Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GLÂNDULAS ADRENAIS OU SUPRA-RENAIS As glândulas adrenais localizam-se acima dos rins, a adrenal humana é formada por dois tecidos endócrinos distintos, tendo uma porção externa que é chamada de córtex da adrenal que é responsável por sintetizar hormônios esteroides e uma região mais interna denominada medula adrenal que produz as catecolaminas, adrenalina e É dividido em 4 regiões Zona glomerulosa: secretam mineralocorticoides (aldosterona) que são hormônios vitais para o balanço de sódio e potássio, assim como para o volume extracelular. Zona fasciculada: secretam glicocorticoides (cortisol) que são essenciais para a vida em virtude de seus defeitos no metabolismo intermediário. Zona reticulada: secreta andrógenos. Medula: catecolaminas, epinefrina e norepinefrina. Os hormônios produzidos pelo córtex adrenal são formados a partir do colesterol, que é o precursor de todos os hormônios esteroides. P450SCC = 20,22 desmolase 3BHSH = 3beta-hidroxisteróide desidrogenase P450C17 = 17alfa hidroxilase P450C11 = 11beta hidroxilase P450c18 = 18 metiloxidase O que faz a zona glomerulosa ser especial e produzir aldosterona? A enzima P450C18 = metiloxidase Na zona fasciculada a síntese hormonal leva a produção de cortisol As enzimas P450C21 e P450C11. Transporte plasmático de hormônios adrenocorticais São hormônios que necessitam de proteínas transportadoras, as transcortina ou globulina fixadora de corticosteroide Exemplo: O cortisol é transportado pela transcortina, já a aldosterona é transportada preferencialmente pela albumina e pouco pela transcortina. Mecanismo de ação dos glicocorticoides e mineralocorticoides. São através de receptores de glicocorticoide que podem ser GR1 OU MR1 E GR2. O GR1 e MR1 tem ação dupla, além da afinidade por glicocorticoide tem afinindade por mineralocorticoide também. O GR2 é um receptor especifico para glicocorticoides. GLICOCORTICOIDES – CORTISOL O principal hormônio glicocorticoide em humanos é o cortisol. AÇÕES NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS – O efeito mais importante é a estimulação da gliconeogênese hepática, também diminui a utilização periférica de glicose por inibir o transporte de glicose para o interior da célula aumentando a resistência periférica a insulina (por inibir a expressão do glut4), no musculo ele reduz o transporte de glicose muscular. AÇÕES NO METABOLISMO DE PROTEINAS – O excesso de cortisol está associado a fraqueza muscular, e isso ocorre pois ele é um hormônio extremamente catabólico no metabolismo de proteínas e isso ocorre pela estimulação da degradação de proteínas intracelulares e inibição da síntese proteica em quase todos os órgãos, só o fígado que é uma exceção. AÇÕES NO METABOLISMO DE LIPÍDEOS – O cortisol aumenta a mobilização de ácido graxo e glicerol no tecido adiposo, favorece a ação lipolítica do glucagon e adrenalina, fazendo assim com que os tecidos que usam ácido graxo sejam utilizados poupando glicose para os tecidos glicolíticos (córnea, cristalina do olho, a medula do rim, e os tecidos regenerativos). AÇÕES NO SISTEMA CARDIOVASCULAR – Atua mantendo a integridade e a responsividade contrátil dos vasos sanguíneos pelas catecolaminas. AÇÕES ANTIINFLAMATÓRIAS – Diminui as respostas celulares e vasculares do processo inflamatório, age na inibição da atividade da fosfolipase a2 ( que é a enzima responsável pela formação do ácido araquidônico que é o precursor imediato de mediadores a resposta inflamatória aguda como as prostaglandinas , tromboxanos e leucotrienos ) e também inibem a proliferação e diferenciação dos mastócitos e o recrutamento para o local de traumatismo/infecção. Os glicocorticoides estimulam a secreção de enzimas lisossomicas, também reduzem a vascularização reduzindo os edemas, age regulando a produção de colágeno. AÇÕES IMUNOSSUPRESSORAS – Exercem efeitos inibitórios em vários aspectos da resposta imunológica, inibição da proliferação de linfócitos T, inibe a produção de anticorpos. Na clínica: O cortisol reduz a expressão das citocinas, reduz a população de células do sistema imunológicos, e age em doenças autoimune. AÇÕES FISIOLÓGICAS DO CORTISOL Ativa vias que estimulam o alerta Nos ossos estimula a produção e reabsorção de nutrientes No coração ele regula a expressão de receptores para noradrenalina e norepinefrina Regula a filtração glomerular, promove uma reabsorção adequada e mantém o volume plasmático Age no desenvolvimento intrauterino na maturação e estimula o pneumócito do tipo 2 produzir surfactante. O que estimula o cortisol? O hipotálamo produz CRH após sofrer estímulos estressantes na hipófise, o ACTH vai para a zona fasciculada que é secretada e libera rapidamente o cortisol exemplos: dor, queimaduras, hipoglicemia (jejum) e exercícios prolongados. O cortisol é inibido por feedback negativo, podendo acontecer no hipotálamo (parando a produção de CRH) ou na adeno-hipófise. A variação de cortisol depende da variação pulsátil de ACTH e por isso não é avaliado em qualquer momento, geralmente isso acontece em torno de 7 horas da manhã). ALDOSTERONA A zona glomerulosa é responsável por produzir a aldosterona que é o nosso principal mineralocorticoide, a função dos mineralocorticoides é a regulação do balanço de sódio e o volume do fluido extracelular, a aldosterona age aumentando a reabsorção ativa do sódio nos túbulos distais e nas células principais dos ductos coletores de néfron. O aumento da reabsorção tubular de sódio promovido pela ação de aldosterona torna a luz tubular renal mais negativa, e isso aumenta a excreção de potássio, além disso ela estimula a secreção tubular de íons hidrogênio a medida que o sódio é reabsorvido, e isso provoca um leve grau de alcalose. O sódio mantem o volume, portanto, se reduzirmos sódio o volume do sangue diminui e a perfusão de sangue também será menor. Como a Aldosterona é regulada? A angiotensina2, e isso ocorre através de uma renina, que vai agir no angiotensinogênio e formar a angiotensina 1, que vai passar pela enzima conversora de angiotensina (ECA) e vai formar a angiotensina2. Como isso ocorre? Ela vai regular a aldosterona, fechando o sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) O que estimula a secreção de aldosterona? A hipercalemia, o excesso de potássio no meio intracelular. O potássio estando em alta, o sódio diminui, a angiotensina vai aumentar também. Como isso vai ser regulado? O aumento da absorção de sódio (pelos canais de sódio) na membrana apical, faz o sódio voltar para o sangue pela bomba sódio/potássio. A secreção de potássio ocorre pelo fluido tubular por conta da negatividade de carga deixada pela diferença de cargas causada pelo aumento brusco do sódio. O excesso de angiotensina do tipo 2 pode causar hipertensão. ANDRÓGENOS. A glândula adrenal fetal secreta grandes quantidades de DHEA que é convertida em estrogênio pela placenta, após o nascimento o DHEA cai e isso permanece até a infância, com 7 anos as concentrações voltam a aumentar, no período pré-puberal os hormônios são convertidos em andrógenos ativos, que vão estimular o crescimento de pelos axilares e pubianos nos meninos e meninas. Nos adultos homens os andrógenos adrenais têm efeitos fisiológicos mínimos se comparados com os andrógenos produzidos nos testículos. E na mulher o córtex adrenal é a principal fonte de hormônios com atividade androgênica e são convertidos em testosterona nos tecidos periféricos e são importantes para o desenvolvimento da libido, e distribuição de pelos axilares e pubianos. MEDULA ADRENAL É a região mais interna da glândula adrenal, a principal função da medula é a síntese e secreção das catecolaminas. A adrenalina (epinefrina) é a principal catecolamina , mais também produz noradrenalina (norepinefrina), elas são produzidas através do aminoácido tirosina e são formadas pelas células cromafins. De 15 a 20 % das células acabam em norepinefrina e em outros casos no citosol vai existir a enzima Fenitolamina N-metiltransferase que em 80% das vezes produz a epinefrina(adrenalina) que vai ser produzida no citosol e armazenada em grânulos até o estimulo para a exocitose cromoafim. O que estimula as catecolaminas? A maioria dos estímulos estressantes (cuidado, alerta ou até mesmo andar na rua) Elas vão ter a meia vida de mais ou menos 10 minutos, vão ser degradadas nos rins, no fígado, e nas células endoteliais do coração. Enzimas que vão atuar na hidrolise e na inativação das catecolaminas: Monoaminoxidase (MAO) e Catecolamina-o-metiltransferase. AÇÃO DAS CATECOLAMINAS Agem nos receptores α (alfa) e β (beta) adrenérgicos Nos receptores β vão estimular a produção de AMPc celular; Nos receptores α1 vão produzir mensageiros (inositol 3fosfato DAG) Nos receptores α2 vão reduzir a concentração de AMPc na célula. A noradrenalina tem preferência por receptor α, já a adrenalina tem preferência pelo receptor β. AÇÕES FISIOLÓGICAS DAS CATECOLAMINAS Elas são parte de um conjunto de resposta coordenadas pelo SNC e servem para ajudar na sobrevivência, tem a ação geral de servir como fator homeostático preparador do organismo, conhecido como mecanismo de “ luta ou fuga “ e para isso ocorre ajustes no metabolismo intermediário, sistema cardiovascular e na musculatura lisa visceral. No fígado as catecolaminas promovem o aumento da produção de glicose, e isso ocorre pela ativação de glicogenólise e gliconeogênese ( aumento da glicose previne danos nos neurônios pela falta de glicose) a glicogenólise hepática acontece e isso facilita a capitação de glicose pelo fígado (que aumentam os substratos para a gliconeogênese) no tecido adiposo estimulam a lipase da TAG que degrada triacilglicerol e isso aumenta a mobilização de ácido graxo e glicerol no plasma. No tecido muscular esquelético devido a ausência de glicose6fosfatase no musculo a glicose6fostato é produzida através da glicogenólise e metabolizada pela via glicolítica em lactato e vai para a circulação onde e captada pelo fígado e transformada em glicose pela gliconeogênese. No pâncreas a adrenalina inibe a produção de insulina e aumenta a liberação de glucagon. No coração melhora a performance da bomba cardíaca, nos vasos vai atuar como vasoconstritor e aumentar o fluxo de sangue para os tecidos. No sistema respiratório aumenta o diâmetro das vias aéreas e melhora o fluxo aéreo. No trato-gastrointestinal inibe a motilidade e as secreções.
Compartilhar