesterona: - Ela faz a transformação de corpo lúteo cíclico, para corpo lúteo gravídico - Alterações das glândulas endometriais favorecendo secreções que irão nutrir o embrião, produção do leite uterino - Economia do metabolismo corporal - Uso eficiente dos nutrientes - Aumento do apetite e ganho de peso - Diminuição da atividade física - Faz o bloqueio progestacional: Mantém o cérvix e miométrio em queiscência, em repouso, bloqueando os canais de cálcio e impedindo assim as contrações uterinas - Tem ação em glândula mamária, aumentando os ácinos e ductos para a produção de leite ∆ Bovinos: - Corpo lúteo é a principal fonte de progesterona durante toda a gestação - Luteólise no pré-parto - Fonte secundária é a placenta ∆ Ovinos: - Corpo lúteo fica funcional secretando progesterona por 60 dias - 60 dias após a placenta começa a produzir progesterona ∆ Caprinos: - Corpo lúteo é a principal fonte de progesterona ∆ Suínos: - Corpo lúteo é a principal fonte de progesterona - Queda da produção dias antes do parto ∆ Equinos: - Possui o corpo lúteo primário secretando progesterona - Depois ocorre a formação dos corpo lúteos acessórios - Depois ocorre luteólise total e a placenta que mantem a gestação até o final • Relaxina: - Sintetizada pelo corpo lúteo e placenta na maioria das espécies Apresenta picos na metade do final da gestação × Ações da relaxina: - Tornar maleável o ligamento da sínfise púbica, ampliando o canal do parto - Atua na cérvix, facilitando sua abertura - Atua no útero, inibindo a contração, ela inibe a ocitocina - Atua na glândula mamária, inibindo a lactação - Ação luteotrófica • Proteína B da gestação: - Produzida pela placenta - É uma substancia de reconhecimento da gestação • Lactogênio placentário: - Hormônio proteico - Presente em ruminantes em geral - Produzido pela placenta × Ações do Lactogênio placentário: - Lactação - Estimula o desenvolvimento mamário e fetal • Corpo lúteo: - Se não houver fecundação e consequente gestação o corpo lúteo se chama, corpo lúteo cíclico e terá vida curta - Se houver fecundação e gestação o corpo lúteo de chama corpo lúteo gravídico ou gestacional e se manterá até um tempo da gestação - Corpo lúteo libera progesterona para manter a gestação ∆ Equinos: - Em éguas existe o desenvolvimento folicular mesmo na gestação com a formação de corpo lúteos acessórios com produção de eCG. - Esses folículos vão se luteinizar pela ação de uma pequena quantidade de LH, eles não irão ovular pois não haverá pico de LH para isso. - Esses folículos luteinizados ficaram produzindo progesterona durante a gestação. - Após um tempo ocorrerá e luteólise geral e a placenta que assumirá a produção de progesterona para dar andamento na gestação ∆ Cadelas: - Em cadelas o corpo lúteo se mantem durante toda a gestação ∆ Vacas: - O corpo lúteo produz progesterona até o final da gestação. - Ao final da gestação a prostaglandina f2α faz luteólise no corpo lúteo, caem os níveis de progesterona, e aumentam os níveis de estrógeno e prolactina ∆ Suínos: - Os suínos possuem o corpo lúteo funcional durante toda a gestação - Somente alguns dias antes do parto que o corpo lúteo sofre luteólise e o estrógeno entra em ação. ∆ Cabras: - Possuem o corpo lúteo funcional durante toda a gestação e este sofre luteólise ao final da gestação ∆ Ovelhas: - O corpo lúteo permanece funcional por 2 meses, depois sofre luteólise • Hipófise anterior – Adenohipófise - Produz diversos hormônios durante a gestação × Ações dos hormônios: • LH: - Constante secreção para manter a vida o corpo lúteo. - Em equinos o eCG, tem ação luteinizante • Prolactina: - Hormônio proteico - Atua no comportamento materno - Atua na manutenção do corpo lúteo em algumas espécies - Atua na lactação, maior importância na metade para o final da gestação. - A falta da prolactina causa rejeição da cria por parte da mãe - Efeito luteotrófico, impede a degradação da progesterona • Ocitocina: - Produzida pelo hipotálamo e armazenada pela hipófise - Atua na contração de uterina e alvéolos mamários - Depende de receptores desenvolvidos pelo estrógeno • Concepto – Feto: - Produz substancias que previnem a secreção de prostaglandinas ∆ Ruminantes em geral: - O feto previne a secreção de prostaglandina f2α para que não ocorra luteólise → Os trofoblastos do feto secretam Interferon-T ou Trofoblastina - É uma ocitocina com ação parácrina - Ela atua diretamente nas células endometriais estimulando a produção de proteínas(leite uterino) e inibindo a produção de prostaglandina f2α ∆ Suínos: - O blastocisto produz estrógeno para reconhecimento materno da gestação - Mais tardiamente ocorre a produção de Interferon-T pelos trofoblastos II. Duração/Fases da gestação → A duração da gestação é o período compreendido entre o intervalo de serviço fértil e a data do parto → Fêmeas mais velhas tendem a ter gestações mais longas, enquanto que as fêmeas multíparas, onde a gestação possui vários filhotes tendem a ter gestações mais curtas - Fêmeas multíparas: Terão uma gestação com vários filhotes - Fêmea unípara: Terão umagestação com somente um filhote - Fêmeas nulíparas: Fêmea que nunca pariu - Fêmeas pluríparas: Fêmeas que já tiveram várias gestações • Fase de ovo: - É o período mais curto - Vai desde a fecundação até a formação do blastocisto • Fase de embrião: - Desde a formação da placenta até a mineralização do embrião • Fase de feto: - Período mais longo - Ocorre o crescimento de tecidos pré-diferenciados - Vai desde o crescimento do feto até o parto III. Modificações físicas da gestante • Balanço hidro-eletrolítico: - Expansão do volume sanguíneo materno - Aumento do volume plasmático em 10-40% - Aumento do volume total de hemácias - Diurese no período pós-parto, redução do volume plasmático • Modificações hemodinâmicas: - Aporte sanguíneo uterino adequado - Trocas de calor do feto - Preparo da glândula mamária para lactação - No parto o debito cardíaco aumenta nas contrações uterinas - Ocorre aumento do retorno venoso no parto - Taquicardia relativa - Aumento do volume cardíaco discreto • Modificações metabólicas: - Aumenta a necessidade de energia e nutrientes na gestação e lactação - Ofertar alimentos de alta digestibilidade e energeticamente densos - Elevada demanda energética - Diminuição da capacidade estomacal - Diminuição do bolo fecal - Não suplementar com cálcio pois isso pode inibir a paratireoide. Se isso ocorrer a fêmeas no pós parto não terá reservas de cálcio e isso pode levar a eclampsia OBS: Resistencia insulínica - Durante a gestação ocorre uma pseudo diabetes nas fêmeas, pois os níveis de glicose aumentam ocorrendo a resistência insulínica - A fêmeas produz insulina, mas a mesma não age - Ocorre quando há redução na sensibilidade dos tecidos em responder as concentrações normais de insulina - Em vacas a resistência insulínica no final da gestação e início da lactação é algo normal. Pois são adaptações necessárias para garantir o fornecimento de glicose para o útero gestante, o feto e glândula mamária. • Modificações anatômicas: → Vulva e vagina: - Inicio da gestação, mucosa pálida e seca - Final da gestação pela ação do estrógeno: Edema e aumento da vascularização → Cérvix: - Inicio da gestação: Compactamente fechada, presença de tampão cervical, muco viscoso - Final da gestação: Descargas de muco antes do parto → Útero: - Quando o embrião chega no útero o endométrio está em proliferação celular - Durante a gestação o útero entra em hipertrofia pois precisa acompanhar o crescimento fetal, e logo depois ele dilata - Secreção do leite uterino → Ovários: - Mudança de corpo lúteo cíclico para corpo lúteo gravídico 3) Fisiologia do parto → Processo fisiológico através do qual o feto e envoltórios fetais são expulsos do útero havendo dilatação da via de expulsão fetal e contrações uterinas e abdominais a.) Desencadeamento do parto - O feto que sinaliza o momento do parto - Durante a gestação ocorre sensibilização da adrenal do feto ao ACTH, o hipotálamo passa a responder aos hormônios placentários I – Sinalização do feto - O feto sinaliza que é o momento do parto pois o ambiente em que ele está não é mais favorável para ele, se ele continuar nesse ambiente poderá ocorrer hipóxia fetal, com mudanças da pressão sanguínea e disponibilidade de glicose - Ocorre aumento dos níveis de cortisol fetal que é o indicio de que está na hora do parto, é uma sinalização de desconforto fetal, ele não cabe mais no útero da mãe • Cortisol: - O cortisol fetal estimula a placenta a converter a secreção de progesterona em estrógeno pela ação da enzima 17α-Hidroxilase • Estrógeno: - O estrógeno disponibilizam fosfolipases A que fazem hidrolise dos fosfolipídios com liberação de ácido araquidônico que é importante para a síntese da prostaglandina f2α - O estrógeno faz o miométrio responder ao aumento dos níveis de ocitocina para haver relaxamento da cérvix e início das contrações - O estrógeno induz a liberação de ocitocina pelo Reflexo de Fergunson ∆ Reflexo de Fergunson: - Com a passagem do feto pelo canal do parto ocorre a estimulação dos nervos sensoriais do hipotálamo e hipófise - O estimulo nervoso sensorial caminha até a hipófise e sinaliza para ocorrer a liberação de ocitocina • Ocitocina: - Estimula as contrações uterinas • Prostaciclinas: - O útero produzirá prostaciclina (PGI2) que é um potente vasodilatador para aumentar a perfusão vascular da placenta • Prostaglandina: - A prostaglandina f2α fara a lise do corpo lúteo e aumentara a contratilidade do endométrio - A prostaglandina f2α libera os íons de cálcio que se ligam as fibras de actina e miosina para ocorrer a contração do útero e o relaxamento da cérvix • Relaxina: - Faz a separação da sínfise púbica - Relaxamento da cérvix • ACTH: - Promove relaxamento da cérvix no momento do parto Fatores hormonais: CRH, ACTH, cortisol, baixa de P4, alta de E2, PGF2α, ocitocina Fatores mecânicos: Contrações miométricas e abdominais, compressão do feto sobre a cérvix Fatores nervosos: Estímulos originados na cérvix que atingem o hipotálamo II – Sinais da aproximação do parto - Busca solidão - Porcas, cadelas e gatas constroem ninhos - Inapetência, ansiedade, agitação - Deita, levantar, rolar - Aumento de ácido hialurônico que leva a liquefação do tampão mucoso e dilatação da cérvix - Gatas: Irrequietas, se escondem, inapetência, descarga de fluido clara, miam com frequência • 3 a 6 semanas antes: → Éguas e vacas: - Desenvolvimento das mamas(mojo), as mamas começam a se encher de leite • 1 a 3 semanas antes: → Éguas e vacas: - Possuem o afrouxamento das articulações e ligamentos da pelve, relaxamento da musculatura da garupa - Andar inseguro - Ossos pélvicos mais proeminentes - Edema de vulva e hiperemia de mucosa vaginal • 2 a 3 dias antes: → Éguas e vacas: - Produção de colostro, colostro com aspecto mais pegajoso, tipo chiclete - Serosidade na extremidade do teto • 1 dia antes: - Muco em forma de cordões - Mudanças na secreção da glândula mamária, de aquosa para viscosa • Momentos antes: → Éguas e vacas: - Aumento de temperatura - Aumento de cálcio no leite - Inversão das concentrações de sódio e potássio, potássio fica mais alto → Cadelas e gatas: - Temperatura corporal cai 1°C - Pode ocorrer hipotermia pela ação da prostaglandina f2α - A descida do leite pode ocorrer de 2 semanas até algumas horas antes do parto III – Fases do parto 1° Estágio – Fase de insinuação - Dilatação da via fetal - Contrações uterinas (não visíveis) - Apresentação do feto na cérvix pelo aumento da atividade do miométrio pela ação da PGF2α 2° Estágio – Fase de insinuação - Rompimento das membranas fetais - Alantocório empurrado pelo útero para a cérvix - O rompimento do alantocório libera um fluido importante para a lubrificação do canal do parto - Ocorre as contrações visíveis - Cérvix se abre e o feto passa pelo canal pélvico acionando o Reflexo de Fergunson - Ocorre a liberação de ocitocina - Ocorre o nascimento do feto 3° Estágio – Fase de expulsão - É a expulsão das membranas fetais - Pode demorar para sair totalmente a placenta e as membranas fetais em algumas espécies - Se necessário fazer a aplicação de ocitocina exógena para auxiliar na expulsão 4) Neonatologia veterinária → Há algumas diferenças entre os neonatos herbívoros e carnívoros em termos de adaptações evolutivas - As adaptações evolutivas são dadas pois alguns são presas, outros são predadores • Herbívoros: - Nascem mais bem desenvolvidos que os carnívoros pois são presas - Nascem de pé, olfato, visão, audição, aparelho locomotor bem desenvolvidos - Gestação mais prolongada - Melhor adaptação neonatal ao nascimento - Possuem neurônios mielinizados, com sinapses mais adequadas - Possuem o reflexo do tremor - Nascem homeotérmicos, conseguem controlar sua temperatura • Carnívoros: - Nascem totalmente dependentes da mãe - Visão, audição, aparelholocomotor pouco desenvolvidos - Não possuem o reflexo do tremor - Nascem como se fossem pecilotérmicos, não conseguem manter sua temperatura corpórea → Período Neonatal: É variável de espécies para espécies - É um período crítico pois o animal precisa terminar de se desenvolver no ambiente extra uterino - Precisará fazer o amadurecimento fisiológico dos sistemas: Hematológico, renal, hepático, gastrointestinal, imune, musculo-esquelético a.) Período de transição do neonato • Termorregulação: - Os neonatos perdem calor com facilidade pois sua massa corpórea é muito menor que a superfície - Os neonatos nascem com uma pequena quantidade de tecido adiposo marrom, este é repleto de mitocôndrias com alta taxa de metabolização e energia, mas esse tecido sofre oxidação não dando conta de aquecer o neonato após o nascimento - Quando os carnívoros nascem podem ser considerados pecilotérmicos, já que não conseguem controlar sua temperatura corpórea, está varia com o ambiente. Por isso é necessário todo cuidado com os neonatos com relação ao aquecimento e umidade do ar pós nascimento ∆ Reflexo do tremor: - É o reflexo de tremer quando sentem frio, reflexo de contrações musculares - Os herbívoros já possuem no momento do nascimento, já os carnívoros não possuem • Aparelho cardiovascular: - Frequência cardíaca nos neonatos são maiores para manter a perfusão vascular periférica - Tem menor resistência periférica e por isso menor pressão sanguínea e portanto não consegue direcionar o sangue da periferia para os órgãos vitais - Isso faz com que tenham maior frequência cardíaca, com maiores débitos cardíacos e maiores volumes plasmáticos - Sistema de baixa resistência e alto fluxo • Aparelho respiratório: - Possuem baixa capacidade residual nos pulmões - Seus receptores carotídeos são imaturos e demoram para perceber as altas concentrações de gás carbônico, isso pode levar a acidose e hipóxia dos neonatos - Precisa ocorrer a expansão dos pulmões após o parto - No momento imediato da expulsão do feto este está em hipóxia pois já perdeu a conexão com o cordão umbilical e este está envolvido na placenta com líquido amniótico dentro dos pulmões - O neonato precisará expulsar esse liquido retido para que ocorra a expansão dos pulmões - Não se deve chacoalhar o neonato para auxiliar na expulsão do líquido dos pulmões, pode-se fazer uma massagem torácica leve para ajudar • Aparelho urinário: - Não tem maturidade renal - Então apresentam diminuição da concentração urinária, diminuição da taxa de filtração glomerular, diminuição do fluxo plasmático renal - Podem ficar facilmente desidratados pois, retém poucos sais e ocorre pouca filtração, então a urina se torna abundante - Como não possuem boa filtração glomerular, podem ter nefrotoxicidade • Aparelho hepatobiliar: - Possuem imaturidade hepática - Possui baixa atividade da enzima citocromo P450, isso impede a devida metabolização dos fármacos e pode causar nefrotoxicidade - Colestase funcional, os ductos biliares não são funcionantes ainda, não consegue liberar a bile - Os neonatos apresentam reservas limitadas de glicogênio, o que pode acarretar em situações de hipoglicemia • Aparelho hematopoiético - Possuem uma anemia fisiológica no primeiro mês de vida - Possuem menor taxa de hemoglobina b.) Assistência ao neonato → Fazer a avaliação dos neonatos por meio de parâmetros previamente estabelecidos - Neonatos hígidos: São aqueles que apresentam bons parâmetros, não precisam de assistência - Neonato deprimido: São aqueles que possuem parâmetros ruins e necessitam de assistência I – Assistência ao neonato deprimido - Pequenos animais - Remoção da membrana amniótica - Limpeza das secreções oro-nasais - Massagem/Fricção torácica - Clampeamento do cordão umbilical - Avaliação clinicas dos parâmetros previamente estabelecidos II – Assistência ao neonato deprimido – Grandes animais - Plano inclinado - Limpeza das secreções oro-nasais, utilizar a bomba de sucção - Massagem/fricção torácica/fontes de calor externa - Clampeamento do cordão umbilical - Avaliação clínica dos parâmetros previamente estabelecidos a.) Cuidados gerais: • Úraco persistente: - Persistencia da conexão tubular entre umbigo e bexiga - Ocorre o rompimento precoce, má ligadura do cordão, inflamação/infecção - Ocorre gotejamento da urina, pelos umedecidos - Tratamento cirúrgico, cauterização • Onfalite/Onfaloflebite: - Inflamação das estruturas umbilicais, veias, artérias, úraco e adjacências - Ocorre dilatação umbilical, drenagem purulenta, assintomático, dor a palpação, disúria, polaciúria, septicemia - Tratamento de suporte para a infecção, cirúrgico c.) Estática fetal I – Parto eutócico - Parto sem complicações, normal e sem intervenções - Estática fetal normal II – Parto distócicos - Parto com complicações e com a necessidade de intervenções a.) Distocias de origem fetal: ∆ Podem ter várias apresentações: - Elas relacionam os eixos longitudinais do feto e da mãe → Apresentação longitudinal A – Longitudinal anterior B – Longitudinal posterior → Apresentação transversal A – Transversal dorsal: A coluna vertebral do feto que se insinua para fora B – Transversal ventral: A porção ventral e membros do feto se insinuam para fora → Apresentação vertical - O eixo longitudinal do feto e da mãe fazem 90° A – Vertical dorsal B – Vertical ventral ∆ Podem ter várias posições: A – Posição superior: Dorso do feto se relaciona com as porções dorsais da mãe B – Posição inferior: Ventre do feto se relaciona com as porções dorsais da mãe C – Posição lateral esquerda: Dorso do feto se relaciona com a parede abdominal lateral esquerda da mãe D – Posição lateral direita: Dorso do feto se relaciona com a parede abdominal lateral direita da mãe ∆ Podem ter várias atitudes: - Tem relação com a posição dos membros do feto A – Atitude estendida: Membros estendidos B – Atitude flexionada: Membros flexionados b.) Manobras para correção de posição anômala dos fetos • Retropulsão: é o ato de empurrar o feto para dentro do útero a fim de tentar se criar um espaço para conseguir retifica-lo • Extensão: é o ato de entender as partes que estão flexionadas • Tração: é o ato de tracionar o feto pelas suas partes insinuadas • Rotação: é o ato de girar o feto sobre seu eixo longitudinal • Versão: é o ato de alterar a posição transversal dorsal ou ventral
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