Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
____ CURSO DE DIREITO (NOTURNO) TRABALHO REFERENTE AO ARTIGO JUSNATURALISMO DE FINNIS E O JUSPOSITIVISMO DE KELSEN O artigo aborda a diferença de duas teorias opostas, seus conceitos e seus respectivos filósofos jurídicos, sendo eles, o jusnaturalismo de John Finnis e o juspositivismo de Hans Kelsen. Segundo John Finnis, o Jusnaturalismo, também conhecido como o direito natural, é um direito regido com base nas normas implícitas contidas em nossa consciência. Como exemplos temos, o senso comum do que é certo e errado, o fundamento para evitar o mal, a busca o bem e a regra de fazer aos outros apenas o que gostaria que fizessem conosco. Para ele, as leis postas não poderiam negligenciar tais constatações, devendo justamente balizar e não contrapor os preceitos de moral e justiça refletidos da natureza humana (justiça natural). Ao apresentar sua obra “Natural law and legal reasoning” (Direito natural e raciocínio jurídico), ele formula uma nova teoria do direito natural, indicando que a fonte do direito natural é a razão humana e que seu objetivo é a prosperidade humana. O Filósofo descreve que há alguns bens humanos fundamentais que todos almejam e são as fontes do raciocínio prático, sendo eles: o conhecimento, a apreciação estética, a amizade, a razoabilidade prática (capacidade de utilizar com eficiência a inteligência, especialmente para as escolhas das ações, do estilo de vida e também, a possibilidade de dar forma ao caráter), a vida, o casamento, a excelência no trabalho, entre outros. Ainda em sua obra, Finnis define raciocínio prático como um raciocínio moral, onde todos devem ter um equilíbrio reflexivo antes de suas ações. Em oposição à teoria do direito natural de John Finnis, teremos o Juspositivismo (conjunto de leis escritas e impostas pelo Estado). Esta teoria do direito positivo de Hans Kelsen, irá afirmar em sua obra “Teoria pura do direito”, que o direito positivo é o único e soberano na determinação da lei, excluindo o jusnaturalismo como teoria válida e seus conceitos de juízos de valor, moral e justiça, assim como os elementos da Psicologia, Economia, Política ou Sociologia; em outras palavras, uma teoria pura, livre de elementos metajurídicos. De acordo com Kelsen, estes elementos não jurídicos (metajurídicos) deveriam ser deixados para outras esferas do saber, cabendo a elas analisarem o substrato social ou ____ conteúdo axiológico das normas do Direito. Em suma, Kelsen buscava atingir a autonomia disciplinar da ciência jurídica. Através de sua teoria, o direito é representado de forma real e possível e não ideal e justa, considerando-o como uma teoria do positivismo jurídico. Kelsen retrata que o objeto da ciência jurídica é a norma e esta deve estar contida em um ordenamento jurídico (forma piramidal). As teorias possuem contrapontos em três aspectos. O primeiro aspecto é a abrangência de esferas de saber de cunho sociológico e axiológico, as quais são valorizadas no jusnaturalismo e excluídas por completo no juspositivismo. O segundo aspecto se refere a relatividade que se vale na teoria de Finnis e que se diferencia na teoria de Kelsen por se buscar a objetividade e o rigor metodológico. O terceiro e último aspecto é a normatividade. Na teoria do direito natural as ações racionais advém de bens humanos fundamentais citados em sua teoria, já para a teoria pura do direito, a normas são irredutíveis às leis da natureza. De maneira resumida, temos duas concepções de direito. Uma indo ao encontro direto a valores intrínsecos à moral e aos bons costumes, e outra baseada na pureza da lei, distanciando o legislado da moral praticada. Assim, para Finnis o senso comum serviria como base para o direito, e para Kelsen estas tratativas caberiam para outras esferas do saber, pois o direito não estaria relacionado ao justo e sim ao possível dentro de uma sociedade.
Compartilhar