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A FILOSOFIA NA IDADE MODERNA: RACIONALISMO E EMPIRISMO. MODERNIDADE • Chamamos de Modernidade o período que vai do Renascimento até a Ilustração (século XVIII). • Na Modernidade prevalece a visão antropocêntrica. • O século XVII representa a culminação de um processo que modificou a imagem do próprio ser humano e do mundo que o cerca. • Nesse período, a característica mais importante do pensamento é o racionalismo, ou seja, a crença no poder da razão MODERNIDADE • Merecem destaque os filósofos : Rene Descartes, Francis Bacon e John Locke. • Os debates desenvolvidos durante o século XVII vão culminar na crítica da razão por Kant. A questão do método • Das questões epistemológicas, deriva a ênfase que marcará a Filosofia a partir de então. Na Modernidade, o processo do conhecimento se volta para o sujeito que conhece. • Nesse sentido, surgem duas correntes: • Racionalismo • Empirismo RACIONALISMO • O racionalismo – corrente filosófica que engloba o papel da razão no processo do conhecimento. Desta corrente fazem parte René Descartes, Espinosa e Leibniz. • Da corrente racionalista merece destaque especial o filósofo René Descartes, considerado “pai da filosofia moderna”. RENÉ DESCARTES René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. Autor da frase "Penso, logo existo". É considerado o criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. Sua preocupação era com a ordem e a clareza. Propôs fazer uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que fosse fundamentada única e exclusivamente na verdade. RENÉ DESCARTES • Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=b6dCnMwmB0A O racionalismo cartesiano • Rene Descartes é considerado o "pai da filosofia moderna" porque propoe que cada homem deveria pensar por si mesmo. • Desenvolveu o método da dúvida metódica, ou seja, da dúvida hiperbólica. Para tanto propôs que para conhecer deveríamos nos pautar em 04 regras: A DÚVIDA METÓDICA – as 4 regras: • 1ª – da evidencia – acolher apenas o que nos aparece ao espírito como ideia clara e distinta; • 2ª – da análise – dividir cada dificuldade em parcelas menores para resolve-las por partes; • 3ª – da ordem – conduzir por ordem os pensamentos,começando pelas coisas mais simples, • 4ª - da enumeração – fazer revisões gerais para ter certeza de que nada foi omitido. COGITO ERGO SUM [...] “Enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notadamente que esta verdade eu penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da filosofia que procurava.” RACIONALISMO • Apresenta como principais características: • A razão é o instrumento mais importante para conhecer; • O conhecimento tem sua origem na razão • A existência das ideias inatas; • Modelo de conhecimento matemático EMPIRISMO • ENFATIZA O PAPEL DOS SENTIDOS E DA EXPERIENCIA SENSÍVEL NO PROCESSO DE CONHECIMENTO. • TEMOS COMO ALGUNS ILUSTRES REPRESENTANTES DESSA CORRENTE DE PENSAMENTO: FRANCIS BACON, JOHN LOCKE E DAVID HUME. FRANCIS BACON(1561-1626) – “saber é poder” • Foi nobre inglês, fazendo carreira na política e como chanceler no governo do rei Jaime I. • Propõe o Método empírico indutivo - utilizando como critério da verdade a experiência. • Acreditava que a ciência precisava ser mais prática, por isso, não realizava indagações metafísicas. FRANCIS BACON • Para desenvolver uma ciência mais prática, deveríamos limpar nossa mente das distrações ou impedimentos ao desenvolvimento da ciência. A essas distrações da mente humana denominou Ídolos. A TEORIA DOS ÍDOLOS • Para o conhecimento do mundo temos que limpar a nossa mente de falsas opiniões (ídolos): • Ídolos da tribo • Ídolos da caverna • Ídolos do mercado • Ídolos do teatro ÍDOLOS DA TRIBO • Seriam as confusões que se instalam dentro de nós sobre a nossa natureza e a natureza das coisas. • Exemplo: é comum atribuirmos características humanas às coisas da natureza. Pensarmos que as plantas, os animais sentem alegria, felicidade. ÍDOLOS DA CAVERNA • São informações falsas que recebemos de uma dada educação (formal ou informal). • Seria a interferência de nossa subjetividade na nossa experiência. ÍDOLOS DO FORO (OU MERCADO) • A linguagem deve ser a mais clara e padronizada possível para evitarmos que se produzam equívocos. ÍDOLOS DO TEATRO • Falsas ideologias que corrompem o mundo. • É uma crítica de Bacon aos filósofos clássicos. FRANCIS BACON • CONHECIMENTO É PODER • O CONHECIMENTO DEVE SER OBTIDO PARA GERAR O CONTROLE SOBRE A NATUREZA JOHN LOCKE (1632 – 1704) John Locke foi um filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico. Rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos. JOHN LOCKE – A origem das ideias • Elaborou sua obra em Ensaio sobre o entendimento humano, que tinha por objetivo saber qual é a essência, qual a origem, qual o alcance do conhecimento humano. • Para ele, tudo é derivado da nossa experiência e grande parte delas deixam impressões na nossa mente. “A mente humana é uma tabula rasa” • Para John Locke a mente humana é como uma folha em branco, onde cada experiência deixa uma marca e através da interpretação dessas experiências que vamos construindo o conhecimento. • Para ele é importante entender como nossa mente interpreta nossas experiências sensíveis; para isso é necessário distinguir as qualidades primárias das secundárias. A SENSAÇÃO - QUALIDADES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS QUALIDADES PRIMÁRIAS (OBJETIVAS) • FORMA • EXTENSÃO • VOLUME • SERIAM AS PROPRIEDADES DOS OBJETOS QUALIDADES SECUNDÁRIAS (RELATIVAS E SUBJETIVAS) • COR • ODOR • TEXTURA • SERIAM NOSSAS INTERPRETAÇÕES DOS OBJETOS. DAVID HUME (1711 – 1776) Filósofo escocês, aprofundou as ideias do empirismo, Raciona sobre os limites da ciência. Vai buscar compreender em “Tratado sobre a natureza humana” os limites da ciência. “Nada está no intelecto que não tenha estado antes nos sentidos”. É a partir dos dados da nossa sensibilidade que o entendimento produz, por um processo de abstração, as ideias. O processo de formação das ideias • Percepções • • • dão origem • (atos volitivos e mentais) Impressões (percepções mais fortes) (vemos, ouvimos, tocamos...) Ideias (percepções mais fracas) QUAL É A RELAÇÃO ENTRE AS IMPRESSÕES E AS IDEIAS? • As impressões são originais e as ideias são copias. • Quanto mais próximos da impressão sensível que a causou, mais nítida e precisa é a ideia; quanto mais distante, menos real. • As ideias simples, provenientes das impressões sensíveis dão origem, através do processo de associação e combinação, as mais complexas. COMO NASCEM AS IDEIAS + O HÁBITO: O PROBLEMA DA CAUSALIDADE • Causalidade: crença que se fundamenta no hábito de observar, repetidas vezes, uma conjunção de eventos sucessivos. • O hábito nos leva a inferir que a existência de um objeto (efeito) do aparecimento de outro (causa). • A relação entre causa e efeito é uma probalidade. • Após observar vários exemplos de natureza semelhante, declara- os com base no hábito, conexos entre si. • Para Hume o estudo científico não é um estudo das causas mas sim dos efeitos. • Nós percebemos as aparências,não as causas. • Para Hume, a ciência da natureza estaria definitivamente limitada a mera probabilidade. EXERCÍCIOS 1 - Locke critica as idéias inatas de Descartes, afirmando que a alma é como uma tabula rasa. O que isso significa para o entendimento da teoria do conhecimento na modernidade? I Significa dizer que o conhecimento só começa após a experiência sensível. II Significa que não existem idéias inatas. III Enquanto Descartes enfatiza o papel do objeto, Locke enfatiza o papel do sujeito. IV As soluções apresentadas por Locke criaram a corrente filosófica chamada racionalismo. Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(as): a) Apenas I e II b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e IV e) Apenas IV 2 - (UEL, PR) Tendo por base o método cartesiano da dúvida, é correto afirmar que: A Este método visa a remover os preconceitos e opiniões preconcebidas e encontrar uma verdade indubitável. B Ao engendrar a dúvida hiperbólica, o objetivo de Descartes era provar que suas antigas opiniões, submetidas ao escrutínio da dúvida, eram verdadeiras. C A dúvida hiperbólica é engendrada por Descartes para mostrar que não podemos rejeitar como falso o que é apenas dubitável. D Só podemos dar assentimento às opiniões respaldadas pela tradição. E A dúvida metódica surge, no espírito humano, involuntariamente. PRÓXIMA AULA • O CRITICISMO KANTIANO • O IDEALISMO DIALÉTICO HEGELIANO • TEXTO: A CRÍTICA À METAFÍSICA (CAPÍTULO 15 ITENS: 1,2,3,E 4). • ARANHA, M.L.A & MARTINS, M.H.P. FILOSOFANDO: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA.
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