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resposta aula 14

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RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL EM MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Em 20/1/2009, foi instaurado procedimento administrativo disciplinar, por portaria 
publicada no DOU, com descrição suficiente dos fatos, para apurar a conduta de Humberto, 
servidor público estável, residente em Brasília, no Distrito Federal, que teria, de forma 
ilegal, favorecido várias prefeituras que, embora em desacordo com as disposições da Lei 
de Responsabilidade Fiscal, teriam voltado à situação de aparente legalidade para 
receberem verbas públicas. A comissão encarregada do processo disciplinar, designada pela 
autoridade competente, foi composta pelos seguintes servidores, todos de nível hierárquico 
superior ao do indiciado: Ana Maria, admitida, por concurso público, em 20/8/2003, 
Geraldo, admitido por concurso público em 14/2/2004, e Cássio, não-concursado, que 
exerce, desde 20/6/2000, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração. 
O feito foi regularmente conduzido, tendo sido garantidos o contraditório e a ampla defesa. 
O julgamento foi realizado em tempo hábil, segundo a legislação que rege a matéria, sendo 
acolhidas as conclusões da comissão. 
Ao final, em ato do ministro do Trabalho e Emprego, por meio da Portaria n.º 123, de 
23/3/2015, publicada no DOU de 27/3/2015, Humberto foi demitido do cargo público de 
administrador. 
Em razão disso, impetrou, no prazo legal e no juízo competente, mandado de segurança, 
com pedido de liminar, aduzindo, com a devida fundamentação, que o ato de demissão 
seria inválido. 
A autoridade impetrada sustentou, nas informações, a impossibilidade de alteração do 
mérito administrativo pelo Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio republicano 
da separação de poderes. 
A liminar foi indeferida e a ordem foi denegada após regular processamento. A decisão foi 
publicada em 13/4/2015, uma segunda-feira. 
Em face dessa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por 
Humberto, a peça processual cabível à espécie. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
 
 
 
HUMBERTO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., 
devidamente inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
Bairro..., Cidade..., Estado..., por seu advogado que esta subscreve (instrumento de 
mandato incluso), com endereço profissional na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., local 
indicado para receber as devidas informações nos termos do artigo 77, inciso V do Código 
de Processo Civil, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 102, inciso II, 
alínea “a”, da Constituição Federal, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL EM MANDADO DE SEGURANÇA contra o acórdão de folhas nº..., 
proferido por esse Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Mandado de 
Segurança..., impetrado contra ato do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego. 
 
Requer que seja recebido e processado o presente recurso, desde já encaminhado as razões 
de fato e de direito, para ser remetido ao Supremo Tribunal Federal. 
 
Requer, ainda, a juntada de comprovação do preparo. 
 
Termos em que pede deferimento. 
 
Local..., data... 
 
Assinatura... 
OAB... 
 
 
 
 
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
RECORRENTE: HUMBERTO 
RECORRIDA: UNIÃO FEDERAL 
PROCESSO Nº... 
 
RAZÕES DO RECURSO 
 
I – DOS FATOS 
O recorrente, servidor público estável, foi demitido do cargo público de administrador, 
através da Portaria n. 123, de 26/3/2015, publicada no DOU de 27/3/2015, por ato do 
Ministro do Trabalho e Emprego, tendo como motivação o fato de que teria, de forma 
ilegal, favorecido várias prefeituras, que, embora em desacordo com as disposições da Lei 
de Responsabilidade Fiscal, teriam voltado à situação de aparente legalidade para 
receberem verbas públicas. 
Em razão disso, impetrou, no prazo legal, junto ao Superior Tribunal de Justiça, mandado 
de segurança, com pedido de liminar, aduzindo, com a devida fundamentação, que o ato de 
demissão seria inválido, tendo em vista irregularidade na formação da comissão 
processante, o que afronta a Lei 8.112/90. 
Em acórdão, o STJ denegou a segurança pleiteada, por essa razão o recorrente maneja o 
presente recurso ordinário. 
 
II – DO CABIMENTO DO RECURSO E DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL 
Tendo em vista tratar-se de ato de Ministro de Estado, a impetração do mandado de 
segurança contra o ato de demissão do recorrente dirigiu-se ao Colendo Superior Tribunal 
de Justiça por força do artigo. 105, inciso I, alínea “b”, da Constituição Federal, sendo 
competente para julgá-lo esse Pretório Excelso: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
II – julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória 
a decisão; 
 
III – DO DIREITO 
Como já demonstrado no mandado de segurança proposto contra ato do Ministro de Estado, 
o processo administrativo disciplinar do qual resultou a Portaria de demissão n. 123, de 
26/3/2015, publicada no DOU de 27/3/2015, está eivado de nulidade. 
Compulsando-se os autos do processo administrativo disciplinar verifica-se que a Comissão 
processante foi irregularmente constituída, apesar de todos os seus componentes serem de 
nível hierárquico superior ao do indiciado, senão vejamos: (a) Ana Maria, admitida por 
concurso público em 20/8/2003; (ii) Geraldo, admitido por concurso público em 12/2/2004; 
(iii) e Cássio, não concursado, que exerce, desde 20/6/2000, cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração. 
Note-se que um dos componentes, notadamente Cássio, é servidor público de cargo em 
comissão, ou seja, não estável. 
Com isso, tem-se afronta ao art. 149 da Lei 8.112/90: “o processo disciplinar será 
conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade 
competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu 
presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter 
nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado”. 
Macula-se também o art. 5°, inciso LV, da CRFB, pois estar-se-á a ferir, com essa 
inobservância da regra, o devido processo legal assegurado por lei. 
Requer-se, portanto, a anulação da Portaria de 26/3/2015, do processo administrativo 
disciplinar que lhe deu origem e a imediata reintegração do recorrente ao cargo 
anteriormente ocupado. 
 
IV – DO PEDIDOS 
Pelo exposto, o recorrente requer o processamento para dar provimento ao recurso, 
para reformar a decisão recorrida, concedendo-se a segurança para a anulação da Portaria 
26/3/2009, do processo administrativo disciplinar que lhe deu origem e que seja 
determinada a imediata reintegração do recorrente ao cargo anteriormente ocupado. 
 
Termos em que pede deferimento. 
Local..., data... 
 
Assinatura... 
OAB...

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