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Custos e Nivel de Serviço

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Custos e Nível 
de Serviço
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
ead.sestsenat.org.br 
CDU 656.073
92 p. :il. – (EaD)
Curso on-line – Custos e Nível de Serviço – Brasília: 
SEST/SENAT, 2016.
1. Logística - custos. 2. Transporte - frete. I. Serviço 
Social do Transporte. II. Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Transporte. III. Título.
3
Sumário
Apresentação 5
Unidade 1 | Conceito de Custo Total de Produção e Custos Logísticos 7
1 Custo Total de Produção 8
1.1 Custos Totais: Fixos e Variáveis 9
1.1.1 Custos Fixos 9
1.1.2 Custos Variáveis 10
1.2 Custos Totais Médios 11
2 Outros Conceitos de Custos 11
2.1 Custo Direto 11
2.2 Custo Indireto 12
2.3 Custos Não Fabris 12
3 Custos Logísticos 13
3.1 Custos de Transporte 13
3.2 Custos de Manutenção de Estoques 18
3.3 Custos do Processamento de Pedidos 20
3.4 Os Custos Logísticos Totais 22
Glossário 23
Atividades 24
Referências 25
Unidade 2 | Formação de Preços de Fretes 27
1 Introdução aos Fretes 28
2 Fatores que Influenciam o Valor do Frete 30
2.1 Cálculo do Valor do Frete 38
2.2 Etapas do Serviço de Transporte 38
4
2.3 Formação de Preços do Serviço de Transporte – Frete 39
3 Despesas Administrativas 40
4 Margem de Lucro 42
5 Reduções do Frete Básico 43
6 Frete-Valor 44
7 Seguros Obrigatórios para o Transporte de Cargas 45
8 Cálculo do Frete-Valor (GRIS e Seguros) 46
Glossário 47
Atividades 48
Referências 49
Unidade 3 | Nível de Serviço Logístico ao Cliente 51
1 Introdução 52
Atividades 58
Referências 59
Unidade 4 | Indicadores de Nível de Serviço no Transporte e na Logística 61
1 Definição e Construção de Indicadores de Nível de Serviço no 
Transporte e na Logística 62
2 Alguns Indicadores e Exemplos de Medidas no Transporte e na Logística 66
Atividades 74
Referências 75
Unidade 5 | Sistema de Avaliação de Logística por Indicadores 77
1 Sistema de Avaliação por Indicadores 78
Glossário 87
Atividades 88
Referências 89
Gabarito 91
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Custos e Nível de Serviço! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
Este curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades, 
conforme a tabela a seguir.
Unidades Carga Horária
Unidade 1 | Conceito de Custo Total de Produção e Custos 
Logísticos
8 h
Unidade 2 | Formação de Preços de Fretes 8 h
Unidade 3 | Nível de Serviço Logístico ao Cliente 4 h
Unidade 4 | Indicadores de Nível de Serviço no Transporte e 
na Logística
5 h
Unidade 5 | Sistema de Avaliação de Logística por Indicadores 5 h
6
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.
Bons estudos! 
7
UNIDADE 1 | CONCEITO DE 
CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO E 
CUSTOS LOGÍSTICOS
8
Unidade 1 | Conceito de Custo Total de Produção e 
Custos Logísticos 
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 1! Nela, veremos a definição de custo 
total de produção e custos logísticos. Bons estudos!
1 Custo Total de Produção
Contadores e economistas definem custo total de produção de um bem ou de um 
serviço de forma distinta. Para os contadores, o custo total de produção é a soma dos 
custos dos insumos que foram lançados nos livros contábeis. Já para os economistas 
o custo total é avaliado pelos custos de oportunidade dos insumos empregados na 
produção. 
Eis alguns exemplos de custo de oportunidade: 
a) O custo de oportunidade do tempo gasto na obtenção da solução de uma questão 
em uma prova é o tempo perdido em trabalhar em outra questão. 
b) O custo de oportunidade de utilizar seu armazém para estocar, manusear e 
distribuir produtos é o lucro que poderia ter sido obtido pelo aluguel do espaço 
a terceiros. 
c) O custo de oportunidade de aumentar a frota de caminhões é o retorno que 
poderia ter sido obtido pela aplicação do dinheiro no mercado financeiro. 
 c
A definição do economista para custo total de produção de um 
bem ou serviço parece ser mais correta, todavia a apuração dos 
custos é mais trabalhosa. Para os nossos propósitos, vamos 
assumir que não existem distintas definições de custos totais de 
produção. 
9
1.1 Custos Totais: Fixos e Variáveis 
• O custo total (CT) é a soma de todos os custos associados à produção de uma 
mercadoria (serviço). 
• Ele divide-se em dois componentes: custos totais fixos e custos totais variáveis, 
isto é: 
[1] CT = F + CV
Onde F e CV são os custos totais fixos e variáveis, ou simplesmente, os custos fixos e 
variáveis, respectivamente. 
1.1.1 Custos Fixos 
Os custos fixos são frequentemente definidos como aqueles 
custos que não podem ser reduzidos, independentemente do 
nível de produção, ou seja, mesmo que a empresa decida não 
produzir, ela terá de pagar os custos fixos.
Se definirmos o custo fixo médio (F) como sendo:
Então, não é difícil verificar que F diminui à medida que a produção (Q) cresce. A 
equação [2] representa o custo fixo médio. 
10
1.1.2 Custos Variáveis 
Por definição, os custos variáveis são os custos incorridos pela 
utilização de insumos variáveis no processo de produção. Dito 
de outra forma, os custos variáveis oscilam com o nível de 
produção e incluiriam, portanto, a conta de salários, a conta de 
matérias-primas, a conta de combustível, e assim por diante. 
Os custos variáveis médios ( ) são definidos como:
A equação [3] resume a curva de custo variável médio. Se bem-comportada, a curva de 
custo variável médio deve inicialmente cair e depois subir com o aumento da produção. 
Ela tem o formato de “U”. A demonstração do formato da curva de custo médio é 
complexa e, assim, está fora do escopo deste curso. 
 g Aprofunde seus conhecimentos a respeito deste conteúdo, consulte o livro de Vasconcellos (Caps. 5 e 6) ou de Miller (Caps. 7 e 8) através dos links a seguir. 
 
https://profwalfredoferreira.files.wordpress.com/2014/02/
economia-micro-e-macro-marco-antonio-sandoval-de-
vasconcellos.pdf 
 
https://pt.scribd.com/doc/201490495/Microeconomia-Miller-
Meiners
11
1.2 Custos Totais Médios 
Os custos totais médios são definidos da seguinte forma:
Ou simplesmente,
 
2 Outros Conceitos de Custos 
A seguir, apresentamos alguns conceitos de custos também usados no dia a dia das 
empresas.
2.1 Custo Direto
O custo direto é qualquer custo que pode ser relacionado 
diretamente com um objeto de custo. 
A propósito, o que é objeto de custo? 
Qualquer item a que um custo é atribuído, como, por exemplo, uma mercadoria, um 
serviço, um departamento, um centro de distribuição ou uma linha de ônibus.
12
2.2 Custo Indireto
O custo indireto é qualquer custo que não pode ser relacionado 
diretamente com um objeto de custo. 
Muitas vezes, um custo pode ser direto em relação a um objeto do custo e indireto em 
relação a outro. Por exemplo, o salário do supervisor de certa linha de ônibus é um 
custo direto em relação a essa linha, mas é indireto em relação às outras linhas que ele 
supervisiona.2.3 Custos Não Fabris
Os custos não fabris são os custos que não estão diretamente relacionados ao processo 
de produção de um bem ou serviço. Eles contêm dois elementos: custos de vendas e 
custos administrativos. 
a) Os custos de vendas são os custos necessários à obtenção de pedidos dos clientes 
e fornecimento dos produtos acabados a eles. Incluem propaganda, comissões 
de vendas, custos de entrega, custos logísticos, custos de estoque, entre outros. 
b) Os custos administrativos são os custos necessários para administrar a empresa 
e suprir o apoio administrativo; incluem, por exemplo, os salários dos executivos 
e dos auxiliares administrativos, os custos dos serviços jurídicos, financeiros, 
contábeis e de processamentos de dados. 
13
3 Custos Logísticos
Compreendidos os conceitos econômicos importantes para definir e classificar os 
diferentes tipos de custos existentes nas atividades empresariais, vamos agora definir 
os custos das diferentes atividades da logística e do transporte de cargas. 
Vamos definir como são medidos os custos das atividades primárias da logística (elas 
representam a maior parte dos custos logísticos totais), começando com os custos de 
transporte!
3.1 Custos de Transporte 
De acordo com Alvarenga e Novaes (1994), os custos normalmente relacionam-se 
com diversas variáveis operacionais. Porém, quase sempre, uma variável tem mais 
importância na definição do custo de determinada atividade que as outras. 
No transporte rodoviário de cargas, por exemplo, o custo é fortemente relacionado 
com a distância de movimentação das cargas (a distância percorrida entre o ponto de 
origem e o ponto de destino das cargas) e com o tempo de viagem. 
 h
Assim, podemos deduzir que quanto maiores forem a distância 
percorrida e o tempo de viagem, mais elevado será o custo de 
transporte e mais caro será seu preço. 
Note bem que as despesas com o combustível e com os pneus são dependentes da 
distância percorrida, enquanto que as despesas relacionadas ao salário da equipe 
(motorista e ajudantes) são diretamente proporcionais ao tempo de viagem. 
Alvarenga e Novaes (1994) observam que no transporte rodoviário de carga a distância 
predomina sobre o tempo, uma vez que ela consegue explicar melhor os custos gerados 
pelas viagens do que o tempo. Além disso, o tempo e a distância têm forte correlação: 
quando a distância é longa, o tempo de viagem é elevado e vice-versa. 
14
Agora, podemos dizer que os custos de transporte rodoviário de cargas são variáveis 
quando são influenciados pela distância percorrida (quilometragem percorrida) e são 
fixos quando não variam com a distância percorrida. 
Vamos, então, calcular qual é o custo de combustível para se realizar um conjunto 
de viagens durante determinado período de tempo por uma empresa de transporte 
rodoviário de cargas?
Para isso, precisamos levantar algumas informações, como, por exemplo: o preço do 
litro de combustível, a quilometragem percorrida para a totalidade das viagens, o 
consumo de combustível por quilômetro ou o consumo total de combustível em litros 
para a quilometragem rodada no período. 
Você percebeu o quanto é importante manter um registro das 
informações na logística? 
 
Sem elas não poderíamos calcular o custo de combustível consumido pelos 
caminhões de uma empresa de transporte, por exemplo. 
 
Vamos simular alguns dados para resolvermos o problema proposto 
anteriormente? 
 
a) Preço do litro de óleo diesel = R$ 1,70 
 
b) Quilometragem total percorrida no período = 1.500 km. 
 
c) Consumo médio de combustível pelo caminhão = 5 quilômetros rodados 
por litro de combustível. 
 
De posse dessas informações, podemos calcular o custo com combustível 
para o caso enunciado. 
 
Custo com combustível = 1,70 x (1.500/5) = R$ 510,00
Da mesma maneira, poderemos calcular os outros itens de custo de transporte para a 
empresa, desde que tenhamos as informações disponíveis.
15
 c
Você acha que as outras modalidades de transporte de carga 
como, por exemplo, o transporte aéreo e o transporte marítimo 
também têm seus custos relacionados à distância percorrida? A 
resposta correta é não! 
Na verdade, a variável definidora dos custos depende da modalidade de transporte e 
também do tipo de serviço oferecido. Para o transporte aéreo, por exemplo, é comum 
relacionarem-se os custos ao tempo de viagem (o consumo de combustível de um avião 
é explicado melhor pelas horas de voo do que pela distância de voo). Para o transporte 
marítimo os custos variáveis são baseados nos dias de viagem. Assim, cada modalidade 
tem especificidades para calcular seus custos de transporte. 
Uma forma alternativa de cálculo dos custos de transporte rodoviário, também muito 
utilizada na prática, consiste em considerar simultaneamente o peso transportado, a 
distância e a tarifa de transporte, resultando na seguinte equação:
CTr=P×d×tar
Onde: 
• CTr = custo de transporte em reais 
• P = peso transportado em toneladas 
• d = distância percorrida em km 
• tar = tarifa de transporte em reais / ton.km 
A tarifa mostra quanto custa em reais o transporte de 1 tonelada do produto por um 
quilômetro de estrada (reais/ton.km). 
Cabe lembrar que a fixação da tarifa de transporte de cargas depende de uma série 
de parâmetros operacionais e econômicos da atividade de transporte. Eis alguns deles 
que influenciam a tarifa de transporte:
• O tipo e as características do produto transportado (carga geral, produto 
perigoso, produto de alto valor, produto perecível etc.); 
• O tipo de modal de transporte ou a combinação de modais utilizada; 
• O nível de competição entre os transportadores; 
16
• O mercado considerado; 
• As características e a capacidade de carga do veículo utilizado; 
• As características geográficas da região de atuação; 
• A qualidade da infraestrutura de transporte existente; e
• O volume de carga existente, entre outros parâmetros. 
Vamos trabalhar um exemplo de cálculo do custo de transporte rodoviário com o uso 
da equação detalhada anteriormente!
Imagine que uma indústria localizada numa cidade A, compre matéria-
prima para sua produção de uma cidade B. Após fabricar o produto acabado, 
ela venderá esse bem em outra cidade chamada de C. A seguir, são 
fornecidas as informações acerca das quantidades de matéria-prima e de 
produto acabado que essa empresa compra e distribui. 
 
• Quantidade de matéria-prima comprada da cidade B = 2.000 toneladas 
 
• Quantidade de produto acabado vendido na cidade C = 1.200 toneladas 
 
• Distância entre as cidades A e B = 45 km 
 
• Distância entre as cidades A e C = 60 km 
 
• Tarifa de frete para matéria-prima = 8 reais/ton.km 
 
• Tarifa de frete para produto acabado = 15 reais/ton.km 
Com os dados relatados, vamos calcular o custo de transporte para essa empresa 
movimentar os produtos necessários às atividades de suprimento e distribuição?
 c
Você já percebeu que temos custos de transporte relacionados 
ao suprimento de matéria-prima e também custos de transporte 
ligados à distribuição de produtos acabados?
17
Pois bem, então vamos calculá-los! 
a) Custos de transporte para o suprimento de matérias-primas entre A e B 
= CTr Suprim 
 
Ctr Supri = P x d x tar 
 
Logo, aplicando os valores fornecidos no exemplo temos: 
 
Ctr Supri = 2000 x 45 x 8 
 
Ctr Suprim = 720.000 reais
Agora, vamos determinar qual é o montante dos custos de transporte de produtos 
acabados. 
b) Custos de transporte para a distribuição de produtos acabados entre A e 
C= CTr Distrib 
 
Aplicando novamente a equação do custo de transporte, teremos: 
 
Ctr Distrib = 1200 x 60 x 15Ctr Distrib = 1.080.000 reais 
 
Finalmente podemos determinar qual é o montante dos custos com 
transporte para a empresa A. Temos, então, que somar o custo de transporte 
de suprimento de matéria-prima com o custo de transporte de distribuição 
de produto acabado. 
 
Assim, o custo total com transportes é dado por: 
 
Ctr = Ctr Suprim + Ctr Distrib 
 
Ctr = 720.000 + 1.080.000 
 
Ctr = 1.800.000 reais 
18
Agora que já vimos como se determina o custo de transporte, podemos passar para a 
determinação do custo das outras atividades logísticas. Vamos em frente? 
3.2 Custos de Manutenção de Estoques 
No início deste curso nós estudamos o custo de oportunidade; o 
custo com estoque é um custo de oportunidade. Assim, quando 
as empresas colocam seus recursos investidos em produtos em 
estoque, deixam de investi-los em outras oportunidades, como, 
por exemplo, em ações na bolsa de valores ou mesmo em fundos 
de investimentos. O que eles ganhariam nessas aplicações e 
deixam de ganhar para investir em estoques é o chamado custo 
de oportunidade. 
Desta maneira, os custos com estoque podem ser determinados pela seguinte equação: 
CEst = V x J x E/2
Onde: 
• CEst = custo anual de manutenção de estoques 
• V = valor unitário de um item do produto 
• J = taxa de oportunidade de capital em % ao ano 
• E = tamanho em unidades de um lote de compra do produto 
• E/2 = estoque médio que a empresa mantém de produto ao longo do ano 
Assim, caso a empresa queira determinar quanto custa manter um produto em estoque 
ao longo de determinado período, ela necessita coletar as informações necessárias 
para a aplicação da equação apresentada. 
Vamos a um exemplo? 
19
Suponha que uma empresa compre determinado produto para mantê-lo 
em estoque enquanto ele não é vendido ou consumido ao preço unitário de 
R$ 5,00. A empresa também conhece seu custo de oportunidade, pois 
deixou de investir esses recursos numa aplicação financeira que poderia 
lhe trazer um rendimento de 25% ao ano. Além disso, ela calculou o lote 
econômico de compra do produto e chegou à conclusão que ele é de 500 
unidades. O lote econômico é a quantidade de compra que minimiza o 
custo com estoques. Ele é determinado pela seguinte equação: 
 
Onde: 
 
• Eot = lote econômico de compra 
 
• D = demanda ou consumo anual do produto em unidades 
 
• Cp = custo para processar um pedido 
 
• J = custo de oportunidade de capital 
 
• V = valor unitário do produto. 
 
Agora, podemos calcular o custo com estoques para essa empresa. Basta 
aplicarmos a equação: 
 
CEst = 5,00 x 0,25 x 500/2 
 
CEst = 312,5 reais
Das três atividades logísticas primárias falta-nos definir agora o custo da atividade de 
processamento de pedidos. Vamos lá? 
20
3.3 Custos do Processamento de Pedidos 
Os custos com a atividade de processamento de pedidos nas empresas estão 
diretamente relacionados à forma de comunicação que se utiliza entre o comprador e 
fornecedor por ocasião da aquisição de um produto. 
Há diversas maneiras para se fazer um pedido de compras. Entre as várias alternativas, 
podemos destacar os pedidos realizados via fax, via telefone, via vendedores que 
passam nos clientes e anotam os pedidos de mercadorias, via internet, via EDI. 
 g
Você conhece essa técnica de comunicação entre empresas? 
 
Confira mais informações sobre o funcionamento do EDI, entre 
no portal oficial da Edicom através do link a seguir e aprofunde 
seus conhecimentos! 
 
http://www.edicomgroup.com/pt_BR/home.html
Dependendo da alternativa que for escolhida para realizar e processar os pedidos, 
a empresa incorrerá em custos mais ou menos elevados. De qualquer maneira, há 
algumas rubricas de despesas com pedidos que estão presentes em grande parte das 
alternativas de processamento de pedidos: 
• Salários e encargos de pessoal que trabalha com o processamento de pedidos; 
• Gastos com material de escritório e computadores; 
• Gastos diversos com a central de pedidos, com energia elétrica, com telefone 
etc. 
Podemos também definir uma equação que represente os custos totais relativos ao 
processamento de pedidos numa empresa, durante determinado período. 
Para isso, precisamos conhecer a demanda total pelo produto durante o período 
considerado. Vamos chamá-la de D. 
21
Em seguida, é necessário sabermos qual vai ser a quantidade de itens do produto 
ou dos produtos solicitada em um pedido: é o tamanho do lote de compra, ou seja, 
é a quantidade de itens que iremos comprar a cada vez que fizermos um pedido ao 
fornecedor. Vamos chamá-la de E. 
Finalmente, é preciso que computemos todas as rubricas de despesas necessárias para 
se fazer um pedido com a alternativa de comunicação escolhida entre o comprador 
e o fornecedor. A soma de todas as rubricas é o custo total para se fazer um pedido. 
Vamos chamá-lo de Cp (custo unitário para fazer um pedido). Por exemplo: se fizermos 
o pedido via fax, teremos que computar as despesas com a ligação telefônica, com 
as horas de trabalho do funcionário encarregado de fazer o levantamento das 
necessidades de aquisição da mercadoria e de transmitir o pedido, com o material de 
escritório necessário para o processo, entre outras.
Vamos a um exemplo de cálculo do custo de processamento de 
pedidos? 
 
Suponha que uma empresa tenha realizado o levantamento das despesas 
incorridas para a realização de um pedido ao seu fornecedor e tenha 
encontrado o valor de R$ 10,00. Esse valor corresponde a Cp. Sua demanda 
ou consumo anual com esse produto foi medida e se chegou ao valor de 
2.000 unidades/ano, que corresponde ao D, anteriormente especificado. 
Além disso, a empresa calculou o lote econômico de compra dessa 
mercadoria e chegou a uma quantidade igual a 200 unidades por pedido, 
representado por E. 
 
Assim, poderíamos determinar o custo total com os pedidos dessa empresa 
ao longo de um ano, através da seguinte equação: 
 
Ctpedidos = Cp x D/E 
 
Substituindo os valores do exemplo na equação teremos: 
 
Ctpedidos = 10 x 2000/200 = 100 reais/ano 
 
Note que a expressão D/E indica-nos a quantidade de pedidos que deve ser 
feita no período considerado. Essa quantidade multiplicada pelo custo 
unitário de processamento de um pedido nos fornece o custo total com as 
compras para a empresa durante um determinado período, no nosso caso 
durante um ano. 
22
Você compreendeu o processo? Podemos dizer que o passo mais difícil é a determinação 
do custo unitário do pedido, o Cp, não é mesmo? Para isso, a empresa deve possuir um 
sistema de informações que permita identificar as rubricas e valores dos custos para os 
processos ou atividades.
3.4 Os Custos Logísticos Totais 
Para determinarmos os custos logísticos totais basta somarmos os custos individuais 
das várias atividades logísticas. Neste curso, abordamos somente os custos das 
atividades logísticas primárias, que representam a maior parte dos custos logísticos 
totais. Isso não significa dizer que as atividades logísticas de apoio não gerem custos 
para as empresas. Da mesma maneira, não é impossível calcular seus custos. Apenas 
vamos considerá-las agrupadas na rubrica “custos das atividades de apoio”, no nosso 
estudo, porque seus custos são menos elevados que os das atividades de transporte, 
estoque e pedidos. 
Assim, podemos determinar uma equação que representa os custos logísticos totais. 
Vamos a ela? 
CLogtotal = custo estoque + custo de transporte + custo de pedidos + custo das 
atividades logísticas de apoio
Substituindo pelos termos das equações de custos das atividades encontradas 
anteriormente, temos que:
CLog = V x J x E/2 + P x d x tar = Cp x D/E = custos atividades deapoio
Uma vez estudados os custos das principais atividades logísticas, o transporte, o 
estoque e o processamento de pedidos, poderemos, a partir de agora, analisar como 
são formados os preços de fretes. Esse assunto é o tema de nosso próximo capítulo.
23
Glossário
Custo de oportunidade: É definido como o valor de um recurso (insumo, por exemplo) 
em seu melhor uso alternativo. 
Insumos: Recursos usados na produção de um bem ou serviço, como por exemplo: 
talento gerencial; mão de obra; máquinas e equipamentos; armazéns; e prédios de 
garagens de ônibus e de caminhões. 
Objeto de custo: Qualquer fim ao qual um custo é atribuído: um produto; uma linha de 
ônibus; um centro de distribuição etc. 
24
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Os custos variáveis são 
frequentemente definidos como aqueles custos que não 
podem ser reduzidos, independentemente do nível de 
produção, ou seja, mesmo que a empresa decida não produzir 
ela terá de pagá-los. Já os custos fixos são os custos incorridos 
pela utilização de insumos fixos no processo de produção. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Entre os conceitos de custos 
usados no dia a dia das empresas, podemos citar os custos 
diretos, custos indiretos e custos não fabris. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
Atividades
25
Referências
ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. 
São Paulo: Pioneira, 1994. 
AMBRÓSIO, Vicente. Plano de marketing passo a passo. Rio de Janeiro: Reichmann & 
Affonso, 1999. 
BALLOU, Ronald R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, 
Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. 
_______. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição 
Física. São Paulo: Atlas, 1993. 
BERNARDO, Felippe Júnior. Marketing para a pequena empresa: o que é e para que 
serve. Brasília: Sebrae, 1994.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 
São Paulo: Saraiva, 2003. 
BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, D. J. Logística Empresarial: O processo de Integração 
da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. 
BREALEY, R. A.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-
Hill, 2008. 
BRETZKE, Miriam. Marketing de Relacionamento e Competição em Tempo Real. São 
Paulo: Atlas, 2000. 
BRIGHAM, E. F.; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira. 
Rio de Janeiro: Campus, 1999. 
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27
UNIDADE 2 | FORMAÇÃO DE 
PREÇOS DE FRETES 
28
Unidade 2 | Formação de Preços de Fretes 
Seja bem-vindo(a) à unidade 2! A formação de preços de fretes com parcimônia é 
fundamental para que uma empresa ou organização logística tenha os custos da operação 
cobertos e ainda possa ter uma margem de lucro como retorno da atividade de transporte 
ou de movimentação de produtos. 
Nesse sentido, esta unidade analisará os fatores que influenciam a formação dos preços 
dos fretes, além de apresentar os métodos mais conhecidos para seu cálculo. Bons estudos!
1 Introdução aos Fretes 
Inicialmente, vamos conhecer os dois principais agentes que participam de uma 
negociação de fretes: o embarcador e o transportador. 
Denomina-se “embarcador” a pessoa física ou a empresa proprietária dos produtos, 
ou mesmo um terceiro, que assumiu a responsabilidade pela carga em nome desse 
proprietário. Enfim, é a empresa que pretende vender seus produtos a um cliente e, 
portanto, necessita do transporte para que a carga seja entregue no seu destino. 
“Transportador” é o trabalhador autônomo ou a empresa que prestará o serviço de 
transporte para o embarcador. O transportador é o responsável pela execução do 
serviço de transporte. 
Os fretes resultam das negociações entre o embarcador e o transportador e 
representam as condições básicas sob as quais eles estão dispostos a realizar esse 
negócio. 
29
 e
Há, portanto, dois pontos de vista diferentes: 
 
a) Ponto de vista do transportador: o frete é uma compensação 
a ser recebida pelo serviço prestado. 
 
b) Ponto de vista do embarcador: o frete é a quantia (em reais) 
que ele está disposto a pagar pelo serviço prestado. 
O preço a ser cobrado pelo serviço de transporte pode ser conseguido de três formas 
distintas. Quais sejam: 
• Frete orientado pelo custo: neste caso, calcularemos os custos esperados do 
transporte e acrescentaremos uma margem de lucros. 
• Frete orientado pelo consumidor: aqui, quem manda é o cliente (o embarcador). 
Neste caso, considera-se o valor que o cliente está disposto a pagar pelo serviço 
de transporte. 
• Frete orientado pela concorrência: existem várias empresas competindo pelo 
mesmo mercado no transporte rodoviário. Também existem casos em que o 
transporte rodoviário concorre com outras modalidades, como o transporte 
ferroviário, o aéreo e o aquaviário. No caso de concorrência, os fretes podem 
ser estabelecidos a partir de um levantamento dos fretes cobrados pelos 
concorrentes, buscando-se situá-lo em uma faixa média. Devemos deixar claro 
que a concorrência só é válida quando se tratar de embarques semelhantes em 
quantidade e em qualidade de serviço de transporte. Independentemente da 
forma de se estabelecer o preço a ser cobrado, o valor do frete dependerá de 
uma série de fatores como o veículo, a rota, a carga, o serviço oferecido, os riscos, 
as atividades complementares etc. 
30
2 Fatores que Influenciam o Valor do Frete 
O frete é o valor a ser cobrado pelo serviço de transporte, no nosso caso, o transporte 
de cargas. 
Para se chegar ao valor do frete, devemos conhecer todos os custos envolvidos em 
uma operação de transporte de cargas. Conhecendo esses custos, não correremos o 
risco de cobrar um frete abaixo dos custos de produção, o que nãopermite manter a 
empresa ou o veículo de transporte em operação.
Figura 1: Fatores que interferem no estabelecimento do frete
31
A seguir, veremos como alguns desses fatores interferem na fixação do valor do frete. 
a) Percurso de realização do transporte 
O percurso de transporte tem influência direta no cálculo do frete. Quanto maior for 
a distância percorrida, maior será o valor do frete, pois maiores serão os gastos com 
combustível, pneus, lubrificantes, desgaste do veículo, entre outros custos (chamados 
custos variáveis). 
Além disso, percursos mais acidentados, como serras, com longos trechos em subidas 
e descidas trarão um gasto ainda maior com os itens de custo variável citados acima. 
O percurso também pode não ser seguro, com altos índices de acidentes e roubo de 
carga. Tudo isso eleva o valor do frete. 
As características da via também influem no valor do frete: se ela é pavimentada ou 
não, se possui sinalização, como é seu estado de conservação etc. Rodovias em estado 
ruim de conservação ou inadequadas causam mais danos ao veículo e aumentam o 
tempo de viagem, elevando o valor do frete. 
Por fim, o percurso pode ser realizado em Rodovias Concessionadas, ou seja, rodovias 
que o Governo Federal privatizou, passando a operação e conservação para as mãos da 
iniciativa privada. Neste caso, as melhores condições da rodovia favorecem a redução 
do valor dos fretes, porém, existirá cobrança de pedágio ao longo do percurso que, 
apesar de não entrar diretamente no cálculo do valor do frete, interfere no valor total 
a ser pago pelo transporte. 
b) Tipo de carga transportada 
A carga exerce influência direta no estabelecimento do valor do frete, pois determina 
a ocupação da capacidade do veículo, os recursos necessários para seu carregamento e 
descarregamento, além do nível de riscos envolvidos na operação do transporte. 
Por exemplo: uma carga de alto valor pode significar um risco para o transportador. No 
caso de avarias, elevadas indenizações deverão ser pagas ao embarcador. Além disso, 
há o fato de que cargas mais valiosas são mais visadas pelos ladrões. 
A facilidade de manuseio do produto representa a facilidade de se carregar e se 
descarregar o veículo. Uma maneira encontrada para agilizar a carga e a descarga é 
a unitização de carga. As formas mais conhecidas de unitização são a paletização e a 
conteinerização, que reduzem de maneira significativa os tempos de carga e descarga. 
32
c) Tipo de veículo transportador 
Os veículos interferem na composição do frete, principalmente pela sua capacidade de 
carga. Quanto maior a capacidade do veículo, maior a quantidade de carga para ratear 
os custos e despesas durante o transporte.
d) Influências externas ao transporte 
As influências externas interferem no transporte elevando o valor do frete. 
Trata-se de influências que não estão diretamente ligadas ao serviço de transporte, 
mas interferem na sua realização. Destacam-se: 
• greves; 
• interrupções no tráfego; 
• roubo de cargas; e 
• acidentes. 
e) Tipo de serviço de transporte 
O valor do frete é diretamente influenciado pelo tipo de serviço oferecido pelo 
transportador (ou solicitado pelo embarcador). Um primeiro ponto a ser abordado é o 
aproveitamento do veículo de transporte. 
As formas de aproveitamento do veículo para o transporte de cargas podem ser 
classificadas da seguinte maneira: 
• Carga completa: Quando o embarcador possui um carregamento suficiente para 
lotar o veículo de transporte, sem a necessidade de compartilhá-lo com cargas de 
outros embarcadores. 
• Carga consolidada: Quando o embarcador compartilha o veículo de transporte 
com outros embarcadores, cada um com o seu lote de carga dentro do mesmo 
compartimento do veículo. Neste caso, o frete terá valores mais altos, pois existe 
o risco de que o transportador não consiga embarcadores suficientes para lotar a 
capacidade do veículo. 
• Carga de retorno: a não existência de frete de retorno faz com que o transportador 
tenha que considerar o custo do retorno para compor o preço do frete. 
33
É comum o embarcador contratar o transportador para uma viagem única, somente de 
ida ao destino. Nesse caso, o veículo deve retornar à origem vazio, ou seja, sem carga. 
Assim, esse embarcador deverá arcar com os custos e despesas do retorno do veículo 
de transporte vazio, o que aumenta o valor do frete. 
De outro lado, algum embarcador que contrate um transportador para o transporte 
de sua carga, no retorno desse caminhão (que supostamente estaria vazio) terá 
descontos no valor do frete, pois os custos do retorno já foram cobertos pelo primeiro 
embarcador (viagem de ida). 
Outro ponto importante refere-se ao carregamento e descarregamento do veículo. 
Esses serviços podem estar incluídos no valor do frete, aumentando seu valor. 
A seguir, vamos conhecer o processo produtivo do serviço de transporte de cargas e os 
seus fluxos operacionais. 
A NTC & LOGÍSTICA apresenta um exemplo de fluxo operacional genérico, baseado 
no transporte de carga comum. É importante ressaltar que podem existir situações 
específicas com operações mais simples ou mais complexas, dependendo do número 
de etapas a serem cumpridas no fornecimento do serviço de transporte de cargas.
34
Tabela 1: Exemplo de Fluxo Operacional
Exemplo de Fluxo Operacional
Fases do 
Processeo
Atividades Operacionais
1. Coleta de 
Mercadoria
• Solicitação de coleta pelo embarcador
• Verificação da disponibilidade de veículos de coleta
• "Apanha" da carga junto ao embarcador
• Transporte de mercadoria até o armazém da transportadora ou 
diretamente até a "casa" do destinatário
2. Terminal de 
Carga (Armazém)
• Recepção, descarga e conferência das mercadorias coletadas ou 
recebidas de outras filiais
• Triagem, marcação e classificação das mercadorias recebidas, 
por "praça" de destino
• Transporte interno até os locais reservados (boxes) em cada 
!praça! (armazenamento por destino)
•Transporte interno desde os "boxes" até a plataforma de 
embarque
• Carregamento dos veículos por destino
• Conferência e arrumação da carga nos veículos
3. Transferência 
(expedição de 
cargas)
• Programação de veículos disponíveis para viagem
• Transporte de carga da origem ao destino
• Descarga das mercadorias no terminal de destino ou na casa do 
destinatário
4. Entrega de 
Mercadorias
• Programação de entregas por rota (roteirização)
• Análise da disponibilidade da frota de entrega
• Carregamento das cargas
• Arrumação das cargas nos veículos
• Transporte das mercadorias até os destinatários
• Registro de controle de entrega, processamento da documentação 
fiscal e informação ao embarcador.
35
Com base nessas atividades, podem ser identificados três principais tipos de serviços 
oferecidos pelos transportadores rodoviários de cargas (NTC, 1996): 
1) Serviços de Lotação ou de Carga Direta (FTL ou LOTAÇÃO) 
Neste tipo de serviço, as cargas são coletadas no depósito do embarcador e 
transportadas, no mesmo veículo, para o depósito do destinatário, na mesma cidade, 
em outra cidade ou em outro estado, sem passar por depósito da transportadora. 
Percebe-se que não há necessidade de a empresa transportadora dispor de terminais 
de carga, pois o manuseio (carregamento e descarregamento do veículo de transporte) 
só ocorrerá na origem (carregamento) e no destino (descarregamento) da mercadoria. 
 h
Internacionalmente esse serviço é conhecido com FTL, que 
significa, em inglês, Full Truck Load Service (serviço de 
carregamento completo do caminhão) e independe da 
capacidade do veículo. No Brasil o serviço é conhecido como 
lotação ou transporte de grandes massas (no caso de serviço de 
forma continuada para o mesmocliente).
Figura 2: Esquema Operacional (Serviço do tipo FTL ou Lotação)
2) Serviços de Carga Fracionada – Distribuição Local (LTL) 
Nos serviços de Carga Fracionada – Distribuição Local, as cargas são coletadas no 
depósito do embarcador e levadas para um depósito da transportadora, para triagem 
e reembarque em veículos que farão a entrega diretamente aos destinatários em 
diversos pontos da mesma cidade, de outras cidades ou mesmo de outros estados. 
Para esse tipo de serviço é necessário apenas um terminal na origem do transporte, em 
uma etapa após a coleta. Por serem cargas fracionadas, que não lotam o veículo para 
apenas um cliente ou destinatário, sendo necessário o manuseio em um terminal no 
início da operação de transporte. 
36
As mercadorias coletadas passam por uma triagem no terminal e compõem a carga de 
um veículo programado para diversas entregas, que, dessa forma, terá maior utilização 
de sua capacidade. 
 h
Internacionalmente esse serviço é conhecido como LTL, que 
significa, em inglês, “Less than a Truck Load Service” (serviço de 
carregamento menor que a capacidade de um caminhão).
Figura 3: Esquema Operacional (Serviço do tipo LTL)
3) Serviços de Carga Fracionada – Distribuição Regional 
Nos Serviços de Carga Fracionada – Distribuição Regional, as cargas são coletadas 
no depósito do embarcador, transportadas para o depósito da transportadora, 
próximo do local de coleta, onde serão descarregadas, separadas por região de 
destino e transferidas para outros depósitos da transportadora, nessas regiões. Nos 
depósitos, as cargas serão descarregadas, novamente separadas por rota de entrega e 
reembarcadas em veículos, geralmente menores, que farão a entrega aos destinatários 
das mercadorias em diversos pontos da mesma cidade ou de outras cidades ou estados. 
É necessário maior nível de organização, pois o transportador deverá manter diversos 
terminais bem estruturados para processar e distribuir as cargas aos diversos 
destinatários nas diferentes regiões de entrega.
Figura 4: Esquema Operacional (Serviço do tipo Distribuição Regional)
37
f) Tempo do transporte 
O custo do transporte é influenciado pelo tempo em que o mesmo é realizado. A Figura 
5 mostra essa situação e traz uma equação alternativa para o cálculo de seu custo. 
Figura 5: Composição de custo total de transporte (custos fixos e variáveis)
Percebe-se, pela figura, que quanto maiores forem os tempos de carregamento, 
transporte e descarregamento, maior será o custo de transporte e, portanto, maior 
será o valor do frete. Vejamos dois exemplos: 
• Inadequação dos equipamentos de carregamento e descarregamento ou 
despreparo da mão de obra para essas atividades, aumentando o tempo 
necessário para executá-las. 
• Problemas quaisquer com a rodovia que resultem em paradas desnecessárias 
durante o transporte. 
CT = [(T1 + T2 + T3) x Custos Fixos] + [Distância Percorrida x Custos Variáveis]
38
2.1 Cálculo do Valor do Frete 
O frete representa a remuneração pelo serviço contratado de 
transporte de determinada carga, caracterizada normalmente 
pela sua natureza, nível de risco, peso, volume ou unitização, 
entre uma origem e um destino. A estrutura do sistema estará 
alinhada com os padrões adotados pelo mercado de fretes, 
sendo que existirá também a possibilidade de inclusão futura 
dos valores cobrados pela prestação de serviços logísticos 
(carga, descarga, manuseio, armazenagem, fluxo documental e 
informacional). 
2.2 Etapas do Serviço de Transporte 
O frete é o somatório do frete líquido, dos impostos (peculiares a cada Estado 
da Federação), do seguro e de outros serviços e tarifas peculiares a cada modal de 
transporte. 
Com objetivo ilustrativo, podem ser citadas as seguintes unidades de medida para os 
fretes praticados no mercado nacional: 
• reais por quilograma transportado (R$/kg) em determinado percurso. 
• reais por pallet transportado (R$/pallet) em determinado percurso. 
• reais por tonelada transportada (R$/ton) em determinado percurso. 
• reais por contêiner transportado (R$/contêiner) em determinado percurso. 
• reais por carga fechada (R$/veículo completo) em determinado percurso. 
39
2.3 Formação de Preços do Serviço de Transporte – Frete 
Vamos dividir os serviços prestados pelo transportador, que compõem o valor total da 
tarifa da seguinte maneira: 
1. Despesas de Coleta de Carga 
2. Despesas de Transferência de Carga 
3. Despesas de Entrega de Carga. 
4. Despesas de Terminais de Carga. 
5. Despesas Administrativas. 
6. Despesas de Gerenciamento de Risco. 
É comum resumir essa divisão em dois itens: 
• Frete-peso: aos serviços realizados. 
• Frete-valor: aos preços relativos ao gerenciamento de riscos. 
Veremos, a seguir, como calcular cada um desses itens. 
a) Frete-peso 
O frete-peso é formado por: 
1. Despesas de terminais 
2. Despesas de coleta 
3. Despesas de transferência 
4. Despesas de entrega
5. Despesas administrativas 
6. Margem de lucro 
7. Reduções do frete básico (descontos) 
40
 e
Antes de se chegar a essa soma, no entanto, é preciso, como já 
se viu na seção de custos: 
 
• Escolher o veículo padrão para executar o serviço de coleta e 
calcular os seus custos operacionais com transporte. 
 
• Escolher o veículo padrão para executar o serviço de 
transferência e calcular os seus custos operacionais. 
 
• Escolher o veículo padrão para executar o serviço de entrega e 
calcular os seus custos operacionais. 
 
• Calcular os custos operacionais com terminais. 
Calculados todos esses custos, passamos às próximas etapas, que são o acréscimo das 
despesas administrativas e da margem de lucro esperada pelo serviço de transporte. 
3 Despesas Administrativas
Aqui, devem ser contabilizados os valores das despesas administrativas (em geral, 
consultam-se os balancetes contábeis). 
O custo administrativo refere-se às atividades administrativas para a realização do 
serviço de transporte e está presente em todas as etapas. 
41
 e
Alguns serviços que compõem os custos administrativos e que 
devem ser considerados no cálculo do frete total são, entre 
outros: 
 
• Salários e encargos sociais de pessoal administrativo; 
 
• Material de escritório; 
 
• Telefone, internet, correio; 
 
• Manutenção de computadores; 
 
• Treinamentos; 
 
• Despesas bancárias; 
 
• Comissões; 
 
• Depreciação de equipamentos, móveis e utensílios 
administrativos; 
 
• Despesas com cópias xerox. 
Vejamos um exemplo: 
 
Imaginemos uma operação de transporte de Brasília (DF) até Goiânia (GO). 
O percurso é de 200 km em estrada asfaltada. Para cumpri-lo, demora-se 4 
horas em viagem, 1 hora para o carregamento e 1 hora para a descarga do 
veículo. O veículo utilizado será uma carreta com capacidade de 27 
toneladas e 90 m3 de carga. O serviço oferecido é de FTL ou lotação. 
 
Calculados os custos, chegou-se a um valor de R$ 1,50 por km percorrido 
(custo variável) e um valor de R$ 500,00 para os custos fixos proporcionais 
a 10 horas de percurso (ida e volta, carregamento e descarregamento, ou 
seja, um ciclo completo de transporte). 
42
Temos então: 
 
• Custos variáveis = 1,50 R$/km x 400km = R$ 600,00 
 
• Custos fixos = R$ 500,00 
 
• Custos totais = (Custo fixo x Tempo) + (Custo Variável x Distância) 
 
• Custos totais = R$ 500,00 + R$ 600,00 = R$ 1.100,00 
 
Calculados os custos de uma operação de transporte, chegou-se ao valor 
de R$ 1.100,00. 
 
A eles devemos, então, acrescentar as despesas administrativas (supondo 
que elas atingem uma taxa de 10% dos custos totais). 
 
Fazemos:• Frete sem margem de lucro = Custos totais x (1 + Taxa de despesas 
administrativas) 
 
• Frete sem margem de lucro = R$ 1.100,00 x (1+0,10) 
 
• Frete sem margem de lucro = R$ 1.100,00 x (1,10) = R$ 1.210,00 
4 Margem de Lucro
Precisamos, agora, definir a margem de lucro que se espera do serviço de transporte.
Ela é um percentual que se deve acrescentar aos custos 
operacionais e despesas administrativas e depende basicamente 
da concorrência existente para oferta de serviços de transporte. 
43
Exemplo: 
 
Adotaremos, como exemplo, uma margem de lucro de 20%. 
 
Faremos então: 
 
• Frete básico = Frete sem margem de lucro x (1 + margem de lucro) 
 
• Frete básico = R$ 1.210,00 x (1+0,20). 
 
• Frete básico = R$ 1.210 x (1,20) = R$ 1.452,00 
5 Reduções do Frete Básico
Aqui, devemos definir os valores adicionais e as reduções com base no tipo de carga, nos 
contratos e nas exigências do cliente. 
Uma vez estabelecido o frete básico, o cálculo do frete final envolverá uma série de 
decisões em que vários fatores serão analisados, podendo resultar em descontos. 
Entre eles podem ser relacionados (TEIXEIRA, 2001): 
• Descontos por volume: associados às economias geradas por maior 
aproveitamento na ocupação da frota do transportador; 
• Descontos por rota: aqueles dados a clientes que usam rotas consideradas 
ociosas ou desequilibradas nas viagens de ida e de retorno, como rotas com 
escassas cargas de retorno; 
• Descontos por temporada: refletem situações em que a demanda é mais reduzida 
em determinados períodos do ano, como é o caso das rotas influenciadas pela 
safra de produtos agrícolas; 
• Condições de pagamento: como em qualquer outra atividade, as empresas 
de transporte de cargas consideram o valor do dinheiro no tempo, ou seja, 
os pagamentos à vista permitem uma aplicação imediata que geram retornos 
44
monetários. Essas condições são especialmente importantes em caso de altas 
taxas de inflação ou em caso de altas taxas de juros. Por exemplo: uma empresa 
que receba o pagamento à vista pode aplicar o dinheiro recebido e ter uma boa 
remuneração devido às altas taxas de juro atualmente praticadas no Brasil. 
• Frequência de serviços: se os serviços são permanentes, eles dão uma maior 
segurança ao transportador, que poderá atribuir descontos. Caso contrário, em 
serviços esporádicos ou eventuais, o transportador deverá cobrar um valor um 
pouco maior. 
• O valor do produto transportado: produtos de maior valor agregado apresentam 
margens de negociação maiores que os de baixo valor agregado. 
Ao valor total após os descontos, chamamos de frete-peso:
Frete - peso = frete básico x (1 - Taxa de desconto)
6 Frete-Valor
O frete-valor refere-se às despesas de Gerenciamento de Riscos com a carga que será 
transportada (GRIS) e com os seguros obrigatórios. 
A atividade de transporte de cargas pressupõe a responsabilidade civil do seu operador, 
pela integridade dos bens movimentados, desde o instante em que ele os recebe do 
remetente, até o momento em que os entrega ao destinatário. 
Portanto, durante todo o tempo em que o transportador permanece com a mercadoria 
sob sua guarda, ele assume um risco, que é tanto maior quanto mais valiosas forem as 
mercadorias e mais longo for o tempo de duração do transporte. 
Esse risco varia também em função do peso (quanto mais leve for o produto, maior 
a possibilidade de furto), da embalagem utilizada (um contêiner, por exemplo, reduz 
substancialmente os riscos de desvios ou avarias), do tipo de estradas (rodovias de 
terra ou em más condições aumentam os riscos de avarias) etc. 
45
Por fim, vale ressaltar a quantidade de atividades ou etapas realizadas no serviço 
de transporte ofertado, ou seja, quanto mais atividades de carregamento e 
descarregamento de veículos em terminais de coleta ou de entrega, maiores os riscos 
de avarias nas mercadorias sob a responsabilidade do transportador. 
O gerenciamento de riscos significa a adoção, pelo transportador, das medidas 
necessárias ao seu alcance para que os riscos não se concretizem em acidentes com a 
carga (sinistros) ou para que, caso os sinistros ocorram, eles causem o menor prejuízo 
possível às cargas sob a responsabilidade do transportador. 
 h
Eis algumas medidas, entre outras, que podem ser adotadas 
pelo transportador: 
 
• Sistema de rastreamento de veículos por satélite. 
 
• Utilização de embalagens adequadas para a carga. 
 
• Conteinerização da carga. 
 
• Terceirização de atividades complexas e que exigem 
especialização (transferência de riscos). 
 
• Adoção de medidas de prevenção de acidentes. 
 
• Treinamento de motoristas para evitar acidentes e para que 
saibam como proceder caso os mesmos ocorram. 
 
• Contratação de seguros facultativos. 
7 Seguros Obrigatórios para o Transporte de Cargas
Além dos custos com o gerenciamento de riscos, necessários para que o transportador 
evite problemas com a carga sob sua responsabilidade, há os custos de seguros 
obrigatórios. 
46
Para formalizar o contrato de um seguro, é necessário o pagamento de um “prêmio”, 
ou seja, do valor cobrado pela empresa seguradora para a contratação do seguro. 
Além do prêmio, outro valor que a seguradora deverá pagar, no caso de ocorrência 
do sinistro, é o valor da franquia. Ela representa o percentual de participação do 
transportador nos riscos com a carga sob sua responsabilidade. 
 e
Os seguros podem ser classificados em três categorias: 
 
• RCTR-C: Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador 
Rodoviário de Cargas (obrigatório). 
 
• RCF-DF: Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa – 
Desaparecimento e Furto de Carga. 
 
• Seguro do Casco do Veículo: Seguro para o veículo de 
transporte. 
8 Cálculo do Frete-Valor (GRIS e Seguros) 
Ao frete-peso devemos adicionar as despesas de Gerenciamento de Riscos (GRIS) que 
devem ser consideradas no cálculo do frete-valor, da seguinte forma:
 FV = CM/VM x 100 x (1 + TA)
Sendo: 
CM = valor total da conta mensal de seguros
VM = valor total das mercadorias transportadas durante o mesmo mês
TA = taxa de administração de riscos
FV = frete-valor
47
A taxa de administração (TA) de riscos pode variar bastante, sendo um valor bastante 
razoável o de 20% da conta total de seguros. 
Vamos ver um exemplo: 
 
Uma empresa gasta R$ 100.000,00 por mês com seguros. Essa empresa 
transporta mensalmente mercadorias no valor total de R$ 50.000.000,00. 
 
Assim: 
 
Frete - valor = 100.000,00 + 50.000.000,00 x 100 x 1,20% = 0,24% 
 
O frete total (FT) será composto do frete-peso (FP) adicionado do frete-
valor (FV). 
 
FT = FP x (1 + FV) 
 
FT = R$ 1.538,00 x (1 + 24%) 
 
FT = R$ 1.538,00 x 1,24 = R$ 1907,12
Agora que você já conhece a forma de calcular os custos logísticos e sua 
influência na determinação dos preços de fretes, realize a atividade 
individual a seguir, para depois estudar, na próxima unidade, o outro 
objetivo da logística: o nível de serviço ao cliente.
Glossário
Depreciação: Refere-se ao valor do desgaste dos equipamentos usados na fabricação 
de mercadorias e serviços. 
48
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. O preço a ser cobrado pelo 
serviço de transporte pode ser conseguido de cinco formas 
distintas. 
 
1. Frete orientado pelo custo; 
 
2. Frete orientado pelo fabricante; 
 
3. Frete orientado pelo consumidor; 
 
4. Frete orientado pela concorrência; 
 
5. Sem frete. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Vamos dividir os serviços 
prestados pelo transportador, que compõem o valor total da 
tarifa da seguinte maneira:1. Despesas de Coleta de Carga; 
 
2. Despesas de Transferência de Carga; 
 
3. Despesas de Entrega de Carga; 
 
4. Despesas de Terminais de Carga; 
 
5. Despesas Administrativas; 
 
6. Despesas de Gerenciamento de Risco. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
Atividades
49
Referências
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50
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São Paulo: Atlas, 2001. 
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Real: Sistema de Apuração de Custos e Formação de Preços do Transporte Rodoviário 
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TABOADA, C. R. Avaliação do Desempenho Logístico. Mímeo, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 
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TEIXEIRA FILHO, José Luiz Lopes. Modelos Analíticos de Fretes Cobrados para o 
Transporte de Cargas. Dissertação de Mestrado. Instituto Militar de Engenharia. Rio 
de Janeiro, 2001. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2001. 
51
UNIDADE 3 | NÍVEL DE SERVIÇO 
LOGÍSTICO AO CLIENTE
52
Unidade 3 | Nível de Serviço Logístico ao Cliente
Seja bem-vindo(a) à unidade 3! Nas unidades anteriores, estudamos os conceitos 
relacionados aos custos logísticos. Agora, vamos estudar o nível de serviço. Bons estudos!
1 Introdução
Os principais objetivos da logística são: 
a) Redução dos custos logísticos totais. 
b) Melhoria do nível de serviço logístico ao cliente. 
Mas o que se entende finalmente por Nível de Serviço Logístico? 
Ronald Ballou (1993) define nível de serviço logístico como a qualidade com que o fluxo 
de bens e serviços é gerenciado. Pode ser entendido também como o desempenho 
oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. 
Na prática, as empresas definem o nível de serviço logístico de 
formas bem diferenciadas: para uma pode ser o tempo 
necessário para entregar um pedido ao cliente; para outra pode 
ser a disponibilidade de mercadorias em estoque; outras o 
definem como um percentual de entregas realizadas 
corretamente. Há, assim, inúmeras maneiras de defini-lo para as 
empresas. No entanto, essas são medidas bastante simples e 
facilmente quantificáveis. Alguns especialistas defendem que 
elas não são suficientes isoladamente para definir toda a 
amplitude do nível de serviço logístico. 
Alguns especialistas chegaram a elaborar listas de variáveis utilizadas para defini-lo 
(BALLOU, 1993). Vamos reproduzir algumas delas a seguir.
53
• Tempo decorrido entre o recebimento de um pedido no depósito do fornecedor 
e o despacho do mesmo a partir do depósito. 
• Lote mínimo de compra ou qualquer limitação no sortimento de itens de uma 
ordem recebido pelo fornecedor. 
• Porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante. 
• Proporção de pedidos de clientes preenchidos com exatidão. 
• Porcentagem de clientes atendidos ou volume de ordens entregue dentro de um 
intervalo de tempo desde a recepção do pedido. 
• Porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente 
assim que recebidas no depósito. 
• Proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda. 
• Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos 
bens solicitados. 
• Facilidade e flexibilidade com que o cliente pode gerar um pedido. 
O serviço oferecido pela empresa aos seus clientes é formado por um grande número 
de fatores individuais. Alguns desses fatores estão sob o controle da logística, outros 
não. Dois pesquisadores americanos chamados Bernard J. Lalonde e Paul H. Zinszer 
(1975 apud BALLOU, 1993) classificaram os vários fatores que compõem o nível de 
serviço de acordo com sua relação com a transação do produto. Eles definiram a 
composição do nível de serviço em elementos de pré-transação, de transação e de pós-
transação, conforme ilustrado na Figura:
 
54
Figura 6: Elementos do nível de serviço
Vamos entender melhor o que são esses elementos de pré-transação, transação e pós-
transação, confira as definições a seguir. 
• Elementos de Pré-Transação: são as declarações de políticas 
de serviço feitas pela empresa antes da venda do produto ou 
serviço; deixam bem claro o que o cliente pode esperar do 
serviço oferecido. 
 
• Elementos de Transação: são diretamente relacionados à 
distribuição física ou ao fornecimento do serviço ao cliente. 
 
• Elementos de Pós-transação: são os elementos que ocorrem 
após a entrega e que apoiam o produto no mercado. 
Assim, nós podemos observar que o nível de serviço logístico está mais concentrado 
nos elementos de transação, que são relacionados à entrega do produto ao cliente. 
Porém, de uns tempos para cá, a logística começou a ter papel significativo na etapa 
55
de pós-venda, fornecendo peças e componentes de reposição para os produtos, 
garantindo a assistência técnica, fazendo o rastreamento do produto para troca ou 
conserto de peças defeituosas, entre outros serviços.
 c
Quem nunca viu um anúncio dos fabricantes de veículos nos 
jornais e revistas, chamando os proprietários de determinado 
tipo de veículo para trocarem uma peça ou componente que se 
apresenta com defeitos (o chamado recall, em inglês)? É 
necessário planejar uma operação logística para poder atender 
aos clientes com qualidade.e
Na etapa de pós-transação há também o que se chama de 
logística reversa, que é a logística realizada no sentido contrário 
à distribuição dos produtos na cadeia. Em outras palavras, a 
logística normal trabalha com o fluxo de produtos que vai dos 
fornecedores em direção aos clientes e aos consumidores finais. 
A logística reversa cuida do gerenciamento dos fluxos de 
produtos que vão do consumidor final para os fornecedores. 
Por que isso acontece? São várias as razões. 
Vamos citar algumas delas: 
• Há casos em que o material é defeituoso e deve ser devolvido ao fabricante para 
conserto ou troca; 
• As embalagens são cada vez mais reaproveitáveis. Elas retornam do ponto de 
consumo do produto e são levadas até os fabricantes para serem utilizadas 
novamente; 
• Os unitizadores de carga (contêineres, paletes e outros) precisam ser devolvidos 
à origem das cargas em muitas situações. 
Esses são exemplos de logística reversa, em que há necessidade de se planejar os fluxos 
materiais e de informações, partindo dos consumidores em direção aos produtores e 
fornecedores dos produtos. 
56
Outros exemplos típicos de atributos que representam o nível de serviço logístico são 
(BALLOU, 1993): 
• Tempo de ciclo do pedido. 
• Disponibilidade do estoque. 
• Tempo de entrega (transporte). 
• Confiabilidade de entrega (variação no tempo de entrega). 
• Porcentagem de pedidos atendidos completamente e proporção dos pedidos 
atendidos com exatidão. 
• Facilidade em substituir produtos defeituosos. 
• Restrições ao tamanho dos pedidos. 
• Alternativas de entrega dos bens. 
• Condição dos produtos na recepção. 
 c
Você notou que muitos dos indicadores do nível de serviço 
logístico ao cliente são diretamente relacionados ao transporte 
e à entrega de mercadorias? Esse fato demonstra o papel 
preponderante que os transportes têm na melhoria do 
atendimento aos clientes. 
É também facilmente comprovado empiricamente que as vendas crescem com o 
incremento do nível de serviço e isso é resultado da maior satisfação do consumidor 
quando confrontado com serviço de melhor qualidade. 
De forma semelhante, existe uma variação entre nível de serviço e custos logísticos. Se 
o nível de serviço cresce, os custos logísticos também aumentarão (transporte mais 
rápido custa mais do que transporte lento, maior disponibilidade de estoques tem 
custo de manutenção mais alto do que estoque em pequenas quantidades). Assim, o 
moderno enfoque integrado da administração logística recomenda que o serviço 
desejado pelos clientes deve ser atendido dentro de limites razoáveis de custo. Quando 
o objeto da empresa for a maximização de seus lucros, então a administração logística 
57
tenta ajustar o nível de serviço para o ponto onde haja maior diferença entre as curvas 
de vendas e de custos logísticos. Veja como isso funciona graficamente na Figura 7. A 
maximização dos lucros está apontada pela flecha no gráfico.
Figura 7: Nível de serviço X vendas e custos logísticos
Fonte: Ballou, 1993.
 e
Portanto, é fundamental que a empresa defina o nível de serviço 
logístico ao cliente observando o trade off (o balanceamento) 
entre ele e os custos e receitas gerados pela operação. Caso o 
objetivo seja maximizar o lucro, a organização adotará o nível de 
serviço que proporciona a maior diferença entre receitas e 
custos, conforme mostrado na Figura.
Para a definição do nível de serviço no transporte e na logística é utilizada, 
na maior parte dos casos, a construção de indicadores, nosso objeto de 
estudo na próxima unidade. Até lá!
Vendas e
Custos
Nível de Serviço
Custos Logísticos
Receitas
Lucro
58
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. Os principais objetivos da 
logística são: 
 
a) Aumento dos custos logísticos totais. 
 
b) Variação do nível de serviço logístico ao cliente. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. Elementos de Transação são 
diretamente relacionados à distribuição física ou ao 
fornecimento do serviço ao cliente. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
Atividades
59
Referências
ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. 
São Paulo: Pioneira, 1994. 
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São Paulo: Saraiva, 2003. 
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Paulo: Aduaneiras, 2004. 
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Paulo: Atlas, 2000. 
60
GEIPOT – Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes. Conhecimento Único 
de Transporte: Análise e Conveniência de sua Implantação. Brasília: GEIPOT, 1982. 
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cadeia de suprimentos de hortaliças: um estudo de caso. In.: FIGUEIREDO, A. et al. 
Plataforma da produção rural de economia familiar. Brasília: Universa, 2004. 
IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998. 
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carga. In: CAIXETA FILHO, J. F.; MARTINS, R. S. Gestão logística do transporte de cargas. 
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MILLER, R. L. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1981. 
NTC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS. Custo 
Real: Sistema de Apuração de Custos e Formação de Preços do Transporte Rodoviário 
de Cargas. São Paulo: Morumbi Artes Gráficas e Editora Ltda., 1996.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Makron, 1994. 
TABOADA, C. R. Avaliação do Desempenho Logístico. Mímeo, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 
Florianópolis, 2003. 
TEIXEIRA FILHO, José Luiz Lopes. Modelos Analíticos de Fretes Cobrados para o 
Transporte de Cargas. Dissertação de Mestrado. Instituto Militar de Engenharia. Rio 
de Janeiro, 2001. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2001. 
 
61
UNIDADE 4 | INDICADORES 
DE NÍVEL DE SERVIÇO NO 
TRANSPORTE E NA LOGÍSTICA
62
Unidade 4 | Indicadores de Nível de Serviço no 
Transporte e na Logística 
Seja bem-vindo(a) à unidade 4! Na unidade anterior, vimos que não é tarefa simples definir 
o que é o nível de serviço logístico para uma empresa, já que são diversos os elementos ou 
variáveis que podem representá-lo numa cadeia logística. Porém, as empresas conseguem 
defini-lo através de estudos efetuados com clientes e fornecedores para conhecer as reais 
necessidadespor serviços logísticos. Bons estudos!
1 Definição e Construção de Indicadores de Nível de Serviço 
no Transporte e na Logística 
Uma vez definido o que é nível de serviço para o cliente, é necessário administrá-lo. Em 
outras palavras, é preciso acompanhar e definir patamares para as atividades logísticas 
que proporcionem a realização do nível de serviço planejado ou definido. Isso já é uma 
tarefa ainda mais complexa, pois a empresa necessita, antes de tudo, identificar os 
elementos que determinam o nível de serviço, as necessidades de serviços dos clientes 
e a forma como o serviço será medido. 
Agora, vamos analisar essas três atividades prévias à administração do nível de serviço!
Uma maneira bastante prática e muito usual para a identificação dos elementos do 
nível de serviço consiste no acompanhamento de um pedido ou de uma ordem de 
compra. A Figura 8 mostra o fluxo de um pedido entre um cliente e seu fornecedor. 
Note que o tempo decorrido entre a emissão do pedido e sua chegada nas instalações 
do cliente é o que se chama de ciclo do pedido (BALLOU, 1993). O somatório dos 
tempos intermediários das várias etapas do ciclo do pedido é muitas vezes adotado 
como definidor do nível de serviço logístico. 
63
A duração das várias atividades representadas na Figura 8 é controlada pelo pessoal 
de logística das empresas, pois os tempos são maiores ou menores em função da 
escolha e do projeto, dos métodos de transmissão das ordens de compra, da política 
de estoques, dos procedimentos adotados para o processamento de pedidos e pelo 
modal de transporte escolhido para se realizar a entrega. 
O planejamento e a realização dessas atividades são de responsabilidade do pessoal 
de logística nas empresas.
Figura 8: Componentes de um ciclo de pedido
A segunda etapa da administração do nível de serviço consiste na identificação das 
necessidades de serviços dos clientes. O principal objetivo dessa etapa é determinar 
os requisitos reais de serviço logístico que os clientes desejam. 
Como podemos determiná-los? De diversas maneiras. 
Depósito
Processamento e
montagem do pedido
Fábrica
precessamento e
montegem do pedido a
partir do estoque ou
produção caso não haja estoque
Cliente
Varejista
distribuidor
Transmissão
do pedido
Transmissão
do pedido
Processamento
e montagem do
pedido
Tempo para
aquisição de estoque
adicional
Tempo de entrega
Entrega do
pedido
Entrega dos
itens faltantes
Tempo total do ciclo de pedido
Pedido
do
cliente
Transmissão do
itens em falta
a. Consolidação do pedido
b. Transmissão do pedido
ao depósito
a. Preparação o manifesto
b. Liberação do crédito
c. Montagem do pedido
no depósito
a. Se item em falta,
tempo adicional para
conseguir estoque
da fábrica
a. Tempo de entrega a partir
do depósito
b. Tempo de entrega a partir
da fábrica
c. Processamento da entrega
no cliente (recepção)
64
Ballou (1993) afirma que a maneira mais prática e simples é perguntar para o pessoal de 
vendas, que mantém contato direto com os clientes. O problema é que os vendedores, 
na ânsia de produzirem resultados positivos (venderem mais), podem superestimar as 
exigências de serviços dos clientes, e isso pode resultar num serviço logístico de custo 
muito elevado. 
Outra opção é a pesquisa por meio de entrevistas pessoais ou de questionários enviados 
via Correios ou Internet. Mas, o que poderia ser perguntado em uma pesquisa?
Alguns itens representativos do serviço logístico ao cliente poderiam ser listados em 
um questionário. Nele, o cliente identificaria qual o grau de importância que a sua 
empresa dá para cada um dos itens relacionados.
A estrutura mostrada tabela poderia ser confeccionada e encaminhada ao cliente para 
ser preenchida.
Tabela 2: Grau de nível de serviço
Item do nível de 
serviço
Indique o grau de importância que cada item do nível de 
serviço tem para a sua empresa
Muito 
importante
Importante
Média 
importância
Baixa 
Importância
Ausência de 
avarias no 
produto
Prazo de entrega
Comunicação 
eficiente sobre o 
pedido
Embalagem 
adequada
Frequência 
de visita dos 
vendedores
Mix de produtos 
oferecidos
Disponibilidade 
do produto
65
Ao receber as respostas da pesquisa, a empresa pode verificar que itens do serviço são 
essenciais para o cliente, podendo, então, dimensionar o nível de serviço logístico com 
base em suas necessidades e desejos efetivos. 
Logicamente, nem todos os clientes precisarão ser tratados da mesma maneira, pois 
alguns podem ter necessidades diferentes dos outros. É comum que as empresas 
ajustem os níveis de serviços para categorias de clientes, reunindo aquelas que têm 
necessidades comuns em um único grupo e oferecendo um serviço logístico com 
características similares. 
A terceira etapa da administração do nível de serviço consiste na definição de como o 
serviço será medido. 
Vamos exemplificar essa etapa com a apresentação dos principais indicadores que 
podem ser utilizados pelas empresas de transporte de cargas e de logística para medir 
o nível dos serviços logísticos oferecidos aos clientes. 
Assim, vamos construir o que poderíamos chamar de “certidão de nascimento do 
indicador”. Trata-se de uma tabela que contém todas as características necessárias para 
defini-lo: equação de cálculo, variáveis envolvidas, nome do indicador, frequência de 
medida, unidade de medida, áreas responsáveis pela coleta de informações, utilidade 
para o transporte e para a logística etc. 
Frequência de 
entrega
Modo de 
tranporte
Pedidos 
entregues 
completos
Lote mínimo de 
compra
66
2 Alguns Indicadores e Exemplos de Medidas no Transporte 
e na Logística 
Tabela 3: Pedido Correto
Note que este indicador pode ser usado tanto pelo cliente quanto pela empresa 
fornecedora. O cliente pode usá-lo para avaliar a qualidade de serviço do fornecedor. 
Já este último, pode usar o indicador para verificar os erros que são cometidos no 
processo de preparação e expedição dos pedidos, a fim de melhorar os processos de 
trabalho para evitar os erros.
Nome do Indicador Índice de Pedido Correto
Objetivo
Verificar a competência da empresa em entregar os 
itens de acordo com o que foi especificado no pedido 
do cliente.
Equação de cálculo
IPC = (Número de Pedidos Entregues Corretamente / 
Número Total de Pedidos Entregues) x 100
Unidade de medida %
Utilidade do indicador
Permite que a empresa identifique os itens entregues 
incorretamente num pedido, os itens que não foram 
entregues e as trocas que podem ocorrer entre um 
item e outro de um mesmo pedido.
Área Responsável
Compra e recebimento de mercadorias pelo lado 
do Comprador e Expedição e Logística pelo lado do 
Fornecedor.
Exemplo de meta para 
o indicador
100% dos pedidos corretos
67
Tabela 4: Tempo despendido entre a colocação de um pedido e a entrega dos bens solicitados
Este também é um indicador que pode ser usado tanto pelo cliente como pelo 
fornecedor.
Nome do Indicador Prazo de Entrega 
Objetivo 
Medir o tempo decorrido entre o recebimento de um 
pedido no depósito da empresa e a entrega dos bens 
solicitados ao cliente.
Equação de Cálculo 
TFP = tempo localização e coleta dos produtos no 
depósito + tempo de formação do pedido na área 
específica do depósito + tempo de conferência do pedido 
+ tempo de carregamento e despacho das mercadorias
Unidade de medida Normalmente, este indicador é medido em horas.
Utilidade do 
indicador 
Verificar a agilidade empreendida nas atividades de 
localização, coleta, formação do pedido e despacho do 
mesmo no depósito. Serve para identificar os problemas 
nas atividades de formação

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