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APOSTILA - Neurofisio

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NEUROFISIOLOGIA: Sentimentos e Emoções 
Muito provavelmente há, no córtex cerebral, um local responsável pela tomada de consciência das emoções que sentimos e, simultaneamente com a consciência dessas emoções, nosso organismo manifesta alterações orgânicas compatíveis. São respostas do sistema nervoso autônomo (SNA) ou vegetativo, por isso, chamadas de respostas autonômicas.
Para a ocorrência dessas respostas autonômicas (do SNA), sejam elas endócrinas, vegetativas (palpitação, sudorese, etc) ou motoras, há necessidade de um comando neurológico. Para tal, quem entra em ação são as porções subcorticais (abaixo do córtex) do sistema nervoso, tais como a Amígdala, o Hipotálamo e o tronco cerebral. Essas respostas são importantes, pois preparam o organismo para a ação necessária e comunica nossos estados emocionais ao ambiente e às outras pessoas.
Em meados do Século XX, os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard formularam teorias sobre a importância das estruturas subcorticais na mediação entre as emoções e o resto do organismo.
Pesquisando em gatos, eles observaram respostas emocionais integradas mesmo quando o córtex cerebral desses animais era removido, entretanto, não ocorriam respostas quando o Hipotálamo, que é uma estrutura subcortical, era removido.
	
	Finalmente, Cannon e Bard propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das estruturas subcorticais Hipotálamo e tálamo; eram eles quem forneciam os comandos orgânicos das respostas emocionais e, mais que isso, forneciam ao córtex as informações necessárias para a consciência dessas emoções.
Portanto, mais recentemente, com Antônio Damasio e Stanley Schachter, completando as pesquisas de Cannon, Bard, James e Lange, se acredita que o comportamento emocional seja a interação entre o córtex cerebral, as estruturas subcorticais e a periferia orgânica.
Entende-se que o córtex cria uma resposta cognitiva (consciente) à informação periférica (dos sentidos), resposta esta compatível com as expectativas do indivíduo e de seu contexto social. Essas estruturas subcorticais assim envolvidas na emoção foram denominadas de Sistema Límbico.
1 - O SISTEMA LÍMBICO
Sabe-se hoje que as áreas relacionadas com os processos emocionais ocupam distintos territórios do cérebro, destacando-se entre elas o Hipotálamo, a área Pré-Frontal e o Sistema Límbico.
Os mecanismos que controlam os níveis de atividade nas diferentes partes do encéfalo e as bases dos impulsos da motivação, principalmente a motivação para o processo de aprendizagem, bem como as sensações de prazer ou punição, são realizadas em grande parte pelas regiões basais do cérebro, as quais, em conjunto, são derivadas do Sistema Límbico.
Em 1878, o neurologista francês Paul Broca observou que, na superfície medial do cérebro dos mamíferos, logo abaixo do contes, existe uma região constituída por núcleos de células cinzentas (neurônios), a qual ele deu o nome de lobo límbico (do latim limbus, que traduz a idéia de círculo, anel, em torno de, etc), uma vez que ela forma uma espécie de borda ao redor do tronco encefálico (em outra parte desse texto escreveremos mais sobre esses núcleos).
Esse conjunto de estruturas, denominado mais tarde de Sistema Límbico, aparece na escala filogenética a partir dos mamíferos inferiores (mais antigos). É esse Sistema Límbico, o qual comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos, cria e modula funções mais específicas, as quais permitem ao animal distinguir entre o que lhe agrada ou desagrada.
Aqui se desenvolvem funções afetivas, como aquela que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias, ou a que promove a tendência desses animais a desenvolverem comportamentos lúdicos (gostar de brincar).
Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são criações mamíferas, originadas no Sistema Límbico. Este Sistema Límbico é também responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funções ligadas à memória. A parte do Sistema Límbico relacionada às emoções e seus estereótipos comportamentais denomina-se circuito de Papez.
Na década de 30, refletindo sobre os trabalhos de Cannon e Bard, o neurofisiologista Papez propôs que os diversos componentes do Sistema Límbico mantinham numerosas e complexas conexões entre si.
Assim, o neocórtex se comunica com o Hipotálamo através de conexões do Giro do Cíngulo, formando uma região chamada de Hipocampo (veja hypothalamus e cingulate gyrus na figura).
Pois bem. Essa região, o Hipocampo, processa as informações recebidas do córtex e as projeta para os corpos mamilares do Hipotálamo através de uma estrutura chamada Fórnix.
Mais precisamente, as emoções e memórias fluem da Amígdala e Hipocampo para os corpos mamilares através de fórnix (veja figura). Do fórnix seguem para o núcleo anterior do Tálamo, via fascículo mamilotalâmico, e do Tálamo para o Giro Cingulado, irradiando-se para o neocórtex, colorindo emocionalmente a experiência cognitiva. Do neocórtex esses estímulos voltam novamente para o Giro Cingulado, retornando à Amígdala e Hipocampo.
	
	Deste modo é modulada a resposta emocional. Este circuito também está envolvido na formação dos sonhos e da experiência inconsciente. De fato, a mente inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas fisiologicamente, é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece organizados no sistema Límbico-Hipotalâmico.
Com a chegada dos mamíferos superiores na escala evolutiva, desenvolveu-se, finalmente, a terceira unidade cerebral: o neopálio ou cérebro racional, uma rede complexa de células nervosas altamente diferenciadas, capazes de produzirem uma linguagem simbólica, assim permitindo ao homem desempenhar tarefas intelectuais como leitura, escrita e cálculo matemático. O neopálio é o gerador de idéias ou, como diz Paul MacLean - "ele é a mãe da invenção e o pai do pensamento abstrato". (Fonte: Júlio Rocha do Amaral, Jorge Martins de Oliveira) 
Assim sendo, o Hipocampo funciona como um grande banco de dados. Nele, são armazenados registros de todos os fatos e eventos, e essas informações ali guardadas servem para regular a atividade de várias outras áreas do cérebro. A região conhecida como Amígdala também trabalha na seleção de dados e ainda dispara sinais de alerta quando reconhece um perigo ou situação de ameaça.
O Hipotálamo informa ao Giro do Cíngulo através de uma via dos corpos mamilares para os núcleos talâmicos anteriores (trato Mamilo Talâmico) e dos Núcleos Talâmicos anteriores para o giro cingulado.
Papez acreditava, como hoje já se sabe, que o córtex na região límbica está seriamente envolvido nas emoções. É por isso que as lesões ou tumores nessas áreas corticais límbicas podem gerar distúrbios emocionais. Concluindo, no circuito de Papez, o Hipotálamo governa a expressão das emoções.
2 - O HIPOTÁLAMO
Um importante centro coordenador das funções cerebrais é o chamado Diencéfalo, uma região formada pelo Tálamo e pelo Hipotálamo. O primeiro consiste em uma massa cinzenta que processa a maior parte das informações destinadas aos hemisférios cerebrais. É uma grande estação de elaboração dos sentidos.
O Hipotálamo, por sua vez, regula a função de abastecimento do sistema endócrino e processa inúmeras informações necessárias à constância do meio-interno corporal (homeostasia). Coordena, por exemplo, a pressão arterial, a sensação de fome e o desejo sexual.
A importância do Hipotálamo, pode-se dizer, é inversamente proporcional ao seu tamanho. Ocupando menos de 1% do volume total do cérebro humano, o Hipotálamo contém muitos circuitos neuronais que regulam aquelas funções vitais que variam com os estados emocionais, como por exemplo a temperatura, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, a sensação de sede e de fome, etc. O Hipotálamo controla também todo sistema endócrino através de uma glândula localizada em seu assoalho, a Hipófise. Desse modo, o Hipotálamo é um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio orgânico interno (a homeostasia).O Hipotálamo está, pois, intimamente relacionado ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e o SNA é, primariamente, o sistema de controle de todas as vísceras (músculo cardíaco, sistema digestivo, glândulas endócrinas, etc). Esse SNA possui duas divisões principais: o sistema simpático e o sistema parassimpático.
Por causa dessa múltipla função, Cannon propôs que o Hipotálamo determinava não só a regulação da homeostasia do organismo, como a regulação do comportamento emocional.
O SNA sofre influencia de diversas regiões do cérebro, em particular do córtex, da Amígdala e da formação reticular. Mas, todas essas estruturas exercem suas ações sobre o SNA através do Hipotálamo, o qual integra as informações em uma resposta coerente.
O Hipotálamo controla a atividade das vísceras ou seja, controla o SNA, através do Tronco Cerebral. Isso é realizado de duas formas:
Primeiramente, ele se projeta para três importantes regiões do Tronco Cerebral e da Medula Espinhal. 1 - projeta-se para o núcleo do trato solitário, o principal recipiente dos influxos sensoriais provenientes das vísceras; 2- projeta-se para regiões do Tronco Cerebral no Bulbo Ventral Rostral, que controla a saída (pré-glangionar) importante do SNA simpático e 3- projeta-se diretamente para o fluxo de saída autonômica da medula espinhal (Fonte). 
Sobre o Sistema Endócrino o Hipotálamo exerce sua influência direta e indiretamente. Diretamente essa influência se dá através da secreção de produtos neuroendócrinos direto na circulação sanguínea a partir da porção posterior da glândula Hipófise. Indiretamente a influência se dá pela secreção dos chamados hormônios reguladores, os quais atuam liberando ou inibindo outras glândulas do organismo, tais como as supra-renais, tireóide, para-tireóides e sexuais.
3 - A ÁREA PRÉ-FRONTAL (CÓRTEX)
O Córtex Cerebral é a camada mais alta e externa do encéfalo, ou seja, dos dois hemisférios. Trata-se de uma capa de substância cinzenta de mais ou manos 0,3 centímetros de espessura.
Os sulcos e fissuras do Córtex Cerebral é que definem suas regiões em, por exemplo, Lobo Frontal, Lobo Temporal, Parietal e Occipital. O Lobo Frontal é um lugar onde se concentra ali enorme variedade de importantes funções, incluindo o controle de movimentos e de comportamentos necessários à vida social, como a compreensão dos padrões éticos e morais e a capacidade de prever as conseqüências de uma atitude.
O Lobo Parietal recebe e lá se processam as informações dos sentidos, enviadas pelo lado oposto do corpo. O Lobo Temporal está permanentemente envolvido em processos ligados à audição e memorização, enquanto o Lobo Occipital é o centro que analisa as informações captadas pelos olhos e as interpreta mediante um intrincado processo de comparação, seleção e integração.
O Córtex Pré-Frontal, considerado uma formação recente na evolução das espécies e a sede da personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e tem a possibilidade de criar comportamentos adaptativos adequados ao tomar consciência das emoções.
Na ausência desta parte do Córtex, as emoções ficam fora de controle, são exageradas e persistem após cessar o estímulo que as provocou, até que se esgote a energia nervosa. Por outro lado, o Sistema Límbico através do Hipotálamo, pode exercer um efeito supressor ou inibidor sobre o neocórtex, inibindo momentaneamente a cognição e até o tônus muscular tônico, como se observa nas fortes excitações emocionais.
O relacionamento concreto entre regiões corticais e as emoções ocorreu em 1939. Nesse ano os pesquisadores Heinrich Klüver e Paul Bucy observaram uma síndrome comportamental dramática em macacos depois de submeterem os animais a uma lobotomia temporal bilateral. Os macacos, apesar de muito selvagens e agressivos, tornaram-se mansos e demonstravam um apagamento das emoções.
Esse embotamento de emoções se manifestava, inclusive, como uma espécie de cegueira emocional; os animais não se mobilizavam com objetos familiares nem com os próprios familiares. Ao mesmo tempo eles apresentaram uma contundente tendência oral, levando à boca todos objetos.
A Área Pré-Frontal se desenvolveu bastante, na escala filogenética, com o aparecimento dos mamíferos, sendo particularmente desenvolvida no ser humano e, curiosamente, em algumas espécies de golfinhos. Entre os seres humanos essa região do cérebro começa a adquiri maturidade suficiente entre os 4 e 6 anos de idade (veja abaixo o Estágio Operacional Concreto).
Mas a Área Pré-Frontal não faz parte do Sistema Límbico. Entretanto, as intensas conexões que mantém com o Tálamo, Amígdala e outras estruturas subcorticais límbicas, justificam seu importante papel na expressão dos estados emocionais.
Assim como ocorreu na experiência de Heinrich Klüver e Paul Bucy em relação ao Lobo Temporal, quando o Córtex Pré-Frontal é lesado, há severo prejuízo das responsabilidades sociais, bem como da capacidade de concentração e de abstração, apesar de se manterem intactas a consciência e a linguagem.
Em 1935, foi realizada a primeira Lobotomia Pré-Frontal em seres humanos. Foram seccionadas as conexões límbicas, isolando o Córtex Pré-Frontal, em sua área orbitofrontal, na tentativa de tratar alterações emocionais graves decorrentes de doença mental. A principio, houve redução da ansiedade desses pacientes, mas complicações como o desenvolvimento de epilepsia e alterações anormais da personalidade, como a falta de inibição ou de iniciativa ou de motivação impediram a continuidade desse tipo de tratamento.
Da mesma forma como os macacos de Heinrich Klüver e Paul Bucy tinham prejuízo emocional após retirada do Lobo Temporal, a Lobotomia Pré-Frontal realizada em seres humanos para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, resultava igualmente num certo empobrecimento afetivo. Nessas pessoas não aparecia mais quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança (Fonte: Cérebro & Mente). 
A Área Pré-Frontal do córtex corresponde a parte anterior não motora do lobo frontal. Ela mantém conexões com o Sistema Límbico (visto acima) e com o Núcleo Dorsomedial do Tálamo. Ela é responsável pela escolha das opções e estratégias comportamentais, pela manutenção da atenção e pelo controle do comportamento emocional.
A mais importante função associativa do Lobo Pré-Frontal parece ser, efetivamente, integrar informações sensitivas externas e internas, pesar as conseqüências de ações futuras para efetuar o planejamento motor de acordo com as conclusões.
Características do Córtex Cerebral
A localização das diversas funções em áreas específicas do córtex não implica que uma determinada função seja mediada exclusivamente por uma única região cerebral, mas sim que
As áreas de associação cortical, que são as áreas Pré-Frontal, Parieto-Têmporo-Occipital e Límbicas, integram as informações somáticas com o planejamento do movimento. Suas funções prioritárias são:
Córtex Pré-Frontal: planejamento e execução das ações motoras complexas
Córtex Parieto-Têmporo-Occipital: integração das funções sensoriais com a linguagem
Área Límbica: integração da memória com aspectos comportamentais relacionados a memória e motivação
Córtex Pré-Motor: início da ação
Áreas corticais superiores sensitivas conectadas diretamente a áreas primárias sensitivas projetam para o córtex pré-motor, que projeta para o córtex motor primário.
Áreas corticais superiores sensitivas não conectadas diretamente a áreas primárias sensitivas projetam para o Córtex Pré-Frontal, que projeta para o Córtex Pré-Motor
O Córtex Parieto-Têmporo-Occipital recebe projeções de áreas somáticas superiores visuais e auditivas, processando a informação sensitiva envolvida com a percepção e a linguagem
O Córtex Límbico recebe projeções de áreas sensitivas superiores e projeta para outras regiões corticais, dentre elas o córtex pré-frontal.
No cérebro normal, dotado de inúmeras e quase infinitas interconexões, a interação entre os dois hemisférios é tão integrada que não se pode dissociar claramente suas funções específicas. Ambos seauxiliam na efetuação de tarefas várias. Nenhuma parte do sistema nervoso funciona isoladamente, de tal forma que o cérebro pode fazer com que as funções das áreas lesadas sejam assumidas por outras áreas sadias.
É importante sabermos com que idade se desenvolve, mais satisfatoriamente na pessoa, seus lobos frontais e pré-frontais (depois dos 12 anos, veja adiante). O Córtex Pré-Frontal do hemisfério esquerdo é muito mais relacionado à cognição e consciência, ou seja, intelectual, que o seu homólogo do lado direito. Os argumentos racionais das terapias cognitivas procuram fazer a pessoa reaprenderem a lidar com suas emoções através da cognição, como uma alternativa racional das exigências da angústia detonada, seja pelo córtex frontal direito ou Sistema Límbico.
HIPOTÁLAMO
Tópicos
Introdução
Sistemas responsáveis pela homeostasia
Funções hipotalâmicas
 Introdução
 
http://www.psiqweb.med.br/cursos/neurofisio.html
Apesar de o hipotálamo e o tálamo dorsal serem estruturas adjacentes, desempenham funções distintas.
O hipotálamo sabe como está toda a periferia do nosso corpo devido ao grande número de aferências recebidas por ele, estando equipado para comandar o sistema nervoso autônomo (SNA). Ele integra as respostas somáticas e viscerais de acordo com as necessidades do encéfalo, principalmente com as áreas de memória.
O hipotálamo está abaixo do tálamo e forma o assoalho do 3º ventrículo.
Neurociências, Desvendando o sistema nervoso, 2ª edição, Mark F. Bear, página 531.
Esta região neural é muito pequena e, por isso, qualquer tumor hipotalâmico mexe com todo o hipotálamo e, não apenas com uma região restrita. Até mesmo uma lesão à sua área adjacente poderá causar lesões hipotalâmicas devido ao seu tamanho reduzido.
A função do hipotálamo é controlar a homeostasia, ou seja, manter requisitos básicos à vida em uma estreita faixa de valores.
Sistemas responsáveis pela homeostasia 
Os mamíferos possuem uma estreita faixa de regulação dos mecanismos essenciais para a manutenção da vida. Esses limites incluem a temperatura e a composição sanguínea. Três grandes sistemas são responsáveis pela homeostasia:
- Hipotálamo secretor: é a parte responsável pela liberação e/ou produção de hormônios que atuam em diferentes partes do organismo. O hipotálamo produz hormônios, a ocitocina e o ADH, que são armazenados na hipófise posterior.
- Sistema nervoso autônomo: Através dos sistemas simpático e parassimpático, faz a regulação homeostática do organismo. Dependendo da situação, podem-se ter diferentes estimulações, como ocorre nas reações de “luta ou fuga”. 
- Sistemas modulatórios: São sistemas de neurônios que possuem a função de modular vastos conjuntos de neurónios pós-sinápticos, tais como o córtex cerebral, o tálamo e a medula espinhal, fazendo com que se tornem mais ou menos excitáveis mais ou menos ativos sincronicamente, etc.
  São quatro sistemas modulatórios com neurotransmissores diferentes e que servem para controlar o nível de consciência e o humor.
Funções hipotalâmicas 
O hipotálamo possui basicamente duas funções:
- Controle endócrino
Esta imagem ilustra muito bem o controle do hipotálamo no sistema endócrino. Pode-se perceber que, para que a hipófise “libere” tais hormônios, precisa-se de um estímulo prévio do hipotálamo.
Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002
- Regulação da temperatura.
FUNÇÕES HIPOTALÂMICAS
Tópicos
Regulação da temperatura
Regulação da ingesta de água
Regulação da ingesta de alimentos
Ritmo circadiano 
  
Regulação da temperatura
Os animais homeotérmicos têm a temperatura ideal por volta de 36,5ºC. Essa temperatura oscila em uma estreita faixa de valores. Nossas enzimas não funcionariam bem em uma temperatura muito distante de 36,5ºC. Para o hipotálamo, não é muito importante o valor fixo de 36,5ºC pois, é a partir do valor máximo e do valor mínimo que ele vai tomar providências para voltar à temperatura que conhecemos como “fixa”. O hipotálamo vai sempre trabalhar com essa noção de tentativa de equilíbrio a partir de valores extremos.
O hipotálamo possui um termômetro que está em um núcleo chamado área pré-óptica. Esta área contém células sensíveis à temperatura do sangue. Assim, vemos que o hipotálamo não sabe a temperatura da pele, ele percebe a temperatura do sangue.
Quando o hipotálamo detecta uma temperatura abaixo do mínimo, ele envia comandos para uma vasoconstrição cutânea e ereção dos pêlos. Essa vasoconstrição não é capaz de aumentar a resistência vascular periférica porque o sangue está sendo retirado apenas da pele. Isso é importante para que o sangue não esfrie, não perca calor para o meio. 
Para produzir mais calor, o hipotálamo determina abalos musculares (calafrios), agindo em musculatura esquelética. Isso é uma exceção, porque o sistema nervoso autônomo não controla a musculatura esquelética.
A consciência também é importante para a produção de calor. Por exemplo: a vontade de se exercitar quando está sentindo frio.
Já quando a temperatura do sangue está acima do máximo, é necessário que seja resfriado fazendo vasodilatação cutânea (o indivíduo fica vermelho), aumentando a sudorese e estimulando o repouso, porque qualquer movimento aumenta a quantidade de calor produzido.
Regulação da ingesta de água
A ingesta de água é necessária para a manutenção da homeostasia e ela varia de acordo com o meio ambiente.
O hipotálamo controla a osmolaridade. Na área hipotalâmica lateral existem neurônios sensíveis à osmolaridade do líquido que os circundam e que tem relação com o plasma. Não se sabe ao certo mas, provavelmente os neurônios têm canais específicos que permitem essa troca iônica e eles serão sensíveis a isso. A variação da osmolaridade do líquido extracelular faz com que potenciais de ação sejam disparados.
Se a osmolaridade está muito elevada, essa área estimula a sede. O aumento desta estimula a secreção do ADH e a sensação de sede que vem depois da secreção desse hormônio. 
A sensação de sede é mais imediata do que a ação do hormônio que é sempre mais demorada e tem efeito mais duradouro.
A sensação de sede não é dada no hipotálamo, uma vez que não é uma área de consciência. A sensação de sede é oral (boca seca). O hipotálamo envia informações para áreas corticais que representam a cavidade oral, gerando a sensação consciente de sede.
O ADH diminui o volume de urina e matem a pressão arterial. Já em situação de baixa pressão arterial, o rim libera renina que transforma angiotensinogênio em angiotensina I que, no pulmão é transformada em angiotensina II. 
Esta age principalmente fazendo vasoconstrição, tentando reverter a queda da PA. Além disso, a angiotensina II passa pela barreira hematoencefálica e é percebida pelo órgão subfornical, avisando ao hipotálamo que é hora de sentir sede. Para elevar a pressão arterial, também é importante que a volemia aumente, o que pode ser feito através da ingestão de água. Essa forma de controle não é muito efetiva, pois, o controle da pressão arterial é muito mais uma função da freqüência cardíaca, da concentração de angiotensina II, o que nos faz pensar que o hipotálamo participa minimamente desta regulação.
É importante perceber que o hipotálamo tem uma ação controladora muito abrangente, ele controla além da secreção de hormônio, controla até a ingesta de água na tentativa de reverter uma situação de aumento da osmolaridade. Aferências da boca e língua estão relacionadas com a sensação de sede.
Este fato pode ser percebido em pacientes com problemas renais. Eles têm sede o tempo inteiro porque a sua osmolaridade sanguínea tende a ser alta e eles não podem ingerir água. Para aliviar a sensação, eles molham a boca e a língua.
Regulação da ingesta de alimentos
Observando-se um rato cuja área hipotalâmica lateral fora lesada, notou-se que ele emagrecia muito, devido a uma diminuição na ingesta, por outro lado, uma lesão na região ventromedial do hipotálamo, leva a um aumentona ingesta e conseqüentemente um ganho acentuado de peso. Com isto, na década de 50 surgiram as noções de centro da fome e centro da saciedade.
Neurociências, Desvendando o sistema nervoso, 2ª edição, Mark F. Bear, página 530.
Posteriormente, foi feita uma outra experiência que, ao contrário da primeira que utilizava ratos com peso normal, esta usava ratos já deixados com fome e lesionava a área hipotalâmica lateral, neste caso, observou-se que os ratos ganharam peso. Dessa forma, pode-se observar que as sensações de fome e saciedade não eram controladas apenas pela atividade de um único núcleo como se pensava anteriormente. 
Na realidade, para o hipotálamo controlar qualquer função ele se baseia em parâmetros de normalidade a partir de valores extremos de máximo e mínimo, o que deflagra reações que buscam voltar à normalidade. Isto ocorre até mesmo em relação ao peso corporal. Neste caso, existe a noção de “ponto fixo hipotalâmico”, que é um parâmetro de peso corporal que o hipotálamo considera ideal para o indivíduo. Assim, pequenas variações de peso são corrigidas rapidamente com o equilíbrio da balança ingesta X gasto energético. 
Uma forma de se controlar o consumo é através da avaliação de quanto (peso) comemos. Esta quantidade de comida geralmente nos traz a sensação de saciedade muito antes de ter ocorrido a absorção do alimento e, conseqüentemente, muito antes de qualquer outro sinal, como a glicemia, ter sido enviado ao cérebro. 
Os primeiros sinais de saciedade são enviados pela própria percepção consciente da comida, que provoca a dilatação do tubo digestivo contribuindo para o estímulo hipotalâmico da saciedade. A partir daí, sinais do trato gastrintestinal avisam que ele está dilatado provocando um sinal aferente de saciedade avisando ao hipotálamo que pode parar de comer.
Uma forma eficiente de se controlar o peso, partindo do pressuposto que o “ponto fixo hipotalâmico” está alto, é emagrecer devagar, para que o hipotálamo se adapte ao novo ponto fixo. 
Estes mecanismos são importantes para a sobrevivência pois, a armazenagem de gordura é o mecanismo pelo qual o organismo se prepara para situações de privação com isto, o envio de sinais a respeito do estoque de gordura para o hipotálamo ocorre constantemente e, caso ele diminua, o hipotálamo perceberá a necessidade de se reposição. Este sinal é enviado por um hormônio chamado leptina, produzido principalmente pelos adipócitos que controla o “tamanho” da refeição por exemplo. Existem outros sinais no organismo que atuam ainda mais rápido que tem a função de controlar o conteúdo das refeições.
A ação da leptina é diminuir o apetite e aumentar a taxa metabólica através do SNA simpático pelos receptores β3, que estimulam as células a aumentarem a sua taxa metabólica e produzirem mais calor, que se dissipa.
Estudos foram feitos para avaliar o problema dos obesos mórbidos e observou-se uma grande taxa de leptina, um número suficiente de seu carreador, porém existe uma deficiência do receptor para o hormônio no hipotálamo. 
Certos alimentos podem também aumentar os níveis de serotonina que estimulariam o “centro do prazer” no tronco e no hipotálamo. Este hormônio atua como um “elo” entre a alimentação e o humor. Tais alimentos, assim como qualquer substância que provoque uma estimulação destes centros, ao causarem estímulos, podem atuar por outros mecanismos que não o da leptina.
Os receptores de leptina encontram-se no hipotálamo nos núcleos paraventricular, arqueado (principalmente) e área hipotalâmica lateral. Com isto a leptina estimula a liberação de ACTH e TSH que atuam nas glândulas adrenais e tireóide, respectivamente. Com o estímulo desses hormônios, ocorre um aumento do metabolismo basal, levando a um consequente aumento da temperatura corpórea. A alimentação é inibida pelas conexões de neurônios do núcleo arqueado com células do hipotálamo lateral. Caso a leptina esteja baixa, esta estimulação não ocorre e a liberação destes hormônios e neurotransmissores é diminuída e o indivíduo é estimulado a procurar alimento.
Ritmo Circadiano
O ritmo circadiano consiste nos ciclos de escuridão e claridade que resultam da rotação da terra. A relação do ciclo circadiano não é igual para todos os animais, ele varia de acordo com a espécie. 
Os mamíferos possuem um par de pequenos grupos neuronais no hipotálamo que serve como relógio biológico, o núcleo supraquiasmático. 
Em experiências realizadas, pode-se perceber que, com estímulos nos núcleos supraquiasmáticos tem-se alteração dos ciclos circadianos de maneira previsíveis. Enquanto que, a remoção de ambos os núcleos ocorre a perda completa da ritmicidade circadiana para a alimentação, atividade física, sono e vigília, entre outras.
SISTEMA SOMATOSSENSORIAL
. Sistema Nervoso
. Funções Autonômicas
. As Sensações
 O Sistema Nervoso 
Tópicos
Introdução 
Divisão do Sistema Nervoso 
O papel do sistema nervoso simpático e do sistema nervoso parassimpático 
Introdução
Para que possamos começar o estudo da Neuro Fisiologia, é necessário o entendimento de alguns conceitos básicos como, a divisão do sistema nervoso, o que é visceral e somático e aquilo que se denomina aferência e eferência.
Quando lemos o conceito visceral, devemos ter em mente tudo relacionado às vísceras, enquanto que, o termo somático está relacionado às demais áreas como a musculatura, por exemplo.
O termo aferência significa: “tudo que chega a algum lugar”. Já a denominação eferência “diz respeito a tudo que sai de algum lugar”.
Quando dizemos que uma via é aferente somática ela chega do soma ao SNC, trazendo as sensações captadas do meio. Enquanto que, uma via eferente somática é aquela que sai do centro de processamento e vai ao soma determinando toda a atividade motora. 
Uma via aferente visceral trás as sensações proveniente das vísceras para o centro de processamento nervoso.
 Devemos lembrar que, um neurônio que é aferente a uma região é eferente à outra.
Divisão do Sistema Nervoso
Como foi dito anteriormente, o nosso sistema nervoso é dividido em sistema nervoso somático, que é subdividido em aferente e eferente e, sistema nervoso visceral que também possui as mesmas subdivisões e, a parte eferente se subdivide em simpático e parassimpático.
O papel do sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático
Esses dois sistemas atuam “antagonicamente e juntamente”. Juntos, eles funcionam para o controle homeostático do organismo. 
Uma boa elucidação dessas ações é visualizada na coordenação das respostas ao estresse, contribuindo então para o controle do funcionamento integrado do corpo humano. O sistema parassimpático dita o tônus de uma série de sistemas, como por exemplo, no sistema cardiovascular, onde a constância da freqüência cardíaca é controlada por ele, enquanto que, o ajuste contextual é desempenhado pelo sistema simpático.
Os Neurotransmissores 
Tópicos
Os neurotransmissores 
A acetilcolina 
As catecolaminas 
Introdução
Os dois neurotransmissores principais no sistema nervoso periférico são acetilcolina e noradrenalina, que atuam diretamente como mensageiros na fenda sináptica, produzindo na membrana pós-sináptica um potencial pós-sináptico excitatório ou inibitório. Essas substâncias possuem 3 tipos básicos: Aminas, aminoácidos e purinas.
Existem também, os neuromoduladores, que atuam na sinapse, porém não atua apenas na membrana pós-sináptica, também na pré-sináptica assim como nas vesículas sinápticas. Os neuromoduladores possuem a função de influenciar a ação do neurotransmissor, mas, sem modificá-la essencialmente, apenas modulando a transmissão sináptica.
A acetilcolina (Ach) 
Atua sobre receptores de dois tipos: muscarínicos e nicotínicos. A ação muscarínica da Ach é observada principalmente no músculo liso, enquanto que os receptores nicotínicos estão principalmente localizados na porção motora do músculo esquelético e nos gânglios simpáticos. Apenas o neurônio pós-ganglionar simpático nãousa Ach, usa adrenalina.
As catecolaminas 
Catecolaminas (norepinefrina, epinefrina e dopamina) são importantes neurotransmissores. Essas substâncias são encontradas em regiões do sistema nervoso envolvidas com a regulação do movimento, do humor e das funções viscerais. Um bom exemplo é a Doença de Parkinson, onde neurônios dopaminérgicos do encéfalo degeneram-se lentamente e acabam morrendo. Uma estratégia terapêutica está na administração de dopamina que, promove uma maior produção da mesma nos neurónios sobreviventes, aumentando a sua quantidade disponível para liberação. 
Ações dos Sistemas Simpático e Parassimpático 
Tópicos
Tônus simpático e parassimpático 
A medula espinhal e o tronco encefálico 
Distribuição dos neurotransmissores 
Tônus simpático e parassimpático 
O conceito de tônus simpático e parassimpático pode ser metaforicamente comparado a uma balança em constante compensação, nunca chegam à zero. Variam intensamente com as situações que, dependendo de qual for, pode “pesar mais para um lado do que para outro”.
A medula espinhal e o tronco encefálico 
A medula espinhal se comunica com o tronco encefálico e está localizada no canal formado pela união das vértebras, formando assim a coluna vertebral. 
Quando se avalia um corte medular, é possível diferenciar duas regiões claramente destacadas. Uma região escura, onde se encontram os corpos dos neurónios, formando a substância cinzenta e uma região clara onde trafegam os axônios, formando a substância branca. 
 Os neurônios que vão agir nas vísceras ou nos músculos, saem da medula, sempre na região ventral, formando, com os neurônios que chegam à medula os nervos espinhais e, do tronco encefálico, saem os nervos cranianos que inervam principalmente a cabeça. 
Um neurônio somático motor compõe a parte eferente do sistema nervoso somático. Todos os neurônios que se dirigem para a musculatura estriada esquelética utilizam um só tipo de neurotransmissor, a acetilcolina (Ach).  
No tronco encefálico, o “H” medular se fragmenta para formar núcleos, que são aglomerados de corpos neuronais. A partir dos núcleos, os neurônios se organizam para enviar axônios para a periferia. 
Os neurônios dos sistemas simpático e parassimpático (SNA) apresentam seus corpos neuronais localizados nos gânglios e não nos núcleos como ocorre no tronco encefálico, ou seja, os corpos neuronais encontram-se fora do sistema nervoso central. 
Existem gânglios simpáticos e gânglios parassimpáticos que, diferem nas suas respectivas localizações. O neurônio cujo corpo encontra-se na substância cinzenta é denominado de neurônio pré-ganglionar e o neurônio cujo corpo está no gânglio é o neurônio pós-ganglionar. É o axônio do neurônio pós-ganglionar que chega ao órgão alvo. Existe uma propriedade peculiar relacionada à ação do sistema simpático. Ela é mais abrangente e seu gânglio localiza-se longe do alvo, enquanto que o sistema parassimpático é menos abrangente e o seu gânglio encontra-se próximo do alvo.
Quando ocorre uma transecção da medula, ocorre uma anestesia a pele e uma perda de movimento muscular na parte caudal do corpo em relação à lesão.
Quando pensamos em lesões medulares, devemos lembrar que a medula é menor do que a coluna vertebral e que, por isso, os segmentos medulares não são correspondentes à altura da coluna.
Uma fácil maneira de elucidar este fato é durante a anestesia onde, o médico responsável pelo procedimento nunca o fará na altura vertebral correspondente à altura medular desejada.
No sistema nervoso simpático os neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula torácica e lombar. No sistema nervoso parassimpático eles se localizam no tronco encefálico (dentro do crânio) e na medula sacral. Os neurônios pós-ganglionares no sistema nervoso simpático localizam-se longe das vísceras e próximo da coluna vertebral. Eles formam os gânglios pára-vertebrais e pré-vertebrais. Já no sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-ganglionares localizam-se próximo ou dentro das vísceras.
Em conseqüência da posição dos gânglios, o tamanho das fibras pré e pós-ganglionares são diferentes nos dois sistemas. Assim, no sistema nervoso simpático, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa. Já no sistema nervoso parassimpático temos o contrário: a fibra pré-ganglionar é longa e a pós-ganglionar é curta.
Distribuição de neurotransmissores
As fibras pré-ganglionares, tanto simpáticas quanto parassimpáticas, e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas. Contudo, a grande maioria das fibras pós-ganglionares do sistema simpático é adrenérgica. 
De modo geral, o sistema simpático tem ação antagônica em relação ao parassimpático em um determinado órgão. Essa afirmação, entretanto, não é válida para todos os casos. É importante acentuar que os dois sistemas, apesar de, na maioria dos casos, terem ações antagônicas, colaboram e trabalham harmonicamente na coordenação da atividade visceral.
O sistema nervoso autônomo difere no que se menciona à disposição das fibras adrenérgicas e colinérgicas. As fibras pré-ganglionares, tanto simpáticas quanto parassimpáticas, e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas. Contudo, a grande maioria das fibras pós-ganglionares do sistema simpático é adrenérgica. Fazem exceção as fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos estriados esqueléticos que, apesar de simpáticas, são colinérgicas.
No coração, o sistema nervoso simpático determina aceleração do ritmo cardíaco e dilatação das artérias coronárias. Já o parassimpático, determina diminuição do ritmo e constrição das coronárias. Portanto, quando colinérgicos são administrados, o parassimpático é estimulado, o que pode levar a uma parada cardíaca. Com a utilização de adrenérgicos, o sistema simpático é estimulado e o ritmo cardíaco aumenta.
Ao falarmos de sistema nervoso autônomo, devemos abordar o sistema digestivo onde, o simpático determina diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres, enquanto que o parassimpático leva ao aumento do peristaltismo e abertura dos esfíncteres. Assim, podemos concluir que com a administração de colinérgicos ocorre o aumento do peristaltismo e abertura dos esfíncteres. Em relação à ação dos adrenérgicos, o ocorrido é o inverso. Ocorre diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres.
Nos olhos, o simpático determina dilatação da pupila e o parassimpático determina constrição da pupila. Assim, quando administramos colinérgicos, há dilatação da íris. Se administrarmos adrenérgicos, ocorre a constrição da íris.
RESPOSTA DE ALARME OU STRESS
Tópicos
Glândula supra-renal
Exceção autonômica
Função do sistema nervoso autônomo simpático
 
Glândula Supra-renal
A glândula supra-renal possui forma de meia-lua e está localizada acima dos rins sendo formada por duas partes: 
- parte cortical que consiste em um envoltório e,
- parte medular que é o seu centro e tem sua origem em um gânglio simpático.
http://www6.ufrgs.br/bioquimica/posgrad/BTA/adrenal.pdf#search=%22figura%20gl%C3%A2ndula%20adrenal%22
Esta glândula é responsável pelas respostas ao alarme e estresse pela liberação de hormônios como o cortisol. Este hormônio atua por todo o organismo mobilizando as reservas energéticas, promove uma queda no sistema imune. Tais fatores ocorrem para que exista um preparo para os “estresses” diários que somos submetidos.
A inervação da glândula supra-renal é uma exceção do sistema nervoso autônomo.
Exceção autonômica 
Neurônios pré-ganglionares simpáticos estão dentro do H medular, entre os segmentos T1 e L2. Seus axônios saem da medula pela parte ventral. Por ser um neurônio autonômico simpático, esse neurônio faz sinapse na cadeia simpática (gânglio simpático) com um neurônio pós-ganglionar.
No caso da medula da supra-renal, isso não acontece, o neurônio que sai da medula não faz sinapse com gânglio algum e, vai direto à medula da supra-renal. Constituindo uma exceção da inervação autonômica.A medula da supra-renal produz moléculas de adrenalina exatamente iguais às que os neurônios pós-ganglionares produzem. 
Como a adrenalina, nesse caso, é jogada na corrente sanguínea, ela é chamada de hormônio. Se estivesse na fenda sináptica, seria um neurotransmissor.
O neurônio pré-ganglionar simpático utiliza a acetilcolina como neurotransmissor para estimular as células da medula supra-renal.
Todos os neurônios utilizam a acetilcolina como neurotransmissor, com exceção do neurônio pós-ganglionar simpático.
As células da medula da supra-renal são neurônios modificados ou (células neuro endócrinas). Diz-se que são neurônios porque têm a mesma estrutura enzimática que os neurônios pós-ganglionares simpáticos e também possuem a mesma capacidade de perceber a acetilcolina. E são modificados porque não possuem axônios e liberam o conteúdo das suas vesículas sinápticas na corrente sanguínea, atuando como hormônio.
Quando a medula da supra-renal é estimulada, a adrenalina é descarregada no sangue (isso acontece o tempo todo). A adrenalina está sempre no sangue em nível basal, mas, em alguns momentos, essa descarga adrenérgica é muito intensa. Quando isso ocorre, é caracterizada uma situação chamada “reação de fuga ou luta”, “resposta de alarme” ou resposta de stress”. Isso acontece com todos os indivíduos, é uma resposta fisiológica padrão a um estímulo que pode ser real ou não.
Exemplo de estímulo real: Em um assalto, há duas opções: lutar ou correr (essa decisão é tomada no córtex pré-frontal). Um “click” é dado no sistema nervoso autônomo, o neurônio pré-ganglionar estimula a medula da supra-renal e, esta libera adrenalina no sangue. Outras sinapses simpáticas também são ativadas, mas são pontuais e, por isso, exercem efeito rapidamente. Assim, o importante é a descarga adrenérgica na corrente sanguínea, que perdura provocando:
- Aumento da pressão arterial (lembrando que PA = FC x RVP)
   A freqüência cardíaca sobe por atividade simpática aumentando basicamente a pressão arterial sistólica.
- Redirecionamento do fluxo sanguíneo, que é desviado do trato gastrointestinal para os músculos, principalmente os grandes músculos – quadríceps, tríceps, etc.
- Aumento do metabolismo celular, levando a maior produção energética.
- Aumento da glicemia.
- Aumento da glicólise nos músculos e no fígado, também para a maior produção de energia.
   Todas as alterações descritas acontecem para que o organismo se prepare tanto para a situação de luta como para a situação de fuga. Por isso, ele se prepara com bastante sangue nos músculos e com a moeda de troca, a glicose. 
Função do sistema nervoso autônomo simpático
A função deste sistema é preparar o organismo com:
- Aumento da força muscular, preparação tanto para a luta quanto para a fuga.
- Aumento da atividade mental, pensa-se com muito mais velocidade tomando decisões importantes para a sobrevivência. 
- Aumento da taxa de coagulação sanguínea. Esta é uma medida compensatória já que nessa situação você pode se machucar.
A reação de fuga ou luta é a preparação do organismo para uma situação emergencial. Ela só acontece quando o organismo acha que existe risco de vida. 
Exemplo: a diminuição da volemia é encarada como uma situação de risco, é, então, deflagrada uma reação de fuga ou luta. 
Existem respostas individuais, como ficar paralisada ou urinar, quando é percebida uma situação de risco. Em uma reação de fuga ou luta típica, o parassimpático está inibido e por isso não há tendência a urinar ou defecar. Essas são reações individuais, relacionadas muito mais à ansiedade e às características de personalidade do que uma ativação hipotalâmica que define que sua vida corre risco. Ao contrário, quando há hemorragia, sempre acontece uma reação de fuga ou luta intensa e prolongada. 
FUNÇÕES AUTONÔMICAS 
Tópicos
Controle Supra-segmentar do SNA 
Reflexos autonômicos
Amadurecimento dos reflexos 
Doenças das funções autonômicas
Pesquisa da função autonômica 
 
Controle Supra-segmentar do SNA 
Quem deflagra uma reação de fuga ou luta? No sistema nervoso, existe uma hierarquia clara: 
MEDULA 
                                               
TRONCO ENCEFÁLICO (bulbo, ponte e mesencéfalo)
                                                
ENCÉFALO (cérebro, núcleos da base, córtex)
                                               
Tudo isso é chamado controle supra segmentar ou controle supra medular do sistema nervoso autônomo. Quem faz esse controle é alguma via que descende pela medula até chegar a fazer sinapse com o neurônio pré-ganglionar. 
Exemplo de um controle supra segmentar no nível mais baixo, ou seja, no tronco encefálico, é o núcleo do trato solitário, que faz algum controle do sistema nervoso autônomo. Esse núcleo sozinho não comandaria uma reação de fuga ou luta, ele é bem específico (recebe os aferentes do baro e quimioceptores). É o hipotálamo que deflagra essa reação, sendo responsável pelo controle do sistema nervoso autônomo.
Não é somente o hipotálamo que “resolve” se ativa o parassimpático e/ou o simpático. O córtex também sabe o que está acontecendo conscientemente e se conecta com esta região.
Reflexos autonômicos
Reflexo é uma resposta estereotipada a um dado estímulo. Ex.: reflexo patelar.
Existem reflexos que são mediados pelo sistema nervoso autônomo como:
- Segmentares – nem sempre acontecem; a inflamação de órgãos internos causa contração reflexa da musculatura esquelética relacionada e vasodilatação cutânea.
- De micção – começa quando a bexiga está mais ou menos entre 150 a 200 ml, o que pode variar de acordo com o sexo, tamanho corporal, etc. A bexiga tem níveis e, quando chega a um certo grau de dilatação ela gera uma informação aferente, ou seja, gera potenciais de ação que chegam pela região dorsal da medula. Essa informação “bexiga cheia” vai ascender pela medula e chegar ao córtex, mas também pode fazer sinapses com neurônios parassimpáticos entre os segmentos de S2–S4. Quando o estímulo aos neurônios parassimpáticos chega ao nível máximo, independente do controle superior de inibição do esfíncter externo, é provocada a atividade parassimpática que contrai o músculo detrusor de bexiga, expulsando a urina. Normalmente esse reflexo autonômico parassimpático está sob controle do tronco encefálico.
- De defecação – na medida em que o trato digestivo final está enchendo de fezes, um reflexo de distensão da parede é estimulado. Esse estímulo entra na medula pela parte dorsal e vai sair pela parte ventral provocando contração de musculatura lisa.
Os reflexos de micção e de defecação são os mais importantes. Só há controle voluntário dos esfíncteres externos. Os esfíncteres internos são controlados por neurônios autonômicos.
Amadurecimento dos reflexos
O controle voluntário dos esfíncteres externos é definido por volta dos 2 anos de idade quando também amadurecem outros reflexos. O reflexo já nasce com a criança, mas, o controle que vem de cima (do córtex), para o neurônio que vai ao esfíncter externo, ainda não está mielinizado e, este só se mieliniza por volta de 2 anos. Junto ao controle do esfíncter externo, diversas outras atividades motoras também já podem ser controladas (a criança de 2 anos começa a correr, tem a oponência dedo-polegar que é muito fina, etc).
Mesmo uma criança com lesão medular ao nível de C6-C7, por exemplo, em cima de todos os simpáticos e parassimpáticos, os reflexos vão, teoricamente, continuar acontecendo porque o final da medula está todo íntegro. Os neurônios não estão lesados e vão continuar percebendo a distensão das fezes e a distensão provocada na bexiga pela urina. Eles vão continuar “avisando” ao neurônio parassimpático pré-ganglionar que continua desempenhando o seu papel.
Um grande trabalho da Fisioterapia é tentar manter esses reflexos muito ativos. Pois, se não há esse reflexo, a bexiga não esvazia, entrando em um quadro que às vezes acontece em idosos, chamado “bexiga neurogênica”.Assim, é fundamental tentar manter os reflexos autonômicos quando há uma lesão medular, para que não seja necessário a utilização de métodos (esvaziar a bexiga em tempos regulares, usar sonda, etc.) para realizar o que deveria ser feito automaticamente.
Bexiga neurogênica é conseqüência de diversas causas, incluindo lesão medular, idade e repetidas infecções. A bexiga é incapaz de se contrair totalmente devido à fraqueza muscular, ficando sempre urina residual que pode levar a várias infecções urinárias. No caso da lesão medular, a bexiga não se contrai com estímulos fortes, ou melhor, uma distensão pequena faz com que ela se contraia. O correto seria que ela sofresse uma maior distensão para contrair maximamente. Com treinamento, a bexiga pode se adaptar a sofrer estimulação máxima e portanto obter a contração máxima.
Doenças das funções autonômicas
São poucas e difíceis de diagnosticar. Algumas anormalidades nem podem ser chamadas de doenças.
- Reação vaso-vagal (síncope):
   É uma reação fisiológica contraditória. Porque ao contrário da reação de fuga ou luta, que prepara adequadamente o indivíduo para uma situação de perigo, ela ativa o núcleo do trato solitário e promove vasodilatação, diminuindo a resistência vascular periférica e conseqüentemente, a pressão arterial. Concomitantemente, ocorre um estímulo vagal. Ora o nervo vago faz bradicardia no coração, ocorrendo assim, o desmaio. A freqüência cardíaca, a sudorese e a atividade peristáltica (reflexo de micção ou defecação) aumentam, e também podem ocorrer náusea e vômito (principalmente pelo cheiro e isquemia cerebral).
   A reação vaso-vagal é estimulada sempre por uma situação emocional, sempre relacionada a características da personalidade, e é muito estimulada pelo cheiro.
- Hipotensão ortostática idiopática: 
   È muito comum nos idosos, quando levantam da cama e ficam tontos ou até desmaiam. Isso acontece porque seus reflexos vasomotores já estão comprometidos pela idade, a pressão arterial não se eleva o suficiente para que a irrigação da cabeça aconteça, o que ocasiona o desmaio. Em crianças este quadro é muito raro e, em geral a causa não é por lesão autonômica, mas sim cardíaca.
- Paralisia autonômica completa:
  Todos os neurônios autonômicos não funcionam. É muito raro.
Pesquisa da função autonômica
- Avaliar a função lacrimal, que consiste no ressecamento dos olhos.
- Avaliação das funções vesical, a incontinência, gastrointestinal e erétil, a impotência.
- Avaliação das respostas da pressão arterial e freqüência cardíaca com o paciente deitado, sentado e em pé. 
Provavelmente, se o paciente estiver respondendo corretamente a todos esses reflexos, os demais reflexos também estarão normais.
- Avaliação da função sudomotora: É um teste muito específico. A integridade das vias eferentes simpáticas também pode ser avaliada por testes da atividade sudomotora. Como a glândula sudorípara é inervada pelo sistema nervoso autônomo, esta avaliação permite a avaliação do funcionamento do SNA.
AS SENSAÇÕES E O SISTEMA NERVOSO 
Tópicos
Introdução
Localização dos mecanoceptores 
Tipos de percepção
Classificação das fibras 
Sistema duplo de transmissão
Sistema da coluna dorsal
Dermátomo
Trajeto das fibras
Córtex 
                                                                                                                                
Introdução
  As sensações são estímulos enviados pelo corpo (soma) ao cérebro pelas vias ascendentes da medula. Estes estímulos são percebidos pelo cérebro que o diferencia em tipo, localização e intensidade, permitindo a identificação do estímulo.
Os neurônios só apresentam potenciais de ação do tipo “tudo ou nada”, que dependem da chegada de estímulos maiores que o limiar de ação. Para isto, os neurônios são organizados em série, através de linhas específicas que levam estímulos semelhantes. 
Para diferenciar a intensidade do estímulo são usados dois mecanismos: por um lado, os neurônios podem alterar a sua frequência de produção de potenciais de ação e, por outro, eles também podem recrutar novos neurônios que irão transportar estímulos que se somarão. Dessa maneira, o estímulo se forma em muitos neurônios, todos da mesma modalidade: dor, temperatura, tato, etc. 
O nosso sistema percebe os estímulos em relação à modalidade, intensidade e duração. Com relação à duração alguns receptores se adaptam e com o estímulo mantido por um longo tempo ele pára de enviar sinais. 
A pele, entretanto, possui vários tipos de receptores, além de existirem diferenças entre a pele com pêlos e a pele glabra (sem pêlo). Alguns receptores são bem superficiais como os corpúsculos de Meissner e, outros bem profundos como os corpúsculos de Pacini e de Ruffini. Os principais mecanoceptores que efetuam o papel de adaptação ao estímulos são os corpúsculos de Meissner e de Pacini e, estes são denominados de receptores de ação rápida. 
Localização dos mecanoceptores
Os corpúsculos de Meissner se localizam na parte mais saliente da pele glabra. Os corpúsculos de Pacini estão se localiza profundamente à derme chegando a ter 2 mm de comprimento. Já os corpúsculos de Ruffini são encontrados tanto na pele com pêlos como na pele glabra. Eles são levemente menores que os corpúsculos de Pacini. Todos eles são mecanoceptores e respondem à tração mecânica.
http://www.die.upm.es/cursos/insn/tacto.pdf    
Tipos de percepção
Os corpúsculos de Pacini e de Meissner são receptores que seguem por vias diferentes apesar de estarem juntos na chamada “via do tato”.
Os mecanoceptores percebem vibrações de maior ou menor intensidade. O corpúsculo de Paccini, por exemplo, percebe vibrações de alta intensidade.
Um teste feito para a avaliação neurológica é feito vibrando um diapasão próximo a um corpúsculo de Pacini e com isto, a via que transporta este estímulo é avaliada em sua duração e o tempo que leva para ser percebido. 
Esta via pode ter seus neurônios lesionados, por exemplo, pelo aumento prolongado da glicemia.
Já os corpúsculos de Meissner são receptores de baixa frequência, o que permite aos cegos lerem braile. Esta capacidade de leitura é permitida devido à presença de grande discriminação entre dois pontos pela ponta dos dedos. Esta região é considerada a que possui maior resolução.
Os termorreceptores provavelmente são estimulados por mudanças na taxa metabólica. Nós temos dois tipos de termorreceptores: um de “frio” (que respondem de 10°C até 45°C) e outros de “calor” (que respondem de 30°C a 50°C). 
Abaixo de 10°C e acima de 50°C não se percebe mais a temperatura, e sim dor.
A diferença entre as temperaturas acontece através da percepção da distribuição diferenciada dos potenciais de ação. Os proprioceptores transmitem sensações que não são percebidas conscientemente, porém, possuem grande importância na motricidade.
Classificação das fibras
As fibras apresentam duas classificações, uma com letras e outra com números, e ambas se baseiam no diâmetro do axônio e na quantidade de mielina. Quanto maior o diâmetro do axônio, menor a resistência e, assim, o potencial de ação caminha mais rápido pela fibra. O mesmo acontece com a camada de mielina que, quanto maior, mais rápido conduz o impulso pelos nódulos de Ranvier, pois, a condução passa a ser saltatória. Cada sensação, ou seja, cada receptor está relacionado a um determinado tipo de fibra.
Neurociências, Desvendando o sistema nervoso, 2ª edição, Mark F. Bear, página 404.
As fibras do tipo I são muito grossas e muito mielinizadas, e o seu potencial de ação (PA) anda a uma velocidade que pode chegar a 120 m/s. Essas fibras passam as sensações que não somos capazes de perceber como a propriocepção inconsciente, como os fusos neuromusculares. Essas são as primeiras informações a chegarem ao SNC.
As fibras do tipo II também são bem rápidas e carregam informações dos mecanoceptores da pele, levando sensações de tato, pressão, etc.
Diapasão: é utilizado pelos neurologistas fazeremo testes para verificarem a integridade das fibras do nervo periférico. O teste: percute o diapasão e coloca no hálux (uma extremidade óssea) do paciente, onde a vibração é captada pelo corpúsculo de Pacini. Se ele não sentir a vibração, quer dizer que ele apresenta alguma lesão de nervo periférico (e não no Corpúsculo!!!!). Assim, qualquer problema que leve ao comprometimento dessas fibras, seja por hiperglicemia,  má vascularização entre outras causas, vai resultar na perda da sensibilidade fazendo com que o paciente não seja capaz de sentir a vibração do instrumento.
 
As fibras do tipo III são mais lentas. São responsáveis por carregarem sensações de dor e temperatura. 
Existe ainda um outro tipo de fibra (tipo IV), bem fina, sem qualquer mielina. Elas também transmitem dor, temperatura e, além disso, cosquinha. Hoje em dia já se sabe que as sensações são muito específicas e não se conhece exatamente quais são, mas sabe-se que existem fibras só para cosquinha e existem inclusive receptores para histamina. Quanto maior a cronicidade da dor, maior o tipo de estimulação química. Essas fibras tipo IV são as responsáveis pela transmissão do estímulo doloroso. Abordaremos a dor mais adiante.
Sistema duplo de transmissão
Utilizando o exemplo de uma pessoa que pisou em um objeto, veremos a seguir todo o trajeto para que o “pisão” seja percebido. A fibra que captou a informação da pisada, segue do pé (local da pisada) até a medula e, este trajeto é formado por um nervo periférico. 
O nervo periférico é composto por vários tipos de fibras: grossas, finas, com mielina, sem mielina. Dessa forma, criou-se um potencial de ação no pé (local da pisada) que caminhou com uma determinada velocidade até chegar à medula. Nesse momento, o objetivo é fazer com que o cérebro perceba o que aconteceu lá no pé e, para isso, é necessário um trajeto que leve essa informação o mais fidedignamente possível até o córtex.
O neurônio do gânglio da raiz dorsal é o neurônio I e, ele sempre está nesta região. O neurônio I então fez sinapse no corno posterior da medula com o axônio do neurônio II. O axônio desse neurônio II, por sua vez, decussa, passando para o lado oposto e, em seguida ele vai para frente e ascende, formando o trato espino-talâmico anterior. Nesses casos, estamos falando da parte branca da medula. A parte cinzenta tem diversos corpos de neurônio, assim como prolongamentos e axônios “transitando de um lado para o outro”. Esses axônios, no entanto, não têm mielina, o que faz com que o H medular seja apenas uma área de sinapse, de corpos de neurônios. A partir do momento que fez a sinapse, o neurônio sai do H medular, podendo seguir então várias direções. 
Na fisiologia, os tratos anterior e lateral são estudados juntos, porque apresentam fibras semelhantes, e são chamados de sistema espino-talâmico, enquanto que as sensações que entram pela parte de trás constituem o sistema da coluna dorsal. 
Sistema da coluna dorsal
As fibras são grossas e mielinizadas, conduzindo a informação mais rapidamente, e não sofrem decussação. O axônio do neurônio I entra na medula e não faz sinapse, ascende direto e ipsilateralmente. O corpo desse neurônio está no gânglio da raiz dorsal e seu axônio ascende por toda a medula até os núcleos grácil e cuneiforme no bulbo, formando os respectivos fascículos. Possuem alto grau de localização espacial, sendo responsáveis por:
Propriocepção consciente: é a localização, capacidade de distinguir a posição estática e dinâmica do corpo e suas partes, sem o auxílio da visão.
Tato epicrítico: Grande capacidade discriminativa e alta precisão sensorial. 
Sensibilidade vibratória: percepção de estímulos mecânicos repetitivos.
Esterognosia: capacidade de perceber com as mãos a forma e o tamanho de um objeto. A estereognosia provavelmente depende de receptores tanto para o tato quanto para propriocepção.
Grafestesia: capacidade de reconhecer coisas escritas ou desenhadas sobre a pele. 
Uma sensação sempre caminha pelo mesmo tipo de fibra.
Sistema espino-talâmico: as fibras são finas e sofrem decussação, subindo pela substância branca contralateral. Apresentam campos receptores pequenos e a condução não é tão rápida. Existem duas opções de trajeto dos neurônios:
-Trato Espino-Talâmico Lateral: responsável pelas sensações de dor e temperatura;
-Trato Espino-Talâmico Anterior: responsável pelas sensações de tato protopático e pressão.
A sensação que chega ao receptor é que define o caminho de cada neurônio. Precisamos saber em que altura, qual nível do SNC as sensações se tornam cruzadas. No córtex, tudo termina do lado oposto. Todas as sensações oriundas da nossa metade direita, vão parar no hemisfério esquerdo. Essas sensações podem entrar na medula e cruzar imediatamente, como é o caso do sistema espino-talâmico, ou podem ascender ipsilateralmente e cruzar no bulbo. 
Um exemplo raro e antigo do caminho das sensações de dor é quando se faz uma cirurgia que corta a substância branca lateral, o trato espino-talâmico lateral, para parar de sentir dor. Em pacientes com câncer em estágio terminal e sentem uma dor forte e crônica, isso é uma opção, mas o indivíduo vai deixar de sentir a temperatura também. Esse é um exemplo onde a lesão é provocada. No caso de um acidente onde ocorre uma lesão em que metade da medula direita é perdida, sendo afetado o segmento medular T10, por exemplo, seriam perdidas: as sensações de dor e temperatura no lado esquerdo e as sensações de tato epicrítico, propriocepção consciente, esterognosia e grafestesia do lado direito, ambas abaixo da lesão. 
Dermátomo
 É a área da pele inervada por fibras aferentes relacionada a um segmento medular. Essa noção é importante e depende de uma visão espacial e anatómica para sua identificação. O mapa dos dermátomos contém o nome dos segmentos medulares, especificando as regiões da pele inervadas pelas fibras aferentes (todas as sensações) que partem de determinado segmento medular. 
Da medula saem as raízes ventral e dorsal, formando um nervo espinhal, sendo que, de cada segmento medular sai um par de nervos espinhais. As fibras de um nervo espinhal se juntam com fibras de outros nervos espinhais para formar um nervo periférico. Assim, a maior parte dos nervos periféricos é mista, contendo fibras de vários segmentos medulares. Um bom exemplo é o que ocorre no plexo braquial, onde, fibras de vários nervos espinhais, que entram e saem da medula, vão se misturando para formar os nervos periféricos. Sobreposto a esse mapa, poderia ter o mapa da inervação periférica.
O mapa dos dermátomos, na prática, serve apenas para lesões medulares; ele pode ajudar na descoberta do tamanho da lesão. No caso de uma lesão periférica, o mapa da área que a pessoa não sente é mais claro. Já numa lesão medular, a região com perda de sensibilidade será maior, toda a área do dermátomo vai ser lesionada, visto que as fibras só se organizam quando entram na medula. 
Trajeto das fibras
Depois do trajeto periférico e do trajeto medular, a informação chega ao tálamo. Todas essas informações, em algum momento, passam pelo tálamo, pois ele é o grande receptor das sensações. O tálamo representa um monte de núcleos juntos e são específicos.
O neurônio I de todas as vias localiza-se no gânglio da raiz dorsal e o neurônio III de todas as vias, no tálamo. Apenas o neurônio II muda sua localização de acordo com cada via.
O sistema espino-talâmico faz sinapse com o neurônio II, decussa, ascende, emite colaterais para formação reticular do tronco encefálico e então, chega ao tálamo, onde o núcleo ventral póstero-lateral recebe as informações. Nesse caso, neurônio II está no corno posterior do H medular. Depois de chegar ao tálamo, o neurônio III continua ascendendo até chegar ao córtex, pois o tálamo é considerado o núcleo relé das sensações.
 Núcleo relé é um núcleo que passa a informação, ou seja, o tálamo apenas integra as sensações e mantém todas as suas características da maneira que veio da periferia,a freqüência de PA, a localização, etc.
Herpes zoster: afeta o nervo espinhal (tem tropismo pelo nervo espinhal) e segue o dermátomo do nervo periférico; assim, a localização do herpes zoster nunca foi a localização do nervo periférico, ele se dá pelo mapa dos dermátomos; só é sensitivo. 
Conceitos fundamenentais da neurociência, Cem bilhões de neurônios, Robert Lent, pág: 220.
Córtex 
Todas as sensações que passam pelo tálamo ascendem para uma mesma faixa de córtex, chamada de área somestésica primária, localizada no giro pós-central. 
Quanto mais inferior for o animal, menos sulcos e giros ele tem. O que faz com que exista uma menor massa cefálica.
Cada dobra do córtex se chama sulco e o espaço entra as dobras se chama giro. Os sulcos mais importantes são: sulco central, que divide a parte frontal da parte parietal e sulco lateral, que divide o lobo frontal do temporal. Todas as sensações que vieram do lado direito vão, em algum momento, alcançar esse giro pós-central, que é chamado de área somestésica I. 
O Estudo de Brodmann dividiu o córtex em 6 camadas, o chamado neocórtex. Ele cortou o cérebro humano e fez lâminas de histologia, onde observou que o córtex se arrumava de maneira diferente, umas camadas eram mais expressivas que outras e etc. Para diferenciar essas camadas, ele colocou números e, até hoje, essas áreas são conhecidas. O giro pós-central, por exemplo, é conhecido como área 1 de Brodmann. 
Anos mais tarde, Penfield, um neurocirurgião canadense que se especializou em epilepsia, pesquisou as funções. O mapa de Penfield do giro pós-central de cada hemisfério foi chamado de homúnculo de Penfield, que tem mãos, pés, boca grandes. O mapa de Penfield destaca as áreas de maior acuidade, onde percebemos melhor as coisas. Nessas áreas as pessoas detectam melhor os estímulos, não apenas tato epicrítico, mas também outras sensações, como temperatura na boca, por exemplo, pois temos mais termoceptores nos lábios. Nas áreas de maior acuidade, os campos receptores são muito pequenos, existindo, portanto, uma maior quantidade deles. O contrário ocorre nas áreas de menor acuidade, o que determina uma baixa eficiência na captação de estímulos nessas áreas.. A representação central depende do número de receptores na periferia. Quando uma pessoa perde um membro na vida adulta, o seu homúnculo de Penfield, ou seja, sua representação cortical continua do mesmo jeito. Já numa criança, as chances do homúnculo sofrer alguma alteração são maiores, pois quanto mais nova é a pessoa, maior é a plasticidade cerebral. 
http://www.fleshandbones.com
Todas as sensações talâmicas sempre chegam ao giro pós-central pela camada IV e se espalham pelos neurônios da coluna funcional. Essas colunas representam uma organização funcional (não anatômica), se subdividindo de acordo com as diferentes sensações. Logo, no córtex, tem uma coluna de dor, outra de temperatura, outra de tato epicrítico e daí por diante. 
Como cada coluna relaciona-se com um receptor, as áreas com um grande número de receptores (campos receptores) ocupam mais espaço no córtex. No homúnculo de Penfield, as áreas de maior especificidade são representadas pelas palmas das mãos, planta dos pés, boca,  cujas áreas apresentam maior número de colunas funcionais.
Em casos de acidente com perda do giro pós-central esquerdo, por exemplo, provoca perda de todas as sensações do lado direito. Nesse caso, continua existindo a capacidade de sentir um pouco a dor, mas não mais de localizar a dor, ela fica inespecífica.
 A dor é um estímulo tão potente que sua percepção acontece ainda no tálamo. O tálamo já é capaz de sentir dor.
Lesão nas áreas V e VII de Brodmann, que ficam no córtex parietal e não no giro pós-central, provocam uma síndrome rara conhecida como Síndrome da Heminegligência. Quando há lesão dessas áreas ou um hematoma, o sujeito deixa de perceber os estímulos oriundos do lado oposto, sem perder a sensibilidade. Essas áreas são consideradas áreas atencionais, logo, se há dois estímulos concomitantes, o paciente responderá pelo lado que não tem lesão, é como se ele não percebesse os estímulos do lado oposto à lesão (pela qual o lado lesionado é responsável). Essas áreas não são somatossensitivas porque a deficiência pode ocorrer em relação a qualquer sensação como: visão, audição, tato, etc. Por exemplo, se o médico pede para o paciente com uma lesão no lado esquerdo desenhar, dando para ele uma folha enorme e a lesão é do lado esquerdo, ele negligencia estímulos do lado direito, assim, ele só usará o lado esquerdo da folha; se ele tem um prato de comida, come só o lado esquerdo. 
Essas áreas são chamadas de áreas de associação, que representam uma área que não é puramente sensorial, puramente visual, puramente auditiva, ou seja, ela está relacionada com muitos estímulos. O giro pós-central é chamado de área somestésica primária justamente por ser a área que primeiro recebe o estímulo e uma lesão nessa área provoca a perda da capacidade de localizar estímulos.
DOR
Tópicos
Introdução
Hiperalgesia
Efeito placebo
Analgesia
 
Introdução
http://www.rotarycb.org/rotary/palestras/palestra_020917.html
A dor é um mecanismo que demarca os limites para o organismo, e de aviso sobre o acontecimento de estímulos que cheguem a lesá-lo vindos do meio externo ou causado por ele mesmo. Os seus receptores são chamados nociceptores e se distribuem por praticamente todos os tecidos do organismo, com exceção apenas do sistema nervoso central. 
Existem nociceptores para diferentes estímulos: mecânico, térmico e químico. Sons podem causar dor ao atingirem os nociceptores existentes nas estruturas vibráteis do ouvido. Não existem receptores da dor para a luz, mesmo existindo a sensação quando expostos a uma luz muito intensa.
Pesquisadores através de suas experiências puderam demonstrar que existe diferença nos mecanismos celulares envolvidos nas dores lentas ou crônicas e nas dores rápidas ou agudas.
Os receptores de dor são representados pelas terminações nervosas livres, que são as fibras finas, com pouca ou nenhuma mielina. As substâncias químicas são as responsáveis pela ativação da resposta à dor, elas disparam o PA e determinam a interpretação de dor no córtex. Mesmo que a lesão não libere substância química aparentemente, como queimaduras e caneladas, as lesões celulares e teciduais conseqüentes liberam substâncias (bradicinina, serotonina, histamina, K, enzimas líticas, etc) capazes de estimular os nociceptores. Embora o limiar de dor seja o mesmo para todas as pessoas, a percepção da dor é subjetiva, variando de pessoa para pessoa.
Hiperalgesia 
A inflamação é capaz de mudar o limiar de estimulação das fibras, fazendo com que um estímulo que era tátil passe a ser doloroso. Na hiperalgesia primária da inflamação, as substâncias liberadas pela inflamação são captadas pelo terminal nervoso, mas as fibras dolorosas ainda têm a capacidade de transmitir o sinal na forma antidrômica. Os estímulos na região lesada, sejam eles, térmicos, mecânicos, químicos, de alta ou baixa intensidade provoca a abertura de canais iônicos que geram potenciais receptores posteriormente codificados e são levados para o SNC de forma lenta, ela atinge as próprias fibras dolorosas. Essas terminações apresentam vesículas liberam substâncias como prostaglandinas, substância P e a bradicinina por exemplo com ação vasodilatadora local, acentuando a vermelhidão e o edema, prolongando a dor. Assim, o que já doía, passa a doer muito mais e mais rápido. Quando esta sensibilização ocorre dentro do tecido lesionado, dizemos que é uma hiperalgesia primária, enquanto que, quando ocorre no tecido ao redor, dizemos que é uma hiperalgesia secundária. O estímulo tátil que se torna capaz de estimular as fibras da dor. Assim, elas começam a perceber o estímulo como doloroso. A inflamação, que leva a um estágio de lesão tecidual, a isquemia e o espasmo muscular também provocam dor.
Devemos ressaltar que, as fibras táteis não são estimuladaspela substância P. 
O corpo do neurônio que conduz a dor para o SNC está localizado no gânglio da raiz dorsal, seu prolongamento vai para a periferia e tem terminações nervosas livres. Ao estímulo doloroso, por exemplo, ao pisar numa taxinha, há liberação da substância P, ocorrendo inflamação, que liberará outras substâncias no local como foi elucidado anteriormente. A via da dor é a via do trato espinotalâmico lateral.
Existem duas vias de transmissão da dor que, na verdade são subdivisões do trato espinotalâmico, sendo chamadas de neoespinotalâmico e paleoespinotalâmico. A via neo-espinotalâmica conduz estímulos de dor rápida e aguda e usa glutamato como neurotransmissor. A via paleoespinotalâmica conduz os estímulos de dor lenta, crônica ou visceral e usa substância P como neurotransmissor. As abordagens e tratamentos da dor lenta e crônica são diferentes da dor rápida e aguda.
Algumas pessoas têm um limite de tolerância para dor muito elevado, não devido a características biológicas, mas sim devido a percepção da dor e a uma preparação para isso. Os atletas em geral também têm um limite de tolerância para dor.
A via paleoespinotalâmica usa as vias colaterais: formação reticular, substância periaquedutal e área tectal, que é uma área do mesencéfalo. A formação reticular se estende ao longo do tronco encefálico e é uma estrutura muito moderna, pois ela desempenha várias funções sem a necessidade de ter um núcleo para cada função.
A dor referida é um tipo de dor que “dói no lugar errado”, por exemplo, num infarto há uma dor por dentro do braço esquerdo. Isso é um evento de erro, que há uma representação sobreposta de dor, pois a aferência visceral é imprecisa, sendo mais falha que a aferência somática, que vem da pele. Sendo assim, as vísceras só são percebidas quando estão muito distendidas ou quando há rompimento da cápsula que as envolvem, tendo uma sensação vaga. Isso ocorre devido ao fato de o neurônio da dor visceral fazer sinapse com o mesmo neurônio da via da dor somática e o neurônio interpreta o estímulo visceral como somático porque sempre foi muito mais estimulado pelo somático do que pelo visceral. 
Dor visceral ou dor profunda é uma dor que incomoda mais por não se enxergar a origem da dor, provocando uma resposta psicológica diferenciada no indivíduo, que se preocupa mais com esse tipo de dor. 
Dor central ou patológica é a dor que ocorre sem estimulação dos nociceptores, geralmente por lesão do sistema nervoso, como, por exemplo, o membro fantasma (em amputações) que continua transmitindo sinais de dor, sendo muito difícil de tratar, por ser uma lesão de nível central.
A síndrome talâmica ocorre quando o tálamo “por si só começa a disparar estímulos de dor”. Essa síndrome é muito rara, e o paciente relata sentir dor, praticamente em todo seu lado direito ou esquerdo, dependendo do lado lesado do tálamo (que é o inverso do da dor).
Efeito placebo
Este efeito é muito poderoso, onde, qualquer medicamento ao ser testado deve ter um grupo com o medicamento real e um grupo com placebo para ver se o medicamento é mesmo eficaz. Na maioria dos medicamentos testados, o grupo que utilizou o placebo tem uma melhora da dor que se queixava previamente.
Analgesia
Esta condição consiste no “desaparecimento” da sensação dolorosa. A estimulação elétrica da substância cinzenta periaquedutal é um excelente analgésico. Uma outra forma de melhorar a dor, porém, é de curta duração é o massageio da região lesada. Também existe a hipnose, mas é pouco usada.
Existem mecanismos de analgesia como a hipnose, que foi citada anteriormente e até mesmo a acupuntura que são considerados por muitos como efeito placebo, ou seja, não curam a dor “sentida” pelo paciente, apenas o “engana”. Essa discussão não é definida a respeito da eficácia destes tratamentos.
Existe um mecanismo medular que inibe a via da dor, o que explica de certa forma a eficácia da massagem local. Como o neurotransmissor da dor é o glutamato, tentou-se criar um medicamento que bloqueasse os receptores de glutamato, não permitindo as sinapses da via da dor, barrando-a ainda na medula, pois quando mais baixo, em relação ao sistema nervoso for bloqueada a dor, melhor será a resposta.
Existem interneurônios que são neurônios muito pequenos no H medular, que fazem uma “ponte” entre as fibras do tato e da dor, bloqueando as sinapses entre o neurônio I e o neurônio II da via da dor, sendo um mecanismo muito efetivo de bloqueio doloroso, principalmente em relação à dor somática. O neurotransmissor usado por esse interneurônio é a endorfina.
As endorfinas ou encefalinas constituem uma grande família de neurotransmissores existentes no nosso SNC que são importantes pois, provocam sensação de bem-estar. Sua composição é muito semelhante a da morfina e, por esta razão, estimulam os mesmos receptores.
Os interneurônios são estimulados por uma via supra-espinhal à porção medular que começa no hipotálamo, de onde sai um neurônio que libera um tipo de endorfina. Esse neurônio faz sinapse com outro presente na substância cinzenta periaquedutal. Portanto, se estimularmos eletricamente a substância cinzenta periaquedutal, estaremos estimulando esta via. Os neurônios da substância periaquedutal também produzem endorfinas e fazem sinapse com neurônios da formação reticular. Os neurônios da formação reticular formarão o trato reticulo-espinhal descendente e ocorrerá sinapse com os neurônios da medula espinhal. Os neurônios da formação reticular liberam serotonina na fenda sináptica. Os neurônios da medula espinhal liberam endorfinas.
Os atletas estão constantemente numa reação de “luta ou fuga” durante uma competição. Todas as vezes que se deflagra uma reação deste tipo, é deflagrada também uma reação de analgesia.
 Além disso, o exercício físico faz com que os atletas liberem endorfinas que, além de ser um potente analgésico, causa uma sensação de bem-estar. Por isso, uma das recomendações médicas para o tratamento de depressão é o exercício físico, devido à liberação das endorfinas. É sabido que as endorfinas viciam assim, para que a sensação de bem estar seja alcançada, é necessário cada vez mais exercício. 
Opostamente, temos a depressão que está associada a baixos níveis de serotonina. Uma das principais queixas de indivíduos neste quadro é de dores por todo o corpo. Isso ocorre devido a baixa de serotonina para ativar a via supra-espinhal.
VISÃO
Tópicos
Introducão
Estruturas
Projeção da luz
A retina
 
Introdução
O primeiro órgão do sistema visual humano é o olho, que é formado por esclera, que é a parte branca do olho; córnea, humor aquoso (entre a córnea e o cristalino); cristalino (que está preso por ligamentos ao músculo ciliar e forma a íris); humor vítreo (semelhante a um silicone); e retina, onde os sinais luminosos são transformados em sinais eletroquímicos.
O sistema visual é de grande importância principalmente quando relacionado à percepção. Esta é o aspecto mais sofisticado da modalidade visual. A percepção se divide em submodalidades entre as quais estão: localização espacial, medida da intensidade da luz, discriminação de formas, detecção de movimento e visão de cores.
  
http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos2.asp
A energia luminosa é o estímulo para os receptores da retina, e a luz apresenta apenas dois parâmetros: a intensidade, que é a luminosidade, e o comprimento de onda, que é entendido como a cor. A intensidade é percebida pela freqüência de disparos de potencial de ação.
O sistema óptico possui limites, sendo que só enxergamos ondas que têm comprimento variando entre 400 e 700nm.
Os raios luminosos sofrem desvios ao atravessarem uma superfície angulada e transparente. Se ele atinge a lente à 90º, ele não sofre desvio, porém, se a atinge em qualquer outro ângulo, vai sofrer refração. A refração depende da opacidade da lente e do índice de refração do meio. A dioptria é o grau da lente, ou seja, seu poder de refração. A fórmula para se calcular a diopitria é:

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