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Universidade Federal do Rio Grande Escola de Engenharia - Curso de Engenharia Civil Disciplina de Resistência dos Materiais Prof. Mauro de Vasconcelos Real Aplicação do Princípio dos Trabalhos Virtuais e do Teorema de Castigliano Kadan Griebeler – 42643 Ana Paula Ribeiro – 42667 Ariadne Bassani Maciel – 42640 Alice Tavares da Silva – 42653 Alexandra Damas – 42626 Rio Grande 2010 2 Universidade Federal do Rio Grande Escola de Engenharia - Curso de Engenharia Civil Disciplina de Resistência dos Materiais Prof. Mauro de Vasconcelos Real Aplicação do Princípio dos Trabalhos Virtuais e do Teorema de Castigliano Trabalho apresentado à disciplina de Resistência dos Materiais, ministrada pelo Prof. Dr. Mauro de Vasconcelos Real, para obtenção parcial de nota no curso de graduação em Engenharia Civil. Kadan Griebeler – 42643 Ana Paula Ribeiro – 42667 Ariadne Bassani Maciel – 42640 Alice Tavares da Silva – 42653 Alexandra Damas – 42626 Rio Grande 2010 3 Sumário Introdução .......................................................................................................... 4 Princípio do Trabalho Virtual .............................................................................. 5 Princípio dos trabalhos virtuais para treliças ...................................................... 6 Exemplo de aplicação do princípio dos trabalhos virtuais para treliças .............. 7 Teorema de Castigliano para vigas .................................................................. 26 Exemplo de aplicação do Teorema de Castigliano .......................................... 27 Conclusão ........................................................................................................ 30 III 4 Introdução Neste trabalho explicaremos e aplicaremos dois métodos de energia para obtenção do deslocamento de um ponto específico em uma estrutura. Analisaremos a deflexão de um ponto numa treliça através do Princípio dos Trabalhos Virtuais e a deflexão de um ponto numa viga através do Teorema de Castigliano. 5 Princípio do Trabalho Virtual O princípio do trabalho virtual baseia-se na conservação de energia. Para o caso em que as forças internas e externas de um corpo estão relacionadas através das equações de equilíbrio, a conservação de energia diz que: ie UU (1) uP (2) Sendo P e Δ as forças e deslocamentos externos, e u e δ as forças e deslocamentos internos, respectivamente. Em um corpo no qual se quer achar o deslocamento realizado em um ponto por um conjunto de forças, é possível substituir as forças reais por apenas uma carga unitária virtual, que atua no ponto e na direção do deslocamento. Da mesma forma que as cargas reais externas criam forças internas, esta carga unitária virtual criará uma força virtual interna em um elemento do corpo aparecendo assim trabalho virtual externo e interno. Pode- se então relacionar as cargas virtuais e os deslocamentos reais através da equação do trabalho virtual: dLu1 (3) Percebe-se que o deslocamento real Δ é facilmente calculado devido à carga virtual aplicada ser unitária. De maneira semelhante, o deslocamento por rotação em certo ponto de um corpo pode ser determinado aplicando-se um momento conjugado unitário no ponto, utilizando-se a fórmula: dLu 1 (4) Trabalho virtual interno Os termos dLu e dLu das equações acima representam o trabalho virtual interno desenvolvido no corpo. No método da força virtual, a carga virtual “total” é aplicada antes que as forças reais provoquem os deslocamentos e, portanto, o trabalho da carga virtual interna é simplesmente o produto da carga virtual interna por seu deslocamento real. A partir disso podemos escrever a equação do trabalho virtual para um corpo sujeito a carregamento geral como: dxGJ tT dx GA VF dx EI mM dx AE nN c1 (5) 6 Princípio dos trabalhos virtuais para treliças Se aplicarmos uma carga qualquer a treliça e essa provocar somente força axial nos elementos, só é preciso considerar o trabalho virtual interno devido à carga axial. Para obtermos o valor de tal trabalho, será preciso considerar que cada elemento tenha área da seção transversal A constante e que a carga axial n e a carga real N sejam constantes ao longo de todo o seu comprimento. Assim, a equação do trabalho virtual para qualquer ponto na treliça é: EA nNL 1 (6) Onde: 1 = carga unitária virtual externa que atua no nó da treliça na direção de Δ; Δ = deslocamento do nó, provocado pelas cargas reais sobre a treliça; n = força virtual interna no elemento da treliça, provocada pela carga virtual unitária externa; N = força interna no elemento da treliça, provocada pelas cargas reais; L = comprimento do elemento; A = área da seção transversal do elemento; E = módulo de elasticidade do elemento. 7 Exemplo de aplicação do princípio dos trabalhos virtuais para treliças Para a treliça isostática mostrada na figura abaixo, 𝑎 = 4m, 𝑏 = 3m, F1 = 50KN, F2 = 50KN, F3 = 50KN. Determinar através do Princípio dos Trabalhos Virtuais o deslocamento vertical do nó D. Considerar E = 200GPa e que todas as barras possuem uma área de seção transversal igual a 5000 mm². Considerando que: 𝑎 = 4 e 𝑏 = 3. Primeiramente resolvemos a treliça para o carregamento dado. Utilizando as condições de equilíbrio 0 A ZM , 0 G ZM e 0 yF , calculamos as reações descritas abaixo: 𝐴𝑦 = 100𝐾𝑁 𝐺𝑦 = 50𝐾𝑁 Para acharmos os esforços nas barras é necessário obtermos o valor do ângulo , cujo cálculo é descrito abaixo: 𝜃 = tan−1 4 3 ≅ 53,13° 50𝐾𝑁 50𝐾𝑁 50𝐾𝑁 50𝐾𝑁 𝜃 𝑁 𝐴 𝑀 𝐿 𝐵 𝐾 𝐽 𝐼 𝐻 𝐶 𝐷 𝐸 𝐹 𝐺 6𝑏 𝑎 S2 S3 S4 S5 S1 𝜃 8 Os esforços normais de cada barra foram obtidos através do método das seções de Ritter e do método dos nós. Os cálculos realizados são apresentados a seguir: Nó A: 𝑁𝐴𝐵 = 0 𝑁𝐴𝑁 = −100𝐾𝑁 Nó N: 𝑁𝑁𝐵 = 125𝐾𝑁 𝑁𝑁𝑀 = −75𝐾𝑁 Nó B: 𝑁𝐵𝑀 = −100𝐾𝑁 𝑁𝐵𝐶 = 75𝐾𝑁 100𝐾𝑁 𝑁𝐴𝐵 𝑁𝐴𝑁 𝐴 𝑁𝑁𝑀 100𝐾𝑁 𝑁𝑁𝐵 𝑁 𝜃 𝜃 𝑁𝐵𝑀 𝑁𝐵𝐶 125𝐾𝑁 𝑂 𝐵 9 𝑆1: ∑𝑀𝑐 = 0 100 × 6 − 𝑁𝑀𝐿 × 4 − 50 × 3 = 0 𝑁𝑀𝐿 = −112,5𝐾𝑁 𝑆2: ∑𝑀𝐷 = 0 100 × 9 − 50 × 6 − 50 × 3 − 𝑁𝐿𝐾 × 4 = 0 𝑁𝐿𝐾 = −112,5𝐾𝑁 𝑆3: ∑𝑀𝐷 = 0 100 × 9 − 50 × 6 − 50 × 3 − 𝑁𝐾𝐽 × 4 = 0 50𝐾𝑁 S1 𝑁 𝐴 𝑀 𝐵 𝜃 𝜃 100𝐾𝑁 100𝐾𝑁 𝑁 𝜃 𝜃 𝐴 𝑀 𝐵 𝐿 50𝐾𝑁 𝐶 50𝐾𝑁 S2 C D L K 50KN B A N M 50KN 50KN 100KN S3 θ θ 10 𝑁𝐾𝐽 = −112,5𝐾𝑁 𝑆4: ∑𝑀𝐸 = 0 100 × 12 − 50 × 3 − 50 × 6 − 50 × 9 − 𝑁𝐼𝐽 × 4 = 0 𝑁𝐼𝐽 = −75𝐾𝑁 𝑆5:∑𝑀𝐹 = 0 100 × 15 − 50 × 12 − 50 × 9 − 50 × 6 − 𝑁𝐼𝐻 × 4 = 0 𝑁𝐼𝐻 = −37,5𝐾𝑁 𝑆2: C D L K 50KN B A N M 50KN 50KN 100KN E J S4 C D L K 50KN B A N M 50KN 50KN 100KN E J F I S5 C L B A N M 50KN 50KN 100KN S2 θ θ θ θ θ θ 11 ∑𝑀𝐿 = 0 100 × 6 − 50 × 3 − 𝑁𝐶𝐷 × 4 = 0 𝑁𝐶𝐷 = 112,5𝐾𝑁 𝑆3: ∑𝑀𝐽 = 0 100 × 12 − 50 × 9 − 50 × 6 − 50 × 3 − 𝑁𝐷𝐸 × 4 = 0 𝑁𝐷𝐸 = 75𝐾𝑁 𝑆4: ∑𝑀𝐼 = 0 100 × 15 − 50 × 12 − 50 × 9 − 50 × 6 − 𝑁𝐸𝐹 × 4 = 0 𝑁𝐸𝐹 = 37,5𝐾𝑁 C D L K B A N M 100KN 50KN 50KN 50KN S3 L K J C D 50KN B A N M 50KN 50KN 100KN E S4 θ θ θ θ 12 𝑆5: ∑𝑀𝐻 = 0 100 × 18 − 50 × 15 − 50 × 12 − 50 × 9 − 𝑁𝐹𝐺 × 4 = 0 𝑁𝐹𝐺 = 0 Nó G: 𝑁𝐺𝐻 = −50𝐾𝑁 Nó H: 𝑁𝐻𝐹 = 62,5𝐾𝑁 Nó F: C D L K 50KN B A N M 50KN 50KN 100KN E J F I S5 NGH NFG 50KN 50KN 37,5KN NHF 37,5KN NFI 62,5KN θ θ G H F 13 𝑁𝐹𝐼 = −50𝐾𝑁 Nó I: 𝑁𝐼𝐸 = 62,5𝐾𝑁 𝑁𝐼𝐽 = −75𝐾𝑁 Nó E: 𝑁𝐽𝐸 = −50𝐾𝑁 Nó J: 𝑁𝐽𝐷 = 62,5𝐾𝑁 Nó K: 37,5KN 50KN 50KN NIE NIE 62,5KN 37,5KN 75KN 50KN NJD 112,5KN 50KN 112,5KN NKL NKD I E J K 14 𝑁𝐾𝐿 = −112,5𝐾𝑁 𝑁𝐾𝐷 = −50𝐾𝑁 Nó M: 𝑁𝑀𝐶 = 62,5𝐾𝑁 Nó C: 𝑁𝐿𝐶 = −50𝐾𝑁 Nó L: 𝑁𝐿𝐷 = 0 Posteriormente, aplicamos a carga unitária, que deve ser expressa em KN, no ponto D da treliça e ignoramos o restante do carregamento. Para essas novas condições, calculamos os esforços na treliça da mesma maneira. 𝐴𝑌 = 0,5𝐾𝑁 75KN 50KN 112,5KN 100KN NMC NLC 62,5KN 75KN 112,5KN 50KN 112,5KN 112,5KN 50KN NLD M C L 15 𝐵𝑌 = 0,5𝐾𝑁 Nó A: 𝑁𝐴𝐵 = 0 𝑁𝐴𝑁 = −0,5𝐾𝑁 Nó N: 𝜃 = 53,13° 𝑁𝐵𝑁 = 0,625𝐾𝑁 𝑁𝑀𝑁 = −0,375𝐾𝑁 Nó B: 𝑁𝐵𝑀 = −0,5𝐾𝑁 𝑁𝐵𝐶 = 0,375𝐾𝑁 0,5KN NAB NAN NMN NBN θ 0,5KN NBM NBC 0 0,625KN A N θ B 16 𝑆1: ∑𝑀𝐶 = 0 0,5 × 6 − 𝑁𝐿𝑀 × 4 = 0 𝑁𝐿𝑀 = −0,75𝐾𝑁 𝑆2: ∑𝑀𝐷 = 0 0,5 × 9 − 𝑁𝐾𝐿 × 4 = 0 𝑁𝐾𝐿 = −1,125𝐾𝑁 𝑆3: θ θ B A N M S1 0,5KN 0,5KN S2 θ θ B A N M L C 0,5KN S3 θ θ B A N M L C 1KN D K 17 ∑𝑀𝐷 = 0 0,5 × 9 − 𝑁𝐽𝐾 × 4 = 0 𝑁𝐽𝐾 = −1,125𝐾𝑁 𝑆4: ∑𝑀𝐸 = 0 0,5 × 12 − 1 × 3 − 𝑁𝐼𝐽 × 4 = 0 𝑁𝐼𝐽 = −0,75𝐾𝑁 𝑆5: ∑𝑀𝐹 = 0 0,5 × 15 − 1 × 6 − 𝑁𝐻𝐼 × 4 = 0 𝑁𝐻𝐼 = −0,375𝐾𝑁 0,5KN S4 θ θ B A N M L C 1KN D K E J 0,5KN S5 θ θ B A N M L C 1KN D K E J F J 18 𝑆2: ∑𝑀𝐿 = 0 0,5 × 6 − 𝑁𝐶𝐷 × 4 = 0 𝑁𝐶𝐷 = 0,75𝐾𝑁 𝑆3: ∑𝑀𝐽 = 0 0,5 × 12 − 1 × 3 − 𝑁𝐷𝐸 × 4 = 0 𝑁𝐷𝐸 = 0,75𝐾𝑁 𝑆4: 0,5KN θ θ B A N M L C S2 θ θ 1KN D K 0,5KN B A N M L C S3 0,5KN θ θ B A N M L C 1KN D K E J S4 19 ∑𝑀𝐼 = 0 0,5 × 15 − 1 × 6 − 𝑁𝐸𝐹 × 4 = 0 𝑁𝐸𝐹 = 0,375𝐾𝑁 𝑆5: ∑𝑀𝐻 = 0 0,5 × 8 − 1 × 9 − 𝑁𝐹𝐺 × 4 = 0 𝑁𝐹𝐺 = 0 Nó G: 𝑁𝐺𝐻 = −0,5𝐾𝑁 𝑁𝐹𝐺 = 0 Nó H: 𝑁𝐹𝐻 = 0,625𝐾𝑁 0,5KN S5 θ θ B A N M L C 1KN D K E J F J NGH NFG 0,5KN 0,5KN NFH 0,375KN G H 20 Nó F: 𝑁𝐹𝐼 = −0,5𝐾𝑁 Nó I: 𝑁𝐸𝐼 = 0,625𝐾𝑁 Nó E: 𝑁𝐸𝐽 = −0,5𝐾𝑁 Nó J: 𝑁𝐷𝐽 = 0,625𝐾𝑁 NFI 0,375KN 0,625KN 0 NEI 0,5KN 0,375KN 0,75KN NEJ 0,375KN 0,625KN 0,75KN 0,75KN 0,5KN NDJ 1,125KN F I E J 21 Nó K: 𝑁𝐷𝐾 = 0 Nó M: 𝑁𝐶𝑀 = 0,625𝐾𝑁 Nó C: 𝑁𝐶𝐿 = −0,5𝐾𝑁 Nó L: 𝑁𝐷𝐿 = 0,625𝐾𝑁 A Tabela1 refere-se aos dados obtidos de esforço normais e deformações para cada barra. O somatório das deflexões resulta na deformação no ponto especificado, assim como foi explicado anteriormente. 1,125KN 1,125KN NDK 0,375KN 0,75KN 0,5KN NCM NCL 0,375KN 0,625KN NDL 1,125KN 0,5KN 0,75KN K M C L 22 Tabela 1 – Barras e seus referentes dados Barra ÁREA i [m²] E [Pa] L i [m] ni [N] Ni [N] ni.Ni.Li/E.Ai [m] AB 0,005 2E+11 3 0 0 0 BC 0,005 2E+11 3 0,375 75 8,4375E-08 CD 0,005 2E+11 3 0,75 112,5 2,53125E-07 DE 0,005 2E+11 3 0,75 75 1,6875E-07 EF 0,005 2E+11 3 0,375 37,5 4,21875E-08 FG 0,005 2E+11 3 0 0 0 GH 0,005 2E+11 4 -0,5 -50 0,0000001 HI 0,005 2E+11 3 -0,375 -37,5 4,21875E-08 IJ 0,005 2E+11 3 -0,75 -75 1,6875E-07 JK 0,005 2E+11 3 -1,125 -112,5 3,79688E-07 KL 0,005 2E+11 3 -1,125 -112,5 3,79688E-07 LM 0,005 2E+11 3 -0,75 -112,5 2,53125E-07 MN 0,005 2E+11 3 -0,375 -75 8,4375E-08 AN 0,005 2E+11 4 -0,5 -100 0,0000002 BN 0,005 2E+11 5 0,625 125 3,90625E-07 BM 0,005 2E+11 4 -0,5 -100 0,0000002 CM 0,005 2E+11 5 0,625 62,5 1,95313E-07 CL 0,005 2E+11 4 -0,5 -50 0,0000001 DL 0,005 2E+11 5 0,625 0 0 DK 0,005 2E+11 4 0 -50 0 DJ 0,005 2E+11 5 0,625 62,5 1,95313E-07 EJ 0,005 2E+11 4 -0,5 -37,5 0,000000075 EI 0,005 2E+11 5 0,625 62,5 1,95313E-07 FI 0,005 2E+11 4 -0,5 -50 0,0000001 FH 0,005 2E+11 5 1,875 62,5 5,85938E-07 ∑ 4,19375E-06 Pelo teorema de trabalhos virtuais para treliças (Equação 6) obtemos como deformação no ponto D o valor de .1019375,4 6 m O fato de termos encontrado um valor positivo indica que a deformação ocorre no mesmo sentido da carga unitária aplicada, ou seja, para baixo. 1KN G A θ θ 23 Teorema de Castigliano Alberto Castigliano, em 1879 criou um método capaz de determinar a inclinação e o deslocamento de dado ponto em um corpo (tendo este temperatura constante e seu material possuindo comportamento linear- elástico). O método afirma que o deslocamento de um dado ponto é igual à primeira derivada parcial da energia de deformação, em relação a um momento que atua sobre o ponto e na direção do ângulo da inclinação (Equação 1). j i i P U (1) Para que possamos deduzir o referente teorema, consideraremos um corpo qualquer que está sujeito a uma série de n forças P1, P2. . .Pn. e consideramos que há conservação de energia no corpo (Equação 2). ie UU (2) No entanto, sabe-se que nesse caso o trabalho externo é função das cargas externas (Equação 3). Analogamente, o trabalho interno também será função das forças externas (Equação 4). PdxU e (3) ),...,,( 21 nei PPPfUU (4) Se qualquer uma das forças, Pj por exemplo, aumentar uma quantidade infinitesimal dPj, consequentemente o trabalho também aumentará, transformando a equação da energia escrita aseguir (Equação 5): j j i iii dP P U UdUU (5) Esse valor independe da sequência na qual as n forças são aplicadas ao corpo. A partir de um equacionamento, assim como o que será mostrado a seguir, pode-se comprovar tal afirmação. 24 1. Primeiramente consideraremos a equação de energia de deformação: Considerando a área triangular que é equivalente a energia de deformação, U será então: nnn PU 2 1 (6) 2. Calcular inicialmente a energia de deformação U de P1 e P2, lembrando que: 12111 (7) 2121111 PP (8) Sendo assim, analogamente: 21222 1212222 PP Relacionando P1 e P2 na Eq. 6 temos: 121222111 2 1 2 1 PPPU (9) Substituindo a Eq.8 na Eq. 9: 212122221111 2 1 2 1 PPPPPPU 122122 2 211 2 1 2 1 2 1 PPPPU (10) Lembrando da Eq. 5, podemos considerar que: 0 1 2 3 0 1 2 3 P ∆ Energia de Deformação 25 212111 1 PP P U (11) Observamos então a igualdade entre as Equações 7, 8 e 11, temos: 11211 1 P U (12) Analogamente, se considerarmos a sequência P2 e P1 ao invés de P1 e P2, temos então: 122111222 2 1 2 1 PPPPU 212111 2 122 2 2 2 1 2 1 PPPPU 22122121222 1 PP P U Logo, conclui-se que: i iP U (13) Obtendo a Eq. 13 comprovamos o teorema. 26 Teorema de Castigliano para vigas A energia de deformação interna de uma viga é provocada pela flexão e pelo cisalhamento. No entanto, como a viga em questão é longa e esbelta, o cisalhamento acaba sendo desprezível. Sendo assim, a deformação interna da viga é dada pela Eq. 14. Substituindo a Eq. 14 na Eq.15, temos a Eq. 16. dx EI xM U L 0 2 )( 2 1 (14) P U (15) dx P xM EI xM L )()( 2 2 1 0 (16) Onde: ∆ = deslocamento do ponto provocado pelas cargas reais que atuam sobre a viga; P = força externa de intensidade variável aplicada à viga na direção de ∆; M = momento interno da viga, expresso em função de x e provocado tanto pela força P quanto pelas cargas sobre a viga; E = módulo de elasticidade do material; I = momento de inércia da área da seção transversal calculado em torno do eixo neutro. Para calcular a inclinação da tangente de certo ponto da linha elástica, usa-se a relação que diz que a mesma é igual à derivada parcial do momento interno M. Dessa maneira, obtivemos a Eq.17. dx M xM EI xM L ' )()( 0 (17) 27 Exemplo de aplicação do Teorema de Castigliano Para a viga mostrada na figura abaixo, determinar através do Teorema de Castigliano o deslocamento vertical do ponto C. Considerar 49102 mmI e GPaE 200 . Utilizando as condições de equilíbrio 0 A ZM , 0 B ZM e 0 yF , calculamos as reações descritas abaixo: NBy 1000 NAy 800 Através do método das seções obtemos a equação do momento em x para a viga em análise. 3262002200800)( 32 xxxxM 950100800)( 32 xxxxM Aplicamos a carga P no ponto C: B A C 400N/m 200N/m 3m 3m B A C 400N/m 200N/m S1 28 Da mesma maneira, encontramos a equação do momento em x para o novo carregamento. 950100800)( 32 xxxxM )3(950100800)( 32 xPxxxxM Derivando a equação acima parcialmente em relação a P: mx P M )3( Para P=0: B A C P 400N/m 200N/m B A C P 400N/m 200N/m B A C P 400N/m 200N/m S1 S2 29 950100800)( 32 xxxxM Considerando 49102 mmI e GPaE 200 , temos: 2943 2 9 10.4,010.2 10.200 Nmm m N EI Com os dados obtidos, aplicamos a equação descrita a seguir para acharmos a deflexão no ponto especificado. L dx EI mxM P U 0 )( 6 0 3 2 9 .3 9 50 100800 10.4,0 1 dxx x xx 6 0 3 2 4 32 9 3 50 3002400 9 50 100800 10.4,0 1 dx x xx x xx 6 0 3 2 4 9 3 250 11002400 9 50 10.4,0 1 dx x xx x 6 0 2 345 9 1200 3 1100 6 125 9 10 10.4,0 1 x xxx Encontramos então, um deslocamento no ponto C igual a m710.9 . 30 Conclusão Concluímos que o método dos trabalhos virtuais e o método do Teorema de Castigliano fornecem de maneira simples os valores de deflexões pontuais em treliças e vigas respectivamente. Após a aplicação dos mesmos percebemos que sua execução é fácil e intuitiva, porém trabalhosa se forem necessárias deflexões em vários pontos. Por este e outros motivos consideramos os métodos empregados mais simples e de resolução mais rápida que outros semelhantes utilizados para os mesmos fins.
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