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casos de civil V

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Exercícios aulas de 1 a 8
1 Caso Concreto
?Reflexos da decisão do STF que acolheu a socioafetividade e a multiparentalidade? Às portas da primavera o Supremo Tribunal Federal aprovou uma relevante tese sobre direito de família, delineando alguns contornos da parentalidade no atual cenário jurídico brasileiro. A manifestação do STF contribui para a tradução contemporânea das categorias da filiação e parentesco, sendo um paradigmático leading case na temática. O tema de Repercussão Geral 622, de Relatoria do Ministro Luiz Fux, envolvia a análise de uma eventual ?prevalência da paternidade socioafetiva em detrimento da paternidade biológica?. Ao deliberar sobre o mérito da questão, o STF optou por não afirmar nenhuma prevalência entre as referidas modalidades de vínculo parental, apontando para a possibilidade de coexistência de ambas as paternidades. Esses noveis conflitos familiares refletem alguns dos desafios que as múltiplas relações interpessoais apresentam aos juristas. No complexo, fragmentado e líquido cenário da atualidade, a possibilidade de pluralidade de vínculos parentais é uma realidade fática que exige uma acomodação jurídica. A tese aprovada em repercussão geral Ao apreciar a temática subjacente à referida repercussão geral o plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, houve por bem em aprovar uma diretriz que servirá de parâmetro para casos semelhantes. A tese aprovada tem o seguinte teor: ?A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios". O texto foi proposto pelo Min. Relator Luiz Fux, tendo sido aprovado por ampla maioria, restando vencidos apenas os Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio, que discordavam parcialmente da redação final sugerida. A tese é explícita em afirmar a possibilidade de cumulação de uma paternidade socioafetiva concomitantemente com uma paternidade biológica, mantendo-se ambas em determinado caso concreto, admitindo, com isso, a possibilidade da existência jurídica de dois pais. Ao prever expressamente a possibilidade jurídica da pluralidade de vínculos familiares nossa Corte Suprema consagra um importante avanço: o reconhecimento da multiparentalidade, um dos novíssimos temas do direito de família. (fonte: Site do IBDFAM, 26/09/2016, retirado do http://www.conjur.com.br/2016-set-25/processofamiliar-reflexos-decisao-stf-acolher-socioafetividade-multiparentalidade) Pergunta-se: Da análise do artigo acima citado, conforme os princípios do Direito de Família, quais as bases da família que estão sendo valorizadas? Conceitue os referidos princípios citados, justificando com base na lei em vigor.
Gabarito aberto, onde o professor pode explorar a compreensão do aluno quanto à aplicabilidade dos princípios do Direito de Família. Destacam-se o princípio da dignidade da pessoa humana valor-fonte do ordenamento jurídico brasileiro que deve orientar todas as relações familiares e assistenciais, impondo respeito à pessoa e a sua realização afetiva, possibilitando, dessa forma, o seu pleno desenvolvimento. Passa a impor no Direito de Família a prevalência da afetividade sobre o caráter patrimonial que dominava o CC/16. Princípio da intervenção mínima do Estado ? cláusula geral de caráter aberto, onde o Estado não deve se imiscuir nas relações interpessoais de família, não estatizando formas de apresentação e formação familiar.
2 Camila quando completou 18 anos de idade, descobriu ser irmã de Gabriel, 16 anos, filho de um relacionamento extraconjugal de seu pai com Eleonor. Gabriel por diversas vezes tentou se aproximar de Camila, que se nega a manter qualquer contato com ele afirmando não ser ele seu parente, pois não possuem qualquer grau de parentesco entre si. Camila tem razão? Explique sua resposta.
Camila não tem razão porque ela e Gabriel são irmãos ,e por terem apenas um dos genitores em comum, são irmãos unilaterais. Por isso são parentes consanguíneos, em linha colateral de 2º grau.
Lisbela possui um irmão chamado Gregório que é casado com Silmara. Lisbela, em razão de desavenças com Silmara, insiste em afirmar que não possui grau de parentesco com ela, mas resolveu estudar o assunto com sua vizinha Magda, advogada. Magda respondeu para Lisbela que, de acordo com o Código Civil brasileiro, Silmara é sua parente
a) por afinidade em linha colateral de primeiro grau.
b) por afinidade em linha colateral de terceiro grau.
c) por afinidade em linha colateral de segundo grau.
d) civil em linha colateral de terceiro grau.
e) natural em linha colateral de primeiro grau.
GABARITO: LETRA C ? Na forma do art. 1595, §1º do CC/02
Luana tem 14 anos de idade e há seis meses, com o consentimento expresso de ambos ospais, reside com Danilo (17 anos), seu namorado há quase dois anos. Ambos resolveram que é hora de casar e seus pais não se opõe ao casamento por entenderem que ambos já compreendem quais são as obrigações matrimoniais. Ao dar entrada no processo de habilitação para o casamento foram informados pelo oficial que seria necessário o procedimento de suprimento judicial da idade. Feito o procedimento os nubentes tiveram negado o pedido, pois, segundo o juiz da Vara de Registros Públicos, o casamento não preenche os pressupostos estabelecidos em lei para o casamento de quem não atingiu a idade núbil. Explique para os nubentes quais são esses pressupostos e que recurso seria cabível visando a autorização.
Os menores de 16 anos para se casarem precisam da autorização de ambos os pais e suprimento judicial da idade, conforme art.1520 do CC só poderia ser dado em caso de gravidez ou para evitar imposição de pena criminal. Segundo corrente majoritária, esta última situação foi tacitamente revogada por força da alteração introduzida no art. 107 do Código Penal pela Lei 11.106/05 que revogou os incisos VII e VIII, revogando duas causas extintivas da punibilidade. Então, no caso concreto, a gravidez seria a única situação que autorizaria o casamento de menor que ainda não se encontra em idade núbil. Porém a questão não é pacífica, pois parte da jurisprudência tem aceito o suprimento judicial quando já estabelecida a situação fática e da oitiva dos nubentes o juiz entender que já possuem capacidade de compreensão sobre as obrigações matrimoniais. (Apelação Cível nº 1.0024.07.757099-2/001, 7ª Câmara Cível, TJMG, Relator Wander Marotta)
O recurso cabível seria a Apelação.
Questão objetiva
(PCMA 2012) A respeito do instituto do casamento, analise as afirmativas a seguir.
I. Os pais, tutores ou curadores podem revogar a autorização até à data da celebração do casamento.
II. Quando injusta, a denegação do consentimento, pode ser suprida pelo juiz.
III. Será permitido, excepcionalmente, o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil apenas em caso de gravidez.
Assinale:
se somente a afirmativa I estiver correta.
se somente a afirmativa II estiver correta.
se somente a afirmativa III estiver correta.
se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
se todas as afirmativas estiverem corretas.
Leonardo e Ana após passarem por todo o processo de habilitação para o casamento e de posse do certificado de habilitação, agendam, perante o oficial do registro, dia, hora e local para a celebração do casamento. No dia, hora e local indicados, os nubentes, as testemunhas e a autoridade celebrante competente comparecem pessoalmente. Iniciada a cerimônia, a autoridade celebrante ouve os nubentes que expressamente declaram sua vontade de contraírem o matrimônio por livre e espontânea vontade. Após a manifestação dos nubentes, inesperadamente a autoridade celebrante sofre um mal súbito que lhe retira a vida imediatamente. Diante do exposto, responda, de forma justificada, o que se pede a seguir: a) Em razão do ocorrido, o casamento poderia ser retomado em continuidade por outro oficial que se fizesse presente? b) Leonardo e Ana podem ser considerados casados?
a) O casamento uma vez interrompido não deve ser retomadoimediatamente, antes de completar 24 horas da sua paralisação, desde que a causa da interrupção seja imputável a um ou a ambos os nubentes, na forma do art. 1538 do CC, o que não ocorreu na hipótese, uma vez que se deu em razão da morte do celebrante.
b) Segundo a doutrina dominante o casamento não pode ser considerado celebrado porque para tanto, após a manifestação de vontade dos nubentes, é necessária a declaração da autoridade celebrante (art.1535, CC), o que não ocorreu no caso.
Quando eu tinha 18 anos minha mãe se casou com João, então com 50 anos. Por dois anos foram casados e felizes, mas minha mãe acabou morrendo em 2006 em virtude de um câncer de mama tardiamente descoberto e que lhe retirou a vida em pouquíssimos meses. Eu tinha um relacionamento muito bom com João e, após superarmos a morte prematura da minha mãe acabamos descobrindo que tínhamos muita coisa em comum.
Resultado, começamos a namorar em 2008 e, em 2009 resolvemos casar. Fizemos todo o procedimento de habilitação para o casamento e, naquele mesmo ano, casamo-nos. Neste mês, no entanto, fomos surpreendidos por uma ação declaratória de nulidade do casamento proposta pelo Ministério Público que afirma que a lei proíbe o nosso casamento em virtude do parentesco. Amo João e depois de tantos anos juntos não posso acreditar que nosso casamento esteja sendo questionado. O Ministério Público tem legitimidade para propor essa ação? Depois de tanto tempo já casados este pedido não estaria prescrito? Nunca tive nenhum um vínculo de parentesco com João, como esse fato pode estar sendo alegado? Justifique suas explicações à cliente em no máximo dez linhas.
a) João e sua atual esposa possuem parentesco pelo vínculo da afinidade, em linha reta e no primeiro grau, vínculo este que é indissolúvel, conforme art. 1595, §2º do CC. Tal vínculo caracteriza um impedimento matrimonial, conforme art.1521, II do CC, logo o casamento é nulo. Tal impedimento pode ser pleiteado a qualquer tempo por qualquer interessado e pelo Ministério Público, no exercício da função custos legis, uma vez que se trata de norma de ordem pública.
Tratando-se de causa de nulidade a mesma não convalesce com o decurso do tempo, por isso não se submete a prazo e pode ser arguida mesmo tanto tempo depois do casamento.
 (TJPE 2013) São impedidos de casar:
o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal.
o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem saldadas as respectivas contas.
os parentes colaterais até o quarto grau.
os afins em linha reta e em linha colateral.
o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
Um agricultor do interior do Estado, ‘humilde e ingênuo’, casou-se há dois meses com bonita moça da cidade que havia conhecido numa das feiras de domingo. Após alguns meses de namoro, casaram-se pelo regime de comunhão universal de bens (sugerido pela própria moça). Mas, apenas um mês depois do casamento a moça saiu de casa, alegando que o marido lhe negava constantemente dinheiro para comprar roupas e sapatos. Neste mês que moraram juntos, chegou ao ponto da moça só manter relações sexuais com seu marido se este lhe desse dinheiro após o ato! O agricultor, chateado com toda essa situação, conversando com algumas pessoas descobriu que a moça tinha casado com ele única e exclusivamente por interesse econômico, tinha ela interesse (declarado) não só no dinheiro do marido, como principalmente, em ficar com parte da chácara do agricultor que era conhecida na região por ser produtora de ótimos produtos artesanais como queijos e geleias. Evidenciado o mero interesse econômico no casamento, pode o agricultor pedir sua anulação? Justifique sua resposta em no máximo cinco linhas e na resposta indique o prazo para a propositura da ação.
Sim. A jurisprudência tem admitido que o casamento realizado por puro interesse econômico caracteriza erro quanto á pessoa do cônjuge e, portanto, passível de anulação no prazo decadencial de três anos a contar da data da celebração do casamento, conforme art. 1550, III, 1577, I e 1560, III, todos do Código civil.
 (MPPR 2013) É hipótese de nulidade do casamento:
O casamento do menor de 16 anos;
O casamento com infringência de impedimento;
O casamento contraído com erro sobre a pessoa do outro nubente;
O casamento do menor entre 16 e 18 anos não autorizado por seu representante legal;
O casamento do menor emancipado, sem autorização de seu representante legal.
Thiago e Deise se casaram em maio deste ano, mas no processo de habilitação esqueceram de informar que Thiago adotaria o sobrenome de Deise. Realizado e registrado o casamento Thiago ainda pode pedir a inclusão do sobrenome da esposa? Em caso afirmativo, como deveria ele proceder? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas.
Sim. Thiago pode pedir o acréscimo do sobrenome da esposa ao seu sobrenome a qualquer tempo devendo promover uma ação de retificação de nome demonstrando que o casal ainda está casado e que é consensual o pedido para absorção do sobrenome do consorte, na forma do art. 57 e 109 da Lei 6015/73 – LRP)
(DPE-SC Técnico Administrativo 2013) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Civil brasileiro.
Poderá ser anulado o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública.
As convenções antenupciais começam a vigorar desde a data do casamento.
É obrigatório o regime da separação de bens no casamento da pessoa maior de 60 anos.
É admissível alteração do regime de bens, mediante pedido motivado de ambos os cônjuges ao juiz, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
8 - Aline e Carlos são casados pelo regime legal desde 2005 e durante o casamento constituíram considerável patrimônio. Decidem dissolver o casamento mas entram em litígio por conta da partilha de bens do casamento. O casal adquiriu durante o casamento dois imóveis e dois automóveis, mas o primeiro imóvel foi adquirido com o produto da venda de um terreno que pertencia a Carlos antes do casamento mas tal fato não restou consignado no título aquisitivo do imóvel. Aline alega que o bem terá que ser igualmente dividido e Carlos alega que o bem deverá ter seu valor proporcionalmente dividido, abatendo-se do valor total o correspondente ao que ele integralizou em decorrência da venda do referido terreno. Analise a questão sob a ótica das regras aplicáveis ao regime de bens, informado justificadamente a quem assiste razão.
O caso concreto aborda o regime da comunhão parcial de bens, regime legal. Os bens adquiridos na constância do casamento, com ou sem esforço comum, em regra serão objeto de meação. O art. 1659 do CC, elenca hipóteses em que o bem adquirido onerosamente na constância do casamento regido pela comunhão parcial de bens seria incomunicável com o cônjuge, portanto, compondo o patrimônio particular, dentre os quais a hipótese dos bens anteriores ao casamento que forem sub-rogados aos bens adquiridos na sua constância. Ocorre que Carlos não fez constar na escritura a origem da aquisição por sub-rogação e desta forma, o posicionamento majoritário é no sentido de admitir tal bem como patrimônio integrante da meação. Assim, assiste razão a Aline que terá direito de meação também sobre o referido imóvel.
 (TJPR 2013) Tendo em vista as disposições da lei civil com relação ao regime matrimonial de bens, assinale a alternativa INCORRETA:
O regime de bens entre os cônjuges, seja o legal seja o contratual, este estabelecido por meio do denominado pacto antenupcial, somente começa a vigorar desde a data do casamento.
Mesmo não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Nada interferindo no regime de bens, pode qualquer dos cônjuges, livremente, independente um da autorização do outro, reivindicar os bens comuns, sejam móveis sejam imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino.
Estabelecido o regime matrimonial de bens,por força de pacto antenupcial ou adoção do regime legal, não é possível, por conta da imutabilidade, a alteração posterior do regime matrimonial de bens.

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