Buscar

TCC PRONTO UNIP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP – UNIERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNICA 
CURSO: PEDAGOGIA 
 
 
 
A inclusão de crianças com Síndrome de Down no ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
 
Andreia Correia Cassel -1527813 
Anelise Muller -1535004 
Djenifer Samara Reis -1548474 
Jaqueline Froihlich de Aguiar -1533531 
Rafaela Vieira Foss -1532787 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVO HAMBURGO 
2017 
Andreia Correia Cassel 
Anelise Muller 
Djenifer Samara Reis 
Jaqueline Froihlich de Aguiar 
Rafaela Vieira Foss 
 
 
 
 
 
 
A Inclusão de crianças com Síndrome de Down no ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
Trabalho monográfico - Curso de Graduação – Licenciatura em Pedagogia, 
Apresentado à comissão julgadora da UNIP Interativa, sob a orientaçãoDa 
professora Ana Paula de Andrade Trubbianelli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVO HAMBURGO 
2017 
FICHA CATOLAGADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor (a) 
 
 
 
 
 
A inclusão de crianças com Síndrome de Down no ensino Fundamental / 
Andreia Correia Cassel... [et al.]. - 2017. 
46 f. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de 
Pedagogia da Universidade Paulista, Novo Hamburgo, 2017. 
 
 
...Orientadora: Prof.ª :Dra. Ana Paula de Andrade Trubbianelli. 
 
... 
1. Síndrome de Down. 2. O desenvolvimento. 3. A família. 4. Família, 
Escola e Aluno Down. 5. Processo Ensino Aprendizagem do Aluno Down. 
I. Cassel, Andreia Correia Cassel. II. Trubbianelli, Dra. Ana Paula de 
Andrade (orientadora). 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito 
parcial para a obtenção do título de Pedagogo Universidade 
Paulista – Novo Hamburgo Orientação: Ana Paula de Andrade 
Trubbianelli 
 
 Andreia Correia Cassel 
Anelise Muller 
Djenifer Samara Reis 
Jaqueline Froihlich de Aguiar 
Rafaela Vieira Foss 
 
 
 
 
A Inclusão de crianças com Síndrome de Down no ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovado em: 
Banca examinadora 
 
 / / 
Prof.(a)Ana Paula de Andrade Trubbianelli. 
 / / 
 Prof. 
 / / 
 Prof. 
DEDICATÓRIA 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos a Deus, que dá sentido a tudo 
em nossa vida. Obrigada por essa grande 
conquista! Existe grandes marcos na 
história de cada um, e esse momento sela 
um dos nossos capítulos mais importantes, 
escrito com ajuda de muitas mãos, as quais 
merecem nossos mais profundos e 
sinceros agradecimentos, à nossa família, 
pelo apoio e amor incondicionais, a nossa 
querida tutora de curso. Obrigada por tudo 
de maravilhoso que compartilhamos juntos! 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Agradecemos primeiramente a Deus, por nos ter dado forças para seguir até 
aqui. E aos nossos familiares e amigos pelo apoio e compreensão neste 
momento tão importante em nossas vidas, ajudando-nos a não desistir deste 
sonho. Por fim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a 
conclusão desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que os nossos esforços desafiem as 
impossibilidades. Lembrai-vos de que as 
grandes proezas da história foram conquistadas 
daquilo que parecia impossível. 
 
Charles Chaplin 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho teve o objetivo de estudar as necessidades educativas especiais, com 
enfoque na síndrome de Down, mais especificamente sobre a inclusão destas 
crianças no ensino fundamental das escolas regulares. Investigou-se as 
características e o desempenho das crianças com síndrome frente ao seu processo 
de ensino e aprendizagem, a posição e a atuação do professor; e a família como 
porto seguro para uma aquisição afetiva e cognitiva na vida social da criança. Os 
estudos se basearam em autores que contribuíram significativamente para o 
entendimento do tema em questão, como por exemplo: Voivodic, Werneck, 
Schwartzman, Aranha, entre outros. Aliando-se a esta pesquisa bibliográfica, foi 
realizado também um estudo de caso, onde um questionário foi aplicado para os 
pais e a professora de uma criança com síndrome de Down. No entanto, 
diagnostica-se que o objetivo do trabalho foi alcançado, levantando a possibilidade 
de tecer novos trajetos rumo a uma verdadeira inclusão, que seja mais significativa 
para todos. 
 
 
 
 
 
 
Palavra-chave: Síndrome de Down. Inclusão. Ensino Fundamental. 
 
ABSTRACT 
 
 
This research had the objective of study the special educational needs, with focus in 
Down Syndrome, more specifically about the inclusion this children in elementary 
school in regular schools. Investigated the characteristics and the performance of 
children with syndrome in front of your learning process, the position and the action 
of the teacher; and the family as a safe harbor to a acquisition affective and cognitive 
in social life of child. The studies were based on authors that contributed significantly 
to the understanding of subject in question, for example: Voivodic, Werneck, 
Schwartzman, Aranha, among others. Allying in this bibliographic research, was also 
carried the case study, when a questionnaire was applied to parents and to teacher 
of child with Down Syndrome. However, diagnose that the objective of research was 
achieved, raising the possibility of weave news routes towards a true inclusion, that 
is more significant to everyone. 
 
 
 
 
 
 
 
Keyword: Down Syndrome. Inclusion. Elementary School. 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 9 
1.1 A doença genética ................................................................................................................. 11 
1.2 O desenvolvimento ............................................................................................................... 12 
1.3 Inclusão .................................................................................................................................... 16 
Capitulo II: A família ......................................................................................................................... 20 
2.1 Família e o Down ................................................................................................................... 20 
2.2 Preparação e Superação...................................................................................................... 21 
2.3 Família, escola e aluno Down ............................................................................................. 24 
Capitulo III: Processo Ensino Aprendizagem do Aluno Down ............................................. 27 
3.1 Comportamento ..................................................................................................................... 27 
3.2 Ensino Aprendizagem .......................................................................................................... 313.3 Linguagens .............................................................................................................................. 37 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 41 
RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
Um dos temas mais discutidos na atualidade na área de educação é a 
inclusão escolar, e em especial, as crianças com síndrome de Down possuem 
necessidades educacionais especiais e nos últimos anos estão migrando das 
escolas de educação especial para as escolas de ensino regular. O presente 
trabalho tem por finalidade conhecer as dificuldades de inclusão e integração que 
estão presentes no cotidiano das escolas, e que interferem nesse processo de 
inclusão das crianças com necessidades educativas especiais, no ensino 
fundamental. A ênfase acadêmica consiste em fazer uma análise de reflexão com 
enfoque na criança com síndrome de Down, para que tornemos as atividades 
realizadas com as mesmas mais prazerosa e proveitosa. 
Busca-se conhecimento para adotar uma postura mais segura com relação as 
diferenças que acontecem, para que ocorra a interação e não a exclusão no 
âmbito escolar. Assim, analisamos as habilidades das crianças, a contribuição do 
professor, a relação família-escola no processo ensino-aprendizagem. Também 
foram abordadas metodologias que favoreçam o processo de inclusão. Esta 
monografia está dividida em três capítulos, sendo que o primeiro capítulo explana 
sobre a síndrome de Down referente a seus aspectos genéticos, desenvolvimento 
da doença e inclusão. O segundo capítulo nos fala sobre a família e o Down, 
preparação e superação, família, escola e o aluno Down. Por fim, o terceiro 
capítulo abordará aspectos sobre o ensino/aprendizagem do aluno Down, seu 
comportamento, sua linguagem, currículo e avaliação. 
A partir do século XIX surgiram novos conhecimentos sobre a síndrome de 
Down, adequando-se a eles novos estudos e posteriormente propostas inovadoras e 
instigantes sobre o tema. Após essas novas pesquisas realizadas sobre a síndrome 
de Down, um fato relevante surge, mudando os paradigmas e as concepções da 
sociedade em geral, a respeito do assunto. Isto porque, por muito tempo, acreditava-
se que a pessoa com síndrome de Down era um indivíduo retardado e incapacitado 
de realizar qualquer tarefa que fosse. Com o estudo ficou comprovado que essas 
pessoas têm a mesma possibilidade de aprender e se desenvolver como qualquer 
outra dita “normal”, porém em um ritmo mais lento, devido à deficiência e as demais 
características. 
10 
 
Mesmo com o passar do tempo e das muitas informações em relação ao 
conceito Down, nem tudo ficou no passado. A presença de ideias estigmatizadas 
de rotulação das pessoas com esta síndrome, infelizmente ainda persistem. Com 
estas constatações e na tentativa de mudar estes conceitos, percebe-se que é 
imprescindível uma formação de qualidade para os profissionais que estão 
envolvidos no trabalho com pessoas com síndrome de Down no processo de 
inclusão. Portanto é necessário que as educadoras possam se adequar, buscando 
maior informação sobre a síndrome de Down e educação inclusiva para melhor 
atender e lidar com as diferenças inerentes as capacidades cognitivas, removendo 
as barreiras que ainda existem nesse processo, justificando assim a escolha e 
relevância para o tema deste trabalho. 
 
 
11 
 
 Capítulo I: Síndrome de Down 
 
1.1 A doença genética 
 
A síndrome de Down não é uma doença. Ela caracteriza-se como uma 
anomalia cromossômica que ocorre no momento em que o esperma fecunda o 
óvulo. 
Conforme nos explica Schwartzman (1999), quase todos os casos de 
síndrome de Down têm sua origem em um erro na divisão celular, ou seja, um erro 
suficiente para modificar o desenvolvimento embrionário do bebê. A comprovação 
diagnóstica é feita através de um exame genético: o cariótipo que, logo, confirmará o 
cromossomo extra no par 21. 
 Em um indivíduo dito normal, as células que o compõe contêm 46 
cromossomos, que estão divididos em 23 do pai e 23 da mãe. Durante a concepção, 
os 23 cromossomos da célula do óvulo da mãe juntam-se com os 23 cromossomos 
da célula do esperma do pai, fertilizando o óvulo que passa a ser chamado de “ovo” 
e este começa a se dividir e a crescer formando o bebê. 
Num indivíduo com síndrome de Down, acontece um erro na distribuição dos 
cromossomos, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos. Ou seja, a 
alteração genética caracteriza-se pela presença a mais do cromossomo 21, ao invés 
de possuir dois cromossomos 21, possui três. Essa alteração recebe o nome de 
trissomia e é a mais comum, ocorrendo em mais ou menos 96% dos casos. 
Há também o mosaicismo do cromossomo 21, que afeta cerca de 2% dos 
casos. Caracteriza-se por apresentar a trissomia 21 em algumas células e em outras 
não. Em outras palavras, algumas têm 46 cromossomos e outras têm 47. 
Há, também, a trissomia por translocação, que ocorre também em mais ou 
menos 2% dos casos. O cromossomo adicional está sobreposto a um cromossomo 
de outro par. A translocação ocorre quando um cromossomo do par 21 e outro ao 
qual se agrupou, sofrem uma quebra na sua região central. Quando ocorre este tipo 
de alteração, é importante que os pais do sujeito com síndrome de Down façam um 
exame genético. Isto porque há uma grande chance de um deles ser portador da 
translocação. E, no caso, de terem outro filho, há uma probabilidade bem grande 
deste também nascer com a síndrome de Down. 
12 
 
1.2 O desenvolvimento 
 
Em geral, as crianças com síndrome de Down apresentam características 
físicas semelhantes, mas o mesmo não acontece em relação ao seu padrão de 
desenvolvimento e ao seu comportamento. É evidente que o desenvolvimento de 
uma pessoa com síndrome de Down apresenta diferenças em relação ao 
desenvolvimento de uma pessoa dita normal. Afinal, a deficiência mental está 
presente na síndrome de Down, apresentando variações quanto a seu grau de 
severidade, não existindo nenhuma relação entre o grau de deficiência mental e o 
grau de características físicas. 
A deficiência mental é uma característica da Síndrome que proporciona um 
atraso em todas as áreas do desenvolvimento e da inteligência. O comportamento e 
o desenvolvimento da inteligência podem ser afetados, mas não depende da 
alteração cromossômica. 
Quanto às características físicas, elas são comuns em quase todos os casos. 
Alguns exemplos: pregam palmar única, baixa estatura, olhos puxados, nariz 
pequeno e achatado, pescoço curto e com muita gordura, distância aumentada entre 
o primeiro e o segundo dedo dos pés, mãos curtas e cavidade oral pequena. As 
crianças com síndrome de Down têm uma boca pequena se comparado ao baixo 
tônus muscular, ou mais conhecido como (língua grande), hipotonia muscular; ou 
seja, tem pouca força muscular. Isso faz com que as crianças com síndrome de 
Down tenham um atraso em seu desenvolvimento motor, mas se bem estimuladas 
com atividades físicas adequadas para a faixa etária, a tendência é que os músculos 
comecem a se firmar. 
Nos primeiros meses de vida, podemos observar algumas alterações 
fisiológicas, como uma grande sonolência, dificuldade de despertar, dificuldade de 
deglutição e sucção. À medida que a criança vai se desenvolvendo e ficando mais 
atenta, estas alterações vão se amenizando. 
 Conforme Schwartzman (2003), alguns protocolos de acompanhamento de 
indivíduos comSíndrome de Down têm sido utilizados com a finalidade de detectar o 
mais cedo possível ou de se evitar, quando possível, condições que podem 
comprometer a qualidade de vida destes pacientes. Na vida adulta: testes de função 
da tireoide anuais; orientação no que se refere à possibilidade de uma vida 
13 
 
independente, à sexualidade e ao trabalho; visitas ao dentista duas vezes por ano; 
orientação nutricional e quanto a atividades físicas; atenção para sinais de 
deterioração intelectual; atenção para a ocorrência de depressão. 
Quanto mais cedo for detectado o problema, maior a chance de 
desenvolvimento. Carinhosas e dóceis, boa parte das crianças com Down 
respondem bem às atividades que estimulam seu senso rítmico e a socialização, 
como teatro e dança. Se bem integradas a uma escola, é possível que, por volta da 
pré-adolescência, já estejam alfabetizadas. Mas é preciso estar atento com relação 
a problemas cardíacos e respiratórios. 
A alteração genética que caracteriza a Síndrome de Down, além das 
alterações fenotípicas, traz ainda alterações em outros sistemas do organismo, e 
principalmente o sistema nervoso central (SNC). 
O cérebro de indivíduos com Síndrome de Down possui uma redução, em 
relação ao peso, se comparado a indivíduos sem a síndrome, em cerca de 10% - 
50%, enquanto o cérebro de indivíduos adultos “normais” pesa de 1200 a 1500g em 
pessoas com a síndrome é de 700 a 1100g. Além disso, também o peso do tronco 
cerebral e do cerebelo é relativamente menor do que o do cérebro, pois “O peso do 
tronco cerebral e cerebelo representam 12,7% do peso encefálico total em crianças 
normais e de 12% nas crianças com SD” (SCHWARTZMAN, 2003, p. 51). Contudo, 
ainda afirma que “crianças com SD têm grandes diferenças no que se refere às suas 
personalidades e podem apresentar, da mesma forma que indivíduos sem 
alterações cromossômicas, distúrbios do comportamento, desordens de conduta ou 
outros quadros neuropsiquiátricos”. (2003, p. 58). 
Algumas alterações clínicas podem surgir nas pessoas com a Síndrome de 
Down, como: alterações da Tireoide que poderá iniciar-se em qualquer idade; as 
alterações Cardiovasculares; as alterações Oftalmológicas e Auditivas; as alterações 
Gastrointestinais e Imunológicas; Leucemias; alterações Esqueléticas, Respiratórias 
e Pulmonares; doença Periodontal e o Envelhecimento Precoce. 
Segundo o mesmo autor, outras alterações clínicas acometem pessoas com a 
Síndrome, como: a cavidade oral e a más oclusões e anomalias funcionais que 
caracteriza o tamanho do maxilar menor do que o tamanho da mandíbula. A 
dentição também sofre alterações e há um atraso significativo na erupção dos 
dentes deciduais e permanentes. 
14 
 
Schwartzman (2003) explica ainda que outra alteração clínica ou 
característica é a pele e fâneros, o excesso de pele na região da nuca e fissuras da 
língua, que não altera o gosto da comida e nem causa desconforto, mas, partículas 
de comida pode se acumular nestas fissuras e causar irritação no local. Pessoas 
Down também possuem frequentes problemas relativos ao sono, o que é chamado 
de apneia ou síndrome do sono inquieto. A síndrome do sono inquieto revela que 
durante o sono ocorre uma atividade motora, logo, um sono inquieto. 
De acordo com o mesmo autor, a apneia do sono pode ocorrer devido à 
hipotonia dos músculos da faringe, da língua e devido ao tamanho reduzido da 
cavidade oral e da faringe. A apnéia reduz temporariamente o oxigênio no cérebro, o 
que interrompe o sono. Consequências como o ronco, sonolência durante o dia e 
muito cansaço podem ocorrer. A hipotonia é uma condição do tônus muscular, isto 
é, quando a quantidade de tensão ou resistência do músculo ao movimento está 
baixa, por isso reduz a força muscular. 
Segundo Schwartzman (1999), o desenvolvimento da autossuficiência 
apresenta problemas na alimentação, uma vez que alguns bebês apresentam 
desinteresse pela comida e dificuldades na mastigação e deglutição e o controle dos 
esfíncteres também são atrasados. Para o autor, o desenvolvimento cognitivo 
também mostra atrasos consideráveis como, por exemplo, em atividades de 
exploração do ambiente e em atividades como: passar brinquedos de mão em mão 
e achar um objeto escondido debaixo de um pano. Nessas e em outras brincadeiras, 
a criança com a Síndrome de Down tende a explorar menos que crianças sem a 
síndrome. Professores e pais devem estar atentos ao desenvolvimento diário da 
criança, para estimulá-la a partir do seu nível cognitivo, através de atividades lúdicas 
e de faz de conta. 
Para Burns (2004) apud Castro (2006, pg. 53), na tabela a seguir podemos 
observar as marcas do desenvolvimento da criança Down, e ainda fazer uma 
comparação com as crianças sem a síndrome, através dos limites e das médias. 
15 
 
Tabela 1 - Aquisição e desenvolvimento para pessoas com síndrome de Down. 
Marcos do desenvolvimento (meses) 
 Síndrome de Down Não Sindrômicos 
 Média Limites Média Limites 
Sorri 2 1-3 1 <1-3 
Rola 6 2-12 5 2-10 
Senta 9 6-12 7 5-9 
Engatinha 11 7-21 8 6-11 
Fica de pé 18 10-32 11 8-16 
Caminha 20 12-45 13 8-18 
Fala palavras 14 9-30 10 6-14 
Fala freses 24 18-46 21 14-32 
Come com as mãos 12 8-28 8 6-16 
Usa garfo/colher 20 12-40 13 8-20 
Controla urina 48 20-95 32 18-60 
Controla esfíncter 42 28-90 29 16-48 
Tira as roupas 40 29-72 32 22-42 
Veste-se 58 38-98 47 34-58 
Fonte: (BURNS, 2004, p.60). 
 
Como a criança com síndrome de Down utiliza comportamentos repetitivos, 
estereotipados, desorganizados e também, explora menos que as crianças sem a 
síndrome, para que ela tenha uma maior independência, podendo exercitar sua 
motricidade global, é necessário um espaço onde ela possa literalmente se soltar e 
correr. A brincadeira e a exploração do ambiente devem fazer parte do dia a dia da 
criança, pois é a partir delas, é que ela internaliza com mais facilidade os conceitos. 
16 
 
É necessário, também, um trabalho específico, com profissionais especializados, 
quando a criança começar a andar, para que ela possa ter uma boa postura, um 
bom equilíbrio na sua coordenação dos movimentos. 
Segundo Werneck (1993), a estimulação precoce em bebês com SD deve 
começar logo, pois são uma série de exercícios usados para desenvolver a 
capacidade da criança de acordo com seu grau de comprometimento e da fase de 
desenvolvimento que se encontra. 
Se a criança não tiver nenhum outro comprometimento além da síndrome de 
Down, ela poderá engatinhar sentar, correr, arrastar, controlar a cabeça, atingindo 
os mesmos objetivos de uma criança sem a síndrome, porém, com um ritmo mais 
lento, visto que vários estudos apontam que a criança com síndrome de Down tem 
idade cronológica diferente da idade funcional. Segundo Werneck: 
 
Os portadores de síndrome de Down têm capacidade para aprender, 
dependendo da estimulação recebida e da maturação de cada um. O 
desenvolvimento afetivo-emocional da criança também adquire papel 
importante na área da aprendizagem. (1993, p. 164) 
Durante muitos anos acreditava-se que as pessoas com síndrome de Down 
não seriam capazes de realizar muitas atividades, pois a demora em adquirir certas 
habilidades, quebrava com a expectativa da sociedade e também da família, a 
respeito destas pessoas. Porém, atualmente pesquisas comprovam que pessoas 
com síndrome de Down, independentemente da faixa etária, alcançam os mais 
avançados estágios de raciocínio e desenvolvimento. 
De acordo com Schwartzman (1999), a linguagem é a área que a criança com 
a síndrome apresenta maior atraso. Demora cerca de dezoito meses para emitir a 
primeira palavra e apresentarão ao longo dos anos dificuldadespara aquisição de 
regras gramaticais. Na idade escolar ocorrerá um maior progresso nas habilidades 
comunicativas, sendo totalmente possível, a alfabetização da criança com Síndrome 
de Down. 
 
1.3 Inclusão 
No início do século XX, surge a proposta de inclusão para pessoas com 
deficiências. Momento este em que elas passam a ser consideradas cidadãs, com 
direitos a serem exigidos e deveres a serem cumpridos. Isso foi expresso por 
17 
 
intermédio de vários documentos que foram surgindo, ressaltando dentre eles as 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, servindo de 
referencial para o processo de inclusão escolar de crianças e jovens com 
necessidades educativas especiais. 
A inclusão escolar constitui uma proposta que representa valores simbólicos 
importantes, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades 
educacionais para todos, mas encontra ainda sérias resistências. Estas se 
manifestam, principalmente, contra a ideia de que todos devem ter acesso 
garantido à escola comum. A dignidade, os direitos individuais e coletivos 
garantidos pela constituição federal (1988) impõem às autoridades e à 
sociedade brasileira a obrigatoriedade de efetivar essa política, como um 
direito público subjetivo, para o qual recursos humanos e materiais devem 
ser canalizados, atingindo, necessariamente, toda a educação básica. 
(BRASIL, 2001, p. 26) 
 
O que desencadeou de vez o processo de inclusão nas escolas foi a 
Declaração de Salamanca, realizada na Espanha, durante os dias 7 e 10 de junho 
de 1994, em cooperação com a Unesco. Pais, comunidades e organizações de 
pessoas com deficiências, realizaram uma conferência mundial em educação, onde 
reafirmaram o compromisso de uma educação para todos, reconhecendo a 
necessidade e urgência na inserção de crianças, jovens e adultos com necessidades 
educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino. Com a implementação 
da declaração de Salamanca sobre princípio político e prática em educação 
especial, foi proclamado que: 
Cada criança tem o direito fundamental à educação, e deve ter a 
oportunidade de conseguir e manter um nível aceitável de aprendizagem; 
cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades 
de aprendizagem que lhe são próprias; os sistemas de educação devem ser 
planejados e os programas educativos implementados tendo em vista a 
vasta diversidade destas características e necessidades; as crianças e 
jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às 
escolas regulares que a elas se devem adequar através duma pedagogia 
centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades; as 
escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva constituem os meios 
mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando 
comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e 
atingindo a educação adequada à maioria das crianças e promovem a 
eficiência, numa ótima relação custo-qualidade de todo o sistema educativo 
(BRASIL, 1994, pp.8-9). 
 
Para que os alunos com síndrome de Down possam atingir os objetivos gerais 
da educação, em primeiro lugar, a comunidade escolar deve respeitar as 
particularidades de cada um. Em segundo lugar, oferecer condições para o aluno 
desenvolver suas potencialidades, disponibilizando-se a ajudar, estando consciente 
18 
 
de sua função, que é a de se adaptar às necessidades de cada um, gerando um 
espaço inclusivo. Para Voivodic: 
 
Considerando que a pluralidade, e não a igualdade, é a principal 
característica do ser humano, e que a educação deve contemplar essa 
diversidade da condição humana, propiciando oportunidades iguais para 
seu desenvolvimento, fica evidente que não é apenas o educando, com 
deficiência ou não, que deve adaptar-se ao sistema de ensino e sim a 
escola é que tem o dever de atender as necessidades da criança para a sua 
real participação, ou seja, para sua inclusão. (2004, p. 29.). 
 
É urgente que haja uma grande reforma no sistema educacional, onde as 
escolas de ensino regular abram suas portas para os alunos com necessidades 
especiais, adequando-se às exigências de uma educação inclusiva, como por 
exemplo, com a adaptação e flexibilidade do currículo, alterando as formas de 
avaliar, ensinar e trabalhar em grupo, adequações arquitetônicas que facilitem a 
circulação das pessoas com necessidades, formação continuada de professores. 
Voivodic (2008), explica, que a tão sonhada inclusão, não acontecerá por simples 
obrigação, forçada pela lei ou decretada por legisladores, porque a sua 
concretização só ocorrerá quando for aceita pela comunidade escolar e a família, 
que são os principais envolvidos neste processo. Lutar pela igualdade, qualidade de 
vida, acesso à escola é direito de qualquer ser humano. Logo, crianças ou adultos 
com Síndrome de Down participam dos mesmos direitos à educação, ao lazer, 
saúde e cidadania. A Síndrome de Down não é empecilho para uma vida saudável, 
útil e feliz, mas é preciso conscientização e responsabilidade social para que esse 
direito a vida prevaleça. 
 A política de inclusão de alunos com síndrome de Down no ensino 
fundamental, não consiste na simples permanência física deles junto aos demais 
colegas, mas “representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como 
desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e atendendo 
suas necessidades” (BRASIL, 2001, p. 28). 
O modo como gestores, coordenadores, professores, demais funcionários da 
escola, alunos e a família, juntos, se organizam para garantir que os conteúdos 
curriculares possam efetivar verdadeiramente a aprendizagem do aluno com 
síndrome de Down é muito importante. E também analisar e intervir na ação 
pedagógica, para que ela possa resultar da melhor maneira no processo de 
19 
 
desenvolvimento global destas crianças, já que elas têm um ritmo de aprendizagem 
e desenvolvimento mais lento do que as crianças sem a síndrome. 
Não podemos esquecer que a inclusão escolar, não se refere somente às 
pessoas com alguma deficiência visível, mas a todas, sem restrições, pois ninguém 
é igual a ninguém. E esta educação de qualidade a qual a inclusão diz respeito, 
objetiva-se pela permanência e acesso dos estudantes sem que existam critérios de 
seleção, enfim, uma escola acolhedora. 
 A Inclusão escolar é prevista pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), n 9.394, 
20 de Dezembro de 1996, e pela Constituição Federal. Foi um fato histórico, 
conquistado após muitos anos de questionamento sobre o tema. A lei é um 
instrumento importante para garantir a inclusão, visto que delineia a educação 
brasileira, apresentando um capitulo especialmente dedicado a educação especial. 
Para Voivodic (2004), o conceito de inclusão muitas vezes parece renomear o 
conceito de integração. O que geralmente ocorre é que o aluno com deficiência vai 
para a classe regular de ensino, desde que se enquadre aos pré-requisitos. 
Contudo, a inclusão requer participação. Portanto, integração significar integrar, 
formar algo num todo unificado. Significa compreender, fazer parte ou participar de 
algo. Logo, a inclusão é diferente da integração, uma vez que incluir é fazer parte, e 
o homem necessita participar, ou seja, sentir-se parte de. 
Não podemos esquecer que a inclusão escolar, não se refere somente às 
pessoas com alguma deficiência visível, mas a todas, sem restrições, pois ninguém 
é igual a ninguém. E esta educação de qualidade a qual a inclusão diz respeito, 
objetiva-se pela permanência e acesso dos estudantes sem que existam critérios de 
seleção, enfim, uma escola acolhedora. 
A tarefa de colocar em prática uma boa educação inclusiva, não é nada fácil, 
masum sonho possível, que pode ser alcançado pela equipe escolar em conjunto 
com a sociedade, através da prática do diálogo constante, para que o trabalho que 
se pretende atingir seja efetivado. Até porque, a verdadeira função da escola é 
incluir, respeitando sempre a diversidade humana, sem perder de vista a qualidade 
na educação. 
 
 
20 
 
Capitulo II: A família 
 
2.1 Família e o Down 
 
A Síndrome de Down constitui uma das anomalias cromossômicas mais 
comuns. O impacto de receber um filho com necessidades especiais influencia as 
relações familiares, provocando uma profunda instabilidade nessa estrutura, 
alterando, assim, o cotidiano familiar. 
Segundo (CARSWELL, 1993), assim é com relação à evidência do impacto 
psicológico causado pela notícia da deficiência ou malformação do filho, sobretudo 
nos membros adultos da família, independentemente do período em que isso 
acontece, ou seja, durante a gestação, imediatamente após o nascimento ou algum 
tempo depois. Embora se possa identificar a vivência de diversos sentimentos pelos 
pais e mães, a reação de choque, a culpa, a raiva e a tristeza são comuns a todos. 
Já frente aos irmãos, a notícia da deficiência parece ter um efeito menos dirigido 
para a desestruturação psicológica, sendo poucas as manifestações de sentimentos 
extremos, ficando apenas no nível da tristeza, quando a notícia é revelada à família. 
A notícia deve ser repassada de forma que não comprometa a estrutura psicológica 
dos membros, pois isso pode gerar constrangimentos na busca por ajuda de 
profissionais especializados no acompanhamento deste filho. 
 A falta de informações é uma das maiores queixas encontradas entre a 
família, ou o diagnóstico tardio. Muitas delas descobriram o problema do filho, 
através de amigos, vizinhos, na rua ou em uma visita ao pediatra, devido a outro 
problema qualquer, mas raramente no hospital, precocemente, após o parto. Os pais 
dessas crianças sentem que são abandonados devido à falta de informações iniciais 
adequadas, bem como o atraso em dizer que a criança tem Síndrome de Down, 
justamente quando é mais necessária a ajuda para reagrupar os fragmentos das 
suas vidas. 
É certo afirmar que o aparecimento de sentimentos de revolta seguido de um 
período de luto, ocorre na família antes da aceitação da síndrome da criança, que 
posteriormente é seguido de uma afetividade que vem a favorecer na criança a 
autoconfiança proporcionando na mesma a independência e autonomia. Certamente 
com o passar do período de dificuldades que a família acarreta com a notícia da 
21 
 
Síndrome de Down no filho que veio a nascer, a afetividade torna-se uma aliada no 
que se diz respeito, a saber, lidar com a síndrome, pois a criança ao sentir esse 
amor incondicional sente-se mais segura para a sua busca pela autonomia (BOFF, 
CAREGNATO, 2008). 
 
2.2 Preparação e Superação 
 
É de suma importância que os pais sejam atendidos logo após o nascimento 
da criança portadora da Síndrome de Down e que recebam orientações sobre a 
deficiência, sobre o seu possível desenvolvimento, sobre o prognóstico médico em 
termos de expectativa de vida e como lidar com ela, pois somente assim a 
ansiedade da família diminui significativamente e facilita a busca pela inserção da 
criança na sociedade. 
É nesta constante incerteza das famílias que possuem crianças portadoras da 
Síndrome de Down que: [...] é importante a explicação em linguagem simples sobre 
o processo pelo qual a criança Down é gerada e os problemas associados com seu 
desenvolvimento (CARSWELL, 1993, p.3). 
Aos pais devem ser dadas orientações práticas e regulares sobre 
alimentação, estimulação, cuidados especiais e gerais, para que então, suas 
atitudes de desespero sejam convertidas em ações positivas e construtivas. Ao 
aderirem ao tratamento de estimulação, perceberão os benefícios, e isso alterará os 
sentimentos dos pais, que sentirão mais autoconfiantes e seguros, sentimentos que 
são incompatíveis com os da depressão e ansiedade. Por outro lado, a 
desinformação pode manter expectativas irreais que interferem na adesão adequada 
ao tratamento, pois muitas vezes, a família se desespera, por achar que essa 
síndrome resume-se a obstáculos sem soluções. Em alguns casos, devido ao 
desconhecimento e ao medo de lidar com a síndrome, algumas famílias tem, até 
mesmo, a atitude de optar pelo aborto. 
Também a sociedade tem uma forte influência sobre o portador da Síndrome 
de Down, sendo assim: [...] pressões sociais geram sentimentos desagradáveis e 
podem promover o isolamento social, uma vez que são respostas comportamentais 
fortemente controladas pela comunidade verbal. Assim, conhecimento e sentimentos 
são fatores preponderantes para a adaptação da família (DESSEN, 2006). 
22 
 
Por tudo isto, a família encontra dificuldades de lidar com essa criança 
deficiente resultando assim em um bloqueio para inserir o mesmo na sociedade 
como ressalta (VOHLK, et. al, 2006).É de suma importância que a criança portadora 
esteja inserida em um lugar propício para o seu desenvolvimento cognitivo e social, 
pois somente assim conseguirá atingir um alto grau de autonomia e conviver na 
sociedade com um elevado grau de autoestima. Percebe-se então, que o tratamento 
vem a facilitar a inserção dessa criança no ambiente social, juntamente com o 
ambiente familiar. 
O grande suporte para que a criança sinta-se apoiada e encaminhada para 
uma vida social é primeiramente a própria família, para que a mesma possa 
vivenciar experiências que venham a garantir o desenvolvimento de suas 
capacidades. A família é o universo fornecedor de condições para que o processo 
de construção equilibrado e harmonioso proporcione à criança meios de se 
individualizar e florescer como ser único no mundo (RAMOS et. al, 2006).O medo 
que a família apresenta logo no início da convivência com o filho portador da S.D. 
impossibilita que haja momentos prazerosos entre os mesmos, pois as chances de 
esperança diminuem e barreiras são postas diante desse relacionamento pela 
insegurança e falta de informação (SOUZA & BOEMER, 2003). 
Ainda de acordo com o que afirma Rodriguez (2006), o ambiente em que a 
criança portadora da Síndrome de Down convive, deve ser constantemente 
estimulador e a família deve estar constantemente atenta para o seu papel de 
fornecedora desses estímulos, pois quando todos agem em conjunto, os 
profissionais que mantém contato com a criança e a família, os resultados podem 
ser significativos e a criança deficiente chega a um nível elevado de suas 
capacidades. As famílias, ao receberem a notícia de que seu filho é portador da 
Síndrome de Down, necessitam de segurança, apoio, confiança e dignidade, 
fazendo com que não fujam da realidade, mas enfrentem-na e construam algo, pois 
precisam de amor e ternura, para garantirem a cordialidade, a compaixão e a 
humanidade das pessoas (RAMOS et. al, 2006). 
Certamente com o passar do período de dificuldades que a família acarreta 
com a notícia da Síndrome de Down no filho que veio a nascer, a afetividade torna-
se uma aliada no que se diz respeito, a saber, lidar com a síndrome, pois a criança 
ao sentir esse amor incondicional sente-se mais segura para a sua busca pela 
autonomia (BOFF, CAREGNATO, 2008). 
23 
 
O impacto das alterações provocadas pela síndrome deve ser de 
conhecimento dos profissionais, para que a implementação de programas 
específicos possa ter maior alcance, considerando que a família tem um importante 
papel na inserção da criança em seu contexto sociocultural (VOHLK, et. al, 
2006).Para Júnior e Messa (2007), o nascimento de uma criança com deficiência 
confronta toda a expectativados pais. Quando a família é acometida por uma 
situação inesperada e os planos de um futuro brilhante para essa criança são 
abdicados, a família passa por um processo de crise, de superação, até chegarem à 
aceitação. 
Segundo Coll, et. al, (2004), ter um filho é um dos acontecimentos mais vitais 
para um ser humano. Os vínculos afetivos entre pais e filhos normalmente são 
intensos como as emoções que se põem em jogo. Por esta razão, é de suma 
importância que haja vínculos afetivos entre os pais e as crianças portadoras da 
Síndrome de Down, pois essa afetividade vem a promover na criança uma 
autoconfiança para conviver no ambiente social. Diante de todas essas dificuldades, 
é preciso ressaltar que muitas famílias conseguem altos níveis de adaptação e de 
satisfação. São muitos os pais que acompanham o crescimento de seus filhos com 
necessidades especiais com verdadeiro entusiasmo, embora sempre exista um 
fundo de preocupação (COLL, 2004 et. al, p. 331). 
Vê-se que as famílias que tem mais facilidade de aceitação, são as famílias 
que possuem um alto poder aquisitivo, pois as mesmas têm mais acesso a 
profissionais mais qualificados para atender suas necessidades. Já as famílias com 
baixo poder aquisitivo encontram mais dificuldades de acesso a esses profissionais. 
Compreender que um filho tem uma deficiência é um processo que vai além do mero 
conhecimento do fato. Como qualquer acontecimento doloroso, a assimilação dessa 
situação leva um tempo e, em alguns casos, nunca chega a ser completa (COLL, et. 
al, 2004). 
Para Lervolino (2005), na verdade, há similaridade e diferenças na frequência 
de atividades e na participação das interações entre pais e crianças, mostrando que 
há a necessidade de incluir o pai como também os irmãos nas interações familiares 
e na colaboração interativa com o portador de Síndrome de Down. Por mais que os 
pais tentem interagir com a criança sempre haverá um obstáculo para o irmão do 
mesmo conseguir se aproximar ou mesmo apresentá-lo ao seu meio social e esses 
24 
 
pais serão uma ligação para que ocorra essa interação entra o meio social e os 
parentes dessa criança portadora (LEVORLINO, 2005). 
A família é uma unidade bio-sócio-cultural constituída de pessoas ligadas por 
laços afetivos que interagem entre si, ou com outros grupos, repassando 
absorvendo crenças e valores, que resultem num referencial com significações que 
influenciam o pensar e o agir diante de fatos e experiências vividas (CONTIM; 
CHAUD; FONSECA, 2005). 
De tal forma os laços afetivos que envolvem os membros da família e a 
interação que os mesmos manténs entre si e com outros grupos sociais, contribuem 
com crenças e valores que resultarão em influências no pensar e agir diante das 
experiências vividas (CONTIM; CHAUD; FONSECA, 2005). Embora as primeiras 
manifestações emocionais, surgidas na família, sejam inevitáveis, percebe-se um 
conformismo em relação à nova situação, havendo uma gradativa aceitação da 
mudança. Assim, a crise inicial é superada e os membros atingem um equilíbrio e 
um padrão predominantemente de resposta afetiva à criança afetada, gerando 
sentimentos e manifestações positivas como carinho, orgulho, privilégio, felicidade, 
grandiosidade, grande aprendizado, um ganho, filho amado, filho maravilhoso, vida 
(SUNELAITES; ARRUDA; MARCOM, 2007). 
Baseado no mesmo autor, ao se atingir um equilíbrio logo após as emoções 
manifestadas ao saber da existência da Síndrome de Down no filho, inicia-se uma 
fase de conformismo e o reequilíbrio é recuperado gerando sentimentos e 
manifestações positivas. Esse reequilíbrio vai garantir à criança uma melhor 
adaptação ao ser inserida no ambiente social, pois a família é a base para que a 
criança inicie seu processo de autoconfiança resultando assim numa melhor 
adaptação ao meio social. 
 
2.3 Família, escola e aluno Down 
 
A primeira experiência de vida a criança terá no seio familiar, sendo este o 
primeiro grupo social com qual ela manterá contato. Ali ela vivenciará noções 
básicas de crescimento e de aprendizagem, inserindo-se assim no mundo com 
situações informais de educação. 
O ambiente familiar é o principal fator para que crianças com síndrome de 
Down, em seus primeiros anos de vida, tenham um bom desenvolvimento 
25 
 
emocional, cognitivo e social. E são essas primeiras experiências emocionais e de 
aprendizagem com os pais, que irão ajudar a formar a identidade da criança. 
Muitas vezes com a notícia do nascimento de um bebê com síndrome de 
Down, a estrutura familiar fica abalada, pois se construiu toda uma expectativa para 
a chegada desta criança. E também, por não estarem bem informados, os 
resultados são frustrantes, podendo até comprometer a ligação afetiva desta com os 
pais. A esse respeito Voivodic nos fala: 
 
Para uma intervenção familiar, precisam ser levadas em conta as 
informações relacionadas às características da criança, assim como torna-
se necessário mudar as percepções dos pais a respeito das necessidades 
da criança, reavaliando suas crenças e valores. Também não se pode 
esquecer de considerar fatores que protegem as famílias dos impactos 
negativos na criação de seus filhos com atraso no desenvolvimento, tais 
como: propiciar melhores relações familiares, criar estilos de reação 
adequados ante ao estresse, ampliar a rede de apoio aos pais, que são 
aspectos importantes na mediação para enfrentar com êxito o problema. 
(2004, p. 55) 
 
Os pais devem ter a consciência do esforço que terão que fazer para superar 
toda essa dicotomia sobre o filho com a síndrome de Down. É um trabalho intenso 
que requer força de vontade para superar as barreiras do preconceito e da 
desinformação. Normalmente, a superação destas barreiras resulta do trabalho em 
conjunto com profissionais especializados, da área da saúde e da educação, 
orientando os pais no que diz respeito ao “cuidar” de seus filhos. Muito sabiamente 
D’Antino (1998) apud Voivodic (2004, p. 57) nos coloca: 
 
“Acredito, porém, que quanto mais bem estruturada emocionalmente for a 
família, com relações afetivas satisfatórias, convivências de trocas 
verdadeiras, e quanto mais precocemente puder ser orientada, tanto maior 
será sua possibilidade de reestruturação e redimensionamento de funções e 
papéis e, consequentemente, de facilitação do processo de 
desenvolvimento de seu filho, na totalidade do ser” (D’ Antino, 1998:35). 
 
A conscientização e informação dos direitos e deveres da família refletem, 
imediatamente, na maior independência e segurança da criança com síndrome, para 
poder crescer com autonomia e enfrentar os obstáculos que surgirão em seu 
caminho. 
Quando os pais participam da vida escolar de seus filhos, incentivando a 
leitura, na ajuda da realização das tarefas escolares, nos eventos que são 
promovidos pela escola, eles sentem que são valorizados e com isso motivam-se a 
dedicar-se mais e mais nas propostas que lhes são oferecidas. 
26 
 
Os pais devem estar cientes das metas impostas pela escola para seus 
filhos, como também podem opinar tirar suas dúvidas e, acima de tudo, saber ouvir. 
Assim como a escola também tem o direito e o dever de expor os objetivos e as 
perspectivas para com seus alunos no processo de inclusão. É sempre muito 
produtivo e enriquecedor que a família do aluno com síndrome de Down e a escola 
mantenham um diálogo aberto e esclarecedor. Com isto, busca-se uma parceria 
escola-família, com resultados positivos para o bom andamento do processo de 
desenvolvimento da aprendizagem e para uma verdadeira inclusão do aluno Down 
no ensino fundamental. 
 
 
 
27 
 
Capitulo III: Processo Ensino Aprendizagem do Aluno Down 
 
3.1 ComportamentoAs crianças com síndrome de Down, não apresentam um perfil fixo, onde 
todos exibem o mesmo comportamento. Umas são mais agressivas, outras mais 
pacíficas e o mesmo acontece com a aprendizagem. Porém, o que é bem comum 
nas crianças com Down, é que todas apresentam algum tipo de dificuldade na fala, 
na visão ou em sua motricidade. Mas estas características não influenciam no modo 
de aprendizado delas de maneira igual, pois não podemos dizer que todas terão a 
mesma dificuldade ou facilidade em relação às aprendizagens, pois cada um é um. 
A inclusão destes alunos em escola regular deve ser com qualidade, com real 
investimento em suas habilidades, pois as crianças que apresentam algum tipo de 
deficiência, precisam de um olhar mais aprimorado, bem como a adequação do 
professor, que deverá promover planos de estudos adaptados, conteúdos e 
atividades flexibilizados, facilitando assim, seu melhor rendimento, e ainda assim, 
algumas vezes estes alunos vão precisar de apoiadores, por que as deficiências, 
podem se apresentar em maior ou menor grau. Fantinato (2014, p 11 e 12) afirma 
que, 
Os professores devem basear o seu fazer pedagógico 
reconhecendo e desenvolvendo as diferentes inteligências dos alunos, 
valorizando os estilos de aprendizagem, complementando e estimulando 
aprendizagens diferentes. Valorizar a diversidade de culturas, as várias 
formas de ver o mundo, de se expressar e de se relacionar com a 
comunidade escolar são mudanças necessárias para que a escola 
desenvolva a aprendizagem da convivência, do respeito e da tolerância, 
cumprindo assim com o que prevê a Lei de Diretrizes e Bases – LDB 
9.394/96 em seu artigo 1º. 
 
Assim o autor fortalece os fatores ligados diretamente à escola e aos 
professores, ressaltando que o comportamento da criança com síndrome de Down, 
pode variar, até porque, ela é única, assim como todas as outras crianças. Deste 
modo, o perfil desta criança é que vai ditar como será a sua aprendizagem, pois 
muitas crianças com síndrome de Down apresentam características singulares, 
sendo elas cognitivas ou físicas e muitos podem ter as duas, em maior ou menor 
grau, como ditas anteriormente. 
Um dos fatores que facilitam a aprendizagem da criança com síndrome de 
Down é a forte habilidade de aprendizagem visual que eles possuem, conseguindo 
28 
 
aprender usando sinais e gestos visuais como apoio, bem como observam o 
comportamento e as atitudes dos colegas e adultos e assim as praticam 
favorecendo o processo de ensino-aprendizagem destes indivíduos. 
Porém, existem alguns fatores que inibem a sua aprendizagem, como 
veremos mais adiante. Nestes casos a intervenção do professor é fundamental para 
criar estratégias que minimizem estes fatores garantindo as condições deste aluno 
de aprender de igual modo. O atendimento individualizado no AEE, também é um 
dos fatores que auxiliam o processo de aprendizagem destes alunos. Sobre este 
assunto, Brasil nos esclarece que: 
 
As políticas destinadas à educação inclusiva direcionam suas ações para o 
atendimento de questões específicas, mas é importante que os professores 
saibam que o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superlotação não é atribuição somente dos professores que 
atuam no AEE. O professor de ensino regular deverá planejar suas aulas 
considerando os direitos de aprendizagem dos alunos e realizando um 
trabalho articulado com seus colegas que atuam no AEE, ou seja, trata-se 
de uma proposta de trabalho que envolve a escola, um trabalho em equipe. 
(Brasil, 2014, p.16) 
 
Assim, com estes suportes dentro da escola, com planos adaptados, os 
melhoramentos aos alunos com deficiência, vêm facilitando a aprendizagem das 
crianças com Down. Um dos fatores que facilitam a aprendizagem da criança com 
síndrome de Down é a forte habilidade de aprendizagem visual que eles possuem, 
conseguindo aprender usando sinais e gestos visuais como apoio, bem como 
observam o comportamento e as atitudes dos colegas e adultos e assim as praticam 
favorecendo o processo de ensino-aprendizagem destes indivíduos. 
Mas, apesar da criança com Down ser ótima na sua observância visual, a 
maioria delas precisa de óculos porque possuem deficiência visual e isso acontece 
já bem cedo, muitas ainda bebês, precisam do uso de óculos como uma ferramenta 
fundamental para o favorecimento de sua aprendizagem escolar. 
Diante disto, se faz necessário à instituição saber que existem leis que 
asseguram este direito, como expressa a Constituição de 1988, em seu capítulo VIII, 
da Ordem Social, na seção II, referente à Saúde, o artigo 196, define que a "saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantindo medidas políticas sociais e 
econômicas, que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”, garantido aos pais, que seu filho deve receber tratamento com 
29 
 
profissionais especializados, onde a criança é examinada, como no caso da visão, 
se existe a possibilidade de melhorar através do uso constante de óculos ou o que 
deve ser feito. 
Algumas crianças apresentam uma deficiência visual tão severa que precisam 
de cirurgia. O professor deve, então, observar as características da baixa visão, para 
então, facilitar a aprendizagem desse aluno. E este olhar atento deve ser 
aprofundado para que o aluno não tenha prejuízos maiores em relação a sua visão, 
pois a partir daí, inúmeras estratégias devem ser aprimorados no ambiente da sala 
de aula, tudo em função de contribuir com que essa criança aprenda e tenha 
maiores possibilidades. Já outros, apresentam outras deficiências, como a 
dificuldade auditiva, que é percebida principalmente nos primeiros anos da criança, 
também precisando de adaptações e um bom planejamento para facilitação do 
ensino-aprendizagem deste aluno. 
Outros apresentam atrasos nas mobilidades motoras, sendo possível 
observar estes movimentos diferenciados, e, esta falta da motricidade, 
principalmente a fina, muitas vezes pode atrapalhar a aquisição das habilidades 
escritas. A criança com síndrome de Down apresenta grande hipotonia, originária do 
sistema nervoso central, afetando toda a sua musculatura e a parte ligamentar da 
criança (dificuldade para sugar, engolir, sustentar a cabeça e os membros). Por esse 
motivo, a criança apresentará significativamente, poucos movimentos do corpo e 
segundo Schwartzman (1999) essa hipotonia contribui muito para o atraso motor, o 
que pode interferir em outros aspectos como na sua aprendizagem, pois a 
exploração do ambiente é essencial para que a criança construa o seu 
conhecimento de mundo. 
Novamente entra a questão do apoio à criança com inclusão às adaptações 
curriculares, a flexibilização dos conteúdos e estratégias na sala de aula, entre 
outras, que a criança com Down precisa, como consta no artigo 59, inciso 1, das 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, pela 
dificuldade na fala, linguagem, visão e motora. Isso tudo, quando não observado, 
acarreta prejuízos ao ensino-aprendizagem. Algumas têm dificuldades em 
compreender instruções dadas, podem apresentar distúrbios de concentração, 
sendo facilmente distraídos e, isso também é um agravante para elas, pois um dos 
fatores que permeiam bastante essa deficiência é a dificuldade que apresentam em 
consolidar as suas habilidades adquiridas. Ou seja, a capacidade de aprender ou 
30 
 
reter uma nova informação para crianças com síndrome de Down pode variar de um 
dia para o outro, podendoinstruir-se bem num dia e já no outro, não saber tão bem 
assim. 
Diante dos estudos realizados é possível perceber que existem 
comportamentos diferenciados nas crianças com síndrome de Down e esses 
comportamentos vão variar de acordo com o nível de desenvolvimento de cada 
criança. Sabendo disto, cabe o encorajamento a elas, pois terão que enfrentar 
outras dificuldades. Mas o que se realmente se deseja, é que estas crianças 
consigam viver suas vidas cotidianas realizando as atividades corriqueiras, como 
falar, se expressar e ouvir de forma satisfatória. De modo a tornarem-se cidadãos 
mais capazes, mesmo diante de suas limitações, no processo de ir além das 
mesmas. Sobre esta explanação, Gadotti (1995, p. 18) afirma que: 
 
A educação tem importante papel no próprio processo de humanização do 
homem e de transformação social, embora não se preconize que, sozinha, a 
educação possa transformar a sociedade. Apontando para as possibilidades 
da educação, a teoria educacional visa a formação do homem integral, ao 
desenvolvimento de suas potencialidades, para torná-lo sujeito de sua 
própria história e não objeto dela. 
 
É isso que devemos ter em mente quando pensamos na educação, que estas 
crianças consigam estar inseridas na sociedade, participando com igualdade, sendo 
oportunizadas as vagas oferecidas em estabelecimentos de ensino por seu valor e 
não apenas pelo cumprimento às leis. 
Como vimos até aqui, não é tarefa fácil, assumir essa missão de auxílio a 
estes alunos, pois além de envolver muito estudo, conhecimento, amor, paciência, 
ainda precisou contar com o auxílio dos pais, e encorajá-los nesta participação, pois 
muitas vezes acham que a escola é um depósito de crianças e só o fato de estarem 
nela, já é suficiente. 
 
31 
 
3.2 Ensino Aprendizagem 
 
Durante muito tempo, não se acreditava que um indivíduo com síndrome de 
Down fosse capaz de ter um desenvolvimento cognitivo. Essa crença era mantida, 
pois elas eram rotuladas como inferiores e doentes, devido as suas dificuldades na 
linguagem, autonomia, motricidade. Por esses motivos eram excluídas do convívio 
social. Hoje, apesar das várias informações acessíveis sobre a síndrome de Down, o 
preconceito e o rótulo ainda estão presentes; entretanto, os estudos comprovam que 
o portador da síndrome de Down pode se desenvolver como uma pessoa 
considerada normal. Porém, o seu processo de desenvolvimento é um pouco mais 
lento, devido ao fato de apresentarem lesões no sistema nervoso, o que 
consequentemente irá prejudicar o seu aprendizado. 
O trabalho pedagógico com estas crianças deve, essencialmente, respeitar o 
ritmo de desenvolvimento e aprendizagem delas, a fim de proporcionar uma 
estimulação adequada de suas habilidades, com programas que devem ser criados 
de acordo com as dificuldades e limitações de cada uma. Embora os danos 
neurológicos afetem qualquer área do funcionamento cerebral, as dificuldades que 
mais causam deficiências acadêmicas são aquelas que afetam a audição, visão, fala 
(linguagem), leitura, escrita, as habilidades motoras finas e o raciocínio lógico 
matemático. 
Outro motivo da falta de aprendizagem do portador de síndrome de Down é o 
déficit de atenção, que desde os primeiros anos de vida prejudica o seu 
envolvimento em tarefas, assim como na maneira de explorar o meio que o cerca. 
Além disto, as crianças com síndrome de Down, não conseguem acumular 
informações na memória auditiva e na memória em longo prazo, o que irá prejudicar 
o processamento da linguagem, interferindo na elaboração de conceitos, na 
generalização e no planejamento de situações. 
É possível verificar com frequência que as crianças com síndrome de Down, 
conseguem emitir a maioria dos sons da língua materna, mas quando isso é 
combinado em frases mais longas, os sons se tornam imprecisos, ou muitas vezes 
são omitidos, pois elas, geralmente utilizam padrões fonológicos imaturos por um 
tempo mais longo do que as crianças sem atraso. O adulto, ao conversar com a 
criança, que está no processo de aquisição da linguagem, deve usar frases mais 
simples, curtas e concretas, porque a criança, com deficiência no processamento da 
32 
 
linguagem, nem sempre compreende o que lhe é dito. Sua resposta a algumas 
questões podem ser inapropriadas, ou ela pode não ser capaz de seguir instruções 
de uma forma confiável, por exemplo, dar um recado por completo. 
 A educação especial e o apoio de profissionais adequados são essenciais 
para o desenvolvimento da criança com síndrome de Down, uma vez que, por 
possuírem deficiências de processamento da linguagem, não conseguem aprender 
pelos métodos convencionais. 
Portanto, para dominarem a leitura e a escrita, a criança com síndrome de 
Down precisa de materiais específicos e de profissionais como fonoaudiólogo, que 
irá identificar essa dificuldade, orientando os pais e professores sobre o melhor 
método para ser utilizado no processo de aprendizagem dessa criança. Entretanto, 
mesmo recebendo auxílio do fonoaudiólogo e outros profissionais, a criança com 
síndrome de Down necessitará de um tempo maior para comunicar-se com um bom 
vocabulário. 
Além da linguagem, a criança com síndrome de Down tem dificuldades nos 
conceitos matemáticos. Apesar de serem poucas as pesquisas sobre este assunto, 
os estudos comprovam que os portadores da síndrome apresentam mais 
dificuldades na aquisição das habilidades matemáticas do que das habilidades de 
leitura e escrita. Essa dificuldade pode estar relacionada à idade cronológica da 
criança, que é diferente da idade biológica, ou seja, ela não possui estratégias 
espontâneas, tendo muitas dificuldades em resolver problemas, encontrar soluções 
e compreender conceitos abstratos. 
A dificuldade em matemática também pode estar relacionada ao atraso da 
linguagem, no processamento auditivo e na dificuldade de memória a curto prazo, 
pois alguns estudos indicam que as crianças com dificuldades de aprendizagem, 
não conseguem lidar com cálculos básicos; elas não conseguem memorizar 
fórmulas, regras e fatos, além de não compreenderem a relação entre números e 
objetos, pois o ensino da matemática está focado na resolução de problemas, 
seguindo determinadas regras e fórmulas, que devem ser memorizadas, de tal 
modo, que a prática do ensino vai privilegiar a memorização, ao contrário da 
compreensão, deixando assim sem sentido o aprendizado da matemática. 
KAMII (1999), diz que o ensino do número não é diretamente ensinável e o 
meio ambiente pode colaborar indiretamente, facilitando o desenvolvimento do 
conhecimento lógico-matemático, ou seja, o ensino indireto pode variar do ato de 
33 
 
encorajar as crianças nas relações sociais, até solicitar que quantifiquem, comparem 
e relacionem objetos com a quantidade, compreendendo assim, os conceitos 
básicos de números e as relações da vida real. O processo de alfabetização do 
aluno com Down não é uma tarefa fácil, mas atualmente, já foge daqueles métodos 
antigos que se limitam ao uso de cartilhas, onde a ênfase era a associação de 
elementos sonoros e gráficos. Hoje, muitas escolas fazem uso dos estudos de 
Emília Ferreiro e seus colaboradores, a respeito das hipóteses que a criança tem 
sobre a escrita, passando a ver a alfabetização como um processo de apropriação 
pessoal da criança sobre como se escreve e lê. Para isso ela observa, interioriza 
conceitos, duvida deles, reelabora, até que chega ao código alfabético utilizado pelo 
adulto. O professor também deve ter uma formação profissional de qualidade que 
venha trazer benefícios ao aluno. É importante que o aluno comece compreender a 
importância da escrita, entender a relação entre a oralidade e aescrita, bem como 
suas regras. E nada melhor do que iniciar com palavras significativas para ele, como 
seu nome, o dos colegas, dos familiares e outras mais 
Cada criança com síndrome de Down possui um ritmo e uma forma de ser 
alfabetizada; aos professores cabe identificar um método que se adapte a este ritmo 
de aprender. E segundo Silva, os professores: 
 
Deverão, também, prepará-lo para a alfabetização, que se iniciará 
posteriormente quando a criança for capaz de descrever objetos e ações; 
discriminar sons; identificar semelhanças e diferenças entre sons iniciais e 
finais de palavras; identificar símbolos gráficos; articular fonemas 
corretamente; estabelecer relações simples entre objetos; combinar 
elementos concretos para a formatação de conjuntos; organizar, 
perceptivamente, sequências da esquerda para a direita; utilizar conceitos 
nas áreas de relações tempo-espaciais; participar de atividades lúdicas; 
seguir e dar instruções simples; estabelecer relações símbolos e 
significados; participar de conversas; organizar ideias em sequência lógica; 
demonstrar controle muscular; reconstruir ações passadas e prever ações 
futuras; demonstrar criatividade e estabelecer pensamento crítico. (2002 
s.p.) 
 
Ao frequentar a escola comum, a criança com síndrome de Down irá adquirir, 
aos poucos, conhecimentos específicos e mais complexos. Conhecimentos esses 
que mais tarde serão exigidos pela sociedade em que está inserida, que também 
são indispensáveis para a formação social e individual de qualquer ser humano. 
Para que a aprendizagem aconteça, deve ser através de momentos 
prazerosos e de forma facilitada. Não devemos apresentar à criança com síndrome 
de Down, informações que serão trabalhadas de uma forma mecânica ou isolada e 
34 
 
também o atendimento deve ocorrer de forma gradual e parcial, pois estas crianças 
não conseguem absorver um número muito grande de informações. 
Essa evolução gradativa da aprendizagem deve ser respeitada e o seu 
desenvolvimento deverá ocorrer nas situações diárias da criança. É importante que 
o professor faça um planejamento adequado, sem exigir do aluno atividades que ele 
não consiga realizar e também, sem pular etapas, permitindo assim, que a criança 
internalize e desenvolva aspectos afetivos, sua autonomia, os processos cognitivos, 
e sua espontaneidade. Para Silva: 
 
O trabalho com a criança deve se centrar no contato e interação com o 
outro e as eventuais complementações das atividades pedagógicas 
desenvolvidas devem ser informais, através do jogo espontâneo, da relação 
com o colega e com o material adequado. Assim, de forma agradável e 
prazerosa a criança vai desenvolvendo atividades físicas, emocionais e 
cognitivas que possibilitam a elaboração do pensamento. (2002 s.p) 
 
Pode-se observar, que crianças com síndrome de Down também demonstram 
uma evolução desarmônica e movimentos estereotipados, mas que, através de um 
planejamento psicomotor bem direcionado pelo professor e pelos demais 
profissionais, como fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicólogo, que estão envolvidos 
neste processo, esta defasagem será compensada, através de experiências que 
serão fundamentais para sua inclusão no ensino fundamental. 
Desde pequena, a criança deve ser estimulada a descobrir seu corpo, 
identificando quais as funções de cada parte, perceber as sensações que ele 
provoca. Em vista disso, a atividade física é tida como um grande aliado no trabalho 
para crianças com síndrome de Down, nas escolas regulares. Isto porque 
proporciona um grande desenvolvimento e amadurecimento da motricidade, que 
servirá de base para as outras aquisições, que o aluno irá adquirir por meio de 
experiências praticadas. São palavras de Silva: 
 
Funções como capacidade de dissociar movimentos, individualizar ações, 
organizar-se no tempo e no espaço e coordenação motora servem de base 
para desenvolver atividades específicas. Assim são fundamentais as 
aquisições, a descoberta do corpo e de seus seguimentos, a relação do 
corpo com objeto, o espaço entre corpo e objeto entre outros, sendo esse 
pano de fundo de todas as aprendizagens. (2002, s.p) 
 
O professor deve ter em mente que um bom currículo é aquele que atende às 
necessidades e também considere as características de um aluno Down. E deve ser, 
a partir destas necessidades e características, que algumas técnicas sejam 
35 
 
escolhidas, motivando a criança a ficar atenta no ambiente de aprendizagem. Por 
exemplo, utilizar o lúdico como uma ferramenta de trabalho, pois é algo muito 
atrativo, não só para crianças com síndrome de Down, mas também para crianças 
sem necessidades educativas especiais, permitindo um desenvolvimento mais 
amplo e estimulando diversas áreas: cognitivas, afetivas, e sociais. 
O despreparo dos professores em trabalhar com crianças portadoras de 
deficiências, ainda é uma constante, pois ele terá que romper com algumas barreiras 
que o distanciam deste novo desafio. O preconceito, a intolerância, o medo de 
aceitar o novo. O papel do professor diante desta novidade é aprender a aprender, 
para que esta nova experiência ajude-o a repensar sua profissão, com formas 
distintas de enfrentar este longo e inacabado caminho a ser percorrido, onde no 
final, a aprendizagem se torne algo prazeroso para todos que por ela passar. 
Voivodic (2004) nos descreve o resultado de uma pesquisa feita em escolas 
regulares da rede pública de Natal, sobre a inclusão. A investigação mostrou que a 
maioria dos professores, além de mostrarem certa preocupação com o trabalho a ser 
feito para que crianças com síndrome de Down sejam inclusas no ensino regular, 
também se sentem otimistas, pois essa integração é benéfica tanto para os alunos 
com síndrome, que se sentem mais desafiados a evoluir socialmente, verbalmente, 
emocionalmente, quanto para os demais alunos que ao conviverem com a 
integração, aprenderam a ter uma visão menos preconceituosa. E a escola é 
desafiada a romper barreiras estruturais e raciais. Ainda conforme Voivodic: 
 
As pesquisas apresentadas mostraram que, quando a criança com SD 
frequenta escolas regulares têm ganhado significativos não só em seu 
desenvolvimento social, mas também em seu desenvolvimento cognitivo. 
Também foi constatado que não houve prejuízo para as crianças que não 
tem deficiência por estarem na mesma situação com crianças com DM. 
Outro ponto ressaltado pelas pesquisas é a importância da mediação para o 
sucesso do processo de inclusão. (2004, p. 64) 
 
É evidente neste contexto, o importante trabalho do professor, respeitando as 
diferenças existentes, estimulando a troca entre seus alunos, promovendo atividades 
em grupo ou individuais. Caminhando assim, para uma efetiva inclusão dos alunos 
com síndrome de Down no ensino fundamental. A Declaração de Salamanca, em 
seu item 8, nos fala que: 
 
36 
 
Dentro das escolas inclusivas, crianças com necessidades educacionais 
especiais deveriam receber qualquer suporte extra requerido para 
assegurar uma educação efetiva. Educação inclusiva é o modo mais eficaz 
para construção de solidariedade entre crianças com necessidades 
educacionais especiais e seus colegas. O encaminhamento de crianças a 
escolas especiais ou a classes especiais ou a sessões especiais dentro da 
escola em caráter permanente deveriam constituir exceções, a ser 
recomendado somente naqueles casos infrequentes, onde fique claramente 
demonstrado que a educação na classe regular seja incapaz de atender às 
necessidades educacionais ou sociais da criança ou quando sejam 
requisitados em nome do bem-estar da criança ou de outras crianças. 
 
Diante disso, podemos ver que não há mais como voltar ao tempo que todas 
as crianças com necessidades especiaiseram logo encaminhadas para escolas 
especiais (APAE, por exemplo), fazendo com que escola e professores se livrassem 
destas crianças, alegando não terem o preparo necessário para atendê-las. A lei 
hoje garante a esses alunos, o direito a estarem na escola regular, recebendo um 
ensino de qualidade, que respeite as suas individualidades e se for necessário, 
ainda receber atendimento especial, fora do seu turno de estudo e em escola 
especializada. 
37 
 
3.3 Linguagens 
 
Com a notícia da síndrome, os pais, em geral têm um súbito desvio do olhar 
para o futuro que os aguarda. As preocupações referentes à síndrome e o quanto 
ela afetará a vida de seu filho e as suas próprias vidas são imediatas e naturalmente 
esperadas. 
Conforme Schwartzman (2003) existe um desvio do olhar e da atenção dos 
pais em direção oposta à da criança, ou seja, enxergam apenas a Síndrome de 
Down. Logo, a preocupação com os possíveis sintomas, pode iniciar uma 
representação mental negativa do filho como alguém incompetente pela própria 
natureza. 
Segundo o mesmo autor, para aquisição da linguagem e para a constituição 
do sujeito inicialmente depende-se da relação com o outro e interação como esse 
outro (em geral os pais), que pode apresentar alterações emocionais devido ao 
choque do diagnóstico e de imediato esses dois aspectos (a aquisição da linguagem 
e a constituição do sujeito) se encontram num grupo de risco para serem afetados. 
É importante saber que a comunicação não se faz só com palavras, mas 
também com gestos e expressões afetivas. A criança comunica-se com o mundo 
muito antes de falar. O recém-nascido produz vários sons diferentes que não são 
considerados como uma linguagem propriamente dita, mas que não deixam de ser 
formas de comunicação. Essa fase é denominada pré-linguística, ou seja, a fase que 
vem antes da aquisição da linguagem em si. 
Os bebês com Síndrome de Down parecem ser menos responsivos para as 
palavras ditas pela mãe, assim como para estimulações não-verbais, como sorrisos, 
caretas, gestos. Normalmente, eles sorriem e vocalizam menos do que os outros 
bebês. 
A linguagem, segundo Schwartzman (2003) é a área na qual a criança com 
Síndrome de Down demonstra, em geral, os maiores atrasos. Apesar dessas 
dificuldades, em sua maioria, elas fazem uso funcional da linguagem e 
compreendem as regras utilizadas na conversação, porém as habilidades para a 
comunicação são bastante variáveis entre elas. Outro elemento de grande 
importância no desenvolvimento dos processos cognitivos é a atenção. O déficit de 
atenção observado em pessoas com Síndrome de Down pode comprometer seu 
envolvimento em tarefas e na sua maneira de explorar o meio. 
38 
 
Conforme o mesmo autor, a criança pode falar mais claramente, quando imita 
palavras que acabaram de ser ditas por outra pessoa, do que quando ela própria 
tem que lembrar as palavras para dizer o que quer. Por exemplo, a criança pode 
conhecer o nome de vários objetos e até ser capaz de dizê-los quando alguém 
pergunta, mas quando ela precisa se comunicar usando determinado nome dentro 
da frase, a dificuldade aparece. 
É preciso considerar também que a criança apresenta problemas 
articulatórios, ou seja, falar corretamente palavras é uma dificuldade para a maioria 
das crianças com Síndrome de Down. Então, falar em sentenças, mesmo curtas é 
mais difícil do que usar palavras soltas, já que seu problema articulatório aumenta 
quando está elaborando sentenças. 
 
3.3 Currículo e Avaliação 
 
Dentro do processo de ensino aprendizagem do aluno de inclusão é 
necessário o emprego de ferramentas, que venham a proporcionar planejamento e 
efetividade, uma delas o PEI (Plano de Ensino Individualizado). Trata-se de currículo 
adaptado a ser produzido pelo professor e equipe pedagógica da escola com o fim 
de traçar metas que serão fundamentais no processo de desenvolvimento do aluno. 
Quando o educando é assistido por terapeutas (psicólogos, psicopedagogos, 
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos...) é importante que sejam eles 
consultados acerca da construção deste PEI, pois esses profissionais têm condições 
de indicar quais são os métodos que facilitarão o aprendizado do aluno Down. 
No entanto, há de se ressaltar que existe legislação que dispõem acerca da 
necessidade de currículo adaptado e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº13.146/2015) 
veio de encontro com esse entendimento. Veja o que diz o artigo 28: 
 
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem 
como o aprendizado ao longo de toda a vida; 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir 
qcondições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por 
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as 
barreiras e promovam a inclusão plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional 
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, 
para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o 
39 
 
seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a 
conquista e o exercício de sua autonomia; 
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na 
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas 
e classes bilíngues e em escolas inclusivas; 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com 
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a 
aprendizagem em instituições de ensino; 
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e 
técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de 
recursos de tecnologia assistida; 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de 
atendimento educacional especializado, de organização de recursos e 
serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica 
de recursos de tecnologia assistiva; 
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas 
diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; 
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos 
aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em 
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante 
com deficiência; 
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de 
formação inicial e continuada de professores e oferta de formação 
continuada para o atendimento educacional especializado; 
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento 
educacional especializado, de tradutores e intérpretes de Libras, de guias 
intérpretes e de profissionais de apoio; 
XII - oferta de ensino de Libra, do Sistema Braille e de uso de recursos de 
tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos 
estudantes, promovendo sua autonomia e participação; 
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica 
em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas; 
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de 
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à 
pessoa com deficiência nos respectivos campos de conhecimento; 
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos 
e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; 
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e 
demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e 
às atividades concernentes a

Continue navegando