Buscar

Proteção à Intimidade e Vida Privada na Constituição

Prévia do material em texto

A extensão da Proteção a intimidade e vida privada 
(Caso Cicarelly e biografia não autorizada)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Dentre as garantias fundamentais do indivíduo, albergadas constitucionalmente no art. 5º, inc., da Magna Carta, encontram-se positivados os direitos à intimidade e à vida privada, os quais, como direitos da personalidade, podem ser vislumbrados como elementos da integridade moral de cada ser humano.Partindo dessa premissa, necessário se faz proceder à distinção entre a proteção à intimidade e a proteção à vida privada. Inicialmente, cumpre destacar que a própria Constituição reconhece que os institutos antes aludidos são autônomos e, portanto, tutelam situações diversas, ambos com vistas a cumprir a finalidade traçada pelo constituinte originário de defesa da cidadania e do Estado Democrático de Direito.Da inteligência da norma constitucional, infere-se que a vida privada se distingue da vida íntima, ou seja, aquilo que a pessoa pensa, sente e deseja se refere à sua intimidade. Já os seus hábitos (modo de viver, de se comportar), seu relacionamento e, igualmente, aquilo que o sujeito possui, têm pertinência com a sua vida privada .
Biografia não autorizada
A proibição envolve os artigos 20 e 21 do Código Civil. Atualmente, a lei, vigente desde 2002, impede a veiculação de informações pessoais de biografados em situações que "lhe os artigos 20 e 21.
Foi com base nessa lei que a biografia não autorizada Roberto Carlos em detalhes, sobre o cantor, até hoje o caso mais notório de proibição de uma obra do tipo no país, saiu de circulação por ordem judicial em 2007. Em 2007, Roberto Carlos recorreu à Justiça para exigir a proibição da venda de "Roberto Carlos em Detalhes", escrita por Paulo Cesar de Araújo. Ele se baseou no artigo 20 do Código Civil, que prevê: “Salvo se autorizadas (...), a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais”. Roberto Carlos foi atendido pela Justiça, e o livro está fora do mercado até hoje.
Caso Cicarelli 
Daniela Cicarelli flagrada fazendo sexo numa praia da Espanha, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julgou o caso em que o ex-namorado de Daniela, Tato Malzoni, pedia indenização por ter sua intimidade exposta na internet.Em decisão divulgada hoje, os três desembargadores do TJ-SP que analisaram a ação deram sentença favorável ao Google, controlador do YouTube, site processado por Malzoni. O ex-namorado de Cicarelli foi à Justiça pedir que o Google lhe pagasse uma indenização por veicular no YouTube o vídeo em que ele e Cicarelli aparecem em momentos íntimos.Em julgamentos anteriores, Malzoni teve sucesso na ação e a Justiça chegou a determinar que o Google lhe pagasse 35 mil reais. Tato, no entanto, apresentou recurso à Justiça tentando elevar o valor da indenização. Agora, porém, o TJ-SP decidiu que o Google não deve pagar nada, pois não incorreu em crime algum.Segundo o escritório Dantas, Lee, Brock & Camargo Advogados, que representa a Google no Brasil, os três desembargadores responsáveis pela análise do caso “argumentaram que não houve qualquer conduta ilícita na divulgação do vídeo, já que Tato e Daniela assumiram o risco quando escolheram um local público para seus momentos íntimos, não resguardando assim seus direitos de imagem e intimidade”.

Continue navegando