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Caso Concreto Penal II 1 a 6

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Penal II - Semana 2
“SÃO PAULO - Uma farmácia foi assaltada quatro vezes pelo mesmo ladrão em São Carlos, a 229 km da capital paulista. Nesta quinta-feira, ele foi preso. As câmeras de segurança da farmácia gravaram a ação. O vídeo mostra o assaltante chegando à farmácia e pedindo um xarope à atendente. Em seguida, ele anuncia o assalto com uma faca e pede todo o dinheiro no caixa. Ele fez dois assaltos seguidos à farmácia: na manhã de quarta-feira e nesta quinta-feira.
O cara virou meu sócio. Todo dia ele vem sangrar meu caixa. Eu não aguento mais - desabafou o dono da farmácia, Paulo César Castilho. Ato Henrique Pinto, de 26 anos, acabou preso.” (Fonte: Jornal O Globo, 08/04/2011).
Analisando a reportagem acima, podemos dizer que Atos responderá pelos crimes de roubo, em qual modalidade de concurso de crimes? 
Explique inclusive se haverá exasperação ou cumulação das penas
R: Nesta hipótese temos crime continuado, previsto no Art. 71 do CP uma vez que Atos praticou vários crimes da mesma espécie, ou seja, roubo, com semelhança de tempo, lugar e maneira de execução, sendo aplicável a pena do crime mais grave, com aumento de 1/6 a 2/3, exasperação da pena.
Semana 3
O Juiz da Décima Vara Criminal da Comarca da Capital do RJ condenou ANACLETO a uma pena privativa de liberdade que foi substituída por uma pena restritiva de direitos de perda do seu automóvel Gol, ano 2010 (CP, art. 43, II), que fazia parte de seu considerável acervo patrimonial. Em fase de Execução da Pena, ANACLETO vem a falecer, ocasião em que o Estado vem a se habilitar em seu inventário judicial. Em defesa, ANATÉRCIA, viúva de ANACLETO, sustentou a inconstitucionalidade da referida atividade estatal trazendo como fundamento constitucional que a pena estaria passando da pessoa do condenado.
Considerando a situação hipotética, indaga-se se assiste razão à defesa de ANATÉRCIA e qual(is) o(s) princípio(s) a ser(em) invocado(s):
R: Não assiste razão a defesa de Anatércia, por que não há violação neste caso do princípio da personalidade da pena, uma vez que o Estado não está confiscando bens pessoais dos herdeiros, mais sim um veículo que pertencia ao condenado Anacleto.
Semana 04
JONATAS, 28 anos, aproveitando-se do caos que se instalou no Estado do Espírito Santo, por conta da manifestação de greve da polícia militar, subtraiu de um grande estabelecimento empresarial varejista, na cidade de Vitória, uma televisão de 40 polegadas.
Sua atividade ilícita foi filmada por câmeras da Prefeitura e passada em Programa Jornalístico de grande audiência nacional. O jovem, envergonhado perante seus familiares, deliberadamente no dia seguinte devolve a resfurtiva, sendo processado criminalmente pelo seu ato. O Juiz, no momento da aplicação da penal criminal, entendendo que ao caso concreto nenhuma pena seria necessária ao réu, considerando a vergonha que este passou, deixou de aplicar a pena tendo em vista que o CP, no seu art. 59 preconiza que o juiz estabelecerá conforme seja “necessário” e “suficiente” para reprovação e prevenção do crime.
Considerando o caso acima, aponte, fundamentadamente, a legalidade da decisão judicial.
R: A decisão do juiz nesse caso de conceder o perdão judicial ao réu pela vergonha viola o princípio da legalidade, porque o crime de furto não tem previsão legal para está espécie de perdão, sendo certo que ao aplicar a pena o juiz é obrigado a respeitar a lei.
Semana 05
ANACLETO SOARES subtraiu para si coisa alheia móvel mediante violência contra a pessoa. Por se tratar de réu primário, com bons antecedentes, maior de dezoito e menor de 21 anos, o juiz, atento aos ditames do art. 59, do Código Penal, fixou a pena-base no mínimo legal (quatro anos de reclusão), desconsiderando, no cálculo da pena intermediária, a atenuante da menoridade prevista no art. 65, do Código Penal.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada se o magistrado agiu corretamente de acordo com a jurisprudência majoritária.
R: De acordo com a Súmula 231 do STJ o juiz agiu corretamente ao não aplicar a referida atenuante, tendo em vista que as atenuantes conforme a jurisprudência não pode fazer com que base fique abaixo do mínimo.
Semana 06
Carlos foi condenado pelas práticas de lesão corporal grave (art. 129, §2º, I, do CP), à pena de 02 anos de reclusão, e furto simples (art. 155, do CP), às penas de 01 ano de reclusão e 10 D.M., em concurso material. Há possibilidade de fazer incidir pena alternativa em qualquer das condenações? Qual o regime prisional a ser fixado, considerando que Carlos é primário, de bons antecedentes e menor de 21 anos? 
Fundamente (XLII Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do Estado do Rio de Janeiro).
R: Nesse caso a rigor não caberia pena alternativa, por que o fato envolveu violência, e em crimes com violência ou grave ameaça o Art.44 do CP veda a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito, sendo cabível o regime aberto por ser o réu primário e a pena não superior a 4 anos.

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