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HÉRNIA HIATAL E DRGE: Definição de DRGE: sintomas incomodativos ou complicações por refluxo do conteúdo gástrico Crônico, com ou sem lesão tecidual, em jovens, pico entre 30-40 anos, impacto econômico Pode ser assintomático até ocasionar danos teciduais à mucosa esofágica EEI deficiente, muitas vezes associado a hérnia hiatal Hérnia hiatal: em 15% da pop, 63-94% dos pacientes com esofagite Classificação da hérnia hiatal: Alterações na fisiologia digestiva alta Compromete função da JEG pode ocasionar DRGE Tipo I = deslizante: JEG migra em direção cefálica pelo hiato esofágico Tipo II = paraesofágica: herniação do fundo gástrico para dentro do tórax sem alterar a JEG Tende a crescer com o tempo, todo o estômago pode migrar para o tórax Poucos efeitos fisiológicos Risco de volvo, encarceramento gástrico, ulceração, perfuração do estômago, mediastinite Tipo III = mista: JEG e fundo gástrico migram pelo hiato esofágico Sintomas: Sensação de queimação retroesternal/pirose 60% Regurgitação refluxo de material ácido misturado a restos alimentares não digeridos até a boca/hipofaringe, sem náuseas, sem contração abdominal Disfagia: + Barret/esofagite grave sinal de alerta Odinofagia, salivação excessiva Pode se assemelhar a angina de peito Sintomas atípicos: rouquidão, tosse crônica, broncoespasmo, asma infecção respiratória de repetição sintomas extraesofágicos Plenitude, saciedade precoce, soluço, eructação Gravidade não tem relação com sintomas, mas sim com quantidade de material refluído, tempo de contato da secreção com mucosa, suscetibilidade, capacidade do esôfago de impulsionar o suco gástrico de volta, composição da secreção Complicações: Esofagite Ulceração indica doença avançada, na junção escamo-colunar, 2/3 melhoram com tt clínico, mas há risco de estenose na cicatrização Estenose Esôfago de Barret Motilidade esofágica ineficaz Alterações motoras Risco de estenose: idosos, DRGE de longa data, hérnia hiatal moderada-grande, EEI reduzida, comprometimento da motilidade Esôfago de Barret: epitélio esofágico colunar visto na EDA, com metaplasia intestinal no HP 8-20% em DRGE Relação com hérnia hiatal grande, encurtamento esofágico Pré-maligno: maior risco de adenocarcinoma 0,2-2%, 30-125x > que na pop normal Diagnóstico: Se por sintomas típicos (pirose + regurgitação) S e E variável, porque sintomas não são específicos Ideal é associar a achados da EDA, Rx, fisiologia EDA: quantidade, grau de lesão, complicações DD: úlcera péptica, hérnia hiatal, anel de Schatzki, ca 40-50% não tem alteração Classificação de achados endoscópicos: Classificação de London A: 1 ou > erosões, < ou = 5 mm B: 1 ou > erosões > 5 mm, mas não continuas entre ápices de 2 pregas C: erosões continuas/convergentes entre ápice de pelo menos 2 pregas em < 75% D: erosões em > 75% da luz esofágica Classificação de Savary-Miller: 1: 1 ou > erosões lineares ou ovaladas em 1 prega 2: várias erosões em > 1 prega, podem ser confluentes, não ocupam toda circunferência do esôfago 3: erosões confluentes por toda circunferência do esôfago 4: lesões crônicas úlceras, estenose, Barret Esofagograma baritado: estreitamentos, hérnia hiatal de grande volume, comprimento do esôfago Encurtamento de esôfago = doença avançada, recidiva PO pHmetria de 24h: frequência de episódios de refluxo, duração, capacidade de eliminar a secreção Impedanciometria: corrente elétrica entre anéis inseridos por sonda, avalia movimento do bolo intraesofágico, indica refluxo ácido/alcalino/gasoso Ideal associar a pHmetria ou manometria Usado se sintomas típicos, mas resistência à IBP, tosse crônica, eructações, ruminação Tratamento clínico: Objetivo: eliminar sintomas Tto clínico, cirúrgico, comportamental Fármacos para neutralizar ácido, bloqueio de secreção ácida bloqueadores H2, IBP (melhor porque reduz mais esofagite e sintomas) não tratam refluxo, mas sim os sintomas Aumento de motilidade GE procinético (aumenta P no EEI, melhora peristalse e esvaziamento gástrico) Metoclopramida, Betanecol (agonista colinérgico), Baclofeno (relaxa musculatura esquelética) Dor torácica moduladores da dor Trazodone, tricíclicos Medidas comportamentais: Elevar cabeceira, evitar alimentos gordurosos, cítricos, café, álcool, bebidas gasosas, menta, hortelã, tomate, chocolate Cuidar com teofilina, colinérgicos, bloqueadores de canal de Ca²+, Alendronato Deitar >2h após refeição Evitar refeições copiosas Suspender fumo, emagrecer Tratamento cirúrgico: Laparoscopia: eficácia, curta internação, bom PO fundoplicatura laparoscópica Indicação cirúrgica: Persistência de sintomas após medicamentos, surgimento de complicações (esofagite, Barret, ulcerações) Intolerância à medicação Desejo do paciente Doença progressiva, com aumento de doses Tto medicamentoso agressivo de longa duração jovens Esofagite leve com EEI defeituoso, persistindo os episódios Hérnia hiatal grande (> 5 cm) ou hérnia paraesofágica refratária ao tto clínico Avaliação pré-operatória: Sempre excluir DD, mesmo se sintomas típicos EDA, esofagograma baritado anel de Schatzki, ca, distúrbios de motilidade Manometria esofágica ambulatorial: disfunção de EEI, alteração de peristalse, motilidade, n° de contrações eficazes, amplitude das contrações EEI incompetente: P repouso < 6, comprimento total < 2, comprimento abdominal < 1 Alteração de motilidade: propagação peristáltica em < 8-10 deglutições, amplitude < 30 Fundoplicatura parcial por futura dificuldade de deglutição Esofagogastroduodenoscopia Comprimento esofágico, posição EEI, complicações Esofagograma Hérnia hiatal, RGE, tamanho esôfago, complicações, DD pHmetria de 24h RGE patológico, clearance esofágico Manometria esofágica Eficiência EEI, contratilidade, DD Cirurgia antirrefluxo: Reestabelecer a competência da barreira cardioesofágica válvula antirrefluxo, aproximação, plicatura de pilares diafragmáticos Abordagem torácica ou abdominal, plicatura parcial ou total Cirurgia de Nissen: É a mais usada, criando válvula de 360° Envolve todo esôfago terminal pela parede P do fundo gástrico Ligadura de vasos gástricos curtos para liberar fundo gástrico Reconstrução da válvula, depois suturada com parede A do estômago em frente ao esôfago Sutura em 2 partes do estômago e muscular do esôfago para evitar que válvula deslize sobre esôfago Cirurgia de Belsey-Mark IV: Fundoplicatura parcial transtorácica Válvula de 240° A com 2 linhas de sutura (fundo gástrico e parede AL do esôfago, 1,5 cm acima da JEG e pontos em 12,8 e 4h) (hiato esofágico, fundo gástrico, muscular do esôfago) válvula na cavidade abdominal Aproximação de pilares diafragmáticos, ajuste de esôfago I Indicação: cirurgia antirrefluxo abdominal mal sucedida, aderências de cirurgias prévias, esôfago curto Fundoplicatura de Toupet: Criação de válvula de 240-270° (válvula parcial) Sutura do fundo gástrico com 3 pontos de cada lado do esôfago DRGE avançada com manometria indicando comprometimento de motilidade Reduz risco de disfagia PO Fundoplicatura à dor: Válvula de 90° A Usada em esofagocardiomiotomia por acalasia Reduz sintomas de refluxo por reduzir função esfincteriana Não ocasiona disfagia Não precisa de liberação dos vasos curtos Pode ser sucedida por válvulas de Nissen e Toupet Cirurgia antirrefluxo de Hill: Reconstrução JEG reduzindo a hérnia, ancora a JEG na fáscia pré-aórtica Reestabelece a válvula GE recriando o â de Hiss Reestabelece a P do EEI ao calibrar a cárdia com manometria transoperatória Cirurgia antirrefluxo de Lortat-Jacob: Reduz hérnia fechando os pilares diafragmáticos e suturando borda E do esôfago E acentuando o â de Hiss Supressão ácida e derivação duodenal: Esofagite, recidiva de refluxo após fundoplicatura Impede refluxo ácido e alcalino Antrectomia + construção de alça alimentar longa (Y Roux) + vagotomia + fundoplicatura Reduz produção ácida Constrói nova válvulana transição GE Reestabelece função do EEI Menor morbidade e complicações Tela no hiato: Evita falha da cirurgia por recidiva de hérnia com migração da fundoplicatura para tórax Polipropileno complicações: erosão da tela para dentro do TGI disfagia, com necessidade de esofagectomia Indicações: reoperações Ideal é usar telas de origem biológica, como submucosa porcina ou pericárdio bovino Resultados: Fundoplicatura e laparotomia tem resultados semelhantes a longo prazo, mas laparotomia tem mais hérnia incisional e defeitos de válvula Fundoplicatura laparoscópica é efetiva na eliminação de sintomas e qualidade de vida, reduzem necessidade de medicamentos 90% tem regressão da esofagite, 92% tem pHmetria normal após 1 ano Complicações: disfagia por edema PO (9-20% nos 1°s 3m, 2% após 1 ano) Desconforto e distensão de abd superior (mobilização do fundo gástrica, ligadura de vasos curtos, alteração da motilidade), flatulência, diarreia (manipulação/lesão de vago na dissecção esofágica) Fundoplicatura laparoscópica X tto clínico resultados semelhantes em 3 anos, tendência para progressão da dose no tto clínico Tto cirúrgico gera menos gastos que o medicamentoso em 8 anos, tem melhor qualidade de vida Vídeo: menos morbidade e mortalidade
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