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Síndrome de Imobilização(SI) Imobilidade Repouso prolongado no leito Daniela Maria da Cruz dos Anjos danielacruzanjos@gmail.com Síndrome da Imobilização (SI) Síndrome : Conjunto ou complexo de sinais e sintomas que ocorrem ao mesmo tempo, que individualizam uma entidade mórbida e pode ter mais de uma etiologia. Imobilidade: Está relacionada com a incapacidade do indivíduo deslocar-se no ambiente, com ou sem auxílio,para realizar suas necessidades fisiológicas. Síndrome da Imobilização (SI) Conjunto de sinais e sintomas resultantes de supressão dos movimentos articulares e, conseqüentemente, da capacidade em realizar mudanças posturais comprometendo no bem-estar, na autonomia e qualidade de vida dos idosos. Síndrome da Imobilização (SI) Todos os órgãos e sistemas podem sofrer de forma grave e própria as conseqüências da imobilização. Começa pela deteriorização intelectual e comportamental; Distúrbios cardiovasculares; Digestivos e metabólicos; Hipotonia muscular, osteoporose, contraturas... Complexo de alterações negativas Apresentação do idoso com SI Contraturado, disfágico, usando sonda para alimentação, duplamente incontinente, caquético, demente grave e com úlceras necrosadas por todo corpo exalando odor fétido. Critérios para identificar a SI Critério Maior Critério menor Déficit cognitivo médio a grave e contraturas Sinais de sofrimento ou úlceras de decúbito. Disfagia leve a grave Dupla incontinência Afasia SI: Ter as características do critério maior e pelo menos 2 do critérios menor. Causas da SI Diversas são as causa que levam o idoso a imobilidade - SI a) Física: - Distúrbio musculoesquelético: artrite, osteoporose, fratura ( principalmente de fêmur), problemas podiatricos, dor. - Distúrbio Neurológicos: AVE, Parkinson, demência. - Distúrbio cardiorrespiratórios: insuficiência cardíaca congestiva, coronariopatia, vasculopatia periférica, doença pulmonares. Causas da SI b) Ambientais: - Ambiente mal adaptado para mobilidade do idoso. - Móveis e auxílios para marcha inadequados . - Contenção do paciente ao leito ou à cadeira. c) Psicológicas – Temor cadente. – Depressão d) Outras - Desnutrição - Efeitos colaterais de drogas. • Alteração do equilíbrio •Quedas •limitação da marcha • perda da independência • imobilidade no leito SI Consequências da SI nos principais sistemas corporais. As consequências da SI ocorrem nos vários sistemas corporais e em suas funções. Essas alterações ocorrem em graus variados, dependendo do sistema, do nível e da magnitude da imobilidade. As alterações induzidas pelo repouso ao leito podem iniciar já nas primeiras 24h. Sistema Tegumentar. Atrofia da Pele. Micoses Escoriações Xerose: ressecamento da pele devido a ↓ de glândulas sudoriparas. Lacerações Dermatite Amonical: lesão frequente devido ao contato da pele com urina Úlceras de decúbito Equimose S. Tegumentar - Medidas Preventivas Deve-se dar banho após a troca de fralda (dermatite amoniacal). Proteção de proeminências ósseas, posicionamento no leito e assentar o paciente (UD). Além da correção dos fatores que predispõem a sua formação. S. Tegumentar - Medidas Preventivas Higiene, bom estado nutricional, exposição ao sol, uso de roupa e material poroso ( evitar tecidos sintéticos), temperatura ambiente agradável, controle glicêmico e o não uso de colchão com superfície plástica (micoses). Evitar banhos de imersão quentes e demorados (xerose) Tomar cuidado com a manipulação do paciente (laceração) Úlceras de Pressão São importante causa de morbidade e mortalidade Impacto na qualidade de vida dos pacientes e familiares Gerando problema social e econômico. Úlceras de Pressão Área de lesão de pele, tecidos subjacentes, ou ambos,decorrentes de pressão extrínseca aplicada sobre a superfície corpórea ( e que persiste mesmo depois de removida a pressão sobre o local) Fricção , forças de cisalhamento e umidade também contribuem para a formação das lesões. Fatores que contribuem para a formação de UD Desnutrição, desidratação, má higiene, anemia, obesidade, sedação excessiva, doenças cardiorrespiratórias predisposição individual colchões inadequado, perda da sensibilidade dolorosa, falta de mobilidade e diminuída captação de O2 pelos tecidos . Principal fator de risco é a imobilidade O diagnostico é clínico e geralmente não oferece grandes dificuldades. A prevenção é o principal foco do tratamento. Deve ser multidisciplinar Identificação precoce dos pacientes suscetíveis Envolve a equipe cuidadora, familiares e quando possível o próprio familiar. Principais medidas Mudanças periódicas de decúbito. Controle da incontinência Cuidados com a pele e nutrição Classificação Grau I: Eritema em pele integra Grau II: Perda de tecido envolvendo epiderme , derme ou ambas. Grau III: comprometimento subcutâneo até fáscia muscular, ( mais não através das mesmas). Grau IV: Comprometimento mais profundo. A lesão atravessa a fáscia muscular Classificação Localização Região sacral ( 29,5 a 35,8%). Calcanhares (19,5 a 27,8%) Grande trocânter ( 8,6 a 13,7%) Tuberosidade isquiática Hálux Joelhos Cotovelos Região escapular Região occipital Coluna torácica Pavilhão auditivo Base nasal Aspectos do tratamento Analise das condições clinicas e da lesão. As úlceras devem ser avaliadas diariamente. Deve ser documentado e pode ser facilitado pelo emprego de escalas de cicatrização. J Support Oncol.2007;5: 289-93. Check-list para avaliação da UD Localização Estágio Dimensão Presença e quantidade de exudato Sinais locais de infecção Presença de cavidades ou fístulas, tecido necrótico e tecido de granulação Odor Condições de pele circulante. Estado curativo, eficácia do tratamento e presença de infecção. Cuidados com a úlcera – Otimizar a cicatrização Avaliação do estado nutricional; Limpeza da ferida Soro fisiológico. Tratamento prevenção Contra–indicado: soluções à base de povidona-iodo, peróxido de hidrogênio, detergentes líquidos, solução de hipoclorito de sódio e corticosteroides tópicos Cuidados com a úlcera – Otimizar a cicatrização Cobertura de curativos e coberturas que auxiliam a cicatrização; Desbridamento do tecido necrótico; Cuidados com a úlcera – Otimizar a cicatrização Tratamentos; Cuidado com a colonização e a infecção bacteriana. tratamento cirúrgico Implementação de programas de treinamento e qualidade. Manejo da dor Nutrição Terapias adjuvantes S. esquelético S. muscular Osteoporose Artrose e anquilose Fraturas Atrofia Encurtamento de tendões Hipertonia contraturasSistema Musculoesquelético Devido ao desuso, a redução do nº de sarcômeros e do nº de fibras musculares; principalmente na musculatura antigravitacional. A perda de força não ocorre de maneira linear, mas sabe-se que seu maior prejuízo ocorre durante o período inicial de inatividade, podendo chegar 10 a 15% por semana. A fadiga é uma queixa comum devido à baixa resistência e a menor tolerância aos exercícios. Abordagem Fisioterápica ???? Redução da ADM e desenvolvimento de contraturas. A ausência de sustentação de peso pode, favorecer alterações nas propriedades bioquímicas e mecânicas das estruturas periarticulares tornando a capsula articular mais espessa, o colágeno mais denso e com organização aleatória, redução da força elástica dos ligamentos, o que implica aumento da rigidez articular, redução da flexibilidade articular e da ADM. As articulação mais susceptíveis são as dos tornozelos, joelhos, quadris e ombros promovendo no paciente um padrão de semiflexão de cotovelos. Medidas Preventivas Movimentação passiva ou ativa das articulações; uso de calor e de massoterapia para potencializar os ganhos dos alongamentos; alongamentos com ou sem técnicas de facilitação neuromuscular; realizar a descarga de peso; orientar o posicionamento adequado e o uso de órtese e talas. Osteoporose Redução das cargas gravitacionais que provoca desmineralização óssea e perda do volume das trabéculas tornando os ossos frágeis e porosos devido ao aumento da atividade osteoclástica. As técnicas de reabilitação consistem em aumentar a força muscular, na descarga de peso e na deambulação, sistema cardiovascular. Muitas das alterações provenientes do repouso ao leito são imediatas. Quando um paciente está em DD, cerca de 11% do seu volume sanguíneo total são redistribuídos dos MMII para o tórax levando a um maior volume de sg que entra na circulação torácica → ↑ DC. Ocorre ↑ a FC de repouso e redução da captação máxima de O². A Hipotensão Ortostática é uma complicação cardiovascular comum → O retorno venoso é reduzido e a pressão venosa central, o volume sistólico e a PA sistólica diminuem simultaneamente. Conseqüências da imobilidade no sistema cardiovascular. A estase venosa dos MMII pode ocorrer pela não ativação da bomba muscular que potencializa o retorno venoso, o que torna o paciente predisposto a desenvolver TVP. Anticoagulantes, meias elásticas, mudança de posição e a reabilitação precoce deve evitar ou minimizar o descondicionamento físico e a hipotensão Ortostatica. Hipotensão ortostática, estase venosa e TVP Sistema cardiovascular. TVP : A movimentação é absolutamente contra-indicada, e o paciente deve ser encaminhado para a urgência médica. A TVP apresenta sinais de hiperemia, edema, palpação dolorosa e de consistência empastada e apresenta o Sinal de Homan Sistema respiratório. A capacidade vital e o volume corrente dos pulmões↓, as secreções ↑e a expectoração↓. As medidas de prevenção a mobilização precoce, mudanças de decúbito, treino respiratório, seja por ventilação mecânica ou por cinesiotrapia. Função urinaria e fecal. Dificulta o completo esvaziamento da bexiga. Altera a percepção do comando de esvaziamento além de contribuir para o enfraquecimento da musculatura envolvida. Estão também sujeitos á formação de cálculos e à agregação cristalóides. Abordagem geral na SI Reduzir a duração no leito. Evitar repouso rigoroso. Incentivar banhos e idas ao banheiro. Incentivar máxima independência e autonomia. Manter o paciente em ortostatismo por 30 a 60 segundos durante as transferências. Alternar elevação da cabeceira da cama e dos MMII. Observar as mudanças de decúbito. Abordagem geral na SI Orientar a não permanecer de pijama. Encorajar as refeições na mesa. Prescrever órteses e adaptações que favoreçam a independência. Manter o paciente sem dor, Prevenir complicações. Treinar cuidadores e familiares. Garantir ao paciente: dignidade, respeito e qualidade de vida. Obrigada!
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