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RESUMO AV2 PROCESSO PENAL I

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ALUNA GABRIELLE MENDONÇA MOTTA PROCESSO PENAL I- UNESA CF
SISTEMA PROCESSUAL
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Art. 21.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
        Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.”
“Incomunicabilidade do indiciado: cremos estar revogada essa possibilidade pela Constituição Federal de 1988. Note-se que, durante a vigência do Estado de Defesa, quando inúmeras garantias individuais estão suspensas, não pode o preso ficar incomunicável (art., 136, §3, IV CF), razão pela qual, em estado de absoluta normalidade, quando todos os direitos e garantias devem ser fielmente respeitados, não há motivo plausível para se manter alguém incomunicável. Além disso, do advogado jamais se poderá isolar o preso (Lei 8.906/94, art 7, III). Logo ainda que se pudesse, em tese, admitir a incomunicabilidade da pessoa detida, no máximo, seria evitar o seu contato com outros presos ou parentes e amigos. 
SISTEMA INQUISITÓRIO
O Processo penal assume então características condenatórias por causa de seu controle católico, um reflexo dessa característica é a função dada ao juiz que é de acusar e julgar, nesse sistema não existia a separação das partes do processo como conhecemos hoje.
Sigiloso, sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma pessoa as funções de acusar, defender e julgar. O réu é visto nesse sistema como mero objeto da persecução, motivo pelo qual práticas como a tortura eram freqüentemente admitidas como meio para se obter a prova-mãe: a confissão.
Nesse tipo de processo não havia contraditório, ou seja, não era possível o acusado contradizer a acusação, não existindo nesse modelo uma estrutura dialética, pois, aqui não há relação jurídica já que a investigação cabia unilateralmente ao juiz inquisidor.
Assim, o magistrado acaba atuando como parte, investigador, acusador e julgador, sendo que tal procedimento era escrito e sigiloso. O juiz tinha total liberdade de colher provas, independentemente de requerimento do acusado. O acusado, em regra permanecia preso durante o processo[14].
Características do Sistema Inquisitório
A principal característica do sistema inquisitório, é a gestão de prova como função exclusiva do magistrado, tinha como defesa deste sistema a procura da verdade real no processo, onde o juiz poderia procurar e se inteirar dos fatos facilmente, ele então seria detentor da decisão processual, como este sistema exclui o acusado do processo, fazendo de mero objeto de analise do processo penal, garantias como contraditório não são existentes, fazendo com que o juiz seja orientado por suas próprias convicções.
Inexistência de Garantias no Sistema Inquisitório
Este sistema tem como característica a ausência do acusado na participação do processo, nele o juiz tem a função de julgar e defender o acusado, que é considerado apenas um objeto de análise para o processo. Devido a sua característica punitiva, onde o réu não tem direito de defesa, no sistema inquisitório o acusado não é assegurado com garantias durante o processo, o fato de o juiz ter o controle da gestão de provas faz com que a investigação se torne uma coleta de argumentos que confirmam seu pensamento inicial sobre o réu e a conduta criminosa, com isso a confissão do réu passa a ser uma das maiores estratégias usadas, mesmo que essa confissão seja extraída de maneira ilícita, para chegar ao resultado do processo.
Juiz Julga e Defende
Acusado é objeto de análise para o processo
Não há garantias
SISTEMA ACUSATÓRIO
Diversamente do sistema inquisitório, sua antítese é o sistema processual acusatório, que possui como princípio unificador o fato de o gestor da prova ser pessoa/instituição diversa do julgador. Há, pois, nítida separação entre as funções de acusar, julgar e defender, o que não ocorria no sistema inquisitivo. Destarte, o juiz é imparcial e somente julga, não produz provas e nem defende o réu.
Os prováveis precursores desse sistema processual são: a) Magna Carta; b) Petition of Rights; c) Bill of Rights; d) secularização; e) iluminismo.
Para facilitar a compreensão desse sistema, eis suas principais características: a) as partes são as gestoras das provas; b) há separação das funções de acusar, julgar e defender; c) o processo é público, salvo exceções determinadas por lei; d) o réu é sujeito de direitos e não mais objeto da investigação; e) consequentemente, ao acusado é garantido o contraditório, a ampla defesa, o devido processo legal, e demais princípios limitadores do poder punitivo; f) presume-se a não culpabilidade (ou a inocência do réu); g) as provas não são taxativas e não possuem valores preestabelecidos.
Para diferenciar o sistema acusatório do sistema inquisitório, observe-se o quadro abaixo
Ainda, com relação às provas, no sistema acusatório puro, não é possível a realização/determinação de provas pelo juiz, de ofício, sob pena de fazer às vezes das partes (neste sentido, Luiz Flávio Gomes, Mirabete, Tourinho Filho, Scarance, etc.), embora haja entendimento diverso (Paulo Rangel, Norberto Avena etc.). A corrente contrária fundamenta-se no princípio da verdade real, no entanto, esse princípio, como parte do sistema acusatório, e diante de sua interpretação teleológica e sistemática, não permite – por si só – que o juiz produza provas ou recorra de ofício, v.g., sem determinação pelas partes (p. ex Lei de Falências, Lei de Economia Popular, Lei do Crime Organizado, Lei de Interceptação Telefônica, demais dispositivos do CPP).
Contudo, em um sistema acusatório não puro (ou aparência acusatória), como adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro, é possível a realização de provas – ex officio – pelo julgador. Todavia, nosso Código de Processo Penal (e não o processo penal que não está adstrito ao CPP) ainda resguarda resquícios de um sistema processual penal misto, conforme veremos a seguir.
SISTEMA MISTO
Por fim, o sistema processual misto contém as características de ambos os sistemas supracitados. Possui duas fases: a primeira, inquisitória e a segunda, acusatória. Tem origem no Código Napoleônico (1808).
A primeira fase é a da investigação preliminar. Tem nítido caráter inquisitório em que o procedimento é presidido pelo juiz, colhendo provas, indícios e demais informações para que possa, posteriormente, embasar sua acusação ao Juízo competente. Obedece as características do sistema inquisitivo, em que o juiz é, portanto, o gestor das provas.
A segunda fase é a judicial, ou processual propriamente dita. Aqui, existe a figura do acusador (MP, particular), diverso do julgador (somente o juiz). Trata-se de uma falsa segunda fase, posto que, embora haja as demais características de um sistema acusatório, o princípio unificador (idéia fundante) ainda reside no juiz como gestor da prova.
Há uma corrente doutrinária que diz que o sistema processual brasileiro é misto (Tornaghi, Mougenot), aduzindo sua dupla fase: a) a fase investigatória, de características inquisitórias, visto que é pré-processual; b) fase judicial, com características acusatórias, iniciada após o recebimento da denúncia ou queixa. A crítica a esta corrente cinge-se ao caráter administrativo (extraprocessual) da investigação preliminar (inquérito policial, p. ex.).
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO (art. 95, I – CPP)
         Destina-se a rejeitar o juiz, do qual a parte arguente alegue falta de imparcialidade ou quando existam outros motivos relevantes que ensejam suspeita de sua “isenção” em razão de interesses ou sentimentos pessoais (negócios, amor, ódio, cobiça etc.). (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal, 20ª Ed., cit. pág. 492)
A exceção de suspeição é dilatória, isto é, visa a“prorrogação” no curso do processo, e sua arguição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. (art. 96 – CPP)
INQUERITO POLICIAL
NATUREZA JURÍDICA E FINALIDADE
O procedimento jurídico do inquérito policial possui características administrativas, e por essa razão sua natureza é de um processo administrativo persecutório, conforme afirma Denilson Feitoza (2008, p.162).
Ademais, é possível afirmar que a finalidade do inquérito policial é apurar o fato criminoso e sua autoria, possibilitando que as partes legítimas entrem com a ação penal contra o verdadeiro autor do delito (FEITOZA, 2008, p.162).
CARACTERÍSTICAS
O inquérito policial é um instituto com características peculiares e que merecem destaque para que possa ser compreendido. Vejamos abaixo.
INQUISITIVIDADE
Sua inquisitividade reflete no fato de não ser regido pelos princípios do contraditório e da ampla defesa.
OFICIOSIDADE
Pelo artigo 5º, inciso I do CPP[2] a autoridade policial fica obrigada a agir de ofício quando toma conhecimento de um suposto fato delituoso, ou seja, deve instaurar o inquérito policial mesmo sem ter sido provocada, sempre que se tratar de crime de ação penal pública incondicionada (FULLER, 2012, p.33).
Desta forma, a polícia judiciária inicia o procedimento administrativo por intermédio de uma Portaria, onde relatará o fato, as circunstâncias e o nome dos envolvidos no determinado crime (art. 5º, I, CPP)[3] (FULLER, 2012, p.33).
INDISPONIBILIDADE
Quando o inquérito policial é instaurado a autoridade policial fica impedida de dispor sobre ele, isto é, de realizar seu arquivamento. O art.17[5] ressalva isso afirmando ainda que é proibido a autoridade policial arquivar qualquer um dos autos do procedimento (FULLER, 2012, p.33).
Em nosso sistema o arquivamento do inquérito policial compete a uma ordem do Juiz de Direito ou de um requerimento (pedido) do Ministério Público, segundo preceitua o art.18 e 28 do CPP[6] (FULLER, 2012, p.33).
DISPENSABILIDADE
O inquérito policial é o principal meio de investigação criminal, entretanto ele pode ser dispensado pelo autor da ação penal, desde que ele tenha indícios suficientes a respeito do fato criminoso, com suas especificações, inclusive da autoria do delito praticado contra a vítima. Dessa maneira ele pode propor a ação penal mesmo sem o procedimento investigativo promovido pela autoridade policial (FULLER, 2012, p.34).
Assim, verificamos que a dispensabilidade do inquérito está relacionada ao fato do titular da ação ter conseguido alcançar a finalidade do próprio instituto (apurar a infração penal e sua autoria) de outra forma, já que para propor uma ação é preciso que exista uma “justa causa” (art.395, III, CPP)[7], um “início de prova” independentemente de onde provenha (FULLER, 2012, p.34).
ESCRITO
Todos os atos do inquérito policial devem ser feitos de forma escrita, e assim serem juntados nos autos do procedimento administrativo, conforme dispõe o artigo 9º[8] do Código de Processo Penal (FULLER, 2012, p.35).
SIGILOSO
O procedimento administrativo com finalidade persecutória realizado pela autoridade policial, deve assegurar sucesso a investigação, sempre resguardando a imagem e a honra dos sujeitos envolvidos em toda a persecução penal, conforme dispõe o artigo 5º, inciso X da Constituição Federal[9] (FULLER, 2012, p.35).
Sendo assim, é conferida a autoridade policial a possibilidade de dar sigilo ao inquérito policial, sob o fundamento de dar maior elucidação ao fato ou para atender melhor o interesse da sociedade, prevê o artigo 20, CPP[10] (FULLER, 2012, p.36).
DISCRICIONÁRIO
Outra característica fundamental do inquérito policial é a sua discricionariedade, a qual recai sobre a autoridade policial. Devemos destacar, que como afirmado anteriormente (tópico 3.3) a polícia judiciária não pode arquivar o procedimento que estiver presidindo, porém no momento em que for optar pelas diligências investigatórias durante o inquérito, pode realizar da maneira que achar melhor. Isto é, o delegado determinará as diligências que preferir para a apuração daquele fato criminoso (BONFIM, 2010, p.139).
No entanto, a autoridade policial deverá realizar as diligências que forem requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público (art.13, II do CPP)[11]. Não obstante ela não está obrigada a realizar as diligências que forem pedidas pelo ofendido ou por seu representante, segundo afirma o art.14[12] do Código de Processo Penal (BONFIM, 2010, p.139).
INSTAURAÇÃO
O inquérito policial é instaurado pela autoridade policial, entretanto existem certas peculiaridades que devem ser analisadas, como por exemplo, qual o tipo de ação para determinado delito. Isto pode ser verificado por meio de uma leitura de cada tipo penal previsto no Código Penal Brasileiro, assim dependendo do que for dito pelo legislador o procedimento investigatório da polícia judiciária iniciará de uma maneira, às vezes ela será obrigada a agir de ofício (crimes de ação penal pública incondicionada) ou ela necessitará de provocação do ofendido ou de seu representante legal para atuar (ação penal pública condicionada ou ação penal privada).
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Na ação penal pública incondicionada o inquérito policial deve ser instaurado, de ofício, por Portaria do Delegado de Polícia, ou seja, quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso de ação penal pública incondicionada, ela tem a obrigação de instaurar o inquérito. Aqui o procedimento é instaurado pela portaria onde estarão todas as informações a respeito do crime, como por exemplo, local, data, nomes do autor e vítima, etc., e inclusive demonstrando qual é o tipo penal; tudo isso disposto no art.5º, I do CPP[14] (FULLER, 2012, p.45).
Agora, também é possível a instauração quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso de ação penal pública, e como o Ministério Público não possui um embasamento para poder oferecer a denúncia (não possui informações a respeito da autoria do fato e nem provas que confirmem a ocorrência dele), ele poderá requisitar a instauração do inquérito policial (art.129, VII da Constituição Federal[15]). Neste caso, por se tratar de um pedido legal a autoridade policial não pode recusar, em via de regra (FULLER, 2012, p.45).
Além disso, o próprio ofendido ou seu representante legal se dirige até a autoridade policial e informa o acontecimento da infração penal, instaurando o inquérito policial formalmente, conforme dispõe o art.5º, II, segunda parte do CPP[16]. Ressalta-se que o requerimento da própria vítima deve conter as informações necessárias que demonstrem a existência do fato típico e de sua autoria (art.5º, parágrafo 1º do CPP[17]) (FULLER, 2012, p.45).
Também é possível a instauração do inquérito por auto de prisão em flagrante, com a apresentação do preso, a polícia fica sabendo da prática de um fato delituoso, devendo instaurar o procedimento investigatório com base no auto de prisão, como prevê o art.304 do CPP[18] (FULLER, 2012, p.45).
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Nos crimes de ação penal pública condicionada a instauração do inquérito policial fica atrelada a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça, onde verificamos que a autoridade policial depende de uma manifestação de vontade sem que possa iniciar o procedimento (FULLER, 2012, p.46).
Aqui também é admitido a requisição para a instauração do inquérito advinda do próprio Ministério Público ou do juiz, entretanto é necessário que ela esteja acompanhada da representação da vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do caso concreto. Isso encontra previsão no art.5º, inciso II, primeira parte e em seu parágrafo 4º do CPP[19] (FULLER, 2012, p.46).
No tocante ao caso de prisão em flagrante, para a instauração do procedimento é preciso da presença do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, também prevê o parágrafo 4º do art.5º do Código de Processo Penal[20] (FULLER, 2012, p.46).
AÇÃO PENAL PRIVADA
Agora nos crimes de ação penal privada,para que a autoridade policial possa instaurar o inquérito policial, é necessária a representação do ofendido, isto é, o delegado não está autorizado a agir de ofício de acordo com o disposto no parágrafo 5º do art.5º do CPP[21]. Similarmente, nos casos de prisão em flagrante, a polícia judiciária fica subordinada a esta representação da vítima (FULLER, 2012, p.46).
Vale ressaltar que o Ministério Público e o juiz não estão autorizados a requisitar a instauração do procedimento administrativo persecutório em delito de ação penal privada (FULLER, 2012, p.46).
 Nestes crimes de ação penal privada o requerimento feito pela vítima para a instauração do inquérito policial, não afeta e nem impede o prazo decadencial para o exercício de seu direito de queixa, isto é, do ato de propor a ação (FULLER, 2012, p.46).
PRAZOS PARA ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O prazo para o encerramento do inquérito policial encontra-se disposto no art.10, caput do Código de ProcessoPenal[22], e ele depende da situação real do indiciado:
Se o indiciado estiver preso, o prazo é de 10 dias contados do dia da prisão m flagrante ou da execução da prisão preventiva. Agora, se estiver solto o prazo é de 30 dias contados do dia em que foi instaurado o inquérito policial. Para este último é possível que seja prorrogado pelo juiz, em razão de um requerimento dado pela autoridade policial, afirma o art.10, parágrafo 3º do CPP[23] (FULLER, 2012, p.47).
Devemos ressaltar que o prazo para alguns delitos podem ser diferentes, por exemplo, para os crimes previstos na Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) encontramos no art.51 o prazo de 30 dias para o indiciado preso e de 90 dias para o indiciado solto. Ademais, tais prazos podem ser duplicados pelo juiz, após ser ouvido o Ministério Público e com requerimento justificado da autoridade policial, conforme aduz o parágrafo único do art.51 da Lei [24] (FULLER, 2012, p.47).
Agora, nos crimes de competência da Justiça Federal, onde os inquéritos são feitos pela Polícia Federal, caso o indiciado esteja preso o prazo é de 15 dias, de acordo com o art.66, caput da Lei 5.010/66[25]. Já no tocante aos crimes contra a economia popular, o procedimento investigatório deve terminar no prazo de 10 dias, independente do indiciado estar preso ou solto (art.10, parágrafo 1º da Lei 1.521/51[26]) (FULLER, 2012, p.47)
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O procedimento promovido pela autoridade policial termina com a realização de um relatório de todas as investigações feitas, buscando analisar o fato criminoso e sua autoria, o qual será enviado ao juiz competente para avaliação da infração penal, segundo determina os parágrafos 1º e 2º do art.10 do Código de Processo Penal[27] (FULLER, 2012, p.47).
AÇÃO PENAL PÚBLICA
Caso seja crime de ação pública o juiz remete os autos ao Ministério Público, que analisará o que foi averiguado pela autoridade policial e poderá optar por oferecer a denúncia, a qual dentro do processo penal é conhecida como a petição inicial, e juntamente a ela deve estar o inquérito policial quando for base para ela (art.12, CPP[28]). Logo após, a autoridade judicial verifica a denúncia e faz um “juízo de admissibilidade” optando pelo recebimento ou pela rejeição da peça, conforme prevê o art.395 do CPP[29] (FULLER, 2012, p.48).
O Ministério Público também pode requerer ao juiz, para que os autos do procedimento retornem a autoridade policial, e assim realize as novas diligências requeridas e que são essenciais para o oferecimento da denúncia (art.16, CPP[30]) (FULLER, 2012, p.48).
Ademais, também pode optar pelo arquivamento dos autos do inquérito policial (art.28, CPP[31]), isto quando verifica que não há “justa causa” para oferecer a denúncia e que todas as investigações pertinentes já foram realizadas, sempre justificando o porquê de seguir com esse posicionamento (FULLER, 2012, p.48).
AÇÃO PENAL PRIVADA
Nos delitos de ação penal privada a autoridade policial também remete os autos do inquérito policial ao juiz competente, e neste caso, os autos ficarão esperando a iniciativa dos legitimados para o ajuizamento da queixa, dentro do prazo decadencial de 6 meses, contados a partir do momento de conhecimento da autoria (art.103 e art. 38 do CPP[32]). Devemos ressaltar que os documentos que compõem o procedimento podem ser entregues ao próprio titular do direito de queixa, caso requeira (art.19, CPP[33]) (FULLER, 2012, p.48).
AÇÃO CÍVEL EX DELICTO
Em conclusão, a ação civil ex delicto é proposta diante de uma infração criminal, a fim de se obter indenização do dano causado pelo agente do crime. A regra é a de que a sentença penal que transitar em julgado faz coisa julgada no cível, prevalecendo o fundamento de que não se pode haver decisões conflitantes sobre o mesmo objeto tutelado. A prevalência da decisão penal perante o civil é clara, uma vez que se intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta até o julgamento definitivo daquela. A sentença penal condenatória transitada em julgado, servirá como título executivo para a proposição da ação ex delicto, sendo o ofendido, seu representante, herdeiros, a Defensoria Pública ou o Ministério Público (na falta daquele no Estado, e só em hipóteses em que o titular do direito à reparação do dano for pobre) legitimados a propor a ação. Esse título executivo, porém, é ilíquido, podendo o juiz penal, ao proferir uma sentença condenatória, fixar um valor mínimo de indenização, que servirá de base para que o juiz civil faça a liquidação definitiva.
Ocorrendo sentença penal absolutória em que não foi reconhecida a inexistência material do fato, ou que decidir que o fato imputado não constitui crime; despacho de arquivamento de inquérito ou das peças de informação; e decisão que julgar extinta a punibilidade, é possível a propositura da ação civil. Entretanto, ocorrendo alguma excludente de ilicitude, a sentença penal que reconhecer uma dessas hipóteses fará coisa julgada no cível.
1 – Noções Preliminares:
De acordo com a dicção de Vicente Greco Filho, a competência é “o poder de fazer atuar a jurisdição que tem um órgão jurisdicional diante de um caso concreto. Decorre esse poder de uma delimitação prévia, constitucional e legal, estabelecida segundo critérios de especialização da justiça, distribuição territorial e divisão de serviço. A exigência dessa distribuição decorre da evidente impossibilidade de um juiz único decidir toda a massa de lides existente no universo e, também, da necessidade de que as lides sejam decididas pelo órgão jurisdicional adequado, mais apto a melhor resolvê-las.”
2 – Competência Material:
            A competência matéria é a própria divisão dos órgãos jurisdicionais, sendo todas as suas funções e atribuições expressas na Constituição Federal de 1988, assim como a Justiça Militar atua somente nas causas taxativamente expressas no artigo 124 da Carta Magna; a Justiça Eleitoral que está competente nos casos expostos no artigo 121 do mesmo livro, entre outros casos que estão sob a competência da Justiça Federal.
         A competência material se delimita por três elementos básicos:
a) em razão da natureza da relação de direito (ratione materiae): quando é cometido um determinado delito, por aquele determinado ato já se encontra, na maioria das vezes previsto na lei qual é a competência para que seja julgado aquele ato. Tomemos como base um exemplo em que, Manoel pega um objeto, mediante grave ameaça de Marcos. Automaticamente já sabemos qual foi a infração cometida por Manoel (artigo 157 – roubo), e qual será seu órgão jurisdicional competente para julgar aquele ato (vara criminal).
b) em razão da qualidade da pessoa do réu (ratione personae): os Juízes de Direito que estão espalhados em várias comarcas possuem como função o julgamento de uma determinada pessoa por ter cometido determinada infração. Além disso, existe ainda indivíduos que, por motivo de estar ocupando determinado cargo, não podem ser julgados pelo mesmo Tribunal onde são todos julgados. Ex: os policiais militaresque, no exercício de sua função, acabam cometendo um crime. Este crime será de competência da Justiça Militar, conforme confere a súmula 297, do STF.
c) em razão do território: um crime sempre será regido no local onde foi cometido o delito (art. 69, I, CPP). Porém, não sabendo de fato qual o local onde foi consumado o delito, este será julgado no foro do domicílio do réu (art. 69, II, e art. 72, ambos do CPP). Uma tentativa de consumação de determinado delito será regido no local onde se foi realizado o último ato de execução (art. 70, CPP).
3 – Competência Funcional:
            Este tipo de competência diz respeito aos atos praticados dentro do processo. Segundo Mirabete, esta competência se divide em três elementos:
a) as fases do processo: em relação a este aspecto, cada fase do processo possui um juiz competente para julgar determinado ato. Tomemos como exemplo um processo de homicídio, em que sabemos que todos os crimes dolosos contra a vida são levados ao tribunal do júri, e que até a fase instrutória daquele processo é competente um determinado juiz, e para realizar o julgamento daquele processo já é outro juiz. A mesma coisa pode acontecer quando for um processo do Tribunal do Júri em uma comarca de vara única, e que o réu foi condenado a uma pena a ser cumprida no regime fechado. O seu local de execução não mais será o local do julgamento, mas sim uma outra comarca onde possui uma vara de execução mais próxima, de regime fechado e semi-aberto competente.
b) o objeto do juízo: neste caso, ocorre quando várias pessoas possuem legitimidade para exercer diversas funções diferentes no processo. Cada pessoa julga determinado fato em determinada fase do processo. Pegamos como exemplo num Tribunal, em que o pleno é formado pelas partes do processo – Promotor de Justiça (dono da ação) e o (s) Advogado (s) (patrocinador da defesa do acusado), o Juiz de Direito e os Juízes do fato, ou seja, os jurados possuem uma importância bastante relevante dentro do processo, pois são eles que irão julgar o acusado na hora do júri. Caso seja condenado, o Juiz de Direito irá realizar a dosimetria da pena, ou seja, calcular para saber quanto tempo de pena o acusado irá cumprir; mas se for absolvido, o juiz irá reduzir a termo na sentença a quantidade de votos que foram coletados dentre os jurados para que assim chegassem àquela conclusão.
c) grau de jurisdição: a competência, neste caso, é fixada ao grau de instância. Um processo que foi previamente julgado perante o Juízo de primeira instância, caso não concorde com aquela decisão, pode recorrer aos Tribunais competentes. Em nosso caso, um sujeito que for condenado por uma sentença de primeira instância de qualquer comarca do estado do Espírito Santo, este pode recorrer para a segunda instância, que é o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, onde quem irá julgar novamente o caso é um colegiado de Desembargadores.
4 – Prorrogação de competência:
            Normalmente, o processo penal é julgado no foro de onde foi cometido o delito. Porém, essa regra pode ser alterada, como na prorrogação de foro, na delegação e no desaforamento.
            Na prorrogação do foro competente para o ato, ocorre quando aquele juiz não é competente para o julgamento daquele delito, sendo esta prorrogação realizada pelas partes, e assim outro juiz seria nomeado para dar continuidade ao processo.
            A prorrogação pode ser de duas maneiras:
a) Necessária: a primeira ocorre quando a prorrogação de competência está prevista em lei. Num exemplo fatídico, numa comarca da capital, e que João foi denunciado pelo crime de homicídio, e ao longo do processo, já finalizado a instrução processual, quando o juiz fora pronunciar João, acaba proferindo uma decisão desclassificando o crime de homicídio para lesões corporais, pois foi verificada a ausência do animus necandi por parte de João no momento do crime. Neste caso, verifica-se que a competência para julgar aquele delito, que antes era do juízo do Tribunal do Júri, agora é do juízo Comum.
b) Voluntária: a competência voluntária é dita nas doutrinas que ocorre de forma tácita, ou seja, ocorre através da manifestação da vontade das partes. Mas, mesmo que ocorra a manifestação das partes, esse tipo de prorrogação tem que está previsto em lei. Mirabete coloca o exemplo do querelante, que pode escolher que a competência para julgar os crimes de iniciativa privada pode ocorrer no domicílio ou residência do réu.
5 – Delegação de competência:
            Existem casos dentro do andamento processual em que é necessário o auxílio de juízos de outras comarcas, seja para citação, intimação ou para ouvir testemunhas em outras comarcas, assim como também pode acontecer de um juiz delegar a outro juiz o poder de atuar dentro daquele processo, sem a alteração da competência.
            Existem dois tipos de delegação:
a) Delegação externa: é quando ocorre a expedição das cartas precatórias para outras comarcas para que estas auxiliem o andamento processual dos autos de origem. Pegamos um exemplo, de que existe um processo em Cachoeiro de Itapemirim, em que o acusado mora na cidade de origem do processo, porém existe uma testemunha que mora em Vitória. A comarca de Cachoeiro de Itapemirim precisa do depoimento desta testemunha, e para que consiga, será expedida uma carta precatória para a comarca de Vitória pedindo o interrogatório da testemunha. Depois de cumprida a determinação do juízo de Cachoeiro, a comarca de Vitória irá remeter esta carta precatória devidamente cumprida.
b) Delegação interna: é quando ocorre a mudança somente da pessoa do juiz dentro daquela comarca. Pegamos um exemplo em que ocorre nas cidades de varas únicas, em que é somente um juiz para todos os casos, e que chega seu período de férias. Será nomeado pelo Tribunal de Justiça um juiz substituto para que atue naqueles autos enquanto o juiz titular encontrar-se ausente devido suas férias.
6 – Competência na Constituição Federal:
            Como já foi exposto anteriormente, a Constituição Cidadã de 1988 descreve a jurisdição em três partes: a primeira é a chamada jurisdição especial, que são aquelas que tratam de delitos de ordem trabalhista, eleitoral, militar, e ainda política. A outra é a chamada jurisdição comum, que é aquela composta dos Tribunais e Juízes dos estados, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais. Existe ainda a competência dos juizados especiais ou juizados de pequenas causas, de natureza federal e estadual.
7 – Competência pelo lugar da infração:
            Esta competência é também conhecida competência ratione loci, prevista no artigo 69, incisos I e II, do Código de Processo Penal, em que diz que o local da infração (fórum delicti comissi), em regra, será sempre onde foi praticado o delito.
            De acordo com o exposto no artigo 70 do Código de Processo Penal, a competência é para julgar o delito é no local onde o crime foi consumado. Esses locais são as comarcas, composto pelo magistrado de primeiro grau. Quando se tratar de crimes dolosos contra a vida, serão julgados nas comarcas de primeiro grau onde foi efetuado o delito, sendo a banca de jurados compostos por sete pessoas idôneas daquele local, e ainda com a presença do juiz de direito para que realize a dosimetria da pena, caso o acusado seja condenado.
            Sendo incerto o local do delito, por causa do conflito entre duas ou mais jurisdições, o artigo 70, §3º, do CPP, é firmada pela prevenção a sede do juízo, que é o local onde foi praticado algum ato daquele processo. Pode, neste caso, ocorrer a prorrogação pela prevenção.
8 – Competência pelo domicílio ou residência do réu:
            Com isso, em nosso ordenamento jurídico prevê que os delitos de natureza penal sempre serão julgados no local da infração (como já foi no tópico anterior). Mas, quando não se sabe exatamente a competência para que seja julgado determinado crime pelo conflito de competência existente, o processo será julgado no foro do domicílio do réu.Quando dizemos em ação de iniciativa privada, o querelante possui a opção de escolher o foro para que seja julgado o querelado, sendo no domicílio do réu (opção facultativa), quanto no local onde ocorreu o delito (regra geral).
9 – Competência pela natureza da infração:
            Após determinada o local da infração (ratione loci), é preciso determinar sobre qual matéria que será julgado aquele determinado delito, podendo ser de Justiça Especial (Trabalhista, Eleitoral) ou Comum (Federal ou Estadual).
Pode acontecer ainda de ocorrer a desclassificação de um determinado crime, e esta incidir na competência para o julgamento do feito. Com isso, quando houver o mesmo, deverá os autos serem remetidos para o juiz competente, e assim ser julgado conforme a lei. Um caso excepcional será no Tribunal do Júri, em que se for desclassificado o crime no momento do julgamento da pessoa, ainda será de competência deste mesmo juiz julgar aquele ato no momento da audiência.
11 – Competência por conexão ou continência:
            Neste caso será estudado os motivos, não para a fixação da competência, mas o real motivo que ocorreu aquela determinada mudança. O sentido da palavra conexão no Processo Penal se difere do sentido da palavra no Processo Civil, em que no último tem a ver com a pessoa, com a coisa, com a causa de pedir. No último tem a ver com o vínculo, liame, relação, nexo existente entre os fatos correlacionados com os autos.
            Os autores vêm classificando essa conexão:
a) Conexão Material ou Substantiva: São vários delitos ocorridos, sendo entrelaçado circunstancialmente, independente da comarca. Ex: no caso de um processo em fase de instrução na cidade de Cachoeiro de Itapemirim por lesões corporais, mas que possui correlação com o crime de homicídio que corre na comarca de Marataízes.
b) Conexão Processual ou Instrumental: Neste caso não existe uma ligação entre os delitos de fato, mas as provas instruídas em um processo influem em outro. Este tipo de conexão ainda pode se subdividir em:
b1) Puramente Subjetiva: São os delitos que são praticados por várias pessoas.
b2) Puramente Objetiva: É quando ocorre mais de um delito, e que pode acarretar de um ocultar a prática de outro.
b3) Subjetiva-objetiva: São delitos praticados por várias pessoas em concurso.
            
12 – Foro prevalente:
            Depois de realizada a apreciação da conexão e da continência, deve-se observar para qual foro que será levado os autos para a sua instrução e julgamento.
13 – Separação dos processos:
            Alguns motivos específicos fazem com que alguns processos sejam desmembrados uns dos outros. Com isso, esses motivos são expressos no artigo 79, do CPP.
14 – Competência por prevenção:
            Neste artigo, quando houver um processo em que há um conflito de competência, será competente aquele que, por prevenção, o juízo que já estiver atuado primeiro dentro do processo, ou até mesmo antes do julgamento do processo, ou seja, na fase de inquérito, como um pedido de explicações em juízo, concessão de fiança, o reconhecimento de pessoas ou coisas.            O processo que, por prevenção, que foi o motivo pelo qual estabeleceu a competência para o julgamento, não pode recorrer até a segunda instância relatando que o foro não era competente para aquele crime, pois a prevenção está prevista em lei, e já pacificada no STF.
15 – Competência pela prerrogativa de função
16 – Prerrogativa de função e “exceção da verdade”:
17 – Questões Particulares
17.1 – Crimes Plurilocais:
            Quando existem crimes em que foram cometidos fora da Federação, ou seja, em estados estrangeiros, é dito que realizado um delito à distância. Quando ocorrem delitos em vários locais do território nacional, dizemos que ocorreram os chamados crimes plurilocais. Mas ocorrendo esse tipo de delito, o seu foro competente será o local em que de fato foi consumado o crime, e no caso de tentativa, o local em que se foi realizado o último ato de execução. A consumação de um delito ocorre quando o agressor realiza o ato típico expresso no artigo, e a vítima sofre a lesão disposta também naquele diploma legal.
17.4 – Competência da Justiça Comum Federal:
            Os crimes em que envolvem os bens da União, serão de competência de julgamento privativamente da Justiça Federal.
            Além disso, existe os crimes praticados contra o meio ambiente, que é um bem de uso comum do povo. Com isso, se houver alguma lesão contra o meio ambiente, e que não encontrar-se positivado em lei, será de competência federal o seu prévio julgamento. Em 2000 foi aprovada a súmula 91, do STF, em que fala que a competência para julgar os delitos contra a fauna seria da Justiça Federal.
            Um prefeito municipal que efetuar um delito contra o patrimônio da União, este delito será previamente julgado pela Justiça Federal, enquanto se o delito do representante do executivo municipal decorrer somente sobre os bens municipais, este será julgado pela Justiça Estadual.
            Compete ainda privativamente a Justiça Federal julgar os delitos praticados entre os estrangeiros, em relação a sua entrada e permanência dentro do Estado Brasileiro, assim como se for o caso de sua extradição.

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